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CRÍTICA | The Walking Dead S10E11 – “Morning Star”: Despedidas

Morning Star foi o décimo primeiro episódio da décima temporada de The Walking Dead. Veja a nossa crítica ao episódio e discuta conosco.

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo primeiro episódio, S10E11 – “Morning Star”, da décima temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Os sobreviventes de Hilltop não terão vida fácil, e “Morning Star” (Estrela da Manhã) tentou deixar isso claro desde o início, nos entregando um episódio repleto de momentos que pareceram despedidas e acertos de contas, em um capítulo bonito que, de certa forma, pode até emocionar os fãs mais apegados à certas caras de The Walking Dead.

Não conseguimos ter a menor ideia do que vai acontecer daqui para frente, quem vai sobreviver, quem vai se sobressair, mas o desenrolar da décima temporada e as dicas das HQs podem sim nos dar alguma perspectiva do futuro de alguns personagens.

E nessa iminência toda de guerra, “Morning Star” ainda nos deixa na curiosidade sobre Stephanie e as novas possibilidades que podem aparecer na série com o fim do arco dos Sussurradores. Ou seja, além de estarmos tensos e ansiosos com o conflito com a imensa horda de Alpha, ainda ficamos na expectativa sobre o que a nova personagem tem para nos oferecer, e o que a comunidade em que ela mora trará para o futuro de The Walking Dead. O capítulo deste domingo nos deu muitos ingredientes, e o resultado foi muito bom.

PREPARATIVOS DOS SUSSURRADORES

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“Morning Star” começa com uma cena entre o mais novo casal de The Walking Dead: Negan e Alpha estão juntos em meio aos preparativos para atacar Hilltop, e a líder mascarada pede para ser flagelada pelo novo aliado. Logo depois, Negan também foi açoitado.

Alpha teve uma chance de ouro de desfalcar gravemente os inimigos, mas o confronto dela contra Daryl no capítulo anterior terminou empatado. A Sussurradora ainda teve o que considera um momento de fraqueza ao chorar de saudade da filha, Lydia, com quem encontrou quando estava fraca pelos ferimentos do conflito. O açoite, então, serviu como castigo por ter “falhado” e fraquejado? Provável, uma vez que, se ela não permite que os sobreviventes que caminham com ela demonstrem esse tipo de emoção (a irmã de Gamma ter deixado o bebê para os walkers na nona temporada é prova disso), então ela também não pode se permitir nada nesse sentido.

Já as varetadas em Negan serviram como “ritual de iniciação” do ex-Salvador para andar entre os mascarados. Logo depois, vemos a horda se deslocando em direção a Hilltop, e os Sussurradores proferindo seu hino: “Nós somos o fim do mundo”. Alpha e Beta aparecem neste cenário, mas pela primeira vez vemos Negan usando uma máscara e caminhando entre os vilões. Mais do que isso, vimos a junção da marca registrada de dois arcos de vilões em The Walking Dead: a máscara de pele de errante e a inconfundível jaqueta de couro que marca a trajetória de Negan até aqui.

Interessante reparar como Negan ganhou a confiança de Alpha e logo se tornou um braço direito da líder dos Sussurradores. No entanto, é possível ver alguns traços de dúvida na cabeça do ex-Salvador sobre a decisão de soltar a horda e liquidar os inimigos. Tanto é que ele tenta convencê-la de que a melhor decisão, neste caso, é tentar uma rendição, fazer com que eles “dobrem os joelhos” em uma clara alusão à sua época de líder vilão, e propor que eles se juntem aos Sussurradores. Alpha concorda com o conselho, mas logo revela que quer sim que Hilltop se junte ao seu grupo, mas como parte da horda.

Essas interações entre Alpha e Negan podem ser as mais importantes pensando no futuro dos Sussurradores. Será que ela notou essa dúvida sobre o novo homem de confiança? Será que Negan fará algo a respeito, repetindo o que fez a ela nas HQs? Se sim, como ele vai escapar do restante dos Sussurradores? Me parece que uma das poucas esperanças dos sobreviventes reside aí.

