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Greg Nicotero fala sobre a segunda parte da 4ª temporada e sobre o “Spinoff” de The Walking Dead

Fãs de The Walking Dead: Vocês já imaginaram o que acontecerá com Rick Grimes e sua trupe agora que Hershel literalmente perdeu a cabeça? Ou ficaram pensando sobre o Governador, que agora está morto, e sobre a gangue de Rick que está separada e de luto em sua nova jornada?

Ou já ponderou sobre a vantagem repentina de Carol, que tem um carro, comida, armas e medicamentos – ou até mesmo, já pensou em Tyreese, que não sabe que foi Carol quem matou Karen e David, mas também foi quem ensinou à pequena Lizzie suas habilidades (que salvaram sua vida)?

“A beleza na 4ª temporada, em minha opinião, é que cada momento está lá por uma razão” diz o guru dos efeitos especiais e o coprodutor executivo, Greg Nicotero. “Coisas que gravamos no primeiro episódio desse ano irão ser explicadas depois, e é como se cada personagem tivesse um início, um meio e um fim. É realmente recompensador.”

O showrunner Scott Gimple realmente deu o rumo certo ao navio. “Scott já sabe, agora, o que acontecerá na 5ª temporada, e provavelmente já sabe também o que acontecerá na 6ª”.

Com a segunda parte da 4ª temporada marcada para terminar no dia 02 de Abril, o Channel Guide Mag Blog conversou com Nicotero, que dirigiu a midseason premiere escrita por Robert Kirkman, que nos dá uma dica do que está por vir: “Essa é provavelmente a adaptação de dois conflitos mais próxima dos quadrinhos que já fizemos. Eu estou doido pra que as pessoas vejam os próximos 8 episódios, porque tem muita coisa boa pra acontecer!”

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CGM: Conte-me um pouco sobre a adição de um produtor executivo às muitas cartas na manga que você teve nessa temporada – Existe algum momento em que você não pensa sobre The Walking Dead?

Greg Nicotero: Não. Eu nunca não penso sobre The Walking Dead. Penso sobre a série 24 horas por dia. Sabe, essa minha função se transformou em um emprego fulltime, porque até quando nós não estamos nas gravações, estamos editando episódios para a première de fevereiro, e uma vez que temos os episódios editados, os escritores começam a criar histórias para a próxima temporada. Então, pra mim, umas das partes mais legais disso tudo é a liberdade de criação que me permitem ter e incluir no projeto. Os escritores criam as histórias e fazem um monte de piadas. Scott (Gimple) e eu temos várias discussões sobre “coisas” de zumbis que já foram feitas ou não – e ser um produtor executivo que foi precocemente envolvido no processo de molde desses universos é realmente algo sem precedentes na forma em que a série é trabalhada. Eu não conheço nenhuma outra série que traz um cara dos efeitos especiais pra essa realidade, onde ele pode ler documentos e ouvir scripts e ideias de enredo e ainda começar a ter ideias sobre zumbis tão rapidamente.

CGM: Uma série televisiva que permite uma escala tão grande de criatividade para o cara dos efeitos especiais é uma raridade – isso com certeza é um grande playground pra você.

GN: É sim. E isso começou com Darabont, que me colocou na série. Quando eles ainda estavam criando (a série), ele estava tendo várias reuniões, e em uma delas levou quatro bustos de zumbis que nós fizemos, porque na época – haha, quatro anos atrás! – uma das primeiras perguntas foi: “Como vocês farão zumbis?” E Frank disse: “Ah, isso é muito fácil! Eu tenho Greg Nicotero!”.

Frank tinha uma confiança sem fim em mim – não somente como parte integral de The Walking Dead, mas também me dando um episódio para dirigir. Ironicamente, no primeiro episódio que dirigi, tive que matar Jeff DeMunn (Dale).

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Então, ele me fez uma pergunta traiçoeira quando falamos sobre isso, porque ele estava tipo “Você quer um episódio com muitos zumbis, ou um episódio com poucos zumbis?” E eu respondi “Essa é uma pergunta difícil. E eu sei que a resposta deveria ser “Poxa, eu tive apenas um zumbi naquele episódio!” Só que foi esse “um” zumbi que rasgou a barriga de Dale.

