Post destinado a comentários do episódio “The Calm Before” da nona temporada de The Walking Dead. Muitos spoilers poderão (e serão) encontrados por aqui. Se você ainda não assistiu e não gostaria de ter as surpresas do episódio “estragadas”, não prossiga. Você foi alertado!
Este post está destinado à exposição de ideias sobre tudo o que pode estar acontecendo na série. Utilize os comentários abaixo para compartilhar conosco suas teorias.
SINOPSE: A feira no Reino está em andamento, com as quatro comunidades se reunindo em uma comemoração pela primeira vez em anos; enquanto alguns pactos são renovados, outros negócios virão a um preço muito mais alto.
Escrito por: Geraldine Inoa & Channing Powell
Dirigido por: Laura Belsey
Indo contra antigas tradições e quebrando formatos de narrativa utilizados a exaustão nos últimos anos, The Walking Dead entregou um de seus mais chocantes episódios em muito tempo e preparou terreno para uma season finale que promete ser, no mínimo, interessante.
Antes de mais nada, acho válido comentar o quão quebrado fiquei após o episódio – um dos motivos para o atraso desta breve discussão. Mesmo tendo o infeliz contato com alguns spoilers sobre as vítimas das estacas, nunca pensei que o choque da perda me deixaria literalmente sem palavras quando visse tudo em tela.
Escrito por Channing Powell e dirigido pela estreante Laura Belsey, “The Calm Before” foi como um presente para a audiência que vem acompanhando a série há nove anos. Dividido em “três atos” – diversão, terror e lágrimas -, o esquema de storytelling utilizado aqui não apenas enriqueceu o estudo e composição de personagens, como preparou o palco para um dos mais sanguinolentos massacres que a televisão já teve o (des)prazer de testemunhar.
DIVERSÃO
Como há muito tempo não se via em TWD, os personagens que aprendemos a amar (ou odiar) tiveram tempo para respirar. Com a feira do reino finalmente acontecendo, a audiência teve a chance de relembrar o carinho sentido por cada um dos sobreviventes, com o capítulo sabendo brincar com emoções nas mais diversas sequências – seja no emocionante reencontro entre Judith e Carol, no abraço em família de Rei, Rainha e Henry, no romance de Alden e Enid ou até mesmo na troca sincera de sorrisos entre Michonne e Tara, todas as cenas aqui parecem importar e carregar presságios de que há uma energia sombria ao redor de cada uma delas.
TERROR
Quando o episódio passa a focar nos Sussurradores, entretanto, todo o ar de felicidade é trocado por uma áurea maligna e pesada, com a tensão sendo aumentada a medida em que Daryl, Carol, Michonne e Yumiko se encontram presos na armadilha criada pelos inimigos – variando desde uma luta com zumbis na floresta, passando pela infiltração de Alpha na feira e a escolha da mesma pelas vítimas, até a demonstração de poder com o “mar de mortos” do grupo nômade.
LÁGRIMAS
E como se tudo antes citado já não fosse o suficiente, o momento-chave do episódio chega com a reconstituição de uma cena clássica dos quadrinhos – que aqui recebeu um pequeno twist -, a famosa ‘’cena das estacas’’.
Com um ar cinematográfico que varia desde a direção até a trilha sonora e a edição, o momento é de gelar a espinha: Daryl, Michonne, Carol, Siddiq e Yumiko não somente são obrigados a ver os corpos decapitados de seus amigos, como precisam carregar o peso de voltar ao reino com tais notícias e tentar processar a situação por completo.
Apesar de algumas mortes caminharem no insignificante (o que espelha muito bem o evento nas HQs), o impacto gerado pelas três finais já é o suficiente para pensar nas mudanças/tramas que trarão para a série: o que será de Hilltop sem Enid e Tara? Seria este o motivo para trazer Maggie de volta? E quanto a Carol e Ezekiel? Como eles suportarão a perda de Henry e da vida que lutaram por anos e anos?
Como disse no começo, é um episódio complicado. Ao mesmo tempo que beira a bizarrice, consegue ser poético e emocionante como os momentos mais cruciais de The Walking Dead.
Em termos técnicos, a direção se supera e consolida a nona temporada como a melhor no aspecto desde as duas primeiras temporadas. O mesmo pode-se dizer quanto a cinematografia. Quanto às atuações, Melissa McBride, Katelyn Nacon, Samantha Morton e Eleanor Matsuura provavelmente merecem um crédito especial.
Faltando apenas um episódio para terminar uma das melhores temporadas da história de The Walking Dead, resta apenas um questionamento: onde estava esta qualidade nos últimos 2, 4 anos? É complicado. Mas é muito bom ser parte da resistência e ter agüentado a jornada até aqui.
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