Scott M. Gimple é um homem ocupado. Mas como a produção da última temporada está chegando ao fim, o diretor (em sua terceira direção em seis temporadas) teve tempo para responder perguntas sobre o episódio do último domingo, onde um personagem principal talvez tenha morrido.
Perto de terminar o terceiro episódio da sexta temporada de The Walking Dead, “Thank You”, Glenn Rhee, interpretado por Steven Yeun, apareceu cercado por zumbis. Mas os fãs da série permanecem sem acreditar que Glenn se foi, mesmo quando Gimple disse no Talking Dead (o programa que vai ao ar depois de The Walking Dead) que veríamos “uma versão de Glenn novamente”, sendo isso em flashbacks ou algo.
Gimple conversou com o Los Angeles Times por telefone para expor as reverberações do último episódio. Confira:
O Glenn morreu?
Scott M. Gimple: Que pergunta direta. Tive que dar um passo incomum para divulgar uma nota sobre isso. Isso não faz parte normalmente ao contar histórias. Acho que isso responde a pergunta de um jeito super ambíguo.
Fazer aquela afirmação em “Talking Dead” foi bem incomum. O que te estimulou a tomar aquela decisão?
Scott M. Gimple: Acho que é o aspecto pós-programa. É legal que nossa série proporciona discussões sobre todo tipo de coisa. Muito de The Walking Dead é sobre “O que você vai fazer?” e o Talking Dead se tornou isso. Houve muita discussão sobre a série e pensamos “Podíamos ter um lugar para as pessoas discutirem a série.”
Sabendo que haveria toda essa discussão e teorias, pareceu que jogar um suspense na mistura era uma boa ideia. Parece que o silêncio, por algum motivo, foi encarado como dizendo algo em si mesmo.
Você estava consciente do bafafá do final da 5ª temporada de Game of Thrones quando fez esse plano para lidar com a repercussão desse episódio?
Scott M. Gimple: É engraçado, essa temporada foi bem ocupada, então eu não sabia de Game of Thrones até eu terminar de produzir, então me deram um spoiler, bem desaparecido. Então eu tentei fechar meus olhos para o fato que havia algo com Jon Snow porque eu realmente não queria ter spoilers, mas eu vi rapidamente os tabloides. Além disso, se houve algum outro bafafá, eu não sei nada sobre.
Você andou procurando como a internet reagiu à situação de Glenn?
Scott M. Gimple: Essa coisa toda foi bem na hora que estávamos fechando a temporada inteira, que foi uma das mais ocupadas do ano, então tive vislumbres sobre isso durante todo o trabalho.
Como foi o processo com os atores quando você teve que contar uma história grande e chocante para eles?
Scott M. Gimple: Falei com os atores durante o ano sempre que algo grande acontecia com seu personagem, de morte para eles perpetuarem. Eles tinham uma ideia do que estava por vir. Normalmente estamos alguns episódios à frente, às vezes é um pouco mais apertado que isso, às vezes, há um grande tempo de espera no que diz respeito à discussão. É um elenco muito grande, mas ainda tento me comunicar com os atores com frequência, especialmente quando é sobre coisas dramáticas.
Glenn foi um dos personagens mais moralmente corretos da série, quase um personagem de inserção do público, e no meio de um apocalipse zumbi, muitas vezes você precisa de um “chapéu branco”. Você está preocupado com o equilíbrio daquela sensibilidade avançar, se o Glenn está ou não vivo?
Scott M. Gimple: Acho que todos esses personagens têm suas dificuldades com o que é realmente moral e imoral em um mundo que mudou fundamentalmente o significado de civilização, do que ser é uma pessoa. Glenn não matou Nicholas, não é o que ele é. Ao mesmo tempo, ele não queria que Nicholas fosse para fora. Infelizmente, ele se encurralou nessa situação. Ele disse a Nicholas na estreia da temporada “Você não deveria estar aqui”, aí as coisas começaram e não havia saída. Mas Glenn não falou “Eu não te matei e você é maravilhoso”. Ele acreditava que Nicholas tinha um longo caminho e estava preocupado por estar perto dele.
