Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do terceiro episódio, S01E03 – “The Tyger and the Lamb”, da primeira temporada de The Walking Dead: World Beyond. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Ao contrário do esperado, World Beyond amorna a narrativa em seu terceiro episódio, intitulado “The Tyger and the Lamb”. Se no início esperávamos momentos surpreendentes e inovadores, agora parece que teremos muito mais diálogos – um tanto arrastados – e ações já bastante conhecidas (vindas da série mãe) desgastando um pouco a paciência do espectador. O episódio se arrasta muito nas reflexões e explicações, e deixa bastante a desejar na condução original da dinâmica da linha da história.
Enquanto os quatro adolescentes tentam passar pela horda de zumbis, problema apresentado no segundo episódio “The Blaze Of Gory“, conhecemos um pouco do passado de Silas (Hal Cumpston) através de flashbacks e sonhos do garoto. Apesar de não deixar claro qual foi a situação que tornou Silas no que ele é hoje, uma pessoa tímida e retraída, a história aparenta estar falando do personagem como alguém que fez algum mal à sua família antes do apocalipse, e encontrou uma chance de viver uma nova jornada em seu presente, junto dos colegas de grupo e, principalmente, de Iris (Aliyah Royale).
Desde o primeiro episódio, vemos que Iris faz tudo o que pode para manter Silas confortável, para que ele entenda que merece ser amado e ter amigos, coisa que, pelos flashbacks, fica bem claro que ele não tinha antes. A relação dos dois se desenvolve aos poucos, de maneira bastante diluída durante o episódio, até culminar em um momento de união muito simbólico ao final do capítulo, quando Iris faz um curativo na mão de Silas e, em seguida, ele a acolhe em um abraço e os dois caminham juntos, abraçados.
Hope (Alexa Mansour), em seu momento de heroísmo e depois de deixar rastros pelo caminho percorrido para ser encontrada por Felix (Nico Tortorella) e Huck (Annet Mahendru), mostra força. Ela quer fazer algo diferente de tudo o que já fez antes, quer salvar as pessoas que ela ama. Para isso, ela se coloca em perigo e vai, sozinha, até um local nas proximidades para ativar uma espécie de sirene para distrair os zumbis com o barulho enquanto seus amigos passam para o outro lado do caminho.
Assim como Silas, os maiores dilemas de Hope estão nas coisas que ela fez no passado, e esse foi mais um bom paralelo construído entre os personagens, uma conexão de sentimentos e situações. A expectativa que fica é que esses paralelos sejam trabalhados com mais fluidez e um pouco menos de monotonia. Hope segue trilhando sua jornada de autoconhecimento e em busca de entender o que fazer com seu passado e quem quer ser em seu presente.
Felix e Huck finalmente encontram os adolescentes e, posteriormente, decidem seguir o caminho com eles até a Civic Republic Military. Nesse ponto, o grupo ganha uma dose de força e abre novamente a brecha para interações divertidas que podem sair dessa situação, já que agora temos duas pessoas experientes intencionadas a protegerem quatro pessoas completamente inexperientes. A sensação é boa quando os dois chegam até o grupo dos jovens, mas não causa tanto impacto no processo de resolução da questão dos zumbis.
Até os quarenta minutos de episódio, a trama entrega mais do mesmo. Os diálogos de “The Tyger and the Lamb” ficam implícitos demais, quase incompletos em alguns pontos, e isso chega a confundir as ideias quando se desvia da proposta do piloto da série, e praticamente se esquece do motivo principal pelo qual o grupo saiu na jornada durante quase todo o tempo de tela.
Os últimos dez minutos, porém, vem carregados de grande tensão ao passo que vemos a Tenente Elizabeth (Julia Ormond) dando um show de autoritarismo para cima de um dos membros da comunidade, e menciona que são mais de 200 mil pessoas alocadas no lugar, além de todos os recursos e força de trabalho nas mais diversas áreas que compõem aquela sociedade.
A Tenente e o soldado discutem sobre o que a CRM fez com os inocentes do Campus Colony, e faz um gancho com uma das cenas mostradas antes na série, em que o Exército da CRM perambula pelo um campo destruído. Sem se explicar muito, o episódio deixa esse gancho a ser resolvido futuramente.
“The Tyger and the Lamb” perde pontos em dinamismo, ação e diálogos e aproveita muito pouco do tempo de tela para de fato evoluir fluida e funcionalmente a jornada principal em busca da CRM. Ao passar quarenta e cinco minutos sem grandes mudanças de cenário ou de rumo, e embora tenha apresentado certas linhas de história e conexões interessantes entre personagens, World Beyond enfraquece a narrativa de certa forma em seu terceiro episódio e mostra que podemos ter de esperar mais do que pensávamos para os momentos marcantes da série acontecerem.
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