CGM: Então havia sentido na loucura de Frank…

GN: Há sentido na loucura de qualquer pessoa! Eu amei Mob City [série de Darabont, que passou em Dezembro na TNT]. Eu vi o piloto há um ano e fiquei triste de não estar filmando com eles, porque é todo mundo amigo no elenco – Jeff DeMunn, Jon Bertnthal e Simon Pegg. Assisti à série desejando ter trabalhado nela, porque ficou muito legal.

CGM: Falei com Jon sobre a série e ele disse que seus amigos de The Walking Dead visitaram o set.

GN: O interessante sobre os personagens de The Walking Dead que morrem, é que eles ainda fazem parte da família. É estranho. No dia de Ação de Graças, eu mandei um e-mail para ele, para Sarah [Callies, a Lori] e para Jeff DeMunn, dizendo “E aí, pessoal, como vocês estão?” e Sarah veio à nossa festa, esse ano.

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Só porque eles não estão mais na série, não significa que não fazem mais parte da família. Eu estava assistindo The Talking Dead após o episódio 8, quando LC [Lauren Cohen, a Maggie] e Robert (Kirkman) estavam lá. E eles estavam tão sentimentais que pensei “Ele (Hershel) não morreu, gente! Ele tá aqui sentado!” [risos].

Não é como em um filme, que as pessoas trabalham juntas por 10 ou 12 semanas e então acabou. Trabalhamos juntos todo ano! Sobre Scott Wilson, houve boatos no fim da segunda temporada de que Hershel não continuaria vivo. Houve um script onde Hershel era assassinado por Randall, antes que ele fugisse com Shane. Scott achava isso também, mas claro, tudo mudou e ele continuou vivo até a 3ª temporada. Menos sua perna.

CGM: Sinto muito por vocês, cara. Vocês têm todos esses atores maravilhosos, e então tem que tirá-los da série contra a sua vontade…

GN: É difícil. Laurie Holden (Andrea) foi mais difícil pra mim, porque ela e Michael [Rooker] tiveram mortes que aconteceram do nada. Já Sarah Callies já tinha sua morte planejada. Quando fizemos a 3ª temporada, todos sabíamos que Lori morreria no episódio 4, e então pudemos nos preparar pra isso. No mesmo episódio, IronE [Singleton, o T-Dog] morre também. Mas estava tudo meio em aberto, porque até Carol morreria, naquele momento. Mas tudo muda, e tem que se encaixar com o enredo. Tudo acontece de forma natural, de acordo com o que acontece.

CGM: Tenho que admitir: Odiava o Governador. Mas quando rolaram os créditos no episódio 8, comecei a pensar se eu iria sentir falta dele, ou melhor, falta de suas contribuições para a história, mais do que sentiria falta de Hershel, que tanto amei. Isso meio que me magoa…

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GN: Tivemos dois episódios só para narrar a vida do Governador (adoro esse tipo de episódio!).

Eu estava assistindo Breaking Bad e o episódio estava prestes a acabar, e então veio essa ótima cena onde Bryan oferece $10,000 a Robert Forester, só pra ele se sentar e falar. E o que eu achei tão fascinante nessa cena, além da brilhante atuação dos atores e o enredo de Vince Gilligan, foi que naquele momento eu não me importava com o que Walt tinha feito em seu passado; eu sentia algo por ele. E senti que devia fazer a mesma coisa pelo Governador, pois percebi que ele tentou não ser o monstro que ele sempre foi, que ele realmente não queria aquilo pra ele, mas como Walt, ele não pôde lutar contra quem ele era.

Então, quando ele tomou a decisão de encostar a lâmina no pescoço de Hershel, o vilão dentro dele ascendeu e ele soube qual seria seu destino, e não importava o que ele tentasse fazer, ele não poderia lutar contra aquilo. E Rick virou a mesa quando falou o seguinte para as pessoas que estavam com o Governador: “Nós deixamos pessoas entrarem antes, e elas se tornaram parte de nossa comunidade, inclusive em postos de liderança – é isso o que vocês querem? Porque deixaremos vocês entrarem, e todos viveremos juntos”. Essa é a hora que o Governador pensa: “Merda. Ok. Acho melhor cortar fora a cabeça desse cara!”.

