The Walking Dead: The Ones Who Live

CRÍTICA | The Walking Dead: The Ones Who Live S01E06 – “The Last Time”: O verdadeiro fim

Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do último episódio, S01E06 – “The Last Time” (A Última Vez), da primeira temporada de The Walking Dead: The Ones Who Live. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Foram longos seis anos esperando para ver o nosso xerife Rick Grimes (Andrew Lincoln) novamente. Inicialmente estava prometido uma trilogia de filmes para o cinema trazendo o personagem de volta. Em meio a alguns impasses dentro da AMC, mudaram a trilogia do cinema para o streaming, o que nos leva a The Ones Who Live.

Eu particularmente acho que essa decisão foi mais inteligente, principalmente pela perda de espaço que as telonas tiveram devido a pandemia, enquanto os serviços por assinatura cresciam absurdamente. Assim, uma minissérie de 6 episódios foi idealizada pelos incríveis Andrew Lincoln, Danai Gurira e Scott M. Gimple, cujo objetivo era finalizar a história de Rick e Michonne.

LEIA TAMBÉM:
Criadores de The Ones Who Live falam sobre a possibilidade de uma 2ª Temporada

Os planos ocultos da CRM no Universo The Walking Dead

Como a própria sinopse do episódio diz, os dois têm que operar um milagre quase impossível para saírem do cerco da CRM (República Cívica Militar). Além de terem que destruir o dossiê que Jadis (Pollyanna McIntosh) deixou com todas as informações sobre Alexandria, Rick é chamado para receber o briefing das mãos do Major General Beale (Terry O’Quinn). Ambas as missões são muito bem colocadas em tela, aumentando ainda mais a escala da CRM e o perigo que ela representa. Se antes a gente só sabia do poderio militar que a organização tem, agora todas as suas reais intenções são colocadas em jogo e fazem com que eles (e a gente) repudiem ainda mais toda essa organização.

Advertisement

Gosto muito de como a montagem dessa sequência é muito efetiva, alternando entre a reunião de Rick e Beale enquanto Michonne está no teatro ouvindo como vai ser toda a execução do plano de dizimar Portland. Isso é apenas mais uma das inúmeras atrocidades que a CRM quer fazer. Um detalhe que engrandece a cena é que quando está mostrando as fotos das crianças que foram evacuadas de Portland, a apresentação para justamente no rosto de uma criança que é muito similar ao RJ (Antony Azor). Provavelmente ali Michonne pensou tanto em RJ quanto em Judith (Cailey Fleming) e não conseguindo mais ver aquilo, deixa o teatro horrorizada. Apesar da série ser de Rick e Michonne, a todo momento que eles estão em tela (especialmente Michonne) sentimos a presença dos seus filhos. O tema principal da série é esse, que o amor da família é capaz de acabar com todos os perigos.

Em paralelo, um dos pontos mais altos do episódio é a reunião entre Rick e Beale, ou melhor, a reunião de Andrew Lincoln e Terry O’Quinn. É inegável o quão grandiosos esses atores são, absolutamente monstros em seus respectivos papéis. Todo o tempo de tela que Beale não teve nos outros episódios, ele teve nesse. Apesar de rápida, a dinâmica desses dois aqui é bem desenvolvida, e me fez lamentar mais ainda não termos mais disso no resto da temporada. Dá um gostinho de que foi muito potencial desperdiçado.

É interessante que depois de 8 anos, Beale finalmente viu uma figura de líder em Rick a ponto de apostar nele para liderar a CRM. Depois de tantas investidas em fugas, e quando finalmente teve essa liberdade de ir pra onde quiser, ele voltou, deu confiança pra Beale. Quem se mordeu no episódio 4 por conta das falas dele querer voltar para a CRM e não pra casa, agora finalmente deve entender. A melhor forma de destruir o sistema é fazendo parte dele. A morte do Beale me incomodou, mas eu entendo que essa temporada foi toda planejada para fechar a história. Mesmo assim, se ele tivesse tido mais tempo de tela, sua morte teria muito mais impacto.

LEIA TAMBÉM:
Quem morreu no Episódio 6 de The Walking Dead: The Ones Who Live?

