Andrew Lincoln, que interpreta Rick Grimes na série de sucesso da AMC The Walking Dead, fala para o TV Drama sobre os desafios, e alegrias, de liderar um bando de sobreviventes contra os ataques sem fim vindos dos mortos.
TV DRAMA: Conte-nos sobre essa jornada que o seu personagem, Rick Grimes, tem tido desde a primeira temporada da série.
LINCOLN: Sempre foi a intenção de Robert Kirkman, que escreveu a HQ riginal, e certamente Frank (Darabont, showrunner a primeira temporada) e Gale (Anne Hurd, produtora executiva) e a AMC, ter esse mundo extraordinário com pessoas normais e (explorar) como esse mundo muda essas pessoas. No espaço de 3 temporadas Rick tem estado nessa extraordinária e tumultuada jornada. Ele começa como um homem acordando nesse novo mundo e o descobrindo. Ele é os olhos e ouvidos da audiência – você descobre esse novo inferno com ele. Ter reencontrado sua família deu a ele força para sobreviver. Então temos a segunda temporada que foi sobre um homem lutando por sua ideologia. Você consegue manter sua humanidade nesse novo mundo? Ou o pragmatismo vai vencer? Com a terceira temporada… Eu cometi o erro fatal de ir até a sala do escritor e falar para eles, onde vocês acham que está o ponto fraco de Rick? E eles escreveram. Perder sua esposa (Lori, interpretada por Sarah Wayne Callies) literalmente o empurrou para um lugar onde ele nunca havia estado antes. É um lugar assustador e eu não tenho certeza se ele já saiu de lá.
TV DRAMA: Na segunda metade da terceira temporada você está lidando com um bebê e sendo um pai solteiro. Quais são os desafios de interpretar Rick nessa situação, especialmente porque você é um pai de verdade.
LINCOLN: Foi uma das coisas que eu adorei sobre Rick Grimes – ele não é um homem sem nome, ele não é o estranho que anda pela cidade e não tem laços emocionais. Ele é um homem de família, ele é um marido e ele é um pai. É claro que cada personagem que interpreto eu tenho que trazer uma parte de mim para ele. Eu aproveito muitas experiências de ser um pai. E certamente quando eu perdi minha esposa na série, você tenta imaginar como seria.
TV DRAMA: Eu entrevistei Sarah Wayne Callies apenas uma semana antes da exibição do episódio em que a personagem dela morre. Ela não deixou escapar mesmo o fato horrível que aconteceria.
LICOLN: (risos) Ela é uma profissional incrível e ela tem sido a melhor protagonista. Nos mandamos email um para o outro como “Marido da TV” e “Esposa da TV”, e agora é “Esposa morta da TV”. Ela é uma atriz fenomenal, mas ela também tem uma inteligência emocional incrível, o que eu acho que é a razão pela qual muitas mulheres assistem o show. É um feito notável para o gênero.
TV DRAMA: Você tinha alguma ideia antes que a série ia se tornar esse fenômeno da cultura pop com fãs pelo mundo todo?
LINCOLN: Quando meu agente me mandou o script, isso foi o que aconteceu: dizia, AMC, e eu fiquei tipo, Woo! Porque eu amo o canal, eu amo Breaking Bad e Mad Men. E ai dizia Frank Darabont e eu fiquei tipo, oh meu Deus! E ai dizia Gale Anne Hurd (produtora executiva da série), e eu fiquei tipo, “Caramba”! E ai dizia The Walking Dead e eu disse, que título! E ai dizia zumbi, sobrevivência, terror. E foi quando eu liguei para meu agente e disse, Sério? São zumbis agora? Eu tenho trabalhado por 19 anos e vamos fazer zumbis? Ai eu li o episódio piloto e foi notável – era quase a destilação da humanidade, era uma coisa extraordinária. Eu nunca leria nada do tipo. Então eu comecei a ficar incrivelmente animado. Frank Darabont e essa equipe extraordinária – Gale, Greg Nicotero (efeitos especiais e maquiagem), Robert Kirkman, AMC, todo o pessoal do desenvolvimento – tiveram a coragem de dizer, vamos tentar e fazer um set de drama familiar no inferno. Os zumbis meio que começaram a se tornar incidentais devido as muitas cenas com os personagens, o que é brilhante, porque o personagem é quem deve dirigir a trama.
Durante a filmagem do episódio piloto – eu passei a maior parte com a bunda de fora em uma camisola de hospital. Isso foi aparentemente o meu primeiro grande papel na América e eu passei a maior parte dele em uma cueca boxer. (risos) Eu estava fazendo as cenas de quando eu acordei de um coma. Nós tivemos que filmar fora da sequência no primeiro episódio e eu lembro de Frank Darabont vindo até mim, depois de 2 semanas de correria, e disse, eu acho que temos algo especial aqui. Quando alguém tão experiente, talentoso, com The Shawshank Redemption e The Green Mile e etc., sussurra algo como isso na sua orelha, seu coração perde o ritmo.
TV DRAMA: A série tem sido elogiada por correr riscos – incluindo matar alguns dos personagens populares. Como essa rotatividade de personagens afeta esse elenco pequeno e unido?
LINCOLN: É muito difícil. É uma das desvantagens desse trabalho glorioso. Nos aproximamos muito, o jeito com que trabalhamos, o lugar onde trabalhamos – É a nossa pequena bolha no Sul, em Senoia (no estado da Georgia), longe de todos os celulares; eles não funcionam lá, todos mundo apenas tem que decorar suas falas e lutar contra zumbis! É uma experiência única. A equipe é magnifica. E todo mundo luta um pelo outro e trabalha um pelo outro. É realmente a melhor família com quem já tive o privilégio de trabalhar. Então quando perdemos um membro da família, nós temos um jantar de morte. Ninguém deixa de fazer parte da família The Walking Dead. É uma coisa muito comovente. Todos sabem quando estamos completando as temporadas e você recebe e-mails dos antigos membros do elenco desejando amor e sorte e parabenizando a equipe e o elenco. A beleza disso é que é sempre um alvo em movimento – a série continua mudando, continua nos envolvendo. Não é como um drama processual. Ele continua se movendo a frente. Quando uma morte muda um grupo irremediavelmente, outro personagens vem a frente. Personagens novos, sangue novo, idéias novas, eles continuam regenerando a série. Eu espero que isso seja uma força que se mantenha na série.
TV DRAMA: Você passou muitos anos trabalhando na televisão britânica, onde eles tem temporadas menores. Como você treina para acompanhar essas temporadas de 16 episódios, especialmente levando em conta o quão ativo fisicamente o seu personagem é?
LINCOLN: Eu estou indo para os 40, os cruéis 40, e eu me dei conta de que assassinar zumbis é um ótimo jeito de ficar em forma! Eu não sou muito bom em fazer outros trabalhos (entre as temporadas), apenas porque é uma coisa tão grande agora. Com a imprensa e publicidade e com as duas mini-temporadas (todo ano), isso se tornou algo presente em todo lugar, um trabalho de um ano inteiro. Eu não reclamo disso. Eu amo isso. Se eles continuarem empurrando meu personagem do jeito que eles tem feito nos últimos 3 anos, em novas direções, eu ficarei mais do que feliz. É como uma maratona, você tem que ir no seu passo.
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Fonte: TV Drama
Tradução: @yawlully / Staff Walking Dead Brasil
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