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4ª Temporada

Danai Gurira discute sobre o passado de Michonne e sua performance no episódio “After”

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ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do nono episódio da quarta temporada, “After” (Após).

Bem, eu acho que nós agora sabemos por que Michonne começou a se descontrolar e chorar enquanto segurava a bebê Judith no começo da temporada. Em um flashback de uma cena em um sonho na estreia do midseason de Walking Dead de ontem a noite, nós vemos uma Michonne pré-apocalipse agarrando com força seu filho enquanto tem uma conversa com seu “amante” Mike e algum outro cara que pode ou não pode ser o amigo de Mike, Terry (se é que a série está realmente seguindo a historia dos quadrinhos). Então, no meio do sonho-transformado-em-realidade, os braços de Mike e do outro cara de repente são cortados fora, indicando que eles acabam terminando os “Pets” sem braços e sem mandíbulas que vemos Michonne puxando com correntes quando nós a conhecemos no final da 2ª Temporada. O que isso tudo significa?

A Entertainment Weekly conversou com a mulher que atua como Michonne, Danai Gurira, sobre isso e o resto da jornada emocional da guerreira que empunha a katana no episódio “After”.

ENTERTAINMENT WEEKLY: Vamos começar com o surreal flashback do sonho que você teve sobre seu filho, seu namorado Mike, e o outro cara que estou assumindo ser o amigo de Mike, Terry, se isso segue a história dos quadrinhos. É o que o outro cara realmente é?

DANAI GURIRA: Hmmmm…. Não tenho certeza se posso dizer.

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EW: Entendo! Muito cautelosa, Srta. Gurira! Então deve ter mais sobre ele em breve. Bem, pelo menos me diz como foi atuar como a Michonne no pré-apocalipse.

DANAI GURIRA: Eu amei o conceito do flashback como um sonho. É o seu subconsciente a forçando a metabolizar sua dor, sua perda e seu sofrimento. Sua mente consciente não vai deixa-la fazer isso porque ela apenas bloqueou, no qual está enfraquecendo-a e a tornando a carapaça em que ela está no começo em que a conhecemos. Você não podia lê-la e ela não queria que fizesse isso. Seu subconsciente está realmente forçando-a a encarar a dor e a perda. Para a produção, foi realmente divertido. O departamento de maquiagem se divertiu. Nós estávamos tentando decidir qual cor de unha e qual maquiagem usar. E então tivemos muita diversão com o vestuário. Todos tinham suas opiniões e nós encontramos aquele que amamos. Com o cabelo, eu tive a ideia de amarrá-lo. Nós nos divertimos tanto construindo quem Michonne era antes. Ela tinha uma vibração alternativa mas gostei de ser fofa. Ela não estava tentando usar Gucci ou Prada. Ela tinha sua própria energia.

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EW: Quem sabia que Michonne tinha tamanho sentimento sobre a arte moderna?

DANAI GURIRA: Ela é membro real de uma família de classe média. Ela era de uma família onde a arte e a literatura eram observadas. Mas isso não é algo que ela irá compartilhar.

EW: Essa é uma cena estranha porque tem elementos do passado se fundindo com cenas mais recentes e o tempo salta por todo o lugar. E é tudo, claro, um sonho, então isso é muito para processar e para você atuar.

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DANAI GURIRA: Eu olhei a interpretação dos sonhos e eu já tinha decidido o que o sonho significava e olhei e estava certa. Seu subconsciente a está forçando a metabolizar seu sofrimento e se você não fizer isso quando você está acordado então seu subconsciente irá te forçar a fazê-lo quando está dormindo. A ideia de relembrar ela segurando seu filho ou tendo um momento romântico com seu homem não é algo que ela está querendo reviver em sua consciência, e ela bloqueou isso completamente. Então isso é o porquê ela se mantém longe de Judith. Mas a ideia é que há muito trauma acontecendo, então você tem que processar isso ou apenas morrer.

EW: E então depois você tem a cena onde você entra em colapso no canto e começa a falar com Mike e você diz, “Eu sei a resposta. Eu sei o por que.” Sobre o que ela está falando? Qual é a resposta? O que a faz continuar?

DANAI GURIRA: Eu acho que é o que ela passa. Encontrar as pessoas que ela se importa. Desde que as pessoas de quem você se importa ainda existem, então você continua pelos outros. E sempre haverá outros. Ela pensou que não haveria mais ninguém depois da perda do seu filho e do homem, mas ela encontra um grupo de pessoas que ela se importa profundamente. Ela encontra o Carl, o Rick, o Daryl, o Hershel. Ela encontra um grupo de pessoas que ela pode se devotar novamente, no que ela é boa. Ela cuida dos negócios. Ela protege bem as pessoas. Quando a merda atinge o ventilador, ela vai e toma conta do Governador antes que ele cause mais destruição. Ela sabe que é parte do seu DNA, é parte de sua força, de cuidar da Andrea. Ela sabe que faz isso bem. A resposta é: você continua cuidando das pessoas. Você continua sendo parte de uma comunidade de pessoas porque se você não fizer isso, se você se isolar, então você começa a morrer.

EW: E quanto a cena onde você está andando com seus novos pets entre todos esses zumbis, você olha para outro zumbi que parece familiar para você, e então você simplesmente enlouquece e começa a retalhar tudo que vê? Isso é sobre o que?

DANAI GURIRA: Bem, sobre o que você acha que é, Dalton?

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EW: Eu acho que é sobre ela estar irritada e escolhendo ser agressiva ao invés de passiva.

DANAI GURIRA: Para mim, é ela lutando por sua alma. Isso não será eu e isso poderia ser eu. Se eu não tivesse sido uma lutadora desde o inicio, eu poderia ter sido essa mulher, andando com os mortos com sangue em seu rosto, usando as mesmas roupas que estava usando quando o apocalipse começou. Essa parte dela, é a guerreira, é feroz, que estava endurecendo e enfraquecendo e morrendo porque ela estava tão cheia de dor e de trauma, essa mulher apertou o gatilho. Ela é como, porque eu estou andando com um bando de zumbis. Isso não é quem eu sou. Isso é sobre ela lutando por si mesma, ela lutando por sua vontade. Quando ela junta todos eles no final é realmente emocional para ela. Ela está quebrando, ela está aberta, ela está tendo sua purificação. Ela sabe que tem que continuar e lutar. Ela não desiste e morre. Ela não é essa pessoa e não quer se tornar essa pessoa.

EW: Para mim, a parte mais perturbadora do episódio inteiro foi ver a cabeça do zumbi Hershel decapitado. Quão difícil foi filmar isso e finalmente tirar Hershel de sua miséria?

DANAI GURIRA: Foi muito difícil. A cabeça realmente parecia ele. Foi muito sombrio e profundo. Foi doloroso. Ela não ia deixa-lo. Ela apenas termina o serviço. Não tinha chance de ela deixar Hershel ser uma cabeça zumbi mordedora pela eternidade. Ela não pode fazer isso. Ela tinha que encontra-lo e sacrificá-lo, como ela fez com o Governador. Então foi muito sombrio e andar até isso, realmente parecia com ele. Houve um momento emocionante onde tinha apenas dor e sofrimento. Foi realmente difícil olhar para um homem que era tão incrível e tão maravilhoso e ver como ele se afunda.

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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: Kinha / Staff Walking Dead Brasil

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