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HILLTOP

Em Hilltop, Earl e Alden são irredutíveis e não permitem que Mary veja a sobrinha, que foi resgatada pelo ferreiro. Os dois não confiam na ex-Sussurradora, uma vez que o grupo de mascarados assassinou duas pessoas amadas por eles: a esposa de Earl, Tammy, e Enid, namorada de Alden.

Alguns rostos que estavam sumidos neste retorno de The Walking Dead deram as caras em “Morning Star” e um deles é o de Ezekiel. O Rei resgatou Carol de um refúgio após as decisões erradas tomadas por ela, que desencadearam a soltura da horda para cima dos sobreviventes. Ela descobre o câncer do rei e, ciente que a chegada dos errantes pode liquidar com toda comunidade e, por consequência, todos os seus moradores, se entrega ao ex-marido. Além do ar de despedida, pela iminente luta e pelo câncer do Rei, a cena foi interessante também porque pudemos ver Carol mais solta e, não necessariamente bem-humorada, mas inserida em um ambiente onde se sente mais à vontade. Sentimos falta dessa Carol.

Enquanto isso, ao descobrirem que Alpha está a caminho com sua horda, inicia-se uma discussão entre as lideranças da comunidade sobre ir embora ou ficar, e quando eles resolvem sair, dão de cara com uma antiga armadilha de Negan: as saídas das estradas bloqueadas, que cerca a todos. Ao verem que não têm escapatória, eles resolvem proteger as crianças da comunidade e lutar.

Quem também apara as arestas com o Rei neste capítulo é Daryl, que deixa de lado todo clima estranho com Ezekiel, por conta da relação que os dois têm com Carol, e o resultado é um diálogo muito interessante do capítulo. O respeito entre os dois sempre prevaleceu, mas agora eles conseguiram colocar isso em palavras. A trégua entre eles é simbolizada pela promessa de proteger as crianças em caso de derrota na batalha que está por vir.

Logo depois, Daryl tem a chance de conversar com Judith, logo antes da luta. A jovem, que mais cedo estava tentando contato com a mãe pelo rádio, dá um presente ao amigo: um colete para usar no confronto. Daí vem a segunda dica do que pode salvar Hilltop: Michonne foi embora com Virgil para a comunidade misteriosa, e, por mais que a personagem vá deixar a série nesta temporada, sua participação ainda não acabou. Quando foi embora, Virgil disse à Samurai que sua comunidade tinha uma arma que poderia derrotar os Sussurradores. Será que Michonne voltará para salvar Hilltop neste momento difícil?

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Mais um diálogo forte, talvez com menos cara de despedida, foi entre Carol e Lydia. Interessante como The Walking Dead não se preocupa em deixar claro qual o sentimento de uma pela outra, e o resultado disso é a interação mais interessante entre duas personagens atualmente na série. Quando Carol promete matar a mãe da jovem, é claro que Lydia é contra a ideia, ao dizer que isso não vai parar os Sussurradores, mas deixar de matar Alpha não é algo que ela pediria à mãe de Henry. Quando Carol pergunta se, ao matar a líder Sussurradora, a garota vai odiá-la, Lydia diz, com muita razão, que não será nela que estará pensando.

Por fim, antes da batalha definitiva, mais um encontro que pode servir como despedida: Carol e Daryl. Apesar de simples, o diálogo parece preencher tudo o que ela esperava, uma vez que só queria a certeza de que não perdeu o amigo. Daryl admite que jamais conseguirá odiar Carol, mesmo com as recentes decisões tomadas por ela, e assim os dois partem para a luta.

