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CRÍTICA | TWD World Beyond S01E04 – “The Wrong End of a Telescope”: Conexão e união

O quarto episódio de World Beyond, intitulado “The Wrong End of a Telescope” (“A Extremidade Errada de um Telescópio”), chegou e trouxe bastante contexto e profundidade à narrativa da série. Em um misto de flashbacks, diálogos representativos para a história e uma constante tensão no ar, o roteiro nos apresenta momentos do passado importantes para o desenvolvimento de alguns personagens e aprofunda seus contextos de maneira mais eficiente e objetiva do que no episódio anterior.

O episódio mostra o grupo descobrindo uma escola no meio do caminho, aonde resolvem parar para abastecerem suas mochilas, buscando por suprimentos, roupas novas e, com uma chuva aparentemente forte chegando, potes e garrafas para armazenamento de água para que possam seguir viagem. No entanto, dentro da escola, eles se dividem para explorar e assim as dinâmicas são exploradas.

No início, vemos que Felix (Nico Tortorella) e Huck (Annet Mahendru) aderiram realmente à ideia de se unir ao grupo dos adolescentes Iris (Aliyah Royale), Hope (Alexa Mansour), Elton (Nicolas Cantu) e Silas (Hal Cumpston) de seguir à caminho da Civic Republic Military em busca de entender o que aconteceu com Leo Bennet (Joe Holt), o cientista e pai de Iris e Hope. Existe uma resistência por parte dos adultos a aceitar a situação, conforme Felix sugere que ele e Huck comecem a conversar com os jovens sobre voltar para Campus Colony.

Fica claro que, apesar de discordarem de Iris, Hope, Elton e Silas, Felix e Huck parecem ter a intenção de fazê-los entender o perigo da situação para que eles mesmos cheguem à conclusão de que precisam voltar, e não parecem querer usar força ou pressão para resolver o problema, o que os coloca em um patamar de tutoria e cuidado com relação aos jovens, e não de superioridade hierárquica. Nesse ponto, o episódio acerta em como propõe uma nova dinâmica de relação entre adultos e adolescentes.

Quando os grupos Iris e Silas, Huck e Hope, e Felix e Elton se separam para iniciar as buscas por suprimentos é que começamos a entender o rumo do episódio. Ele tende a desenvolver as relações através de diálogos mais objetivos e também intensos. Vemos que Hope está em um lugar de dúvida ligada à sua relação com Iris, que parece estar evitando a irmã devido à conversa reveladora das duas no final do episódio anterior. Através de flashbacks, Leo Bennet é introduzido pela primeira vez, e em um diálogo tocante e profundo com Hope, entendemos que a menina se sente inadequada desde quando seu pai ainda estava em Campus Colony, e talvez também carregue uma certa culpa por não se entender com Leo na época.

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Além de entrarmos na mente de Hope e não só entendermos mais sobre ela como também sobre Iris e o passado das duas na agência de adoção de onde foram adotadas por Leo e sua esposa, somos apresentados também ao lado delicado de Silas, que começa a se permitir a vulnerabilidade justamente com Iris, pessoa que costuma ser aberta e acolhedora com as dificuldades alheias, desenvolvendo uma relação de afeto e zelo para com ela. O momento da dança dos dois na quadra da escola e a música que tocava no walkman de Silas trazem a sensação de uma conexão entre eles, e mostra que, apesar da má reputação que tem em Campus Colony, Silas percebe agora que é possível arrumar companhia amigável mesmo tendo um passado turbulento.

Relances de possíveis traumas de Elton relacionados à claustrofobia vem em rápidas cenas do passado do garoto, onde ele está trancado em uma espécie de armário, mostradas como lampejos de memórias ansiosas no meio de uma crise. Felix auxilia Elton e explica a ele que eles não estão preparados para os perigos do lado de fora dos muros e, em um gesto emocionado e genuíno, conta sobre aqueles que perdeu e as dores que carrega por isso, esclarecendo que não quer mais perder ninguém. Isso parece tocar Elton de alguma forma, e ele dá a entender que pensará sobre a decisão de voltar para Campus Colony.

Explorando diálogos com maestria e delicadeza, “The Wrong End of a Telescope” só deixa a desejar no cumprimento da tensão de uma possível ameaça humana, construída ao longo do percurso do grupo dentro da escola, e que, no final, não era nada além de um lobo selvagem bastante bravo e alguns poucos zumbis que já não nos causam toda aquela tensão de dez anos atrás. No entanto, o episódio entrega intenção e propósito no desenvolvimento dos personagens e, inteligentemente, se encerra com uma foto do grupo, tirada por Elton, demonstrando a união e os laços desenvolvidos até aqui.

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Dhebora Fonseca

Paulista, 22 anos. Jornalista em formação. Livros, séries, filmes e meus gatos me fazem feliz. Apaixonada por estórias pós-apocalípticas. #TeamDaryl e #TeamCaryl.

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