CGM: Houve uma decisão sobre um grande momento na sala de escritores para lançar uma granada literal e proverbial no meio de tudo, e trazer o grupo da prisão de volta para um estado que nós não víamos desde a 1ª temporada? Ou foi uma evolução do que a narrativa teve naturalmente?

GN: Nós sempre soubemos que em algum momento, a prisão não ia mais ser um lugar viável para o grupo viver, e essa foi , naturalmente, uma decisão consciente. A elaboração do Sr. Gimple dos últimos oito episódios, onde todos se dispersam e não se sabe onde todos vão parar e nem quem está com quem, certamente vai render algumas histórias fantásticas.

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Eu sinto que do episódio 9 em diante, a história nos remete à primeira temporada de The Walking Dead, porque se você pensar sobre a 2ª, se lembrará que eles foram para a fazenda de Hershel. Na 3ª Temporada e na metade da 4ª, eles tiveram a prisão e Woodbury. Portanto, esta é a primeira vez que eles estão à deriva no mundo depois de tanto tempo. É a primeira vez em muito tempo que nós vamos realmente ter essa ideia sobre o quão grande é o mundo e como as pessoas estão desprotegidas no deserto.

Eu dirigi o Episódio 9, que foi escrito por Robert , e é provavelmente a mais próxima adaptação de duas questões de história em quadrinhos que eu já fiz. Então, estou morrendo para que as pessoas vejam isso, porque é uma progressão lógica da nossa história.

CGM: No fim do episódio 8, a visão do transporte de Judith todo ensanguentado devasta ainda mais Carl e Rick. Quando saberemos sobre o destino de Judith e sobre o impacto disso em seu pai e em seu irmão?

GN: Quando você os vê deixando a prisão, Rick está quase morto – mais 10 segundos com o Governador e ele morreria. Então, o fato de ele ter visto Hershel morrer e estar emocionalmente derrotado junto com o fato de ele ter renovado seus laços com Carl faz com que eles fiquem mais, digamos, sensíveis, e deixa claro que eles reagiriam da forma que reagiram quando caminharam na direção do transporte e o viram com sangue espalhado nele.

E como em qualquer história boa, eu amo quando os espectadores ficam tipo “Peraí! O que aconteceu com essa pessoa e onde aquela pessoa estava?”.

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CGM: Rick e Carl estão sozinhos. Maggie e Glenn estão separados um do outro. Tyreese está longe de Sasha. Quem sabe onde estão Lizzie e Mika? Todos os doentes estão no ônibus, sem Bob ou Hershel para ministrar seus remédios. E Carol está por aí, com um carro, remédios, armas e comida. Mesmo assistindo ao episódio novamente, não sei por onde começar a pensar para onde vamos daqui.

GN: Até pessoas que não gostam da série – e sim, incrivelmente, há pessoas que não gostam – assistirão a um episodio e irão conversar e fazer perguntas que claramente nos levam a acreditar que eles assistiram a série várias vezes. Essas pessoas desconstruíram o sentido da série tantas vezes, e fazem perguntas tão únicas, que até me fazem rir.

Então, temos os primeiros 8 episódios. A intenção sempre foi fazer com que os 5 primeiros episódios tivessem histórias individuais sobre as situações da prisão, e assim seguimos, com essa linha do tempo.

E então nos episódios 6 e 7, mostraríamos a história do Governador. E no episódio 8, juntaríamos essas histórias cronologicamente. Eu acho que foi um tremendo sucesso, porque mesmo se as pessoas pensassem “Ok, o Governador ainda está por aí e as pessoas realmente não mudam”, Hershel sempre disse, durante toda a temporada, que “Você pode mudar”.

