Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do segundo episódio, S01E02 – “Gone” (Passados), da primeira temporada de The Walking Dead: The Ones Who Live. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Se o episódio de estreia foi focado o tempo inteiro no retorno e na contextualização do que aconteceu com o Rick (Andrew Lincoln) depois de anos da explosão da ponte, esse aqui mostra a jornada de Michonne (Danai Gurira) atrás de seu marido.
Diferente do anterior, o que é apresentado aqui é uma narrativa mais linear, sem utilizar muito as passagens de tempo como um artifício do roteiro. Nem seria tão necessário se utilizar disso para contar a história de Michonne, já que não se passou muito tempo desde a sua saída de The Walking Dead (oposto do Rick, já que o gap temporal desde a sua retirada foi de 6 anos).
O episódio começa com Michonne se apresentando para a líder do grupo do casal que ela salvou lá na 10ª temporada da série principal, que estão dispostos a ajudá-la no que for preciso como forma de gratidão. Michonne se junta a caravana do grupo para seguir em busca de Rick, o que a coloca em uma dinâmica bastante interessante com os novos personagens, principalmente com Nat.
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De início, gostaria de elogiar a carga dramática trazida nesse episódio. Se por um lado o episódio passado nos trouxe um Rick quebrado e desesperançoso, aceitando o fato de que não reencontraria a sua família, a jornada de Michonne é marcada por resiliência e coragem. Aqui, Danai volta de forma exuberante e entrega uma atuação impecável, conseguindo passar de forma ultra realista toda a incerteza, medo e esperança que sua personagem carrega. Sua interpretação fica mais valorizada ainda com o elenco de apoio que aqui está presente, o que talvez seja o maior acerto e erro ao mesmo tempo desse episódio (mais tarde vocês vão entender).
Uma das coisas que mais me agradou nesse trajeto que a Michonne tem que fazer para chegar aonde quer, é o fato da iminência do perigo frente a maior horda já vista em todas as produções de The Walking Dead. O grupo alerta Michonne de que os caminhantes estão em migração no norte (justamente onde ela precisa chegar), e que ir até lá seria suicídio. Faz muito tempo que os walkers vêm sendo colocados de escanteio, tendo os roteiristas preferindo arriscar em tramas mais políticas e sociais e muitas vezes esquecendo a maior ameaça deste universo. Até acho interessante essa abordagem para não saturar o gênero, mas acredito que necessite ter uma dosagem para não se desviar. Nisso, parece que The Ones Who Live soube equilibrar muito bem, tendo a épica cena dos walkers incendiados no primeiro episódio e a imensa horda neste, ao mesmo tempo que se aprofunda em todos os personagens que são colocados em tela.
A horda é tão grande que mesmo com aquela arma explosiva, Michonne não conseguiu sequer dar o mínimo de dano no rebanho, precisando da ajuda do seu grupo, que fizeram duas explosões em maior escala para dividir a horda no meio e abrir caminho para o norte.
Continuando a jornada, temos a cena que mostra exatamente o que a CRM (República Cívica Militar) é capaz de fazer e sua tamanha crueldade. Em World Beyond já tinha sido mostrado o massacre sem escrúpulos de Omaha e Campus Colony, e aqui, mesmo em menor escala, vemos mais um ataque químico. Talvez aqui tenha sido a vez que Michonne mais chegou perto da morte desde The Walking Dead, sobrando apenas ela e Nat enquanto o grupo todo da caravana é exterminado.
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Assim como no primeiro episódio, temos a mesma passagem de tempo, colocando Rick e Michonne exatamente no mesmo ponto da história, mostrando novamente a queda do helicóptero, só que agora a partir da visão de Michonne e Nat. Ver toda essa sequência de uma outra perspectiva engrandece demais a montagem do episódio, ainda mais sem nenhum corte (diferente do episódio passado). O reencontro que todos nós estávamos esperando por tanto tempo finalmente aconteceu e, na minha visão, não poderia ser melhor. Toda a naturalidade misturada com um show de atuação de Andrew e Danai e uma trilha sonora espetacular foi tudo que os fãs sempre quiseram e acredito que ninguém tenha nada a reclamar do encontro.
Entretanto, não é só de flores que vivem os fãs de The Walking Dead. Por mais que o foco de The Ones Who Live seja Rick e Michonne, acho que a morte do Nat foi uma decisão bastante precipitada. A última vez que eu tinha me apegado por personagens novos tinha sido justamente no episódio de despedida do Rick, com todos do grupo da Magna. Acho que seria interessante deixar esse personagem vivo, ainda mais que ele teria uma motivação para ajudar a derrubar a CRM por todo o massacre com o seu grupo. Infelizmente não vai acontecer.
A montagem da sequência final também merece uma sequência de aplausos. O corte da Michonne olhando toda a dimensão e poder militar da CRM, torna-se simbólica demais por focar no isqueiro do Nat, podendo ser uma prévia do que venha acontecer no final da série (ainda mais com todo o material promocional da série sendo desenvolvido em volta do fogo). A cena final do episódio é marcada pelo retorno de Jadis (Pollyanna McIntosh), que já deixa o Rick avisado que numa eventual sexta tentativa de fuga, toda sua família corre risco. Ela mostrou ser o primeiro obstáculo a ser superado se Rick e Michonne quiserem voltar para casa. Fortes emoções nos aguardam nos próximos episódios.
Assim como o episódio de estreia, o segundo episódio de The Ones Who Live apresenta um excelente ritmo, não deixando a peteca cair em nenhum momento. Os aspectos técnicos aqui (tanto fotografia quanto trilha sonora) engrandecem o episódio e dão uma cara mais cinematográfica para o episódio. Se continuar nessa pegada, não me restam dúvidas de que The Ones Who Live poderá chegar na mesma qualidade ou até superar a série principal.
E por aí, o que você achou de “Gone”, o segundo episódio de The Walking Dead: The Ones Who Live? Deixe sua opinião e pensamentos nos comentários abaixo!
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