Como muitos já sabem, durante esse fim de semana aconteceu a Comic Con Experience em São Paulo, e um dos convidados do evento foi Ross Marquand, que interpreta o adorável Aaron na nossa série preferida. A equipe do Walking Dead Brasil teve a honra de participar da coletiva de imprensa – graças ao Canal FOX Brasil – que aconteceu com o ator na sexta-feira (02), e você poderá ler com exclusividade um pouquinho do que aconteceu por lá.
A coletiva se iniciou com uma breve apresentação em português por um dos organizadores do evento, que logo foi seguido por um “Eu entendi tudo o que ele disse” bem humorado do ator, e esse bom-humor se manteve durante toda a entrevista.
Ross comentou um pouco sobre a segunda parte da temporada, que se iniciará em fevereiro, após o cruel e tão odiado hiatus. Ele disse que os personagens terão que escolher um lado e uma postura ao se depararem com esse novo mundo trazido à tona por Negan. Alguns se tornarão basicamente “pacifistas”, como Rick, que aparentemente decide aceitar essa nova realidade que lhe foi imposta. Enquanto isso, outros personagens, como Rosita e Carl, enfrentam dificuldades em lidar com os acontecimentos recentes e decidem não aceitar as imposições feitas por Negan. Mas, definitivamente, eles logo terão que escolher entre lutar contra o tão temido vilão ou simplesmente sucumbir a ele.
“No momento estamos vendo as peças do dominó serem posicionadas e alinhadas, e na segunda parte da temporada as veremos serem empurradas, assim como veremos quem, infelizmente, será drasticamente afetado por isso.” Ele diz se sentir grato pelos fãs terem decidido continuar acompanhando a série, apesar de todo o sofrimento que o episódio dramático de estreia possa ter lhes causado, e que o episódio definitivamente foi uma homenagem aos quadrinhos de Robert Kirkman e eles quiseram honrá-los. E mesmo que algumas pessoas tenham ficado chocadas com a maneira visceral com a qual Glenn e Abraham foram mortos, ele acredita ter valido a pena, afinal “um dos motivos pelos quais amamos esses personagens é porque temos esse desenvolvimento, nós dedicamos nosso tempo para moldar cada personagem com muito cuidado. E eu acho que é nisso que a primeira metade da temporada se resume, cuidadosamente moldando a história e os personagens.”
A popularidade da série é inquestionável, e aqueles que não a acompanham parecem não compreenderem como uma série que supostamente fala sobre um apocalipse zumbi pode ter sido capaz de conquistar tantos fãs, contudo, Ross desenvolve essa questão com clareza. “Isso aqui [CCXP] ilustra isso perfeitamente, quando eu vim para cá essa manhã, todos estavam tão animados, seus rostos se iluminaram… eles simplesmente amam a série, e eu também amo a série, muitos anos antes de fazer parte dela já era fã, então, eu entendo. É uma ótima série, ela captura a imaginação de tantas pessoas ao redor do mundo, pois ela é essencialmente uma série sobre a declínio da sociedade, e eu acho que muitas pessoas conseguem se identificar com isso, seja por conta de problemas econômicos, ou problemas sociais ou geopolíticos, as pessoas se identificam com isso. E é um boa ilustração do que aconteceria com a sociedade caso houvesse esse declínio e como as pessoas, ao se unirem, encontrariam esperança uma nas outras, encontrariam força uma nas outras, e eu acho que é por isso que ela se tornou tão popular nos últimos sete anos. E os brasileiros são os maiores… são os fãs mais apaixonados que nós já conhecemos e não me pediram pra dizer isso [risos], mas eles estavam tão animados em me conhecer essa manhã e isso é incrível.”
Muitos acreditam que Negan é um dos personagens mais cruelmente divertidos dos quadrinhos por conta de suas falas icônicas, ultrajantes e cômicas, e ao perguntado se ele se também se diverte ao assistir as maldades de Negan e qual é sua fala preferida dita por ele, Ross responde: “Negan tem tomado conta do departamento de melhores falas agora que Abraham morreu… Honestamente, Eugene e Abraham têm as melhores falas, mas Eugene está de certo modo danificado agora. Todos que foram afetados pelas ações de Negan não são mais as mesmas pessoas. Eugene talvez tenha algumas falas do tipo, que são um pouco engraçadas, e cômicas, mas na maioria todos foram muito afetados por isso. E Negan tem se divertido bastante, é igualmente doloroso e divertido assistir a isso, porque Jeffrey [Dean Morgan] traz esse divertimento e excitação ao personagem, que são coisas que você não espera de um vilão.” E Marquand também confirma que toda essa situação tem sido bem difícil para Andrew Lincoln (Rick), que diz odiar ter que assistir a tudo isso, ver seu personagem ser abatido diversas e diversas vezes por Negan sem poder lutar contra a situação. E Marquand também afirma que é necessário que eles deixem Negan “vencer” por um tempo, para que a conclusão dessa história seja ainda mais impactante.