Quando Rick conhece Clara, no episódio 1, ela se mata e Rick volta para a prisão. Hershel diz a ele: “Você pode mudar. Carl pôde.”. É algo importante. E que nós fizemos de propósito. Depois, vemos que impacto a morte de Hershel tem sobre todo mundo. Tanto nas pessoas que o viram morrer, quanto nas pessoas que não viram. Porque houve quem não viu. Tipo o Glenn, que estava do lado de dentro da prisão.

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CGM: Mas, rapidamente, repensando sobre o vírus… Uma vez que o Bloco A não tem mais o Hershel e nem o Bob, é possível que a epidemia não tenha acabado?

GN: Com certeza, isso é totalmente possível! Eu realmente não quero estragar nada, porque eu falo demais e não quero entregar nada, pra que em Fevereiro você NÃO me ligue dizendo “Seu babaca! Você estragou tudo!” [risos]

CGM: Eu não gostaria de ser o responsável por manter os segredos dos mortos…

GN: Eu me sento aqui com meu iPad e tenho todas as fotos das gravações nele, e tenho muita vontade de mostrá-las “sem querer”… Meu filho pega o iPad e quer olhar as fotos. Scott Wilson e sua esposa vieram na minha casa, no dia de Ação de Graças, e minha esposa e meus filhos não sabem o que acontece na série, então todos sentamos e tal, e todos lá em casa estavam entusiasmados com a presença de Scott, e naquela hora eu olhei em volta e pensei “Eles estarão tão p$%*s comigo no domingo a noite, quando perceberem que Scott esteve lá em casa e então… [risos]
E então, eles assistiram ao episódio 8 e ficaram tipo “Peraí! Porque você não me contou que o Hershel ia morrer????”, eu disse: “só porque você é meu filho não significa que vai saber das coisas antes das outras pessoas!”.

É realmente difícil. É desafiador manter os segredos. Especialmente quando estou ao telefone e eles escutam as coisas que falo.

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CGM: Voltando ao assunto das pessoas que estão dispersas após a queda da prisão, Tyreese não sabe que foi Carol quem treinou Lizzie a atirar, e que por isso ele foi salvo, na cena que foi possivelmente a melhor de todas…

GN: Foi sim! Foi incrível! E isso remete novamente às coisas que falamos sobre, no início da temporada. Ver Carol treinando as crianças já no primeiro episódio, e depois ver cada semente que foi plantada nos dois primeiros episódios florescendo é algo emocionante – e foi uma cena rara que filmamos, de um ato que não tem validade quando se cai na estrada. Carol ensina as crianças a “ou atirar, ou correr”. O que mais você ensina à crianças nesse tipo de mundo? Especialmente com Lizzie no meio de um tipo de confusão sobre se os walkers estão vivos ou não. Porque no primeiro episódio ela diz: “Pessoas matam pessoas também. Eles (walkers) são apenas diferentes.” E você fica tipo, “Wow, essa é uma visão interessante, porque é verdade”.

E foi divertido porque a atriz que interpreta Lizzie queria muito ser uma walker, e eu disse, “Acho que não podemos fazer isso. Por causa do script e porque a hora que a Lizze puxa o gatilho é um momento muito importante, que depende da sua personagem. Então, não dá pra simplesmente te matar com um tiro no ombro ou no peito, porque ela precisa saber como se defender”. Mas ainda assim ela queria voltar como walker.

E quero dizer mais uma coisa – mais uma coisa que eu amo nessa temporada. Todos os atores ganham a oportunidade de brilhar. Olhar para Tyreese e o ver como Chad é fantástico. O mesmo com Sonequa. É realmente ótimo ver seus personagens se tornando importantes à medida que a 4ª temporada progride. Porque nós realmente não tínhamos muita ideia sobre o que Tyreese e Sasha se tornariam na 3ª temporada. O terceiro episódio, quando Rick e Tyreese brigam, teve um teaser de abertura tão poderoso que só deixou tudo mais emocionante. Achei isso fantástico.

CGM: Hershel e o Governador tiveram “grandes episódios” antes de morrerem. Merle, Shane, Lori e Andrea também… Você gosta de fazer “episódios de despedida” ou é só realmente a história se desenvolvendo naturalmente?