A GAROTA DO RÁDIO

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No meio disso tudo, Eugene segue conversando com Stephanie, a garota que encontrou pelo rádio, e os dois começam a trocar as primeiras informações sobre suas comunidades. Por mais que a nova amiga do cientista ainda não se sinta confortável em dividir mais detalhes sobre seu lar, a relação de confiança entre os dois vai fazendo com que ela fique menos relutante, já que as constantes conversas construíram uma relação de confiança entre eles. Tanto é que Eugene revela onde mora, em um passo arriscado, tendo em vista que Stephanie ameaçou nunca mais respondê-lo caso algo saísse do controle nessas conversas.

Eugene tem a primeira pista de onde a potencial aliada pode estar quando ela fala sobre o satélite que viu caindo algumas noites atrás. O objeto caiu próximo à casa do cientista e, se ela conseguiu ver, só pode significar que eles estão relativamente perto. Ele então começa a deixar mais claras suas intenções de conhecer a comunidade que pode se tornar uma potencial aliada, e mais do que isso, de conhecer Stephanie, a quem tem desenvolvido sentimentos.

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Quando revela que está em Virgínia, Eugene resolve então propor este encontro e se dispõe a deixar que ela escolha vê-lo e, se não gostar dele, que vá embora. Apesar de concordar com a ideia, Stephanie segue cautelosa, dizendo que seu povo é assim, mas resolve conversar com eles e comentar sobre o possível encontro.

No entanto, apesar de tudo parecer caminhar para que este date saia do papel, Rosita descobre sobre a conversa entre os dois e responde ao rádio. Stephanie, que prometera parar de responder caso alguém mais descobrisse sobre os diálogos, some, e Eugene se desespera. É aí que Rosita vê que o amigo gosta da correspondente, e o próximo encontro entre eles serve para tirar a prova. Ela diz ao cientista que, se quiser, ele pode beijá-la, e todos nós sabemos que Eugene sonhou com este momento desde suas primeiras aparições em The Walking Dead. E ele simplesmente não consegue. O que ele sempre quis, sempre sonhou, esteve perto de acontecer, mas agora ele tem uma chance de superar esse amor que nunca foi correspondido.

Rosita então alerta Eugene que Stephanie também gosta dele, então ele deve lutar por ela. E lutar, neste caso, significa, literalmente, bem, lutar. Isso porque primeiro eles têm que passar pela horda de Alpha. O cientista, então, se “despede” de Stephanie através da música que ela queria que ele cantasse no começo do capítulo. Sem mencionar que Hilltop está prestes a entrar em um conflito que pode ser fatal para toda comunidade, ele marca o encontro dentro de uma semana, e promete estar lá. Nesse caso, a despedida pode ser o início de uma nova vida para Eugene.

ESTRATÉGIAS

No começo da décima temporada de The Walking Dead, vimos os sobreviventes, liderados por Aaron, treinando formações militares, e essas formações foram usadas, afinal, no posicionamento inicial de todos os lutadores à espera da horda. Apesar de toda a tensão que cerca a batalha, todos mantêm seus postos e esperam a cerca elétrica montada por Eugene. Depois, tentam se livrar de alguns walkers pela cerca de arames.

No entanto, qualquer estratégia fica para trás quando os Sussurradores apresentam sua arma secreta. As bombas de seiva, seguidas por flechas de fogo. Percebendo que estão molhados com o material inflamável, todos resolvem recuar, e nessa mesma hora os Sussurradores acertam as flechas nos muros de Hilltop, que pegam fogo, ao mesmo tempo em que a cerca não resiste à quantidade de walkers. Todos estão cercados.

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Vendo os sobreviventes na situação em que estão, por enquanto é possível enxergar uma sobrevida para eles nos dois cenários citados neste texto: o retorno triunfal de Michonne ou alguma ação de Negan contra Alpha. A perspectiva que o final de “Morning Star” apresentou ao fim do capítulo não é otimista, e a tendência é que este conflito seja o adeus de alguns personagens, que parecem ter se despedido ao aparar algumas arestas. Faltam quatro episódios para o fim da décima temporada. Quatro episódios para um possível fim do arco dos Sussurradores.

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