Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do primeiro episódio, S01E01 – “Years” (Anos), da primeira temporada de The Walking Dead: The Ones Who Live. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
“Finalmente!” Essa é a palavra que todo fã de The Walking Dead estava guardando para gritar desde quando o protagonista desse universo deixou o elenco da série principal para passar mais tempo com a sua família. Quase 6 anos depois Andrew Lincoln volta a interpretar o impiedoso Rick Grimes ao lado de Danai Gurira (Michonne) no mais esperado spin-off “The Ones Who Live“.
O novo projeto de seis episódios tem os dois não apenas como atores, mas também como idealizadores e criadores, o que com certeza é um grande ponto positivo para a série já que Andrew e Danai interpretaram seus personagens por anos e os conhecem como ninguém. A qualidade de tê-los nessas posições é bastante perceptível nesse episódio.
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Após explodir a ponte na 9ª temporada de The Walking Dead, Rick foi salvo por Jadis e levado a uma das bases da organização militar mais poderosa do planeta, a CRM (República Cívica Militar). Durante todos os anos desde o seu sumiço, sua família acredita que ele está vivo e o procura, mesmo sem certeza. O panorama muda completamente na 10ª temporada, mais especificamente no último episódio de Danai Gurira, quando Michonne descobre que seu marido está vivo e parte em uma busca pessoal para encontrá-lo. A partir desse ponto se inicia a jornada de The Ones Who Live.
Logo de cara, o que mais me impressionou nesse piloto foi a forma como a narrativa nos é apresentada, não seguindo uma narrativa linear durante todo o episódio. Acredito que durante todos os episódios a história vai seguir nessa linha de brincar com as passagens de tempo para explicar detalhadamente os acontecimentos durante todos os anos que Rick esteve nas instalações da CRM e o que aconteceu com Michonne desde que foi embora.
O episódio é focado o tempo inteiro no Rick, que está incessantemente querendo voltar para sua casa e para sua família e fazendo absolutamente tudo o que for necessário para conseguir, inclusive decepando a própria mão para sair das amarras da República Cívica Militar. O roteiro trabalha muito bem essa insistência do protagonista de fugir, que após quatro tentativas mal sucedidas, se mostra desesperançoso em conseguir voltar para casa. Aqui nos é apresentado um Rick do avesso e quebrado como nunca visto antes, nem mesmo com as grandes perdas que teve durante os anos de The Walking Dead.
Com essa versão do Rick é que Andrew Lincoln brilha e particularmente para mim, é a melhor atuação de sua carreira. O ator consegue passar perfeitamente todas as emoções de seu personagem para o público, inclusive me deixando agoniado em certos momentos, principalmente com as inúmeras atitudes radicais que ele toma em meio ao desespero. Com todas as expectativas e apelo que essa série deve ter nos Estados Unidos, espero que Andrew seja reconhecido na temporada de premiações, mesmo sabendo que é difícil já que o trabalho do ator foi completamente ignorado pelas academias na época em que a série principal estava sendo exibida.
Embora todos os olhos estejam voltados para Rick Grimes, é impossível ignorar os personagens de apoio que aqui são apresentados para nos contextualizar sobre a CRM. Em primeiro lugar precisamos exaltar o excelente trabalho de Lesley-Ann Brandt (Lúcifer) como a agente Pearl Thorne. Me surpreendeu demais como a personagem foi colocada aqui como o oposto de Rick. Enquanto ele quer fugir para reencontrar sua família, ela acredita no propósito deles de ajudar a República Cívica e esquecer o passado, e é aí que Rick é confrontado pela realidade e perde suas esperanças. Excelente química entre os dois atores.
Outro que não passa despercebido é Craig Tate (Okafor), que mesmo sendo um personagem que inicia e termina a sua jornada no mesmo episódio, teve tempo suficiente para ser desenvolvido e se mostrar um personagem interessante. Toda a questão dele saber sobre a família do Rick por causa das cartas que ele tentava deixar para a Michonne agora podem estar nas mãos da CRM, o que pode ser uma gigantesca ameaça. Falando em ameaça, temos uma curta cena de diálogo entre Rick e o Major General Beale (Terry O’Quinn) nesse episódio. Embora seja de curta duração, é perceptível toda a frieza do ator, mostrando ter um grande potencial para causar uma dor de cabeça durante a série, principalmente por mostrar ter inteligência e cinismo.
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Quanto aos aspectos técnicos, The Ones Who Live mostra ser impecável, apresentando qualidade cinematográfica. Vale ressaltar o excelente figurino que foi escolhido para os soldados aqui, bem mais sofisticados do que aqueles mostrados em The Walking Dead: World Beyond. A trilha sonora escolhida para a série casa perfeitamente com o que cada cena propõe, principalmente a belíssima música escolhida para a abertura da série (a mesma que toca no final de The Walking Dead). Aqui está tudo perfeitamente alinhado com o que o roteiro propõe.
Outro ponto alto desse episódio é a sequência final. Acho incrível o Rick contar um pouco mais do seu passado, algo que era um pouco escasso na série principal mas que adiciona muitas camadas para o protagonista. O momento logo é interrompido pela derrubada do helicóptero que ele estava pilotando, numa cena espetacularmente tensa e bem dirigida. No momento que vi quem derrubou o helicóptero, eu já estava emocionado pelo o que estava por vir. Uma pena o momento ter um corte tão abrupto, mas mal posso esperar pela cena completa.
Após 6 longos anos, The Ones Who Live nos traz de volta o maior e melhor personagem desse universo e explica o por quê dele nunca ter conseguido voltar para casa. Andrew Lincoln entrega novamente um incrível Rick Grimes repleto de camadas e momentos memoráveis. Com tal investimento absurdo que a AMC está trazendo para este projeto, a série prepara o terreno para uma jornada de amor épica entre Rick e Michonne.
E por aí, o que você achou de “Years”, episódio de estreia de The Walking Dead: The Ones Who Live? Deixe sua opinião e pensamentos nos comentários abaixo!
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