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GN: Eu na verdade penso que esse é um desencadear natural da série. Sabe, Scott Wilson meio que brincou falando: “Assim que eu li o episódio 5, eu sabia que eu era carne morta.” Mas não somos nós fazendo grandes episódios para manipular a audiência, não. Todas as mortes tem um significado, de verdade.

E é divertido ver todo mundo falando sobre a morte de Hershel, mas não sobre a morte do Governador. Porque a morte de Hershel foi inesperada, e eu acho que assistir ao que o Governador fez nos últimos tempos fez as pessoas pensarem que realmente já era a hora desse cara morrer. E então, quando ele morre todos pensam: “MUITO BOM!”, mas ver Hershel morrer foi um choque.

Sobre Rooker, há várias coisas interessantes que aconteceram com seu personagem. No início do último episódio dele, você pensa “Ok, dá pra salvá-lo.”. Ele só está vivendo lá enquanto procura por uma forma de escapar, e então ele olha pra Rick e vê Rick enfraquecido. E aí ele pensa “Quer saber? Vou fazer o que eu tiver que fazer pra proteger meu irmão. E se isso significa entregar Michonne ao Governador, vai ser o que farei. Dane-se o que pensarem Rick e os outros. Só meu irmão importa.”.

E então ele toma essa decisão de forma consciente, e na metade de sua jornada, ele percebe que ele não quer ser esse cara mau, e então deixa Michonne escapar.

Nunca realmente acreditei que Merle soubesse que aquela era uma missão suicida. Eu descobri que Merle armou tudo isso com a intenção de matar o Governador, pegar quantos homens pudesse e então com sorte os walkers fariam o resto e ele estaria livre. Então eu realmente não acredito que ele pensou em se suicidar.

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E Michael é um cara esperto. Ele conhecia o personagem, e quando ele leu a cena pela primeira vez ele falou: “O Governador jamais lutaria com Merle. Merle ganharia. Ele tem adrenalina. Fisicamente, ele é mais forte.”. E então ele propôs que nós na verdade o enfraquecêssemos antes de eles se encontrarem. Foi algo que Michael sentiu ser importante, e nós todos concordamos. Então assim fizemos.

CGM: Foi agonizante! Ele lutou tanto, e o ver sendo derrotado pouco a pouco e finalmente dizendo “Não te implorarei por nada!” me levou de volta ao cano, em Atlanta, mas me fez perceber como tudo era diferente agora.

GN: Essa luta, no script original, era muito mais longa e brutal. Na que fizemos, o Governador quebra o braço de Merle, que responde “Não vou ser seu garotinho de mijar em cima.” e cospe sangue no Governador, que caminha para longe. No script original, o Governador volta aponta a arma perto da câmera e diz “Não.” E atira. E aí você sabe que ele atirou em Merle. Só não sabe em que parte do corpo. E aí você vê a cena final e sabe o que aconteceu. Eu gostei de ver o Governador puxar o gatilho, porque o público acha que ele atirou na cabeça de Merle, e a revelação de que Merle se transformou em um walker fica ainda mais chocante.

Foi desafiador, porque os scripts da série são sempre grandes. Você filma um episódio que dura 55 minutos e precisa tirar 10 minutos dele, porque nossa média é de 42,5 minutos por episódio. Há cenas fantásticas que nunca foram ao ar.

Eu fico tentando fazê-los mostrar essas cenas no “Talking Dead” porque acho que elas – mesmo que não estejam no episódio real – ajudariam na continuação da história. Às vezes dá uma dor no coração filmar tudo, e depois ter que tirar várias cenas porque o tempo ficou maior que a média, e aí temos que ficar pensando nas cenas que precisamos tirar. É muito difícil!

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CGM: Agora que você já está nisso há algum tempo, é normal que os atores mais antigos contribuam para o enredo de suas histórias?

