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Review The Walking Dead S09E13 – “Chokepoint”: Um mar de decepções

Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo terceiro episódio, S09E13 – “Chokepoint”, da nona temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Após semanas intensas, The Walking Dead decepcionou sua audiência pessimista. Decepcionou em tornar ainda mais difícil aos haters condenar o trabalho que Kang vem desenvolvendo no nono ano da série. Isso porque, Chokepoint soube trazer as maiores reviravoltas em uma trama bipartida, mas totalmente bem construída. Aliás, o episódio deu motivações para cenas das semanas anteriores terem sido mostradas. O uso de humor leve tem sido característica marcante de vários momentos e parece funcionar bem com o terror da trama principal.

Em uma visita geral pelos cantos da internet que tratam da série, é possível notar que grande parte do público se agradou. Por mais que Chokepoint não tenha ido longe no desenvolvimento da história, prendeu a atenção.

As pequenas referências constroem uma história circular

O Reino está quase pronto para a feira.

Como dito anteriormente, Chokepoint mais uma vez demonstra a importância de cada cena no trabalho de Kang. Apesar de em outros anos termos vários momentos jogados ao vento, apenas para atrasar mais a história, a nona temporada tem feito diferente. Nenhuma cena aparece sem ser posteriormente encaixada em algo maior. É o caso da busca do Reino pelo projetor.

Após Jerry chegar de uma missão nas ruas, ele informa sua liderança que encontrou problemas no lado externo. Com uma carta enviada por um grupo autointitulado “Saqueadores“, Ezekiel recebe uma ameaça à feira. Rapidamente, Dianne lembra que em Hilltop se comentava sobre Jed e remanescentes dos Salvadores estarem atacando pelas estradas. E, em mais uma costura de enredo, Carol com veemência diz que não acredita que seja esse o caso (óbvio, ela os queimou vivos).

Então, a comunidade decide ir atrás da resolução do problema, para que a feira – a última das esperanças para o local – não seja arruinada. Chegando ao ponto de estadia dos Saqueadores, o Rei é ameaçado ainda mais. A forma de operar do bando é saquear (por isso o nome) todos os que passarem pelas ruas e furtar seus pertences, ao menos que seja pago pedágio. Ezekiel então propõe que eles acordem em o Reino conceder alimentos e água em troca deles trabalharem pelas seguranças das ruas. Mas, o líder, acaba caçoando da cara do Rei.

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Quando o confronto é iminente, Carol faz a proposta mais improvável – que deixa até Ezekiel incrédulo: que os Saqueadores trabalhem para eles em troca de assistirem filmes através do projetor conseguido em Bounty. Para a surpresa de todos (até de Carol), instantaneamente eles aceitam. Um desfecho humorado e bem pensado para o projetor.

Tara, a líder de Hilltop

Tara e um pequeno grupo vão para o Reino e enfrentam problemas.

Já se encaminhando para a feira, Tara leva alguns residentes de Hilltop para as ruas. Enquanto limpam as estradas  tomadas por galhos que impedem a passagem, o grupo é atacado por uma horda de mortos. É nesse momento que ela demonstra sua liderança, designando funções para cada um dos sobreviventes. Ocorre que a situação fica complicada, pois são mais walkers que se esperava. Entretanto, quando tudo parecia perdido, no horizonte surgem cavaleiros que os livram dos mortos. A audiência logo nota que se trata dos Saqueadores. O homem que lidera o grupo diz para Tara que veio fazer sua escolta até o Reino.

Ou seja, mais uma vez fica demonstrado como a história tem se montado e atado todas as pontas soltas em nós fixos. A única questão que fica estranha é que, anteriormente os sobreviventes se empenharam em uma guerra para evitar o modus operandi de Negan. Contudo, agora, Carol e Ezekiel firmam um acordo exatamente semelhante às propostas dos Salvadores. Fornecer suprimentos em troca de segurança de suas ruas. Até quando isso irá funcionar?

Chokepoint não deixou muita fuga para o roteiro

Os detalhes foram bastante relevantes nessa semana.

No inicio do episódio, vemos que a ação de Daryl em Guardians foi altamente periculosa para o grupo de Alpha. Em dado momento vemos que Beta garante a um dos cooperadores que foi mordido que ele será um dos guardiões – o modo como eles chamam os walkers. Ainda, ele lhe fala que ele será do bando como sempre foi.

É interessante notar que mais uma vez o roteiro se importa em dar vazão a cada segundo de episódio. Essa cena se encerra mais na frente, quando Beta lidera uma horda para encontrar Lydia. Daryl, do alto do prédio onde estão dispara um dardo contra um dos guardiões que é justamente o rapaz mordido. Assim, além de estar com a garota, Dixon consegue despertar mais ira no vice líder dos Sussurradores. Isso porque o impossibilita de cumprir a promessa feita de que o rapaz seria para sempre parte do bando.

