11ª Temporada
CRÍTICA | The Walking Dead S11E13 – “Warlords”: Lobo atrás da porta
Warlords foi o décimo terceiro episódio da 11ª temporada de The Walking Dead. Veja a nossa crítica ao episódio e discuta conosco.
Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do 13º episódio, S11E13 – “Warlords”, da 11ª temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Maggie, Lydia e Elijah seguem em direção a uma comunidade depois de receberem um aviso inesperado. Aaron e Gabriel são enviados em uma missão pela Commonwealth.
O que parecia ser apenas mais um episódio filler – apenas para enrolar a gente – acabou se tornando um episódio muito bom, construído a partir de uma montagem precisa e com reviravoltas muito boas, entregando ação e desenvolvendo ainda mais a história por trás da nova comunidade da série de TV.
Todo o episódio foi bem cíclico. Apresentando conflitos citados em momentos anteriores do próprio episódio e da série, como a constante revelação de que “outros” nunca são confiáveis e até de tramas anteriores, como a citação de “canibais” – como os do Terminus na quarta e quinta temporada.
Começamos com Lydia se despedindo de Elijah depois de decidir deixar Hilltop e ir em direção a Commonwealth. Seus planos são interrompidos quando um rapaz baleado aparece com um mapa e um pedido de socorro que emite antes de morrer. O primeiro debate do episódio se dá pelo fato de que Maggie escolhe por não ir atrás desse pedido de socorro. Hilltop perde cada vez mais habitantes e, além disso, eles estão se recuperando do ataque dos Sussurradores, ou seja, falta comida, arma, alojamento… tudo está por um fio.
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Quando Maggie diz que eles talvez não deveriam ter ajudado outras pessoas anteriormente, ressalta tudo que ela já perdeu quando Rick ou algum outro dos líderes dos nossos protagonistas resolveu ajudar alguém estranho. Raramente isso deu certo. E talvez esse “egoísmo” é o que pode comprometer ou salvar o restante de seu povo. Porém, convencida por Elijah e Lydia, eles seguem em direção a Riverbend.
No carro, Lydia e Maggie discutem, novamente, sobre a decisão da garota de ir embora de Hilltop e sobre os motivos da líder não aceitar a aliança com a Commonwealth. É interessante como ambas estão certas nesse embate.
A garota cresceu em uma comunidade em guerra contra tudo e todos. Lydia aprendeu com Alpha, sua mãe, que “confiança = morte”. Não existia a possibilidade de que alguém fora dos Sussurradores, daquela família, fosse fiel e confiável. Mas, apesar disso, ela aprendeu que existia segurança fora daquele lugar. Então, ser acolhida pela Commonwealth seria similar ao que aconteceu com ela ao ser recebida em Alexandria – com a vantagem de que ela conseguiria a oportunidade de aproveitar regalias que ela nunca sequer imaginou antes.
Apesar disso, Maggie vê isso tudo como uma oportunidade de perder aquilo que ela conquistou e de ameaçar a segurança de toda a sua comunidade ao entregar tudo de bandeja para pessoas que vivem como se a humanidade continuasse como era antigamente. Pessoas que “não foram testadas” como eles foram, que não entendem a gravidade em que o mundo se encontra. Pessoas que acham que vivem em um modelo de sociedade que não mais se encaixa tão bem no cenário atual.
Ao contar a história sobre como Hershel fez tudo o que pode para não vender a fazenda dos Greene durante uma grande crise, ela faz um paralelo com o que Commonwealth está fazendo com ela e as demais comunidades e faz uma ligação direta com o outro caso, que se revelará mais para a frente no episódio.
Enquanto eles continuam em direção a Riverbend, encontram três soldados de Commonwealth, todos mortos e reanimados. Nisso, eles se encontram com Aaron, que conta o que aconteceu até então.
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Acontece que Aaron – que está morando na nova comunidade – estava em uma “missão de acolhimento a imigrantes” junto com Gabriel, Toby Carlson (chefe de Aaron, responsável pela missão) e Jesse (o rapaz que aparece baleado em Hilltop). Eles foram enviados para tentar acolher um grupo, que contava com mais ou menos 40 pessoas, e morava em um complexo no meio do nada.