Apesar de Negan ser um personagem bastante cruel e odioso, Jeffrey Dean Morgan – o ator que o traz a vida – é conhecido por ter um ótimo senso de humor e carisma. E Ross parece concordar com isso ao dizer que é ótimo trabalhar com Jeffrey, que sua reputação tem procedência que ele se trata de um ator bastante profissional e divertido de se trabalhar, e que não é nem um pouco parecido com Negan. Somos gratos por isso!
Se para nós, telespectadores, foi extremamente difícil assistir ao episódio massacrante de estreia da temporada, apenas podemos começar a imaginar a dificuldade enfrentada pelos atores que, literalmente, viveram os momentos aterrorizantes e agoniantes na companhia de Negan. Marquand comentou um pouco sobre como foi a experiência de filmar essa sequencia. “Foi difícil, não foi nada fácil. Porque eles não eram apenas os personagens que estavam deixando a série, mas também nossos amigos. Então passar por emoções de morte de maneira tão brutal diversas vezes por doze/quatorze horas por dia durante nove dias seguidos foi difícil, não foi divertido permanecer nesse estado obscuro por tanto tempo. Eu acho que foi o trabalho mais desafiador que nós já fizemos, e Andy resumiu melhor dizendo que nunca fomos tão fortes como um grupo antes como fomos nesses dois episódios, a finale do ano passado e a estreia desse. É claro que o que acontece depois disso, tudo meio que começa a se espalhar, as pessoas começam a agir diferente nesse novo mundo, e esse mundo é tão difícil de engolir, tão difícil de aceitar e acho que alguns personagens estão lidando com isso melhor do que outros, mas acho que cada um se isolou em seu próprio mundo agora e essa foi a última vez que vimos o grupo de Rick realmente junto de uma maneira esperançosa, esperando que houvesse uma maneira de resolver isso, porque não há uma maneira de discutir ou dialogar com um cara como o Negan, ou você faz tudo da maneira que ele quer ou você morre.”
Essa nova temporada pode facilmente ser considerada a temporada das mudanças, aquilo que vemos na telinha atualmente não é nada como o que vimos nos anos anteriores, e o ator comentou sobre haver uma mudança na atmosfera dos sets de filmagem paralelamente com a introdução do Negan, um vilão verdadeiramente mau e que tem afetado brutalmente o grupo de Rick. “Tem sido difícil, tem sido uma temporada interessante. Como vocês provavelmente têm visto, a maioria dos primeiros episódios dessa temporada tem sido bastante fragmentados e eu acho que esse é um elemento que realmente funciona ao se contar uma história, porque você realmente tem que conta-la através das diferentes perspectivas para se ter uma ideia de como cada um está lidando com as perdas trágicas de dois dos principais e mais fortes líderes, mas ao mesmo tempo estamos tentando nos encontrar ao máximo fora dos sets para nos vermos e passarmos tempos juntos, pois quando você não vê seus amigos por um mês ou dois isso pode acabar sendo bastante deprimente, pode parecer que estamos cada um em uma pequena ilha, dentro e fora da série, tentando lidar com esse novo mundo da melhor maneira que conseguimos. O que eu acho que foi o efeito que eles buscavam, o que é fantástico.”
Ter um cliffhanger tão agonizante entre uma temporada e outra não é difícil apenas para os fãs, mas também para os atores que precisam recuperar toda a atmosfera e sentimentos conquistados no momento de término da temporada anterior. “Eu acho que ouve alguns atores do elenco que disseram ‘Porque é que já não filmamos tudo no final da outra temporada?’, parcialmente porque já havíamos terminado com a temporada e nós temos algumas regras as quais devemos respeitar, e então eles disseram ‘Não, nós teremos que gravar no começo da sétima temporada’. Então, retornar para aquele lugar, voltara para o… sabe, até mesmo as menores coisas, como, pra mim agora, a barba e o corte de cabelo, e retornar para aquele estado emocional, que já foi bastante complicado de alcançar inicialmente no final da sexta temporada, e estar tão cru e vulnerável foi um desafio. Mas, de novo, acho foi o melhor trabalho que todos nós já fizemos. Eu estou realmente orgulhos desses episódios, acho que foi um dos melhores trabalhos que já fizemos na série.”