GN: Steven Yeun, Andy, Norman [Reedus] e eu, temos um relacionamento realmente bom, porque eu tenho estado no batente com eles todos os dias, há 4 anos. Então, eles confiam em mim. Entre Norman, Steven e eu há uma forma fascinante de trabalhar. Eu tenho isso com a maioria dos atores, mas entre nós 3 e Melissa McBride – que são membros desde a 1ª temporada – há uma confiança silenciosa. E eu acho que a 4ª temporada, até agora, tem seguido quase fielmente o script dos quadrinhos. Gimple realmente ama a série, cara. Ele conhece os quadrinhos e todas as suas nuances.

Houve vezes que fizemos episódios que se basearam muito nos quadrinhos, e eu amo o fato de Scott sempre usar a dose certa dos quadrinhos na série, somente o que precisamos deles. As pessoas que conhecem os quadrinhos sabem exatamente de onde tiramos cada detalhe.

CGM: Vocês criaram nos fãs um amor excessivo por Norman Reedus como Daryl Dixon – que nem está nos quadrinhos. Vocês tem planos para as suas casas (que serão depredadas) e para sua segurança (que terá que ser reforçada) quando, e se, a hora dele chegar?

GN: Sabe, não consigo nem pensar nesse momento! [risos] Porque, assim, é, reforçar a segurança… É… Não consigo…! Quando alguém vai morrer, há esse terrível e desconfortável momento quando você sabe que a pessoa já sabe e aí você quer sair correndo atrás dela pra saber se está tudo bem… Mas o que fazer? Porque não dá pra simplesmente voltar atrás e falar “Ah, pensando melhor, não vamos fazer isso, não.” É complicado. Acho que essa é a pior parte.

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Nós costumávamos ter o “Jantar da Morte”. Saíamos pra jantar com o elenco toda vez que um personagem ia morrer. Todos nos divertíamos e jantávamos juntos. E então, nessa temporada, alguém disse “Escuta, porque não saímos pra jantar e celebrarmos quem NÃO vai morrer?” Vamos todos jantar e é isso, sem ser algo mórbido e depressivo!””.

CGM: Que carta você tem na manga para os walkers nessa metade da temporada, agora que eles não são mais somente a “ameaça no portão” ou o “resultado” da doença no bloco A?

GN: A ameaça que os walkers representam é algo que Scott e eu conversamos muito sobre quando terminamos a 3ª temporada. Porque a verdade é que o grupo tem saído em busca por suprimentos e voltado para a prisão durante um ano e meio, logo eles têm que ser bons em matar walkers ou então eles não teriam sobrevivido.

Por isso, uma das coisas mais tremendamente importantes para nós na 4ª temporada foi aumentar essa ameaça. Você nunca sabe o que está por vir. Precisamos pegar os personagens de surpresa. Isso tudo nos levou a uma grande sequência, que foi: “OK, como colocar os personagens em perigo no meio de uma horda zumbi? Bom, faça-os cair do céu.”.

E voltando ao nosso mundo, pra mim, isso é visualmente mais excitante. Vemos novos cenários. Vemos o que está acontecendo no mundo, e realmente, é a lei da sobrevivência. Eles têm vivido basicamente com o que tem nas mãos. Não há munição o bastante, nem muitas armas. Não há comida. Eles saíram de “fortificados e bem alimentados” para “indo embora com a roupa do corpo”.

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CGM: Agora que a série Spinoff emplacou, queremos saber se ela tem algum impacto sobre o enredo de The Walking Dead ou se é algo completamente independente.

GN: Estamos tratando a série spinoff como outra coisa completamente diferente. Foi algo muito, muito importante na noção de uma série spinoff, coisa que jamais lidamos antes. Muitos de nós, os atores e a produção executiva, queriam ter certeza de que qualquer coisa que fizéssemos não diminuiria NOSSA história, NOSSO enredo, NOSSOS personagens e nem o momento em que estamos. Então a intenção é que seja algo independente.

CGM: Você sabe quando teremos alguma dica sobre o que vai acontecer?

GN: Claro que sim. Mas não posso contar [risos]. Após os acontecimentos, aí sim, poderemos discutir sobre isso!

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Fonte: Channel Guide Mag Blog
Tradução: Lucília Costa / Staff Walking Dead Brasil

Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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