CRÍTICA | The Walking Dead S11E10 – “New Haunts”: Miragens Perfeitas

Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo episódio, S11E10 – “New Haunts”, da 11ª temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Daryl e Rosita começam a iniciação no exército de Commonwealth. Carol procura formas de ajudar Ezekiel. Um baile de máscaras termina de maneira inesperada.

E chegando a marca de um mês de que os nossos protagonistas – ou a maior parte deles – chegaram a Commonwealth, os problemas começaram a aparecer. O lugar que parecia ser um retorno a um modelo de sociedade igual a de “antes da Queda” se mostrou exatamente isso. É engraçado notar que apesar do apocalipse zumbi, a forma que Alexandria, Hilltop e o Reino tratavam seus habitantes era quase como uma sociedade igualitária. Eles se tratavam e se organizavam de maneira coletiva, dividindo suprimentos e responsabilidades como um time.

E vemos que não é bem assim que a banda toca em Commonwealth, que aplica uma abordagem política tradicional de divisão de classes, precarização do serviço e as famosas trocas de favores habituais. Quando eles imaginaram a “volta da civilização” que a comunidade trás, esqueceram de colocar esse lado na balança. Os asilados de Alexandria são colocados em habitações de péssima qualidade, os demais trabalhadores da cidade são tratados como inferiores e impossibilitados até de comer uma simples manga. Isso para não citar os bilhetes de loteria e a promessa de ascensão social instantânea.

Enquanto durante a manhã temos um evento mais “geral” para comemoração do Halloween, a noite temos o evento para as pessoas “importantes” da comunidade. O evento sediado pela governadora Milton tem o intuito de reafirmar status. Dentro, comida e bebida abundante para a high society; do lado de fora, pessoas que querem fazer parte daquilo, mas o máximo que conseguem é sonhar; e no meio termo, os trabalhadores, que servem e trabalham tão próximos aos outros para nunca alcançar aquele status.

LEIA TAMBÉM:
– Por dentro do episódio “New Haunts” de The Walking Dead com Angela Kang

E nisso, é interessante a nova dinâmica de Connie nesse momento. Ela costumava ser uma repórter, e reassume esse papel nessa nova sociedade. Ela, anteriormente, foi responsável por “chutar o tio dela [Pamela] do Congresso]”. Um rixa que vem desde antes da civilização cair e que vai ser ressuscitada com o decorrer da temporada e com as ações da revolução que provavelmente vão levantar a poeira de muita sujeira da Governadora.

E sobre o peso do flashforward do episódio passado, Daryl e Rosita começam a treinar com Mercer para ingressar nas forças armadas da comunidade. Dentro de todos os acontecimentos, Dixon falhando em uma atividade em grupo e depois se desentendendo com Sebastian, o filho da governadora Pamela Milton é o que mostra uma evolução legal do personagem.

Em outros tempos, esse seria o momento em que Daryl iniciaria uma guerra civil entre as comunidades por implicar com o filho da chefe, porém, isso muda quando o arqueiro presenteia o garoto com uma “oferta de paz” no fim do episódio. O fato é que as palavras de Judith e Rick Jr. o afetaram quando eles disseram que mesmo após Alexandria estar segura, eles gostariam de continuar onde estão.

LEIA TAMBÉM:
– Quem morreu no 10º Episódio da 11ª Temporada de The Walking Dead?

Enquanto uns lutam, uns usam os seus dons de espiã. Carol, preocupada com o estado de saúde de Ezekiel, procura uma forma de barganhar por um atendimento mais rápido para seu ex. Esse enredo é engraçado por mostrar uma faceta interessante de Lance Hornsby. Ele sem dúvidas possui sua influência nos mecanismos da cidade, e Carol se volta para ele na tentativa de suborná-lo para ajudar o Rei, mas, enquanto isso, ele mostra cada vez mais sua sede por reconhecimento. Tanto nas tentativas de se mostrar útil a Pamela quanto na frustração palpável que ele mostra ao ser “desaplaudido” depois da chegada de Mercer no baile mostram o quanto esses jogos de ego são importantes e vão mover o restante da temporada. Ele quer reconhecimento e não vai parar antes de consegui-lo.

No Baile, no ápice do episódio, temos o soldado – Tyler – que Princesa subjugou no trem no episódio “Splinter” da 10ª temporada, que aparece servindo mesas. Ele faz a secretária da governadora de refém enquanto fala sobre como a sociedade é desigual ali, sobre como Pamela e os outros não ligam para ninguém além deles, sobre como mesmo ele sendo alguém disposto a dar a vida por aquele local, eles o tratam como um nada.

LEIA TAMBÉM:
– The Walking Dead 11ª Temporada Episódio 11 – Rogue Element

Depois que Tyler foge, Daryl o captura antes que ele atente contra sua própria vida e o entrega a Sebastian para que o garoto diga que ele foi o responsável pela captura – mesmo que todos saibam quem capturou o cara de verdade. Antes de ser levado, porém, Tyler diz que existem centenas como ele, insatisfeitos e dispostos a tentar fazer qualquer coisa para que tudo melhore. A lealdade de Daryl e Rosita, novamente, aparenta dar uma leve fraquejada.

Três dias depois, Daryl aparece com o uniforme da Tropa, em uma casa mobiliada e arrumada, com presentes para Judith e tudo mais. Uma grande diferença de como eles são mostrados no começo do episódio. E não só ele, mas Espinosa também aparece completamente trajada e ela é a responsável por achar, no que parece ser o apartamento de Tyler, uma sala completamente voltada a uma revolução contra Pamela e seu exército.

PS: Apesar de não ser uma série que apresenta casais muito “shippaveis”, eu achei muito fofa a cena entre Princesa e Mercer assim como a Carol falando para o Daryl convidar Connie para o Baile.

PS 2: Algumas mudanças ficaram muito legais e bem sutís como o fato de que além do cabelo, Kelly aparece usando um dispositivo auditivo, o novo visual de Princesa e o irmão de Yumiko, Tomi, aparece agora como médico e não mais como confeiteiro.

E por aí, o que você achou de “New Haunts”, o décimo episódio da 11ª temporada de The Walking Dead? Deixe sua opinião nos comentários!