O núcleo central da história ofereceu alta dose de ansiedade e terror

Connie e Daryl lideram dois adolescentes contra os Sussurradores.

Começo dizendo que tudo indica um afunilamento para Connie e Daryl. Norman e Lauren (Ridloff) tem uma química bastante intensa. Todas as cenas construídas para ambos consegue ser bastante carregada de leveza. Quando Connie deixa um recado claro para ele que ela não abandonará Lydia, acredito que o coração da audiência se derreteu. E, a atitude da mulher faz que Daryl automaticamente mude sua postura e aceite lutar pela permanência da garota com eles.

Entretanto, não foi de leveza que esse arco foi carregado. As cenas efetuadas em ambientes de baixa iluminação e em paisagem hostil, trouxeram um terror e uma tensão já quase típica do que envolve os Sussurradores. A chegada de Beta ao prédio, bem como a luta dos sobreviventes contra os antagonistas, foi desoxigenador.

A cena do Cão voando sobre os inimigos homenageou Shiva – assim como sua estatua no Reino. Depois disso vemos Lydia decidida a fazer o que for necessário para estar longe da mãe e seu grupo. Aliás, até mesmo a cena de romance adolescente entre os dois foi útil para que no desfecho Daryl se posicionasse.

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A luta entre Beta e Daryl

Beta e Daryl são uma atração fatal.

Se as demais cenas foram ótimas, houve uma que superou toda a expectativa. O embate entre Beta e Daryl foi animalesco e prendeu os olhos de quem assistia. Daryl estava ali sendo esmigalhado pelo grande homem e, pela terceira semana consecutiva, teve que usar o instinto de sobrevivência. Levando o antagonista central desse episódio para a frente do elevador do prédio, Daryl teve a chance de atirá-lo pelo poço do mecanismo.  Assim, eles conseguiram se livrar dele e seguir em frente.

Ao menos, foi o que acreditaram. Ao final do episódio vemos que Beta está vivo e com mais fome de vingança do que nunca. Provavelmente, daqui para a frente não haverá mais qualquer tipo de piedade e Beta terá um alvo certo em toda a sua caminhada. Daryl precisará ter cuidado redobrado para não pagar com a própria vida depois do que aconteceu em Chokepoint.

Nossa opinião

Da leveza ao terror, Chokepoint colidiu ânimos diferentes.

Conseguindo equilibrar o humor, a leveza, o terror e a angústia, todos somados a uma grandiosa dose de emoções pulsantes, Chokepoint conseguiu convergir para seu alvo. Além de desenvolver ainda mais personagens recém inseridos, consegue abrir margem para novas histórias e direcionar a temporada para um fim promissor.

Todos os arcos na história equilibraram humor e terror. No Reino, tivemos o terror de um grupo apontando armas para as majestades, ao mesmo tempo que Carol encerrou o embate como se contasse uma piada. Noutro lado tivemos a angustiante sequência do prédio, intercalada por Connie manipulando os sentimentos de Daryl em uma cena bastante cômica e leve. Já nas ruas, vemos Tara enfrentar a morte de todos os membros de Hilltop, sendo a total tensão aliviada pela chegada dos Saqueadores, dando humor para o desfecho de quem se vende por um cinema.

Angela Kang prova que episódios de transição e fundamentação de clímax – que veremos nas próximas semanas – podem ser coerentes e agradáveis. Mesmo que a história esteja se difundindo e se desdobrando em novas tramas, o foco central nunca é perdido. Diferentemente do que foram as temporadas passadas, os episódios de meio não parecem fazer a audiência se sentir enrolada ou ter sua inteligência questionada. Na verdade, bem pelo contrário, as tramas constroem uma narrativa inteligente, fazendo com que os espectadores liguem as histórias por si só.  Isso tudo, fora as referências espetaculares que ligam toda a trama desde o primeiro momento da nona temporada. O circulo está se formando perfeitamente e não há desperdícios. Ou seja, Kang veio para decepcionar os haters em suas capacidades argumentativas contra um trabalho bem feito.

E você? Concorda com nossa opinião? Discorda? Queremos saber quais são suas expectativas para o desfecho da história. Aproveite e vote na enquete:

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Carlos Knewitz

Gaúcho, nascido na primeira metade dos anos 90 e com memória fotográfica. Estudante de Direito e extremamente viciado em escrever. Aficionado pelos quadrinhos de Robert Kirkman, fã de The Walking Dead e Fear the Walking Dead. Apaixonado por Carol Peletier e Alicia Clark e, sucessivamente, por suas intérpretes.

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