Para desarmar o pessoal do Complexo, Aaron usa o fato de que Commonwealth vinha deixando comida e água para eles a um tempo, e que o fato de eles pegarem os suprimentos mostra que eles realmente estavam precisando da ajuda da comunidade, que eles estavam vulneráveis. E isso liga totalmente com o que Maggie havia falado no começo do episódio sobre Hershel e a fazenda.
Como bem citado por Gabriel – que faz referência aqui ao episódio “Um a Mais”, da 10ª temporada -, esse plano não tinha como dar certo. Já existia um sentimento de que algo estava errado já devido aos soldados enviados junto com eles, para uma comunidade grande e claramente hostil. Toda a tensão construída em torno do que iria acontecer com os protagonistas nos leva a expectativas bem diferentes do que acontece de fato.
Toby Carlson, que se escondia atrás de uma fachada extrovertida e até mesmo cringe, era na verdade um ex-agente da CIA (!) que estava lá a mando de ninguém menos que Lance Hornsby. Mais uma vez vemos Hornsby chantageando pessoas e agindo pelas costas de Pamela Milton. A missão era na verdade uma tentativa de recuperar um comboio de suprimento – que estava sendo desviado indevidamente por Hornsby – que havia sido roubado, aparentemente, pela comunidade de Riverbend.
Aaron e Gabriel se tornam, então, reféns de Toby, que vira a chavinha e começa a agir como um psicopata clássico. Se bem que, na verdade, a postura dele ainda combina bem com a forma que ele vinha agindo anteriormente. Se tornou claro que a “energia positiva” dele até então era apenas ironia e deboche, numa pesada tentativa de fugir do seu instinto de violência, que faz um link com o seu alcoolismo.
O personagem, enquanto conversa com Hornsby, fala sobre como ele está a quase quatro anos sóbrio e como ele gosta da sua vida atual, como ele gosta de ser “zen” e precisar usar a violência como modo de sobreviver. E, assim como um gole de bebida alcoólica, seu “outro eu” vem à tona completamente quando ele acaba experimentando a brutalidade de outrora.
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Outro que parece ser perseguido por violência aonde quer que vá é Negan, que é o grande salvador da pátria nesse episódio de retorno dele desde “Não Há Outro Jeito”. Ele é o responsável por enviar Jesse a Hilltop e alertar Maggie e também salva Gabriel – que, em efeito cascata, dá abertura para Aaron fugir.
Negan iniciou como um vilão sem muitas qualidades. Ele era mau e um assassino cruel. Graças a interpretação cheia de carisma de Jeffrey Dean Morgan, o personagem se tornou um dos mais queridos do público e, assim como nos quadrinhos, ele começou a se tornar uma figura mais humanizada. No ponto em que a série está, Negan procura se distanciar do seu passado e do rastro de sangue que ele foi um dos responsáveis por deixar. Ele deixou Lucille para trás e, junto a isso, tentou se tornar uma nova pessoa.
Vemos que, depois de deixar Maggie e o resto do grupo para trás depois da missão contra os Ceifadores, Negan acabou encontrando a comunidade de Riverbend e se aliou a eles. Naquele momento, em que Toby está matando um por um em busca dessa carga desaparecida – que eles negam serem os responsáveis pelo roubo –, Negan sente aquilo como, mais uma vez, o chamado da violência. O cansaço no olhar dele significa que ele entende que novamente vai precisar matar em nome da paz de seu povo. Jeffrey continua entregando muito para o personagem crescer.
Terminamos o episódio com a promessa do embate entre o Toby e os nossos protagonistas, além do novo reencontro entre Maggie e Negan – com o anúncio de uma série protagonizada pelos dois após o fim de The Walking Dead, esse encontro realmente iria acontecer em breve.
Mais um bom episódio na reta final de The Walking Dead que mistura ação e trama política muito bem, dando cada vez mais espaço para o futuro possível embate “Hilltop vs. Commonwealth” ou “Maggie vs. Daryl“.
E por aí, o que você achou de “Warlords”, o décimo terceiro episódio da 11ª temporada de The Walking Dead? Deixe sua opinião nos comentários!