Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do primeiro episódio, S01E01 – “Brave”, da primeira temporada de The Walking Dead: World Beyond. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
TWD World Beyond, spinoff da série principal da franquia The Walking Dead, finalmente chegou. Carregada de novidades, a série traz um cenário do mundo pós-apocalíptico já mais estruturado e organizado, tendo em vista que se passa dez anos após o começo da epidemia, e uma narrativa que segue, em princípio, a ideia de transformar o mundo novamente no que ele um dia foi.
O primeiro episódio apresenta Iris Bennett (Aliyah Royale) e sua irmã Hope Bennett (Alexa Mansour), duas adolescentes moradoras de Campus Colony – comunidade construída a partir da antiga Universidade Estadual de Nebraska, bem evoluída social e industrialmente e que conta mais de nove mil sobreviventes. No mesmo cenário, temos a oficial de segurança da comunidade Huck (Anett Mahendru) e o chefe de segurança e instrutor de sobrevivência Felix (Nico Tortorella).
A trama do capítulo gira em torno de um uma missão do lado de fora dos muros de Campus Colony para a qual partem Iris e Hope, junto com seus colegas da comunidade Elton (Nicolas Cantu) e Silas (Hal Cumpston). A atuação genuína e entregue do elenco deixa explícitos os motivos de cada um tomar a decisão de seguir com o plano de encontrar a Civic Republic Military (CRM), comunidade de grande porte liderada pela Tenente Elizabeth Kublek (Julia Ormond) que trabalha no desenvolvimento da cura para o vírus.
O cientista Leo Bennett, pai de Iris e Hope, foi enviado para trabalhar na CRM alguns meses antes do momento presente no episódio, deixando as filhas sob a tutela de Felix, braço direito e como um filho para Leo, mas mantém contato secreto com a família via fax para informa-los, mesmo que minimamente, sobre sua vida na República. Isso acontece porque a CRM fica em um lugar desconhecido. Ninguém em Campus Colony, nem ao menos as irmãs (ou nós, espectadores, até o momento), tem informações sobre a comunidade ou sobre o que se passa nela.
O figurino sóbrio e obscuro dos integrantes da Civic Republic Military traz um tom de mistério à comunidade, além do fato de não sermos apresentados ao local em que vivem aquelas pessoas e nossas personagens principais se mostrarem incertas quanto à procedência da República. Parece uma boa cartada para manter o enigma íntegro o suficiente para dar continuidade à trama gradualmente, e funciona como motivação para os adolescentes buscarem respostas para inúmeras perguntas que o roteiro sugere à audiência.
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No quesito personagens, World Beyond fez um belíssimo trabalho à medida que trouxe personagens femininas fortes e complexas, cheias de potencial para liderança e para mudarem o mundo. Iris Bennett é uma adolescente empoderadora que inspira coragem. Devido à sua notável dedicação aos estudos, ela está determinada a seguir os passos do pai e se tornar uma cientista especialista em imunologia, para poder ajudar na busca da cura pelo vírus.
Embora carregue uma postura equilibrada e muita atitude, Iris luta contra seus próprios demônios internamente e se apresenta como uma pessoa bastante sensível ao revelar que se sente culpada por não ter conseguido impedir a morte da mãe quando “o céu desabou” (expressão usada pelos personagens da série para descrever os bombardeios que ocorreram em várias cidades dos Estados Unidos depois que a epidemia se instalou). Iris explica que, em meio ao caos do momento, ela congelou diante da situação, o que, em sua visão, foi o fator determinante para que ela e seu pai acabassem se separando de Hope e a mãe.
Lembrando a audiência de que estamos lidando com personagens adolescentes, o roteiro insere a figura de Doutora K. (Beth Leavel) como sendo uma espécie de terapeuta para Iris, refletindo sobre a importância de ter com quem desabafar e falar sobre vivências traumáticas do passado para poder superá-las, e instigando Iris a buscar o autoconhecimento e viver no momento presente, fazer algo com a vida que tem.
Hope segue uma linha mais rebelde do que a irmã. Com um gosto peculiar por produção de bebidas alcoólicas e uma atitude confrontadora, a adolescente parece ser impenetrável. Somente a relação com Iris funciona como um porto-seguro para Hope. Apesar de ser pessimista com relação ao futuro do mundo e acreditar que o mundo vai, de fato, acabar, Hope entra na jornada de cabeça quando percebe que está acompanhada da pessoa que mais confia e que pode fazer algo para mudar a dor que sente buscando seu próprio caminho no mundo.
A bagagem emocional pesada e profunda da personagem envolve, como no conflito de Iris, o dia em que “o céu desabou”. Ao se separar do pai e de Iris, Hope e a mãe reencontraram a mulher grávida que pediu ajuda a eles quando a família ainda não tinha se separado na confusão. No calor do momento, a mulher mata a mãe de Hope na frente dela, o que a faz revidar, dando um tiro na cabeça da mulher. Com um passado fúnebre como esse, as atitudes e o humor sarcástico de Hope se justificam e fazem dela uma personagem intrigante.
Assim como nossas protagonistas femininas, os meninos Elton e Silas trazem características importantes que agregam muito valor ao grupo. Elton possui habilidades de Karatê, demonstra muito interesse por história e seu olhar curioso sobre a evolução dos “empties” (nome dado aos zumbis em World Beyond, que significa “vazios”, em tradução livre) traz uma noção de historicidade diante da situação do mundo nos últimos dez anos.
Mais tarde no episódio, descobrimos que a mãe de Elton era a mulher grávida que Hope matou, e a série toma a decisão inteligente de manter essa informação afastada do conhecimento de Elton, o que pode ser um prato cheio para criar uma situação desconfortável a ser resolvida pelo grupo mais à frente na temporada. Essa conexão entre as histórias de Hope e Elton, em especial, deixou um gancho curioso para os próximos capítulos da jornada do grupo.
Silas recebe um pouco menos de destaque do que Iris, Hope e Elton, mas o roteiro justifica isso com a personalidade tímida e introvertida do garoto, e com o fato de ele ser recém-chegado em Campus Colony. Apesar do pouco tempo de tela, é possível perceber que o personagem tem potencial para evoluir ao longo da trama e desenvolver as habilidades necessárias para se tornar a pessoa que gostaria de ser para si mesmo.
E como parece ser algo enraizado na essência do grupo de Iris, Hope, Elton e Silas, encontramos um ponto em comum entre os quatro adolescentes: todos são movidos pela necessidade de autoconhecimento e desafios, e parecem dispostos a lutar contra o que for para alcançarem seus objetivos.
Em sua estreia, World Beyond apresenta personagens cativantes – e muito bem atuados – e aproveita o tempo de tela para explorar as dinâmicas entre eles e contextualizar suas narrativas, entregando uma história sólida que aborda uma nova perspectiva para apocalipse, sem entregar muito sobre o que vem a seguir, mas deixando pontas soltas interessantes de forma inteligente.
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