A execução do plano

Eu já tinha pontuado a fraca direção e coreografia das cenas de ação do episódio anterior, mas nesse aqui é o exato oposto. Aquela sequência no elevador é de tirar o fôlego com toda a tensão do medo de que Rick fosse descoberto ali, e ele é. Normalmente, cenas de ação em ambientes claustrofóbicos costumam não ser grandes coisas por conta da limitação espacial. Devido a construção da cena com o Rick levando o corpo do Beale no carrinho, tudo nessa cena é potencializado e a ação é muito bem dirigida. Fiquei até um pouco impressionado com o desfecho dessa sequência, trazendo de volta aquele Rick lá da 5ª temporada, violento e sanguinário.

Advertisement

Por fim, finalmente temos a execução do plano do ataque a toda cúpula de líderes presentes ali na base de Cascadia. No segundo episódio, a CRM ataca e dizima todo o grupo da Michonne com gás cloro, e aqui ela devolve na mesma moeda, mas em uma escala bem maior. Moralmente falando, podemos até questionar o fato de Rick e Michonne se utilizarem de um meio bem cruel para acabar com os inimigos. Mas depois de tudo o que fizeram com o Rick e, principalmente suas ações fora dos muros (principalmente com Omaha), a destruição da CRM ser dessa forma é mais que justa, ainda que possam haver críticas à facilidade com que isso foi feito.

O desfecho do episódio com o reencontro da família é bastante simpático e consegue emocionar a qualquer um que tenha o mínimo de simpatia com esse universo. Pela própria forma traumática que os episódios anteriores trabalharam os traumas de Rick somado ao laço que temos a toda família Grimes, ver eles reunidos é uma recompensa e uma conclusão doce para esses personagens que mereciam tanto isso. Mesmo em pouco tempo contracenando juntos, é perceptível a poderosíssima química de Andrew Lincoln e Cailey Fleming. Desde que Rick e Michonne deixaram The Walking Dead, o reencontro do casal junto com os seus filhos era tudo que os fãs queriam, e aqui eles entregam muito mais.

Em meio a tantas produções desnecessárias, The Ones Who Live é o primeiro derivado que mostra o real potencial de expansão desse universo. Muito da qualidade vista aqui deve-se aos excelentes Andrew Lincoln e Danai Gurira, que conduziram a série de uma forma digna, trazendo novas dinâmicas entre seus personagens e um desfecho feliz da forma que todos os fãs queriam. Mesmo com algumas produções vindo aí, terminado esse excelente spin-off, posso dizer que meu sentimento é que agora The Walking Dead de fato acabou.

E por aí, o que você achou de “The Last Time”, o último episódio de The Walking Dead: The Ones Who Live? Deixe sua opinião e pensamentos nos comentários abaixo!

Advertisement
Caio Sadocci

Redator no site The Walking Dead Brasil. Estudante universitário e viciado no Universo de The Walking Dead.

Disqus Comments Loading...

Últimas Notícias:

Norman Reedus, o Daryl de The Walking Dead, vem ao Brasil para a CCXP 2024

O ator Norman Reedus fará sua estreia na CCXP deste ano em um painel sobre…

19 de novembro de 2024

CCXP24 | Bailarina, novo filme da Paris Filmes com Norman Reedus, tem painel confirmado

Paris Filmes confirma participação na CCXP24 com conteúdo inédito de "Bailarina", do universo de John…

31 de outubro de 2024

CCXP24 | Lilian Mitsunaga é a homenageada do ano no Artists’ Valley

A letrista vencedora de dois prêmios HQMIX também é a autora do pôster e da…

26 de outubro de 2024

CCXP24 revela os 12 finalistas do Concurso Cosplay Master

Concurso acontece no último dia da CCXP24 (08/12) e o grande vencedor levará para casa…

23 de outubro de 2024

CCXP24 | Apple TV+ confirma presença com Ruptura e Entre Montanhas

Apple TV+ anuncia programação para a CCXP24 com experiências emocionantes para os fãs da série…

17 de outubro de 2024

The Walking Dead Deluxe 103: Capas e data de lançamento

Veja aqui todas as informações da versão colorida da edição 103 dos quadrinhos de The…

11 de outubro de 2024