Na 1ª temporada de The Walking Dead, 42 zumbis são (novamente) mortos sempre de quatro maneiras: por pauladas, machadadas, tiros ou flechadas. Mas bastam 15 minutos do 1º episódio do 2º ano para saber que os personagens da série descobriram uma nova forma de aniquilar os mortos-vivos: com golpes de pedra e de chave de fenda.
Esse é o clima de “The walking dead”, um dos seriados mais comentados de 2010 e que voltou a ser exibido neste domingo (16), nos EUA. No Brasil, o retorno está marcado para esta terça-feira (18), às 22h, no Canal Fox. Após seis bem sucedidos episódios e se tornar um dos fenômenos pop do ano passado, o programa tem a difícil tarefa de sustentar o hype neste ano com uma temporada completa de 13 episódios e sem o seu idealizador, Frank Darabont, por trás do projeto.
[O G1 já viu o episódio de 1h30 que marca a nova temporada da atração e adianta sobre ele logo abaixo. Para quem não quiser saber nada sobre o capítulo, fica aqui o aviso de SPOILER: não prossiga com a leitura].
O episódio de estreia começa com um monólogo do xerife Rick Grimes (Andrew Lincoln). Ele está sozinho com um walkie-talkie na mão, como se estivesse em uma conversa com Morgan e seu filho Duane, personagens do começo da série que decidem não se juntar ao grupo de sobreviventes. A narração serve para resumir o final melancólico e até apático da 1ª temporada: o amanhã é incerto e a catástrofe que tomou conta do mundo (um vírus misterioso que dizimou a Terra) não tem perspectiva de acabar.
Grimes e o grupo decidem abandonar Atlanta e procurar refúgio em Forte Benning, a 200 km dali. Sua liderança é contestada por diversas pessoas e Shane (John Bernthal) dá sinais de que irá continuar a viagem sozinho por não superar sua antiga relação amorosa com Lori (Sarah Wayne Callies), a esposa do xerife. Andrea (Laurie Holden) é a primeira a virar sua aliada.
Logo se vê que que “The walking dead” deixa de lado os zumbis e a matança gratuita para continuar com a ousada proposta de investir nas relações humanas, com foco principalmente nos conflitos pessoais de quem precisa sobreviver em uma condição tão extrema. No primeiro episódio, Grimes encontra uma igreja – repleta de fiéis zumbis (há até uma viúva morta!) -, olha para a figura de Jesus Cristo e pede “apenas um sinal”. Questionamentos espirituais e religiosos nunca apareceram dessa forma na série.
As cenas com os zumbi, sempre tão esperadas, acontecem somente quando os protagonistas são obrigados a ir atrás da menina Sophia (Madison Lintz), que se separa do grupo e foge para o mato após encontrarem um bando de mortos-vivos em uma rodovia que mais parece um cemitério. Eles, aliás, estão ainda mais assustadores e realistas. A cena em que Daryl e Grimes operam um morto-vivo para saber se ele “comeu” alguém do grupo é uma das melhores (ou piores) cenas da série. Visceral, literalmente.
O episódio de estreia passa devagar, tem diversas tomadas bucólicas e o ritmo lento chega a incomodar. Não surpreende. Robert Kirkman, autor da HQ que inspirou a série e produtor do programa, é o roteirista dele e manteve o tom e a narrativa já característica do 1º ano. A expectativa era de mudanças, pois mesmo após bater recordes de audiência com o seriado, o produtor-executivo e diretor Frank Darabont demitiu todos os roteiristas assim que o primeiro ano acabou. Em julho, foi ele quem pediu demissão.
Como Darabont deixou diversos episódios prontos antes de sair, não dá para analisar ainda os reflexos de sua decisão. O critério fica por conta do espectador: quem era fã não irá se decepcionar com o retorno. Já quem esperava reviravoltas, fica a expectativa para o 2º episódio justificar o “espanto” que o final do primeiro proporciona.
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Fonte: G1
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