Nessa temporada os personagens parecem estar tomando rumos diferentes em suas vidas, como por exemplo, Carol que agora está no Reino e Maggie que está em Hilltop, seria uma possibilidade Aaron se unir a esse grupo e também se afastar de Rick? Ross diz que não acredita que Aaron possa sair de Alexandria, pois esse é o lugar no qual ele pertence, e apesar de Aaron apoiar Rick em sua decisão de seguir as regras de Negan, com o decorrer dos acontecimentos e com possíveis novas mortes acontecendo, até mesmo eles terão que tomar uma atitude contra a oposição.
Ross apenas decidiu ler os quadrinhos quando descobriu que interpretaria Aaron, pois queria se atualizar sobre a história e compreender como era o tom da série, mas no momento em que Glenn – um de seus personagens favoritos – foi morto ele decidiu desistir do material de origem. Mas esse não foi o único motivo por trás dessa sua escolha, ele logo percebeu que estava aprendendo demais sobre o enredo, sabendo com antecedência o que aconteceria e que isso poderia vir a atrapalhar o seu desempenho como ator na série.
Por mais que tenhamos achado Ross bastante similar ao seu personagem, levando em consideração toda a sua gentileza e atenção com a qual ele tratou todos os seus fãs brasileiros, descobrimos que eles não são tão idênticos assim. “Aaron é bastante diplomático e sabe como conversar com as pessoas… Bem, ele leva um soco do Rick no rosto em seu primeiro episódio, mas [risos]… Ele é muito bom em argumentar com as pessoas e em fazer o melhor das piores situações, o que eu acho que são características muito importantes de um líder ter, mas eu provavelmente seria um pouco mais violento. Porque, em certo ponto você tem que realmente… Ele não é um pacifista como o Morgan, Morgan não quer matar ninguém e acredita que todos merecem a chance de se redimirem, mas acredito que Aaron vem aprendendo cada vez mais que às vezes pessoas más são apenas pessoas más e se você lhes der muitas chances elas podem acabar machucando alguém a quem você ama. Então, você tem que encontrar uma maneira de lutar de volta pra conquistar certa certeza…. Não todas as pessoas, você quer dar o benefício da dúvida para certas pessoas, lhes dar uma chance, mas se eles se mostram pessoas más, não há segundas chances.”
E quem poderia adivinhar que sua arma de escolha durante um apocalipse zumbi seria um pé-de-cabra? Isso mesmo, Ross disse durante a coletiva de imprensa que faria essa escolha, não apenas por ser uma ótima arma para matar zumbis, mas também por ser uma ótima opção para arrombar portas de casas, prédios e carros. E se, assim como a gente, você pensou que essa não seria a melhor escolha, afinal, um pé-de-cabra pode ser extremamente pesado, saiba que o ator está acostumado a cortar lenha e por isso acredita que saberia manusear bem o objeto.
Sempre nos perguntamos como cada ator gostaria que seu personagem morresse, caso esse fosse seu terrível destino, e essa questão não ficou de fora da entrevista. “Eu não quero morrer [risos]. Eu me divirto muito na série, quer dizer… Eu, obviamente, acredito que Robert Kirkman, Scott Gimple e todos os roteiristas sabem o que estão fazendo com a história, e que eles a escreverão da maneira que fará mais sentido para cada um de nós, então se eu acabar morrendo aceitarei isso. Mas, obviamente, eu estou me divertindo muito na série, então gostaria de ficar por perto por mais tempo. Mas, se eu tivesse que morrer, eu gostaria de morrer lutando, não gostaria que fosse uma coisa aleatória como levar um tiro… seria uma pena se fosse o caso.” E ele parece não gostar nem um pouco da ideia de ser morto por outra pessoa. “Se eu vou morrer, que seja atacado por cinquenta zumbis. Mas não da mesma maneira que o Noah foi morto, aquilo foi demais. Mas eu quero que signifique algo, que seja significativo.”
Essas foram algumas das questões abordadas durante a entrevista, e pudemos descobrir um pouco mais sobre a sétima temporada da série, assim como as opiniões e os sentimentos pessoais de Ross Marquand com relação à mesma e ao seu personagem. Mal podemos esperar para ver ainda mais de Aaron em nossas telinhas, e cada vez que isso acontecer, poderemos ter a certeza de que há um ator e uma pessoa de muita dedicação, respeito e gentileza por trás desse personagem tão adorado.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, vai ao ar nas madrugadas de domingo para segunda-feira no AMC Internacional, às 00h, e no FOX Action (canal do pacote premium FOX+) e FOX Brasil, às 00h30. Confira todas as notícias sobre a sétima temporada.
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