Em séries onde os personagens estão perpetuamente em perigo de morte, às vezes você vai ouvir os diretores dizendo que qualquer um pode morrer, ninguém está a salvo. Isso é uma declaração precisa? Você acha que há personagens que estão a salvo na história que você tenta contar ou sente que a história é forte o bastante para sobreviver à perda de alguém como Daryl, Michonne ou Rick?
Scott M. Gimple: Posso dizer que quero que todos esses personagens sejam capazes de se manterem sozinhos. Acabamos de ter um episódio semana passada que não mostrou Rick, Michonne, Daryl e Glenn, e as pessoas aparentaram gostar. Na segunda metade da 4ª temporada, eu fiquei bem orgulhoso de ter uma estrutura que focava só em alguns personagens e não vimos todos os personagens toda hora. Quero que todos os personagens sejam fortes o bastante para contar uma história sobre eles, por conta própria. Acho que tem bem mais a ver com o enredo e fazer nosso conjunto o mais forte que pode ser. Mas esse conjunto sendo o mais forte faz a história poder ser contada sem os personagens grandes e principais.
Quão em dívida você está nesse momento com as histórias que os quadrinhos contaram?
Scott M. Gimple: Os quadrinhos são o DNA da série, e há muito dos quadrinhos que queremos contar o mais parecido de como descompactou nos quadrinhos quanto possível. Mas, uma vez que temos todos esses personagens, histórias podem se transferir de personagem para personagem, como algo que acontece com um dos personagens dos quadrinhos que pode não acontecer com seu homólogo da TV, ou pode acontecer com outro personagem da série.
Realmente, uma das principais coisas que tento fazer com a série é chegar nessas grandes cenas, nesses momentos super emocionantes dos quadrinhos que eu amo tanto, e mostrá-los na TV de jeitos que são bem fiéis aos quadrinhos, e ao mesmo tempo pode ser surpreendente para os leitores dos quadrinhos, ou pode ser integrado na história em geral de um jeito bem verdadeiro, porém bem diferente.
Você vê uma oportunidade única de ser capaz de contar uma história que pode surpreender e entreter tanto os fãs dos quadrinhos quanto os da série? Isso é um desafio que você adota?
Scott M. Gimple: Sim, eu amo isso. É muito difícil porque você quer manter a história dos quadrinhos e às vezes não pode, e às vezes você assume os riscos de usar essas histórias de jeitos diferentes para elevar outras coisas, potencialmente para sentir toda aquela coisa que você sentiu nos quadrinhos mais ainda.
Mas eu amo isso, eu tenho uma bíblia. Temos uma coisa que é a base de tudo, e os momentos que estou desesperado para ver nas telas, e ao mesmo tempo temos que chegar até lá de maneiras criativas. É bem legal.
Além disso, há muito que Robert Kirkman (criador dos quadrinhos de The Walking Dead) trás à série que não tem nada a ver com os quadrinhos, histórias que são diferentes dos quadrinhos. Isso é ótimo, me sinto muito sortudo de poder contar aquela história na televisão e fazer funcionar de um jeito diferente.
Vendo como tudo isso tem funcionado e olhando para o resto da temporada, isso está se desdobrando do jeito que você esperava, contando com a reação dos fãs e a história que você conta? Você se sente bem sobre onde está agora e onde está indo?
Scott M. Gimple: É estranho, é como se eles mostrassem um carretel do filme, aí as luzes se acendem, em seguida eles falam “Ei, o que todo mundo acha? OK, agora vamos para o próximo carretel do filme”, e as luzes se apagam e mostram o próximo. É um grande filme.
Quando eu assisto séries que amo, amo que durante o dia que será lançada eu fico “Espere, o que eu estou ansioso para ver hoje a noite? Ah merda, essa série está naquela parte que eu preciso cavar.” Amo fazer parte disso na vida das pessoas, essa é minha recompensa. Damos às pessoas algo para esperar toda semana, e enquanto isso eu tenho que me preocupar com as pessoas surtando sobre as reviravoltas da história.
Gostaria apenas de incentivas às pessoas a assistir toda a temporada porque todas as perguntas serão respondidas. É muito legal que eles estão reagindo de alguma forma nesse ponto, mas ainda há muitos capítulos, um monte de carretéis do filme para assistir e conseguir obter toda a imagem.
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Fonte: Los Angeles Time
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