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Review The Walking Dead S09E12 – “Guardians”: Um episódio para os chatos

Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do décimo segundo episódio, S09E12 – “Guardians”, da nona temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

O episódio dessa semana seguiu o modelo padrão estabelecido por The Walking Dead: bipartir a trama em dois núcleos que se constroem para um desdobramento nas próximas semanas. Longe de ser um episódio ruim, Guardians, no entanto, pareceu dar voz aos chatos. Isso é, para alguns dos personagens que mais têm irritado o público com seus posicionamentos frente as adversidades. Dentro desse pacote está o arco de Rosita e os três interesses amorosos, Michonne e Henry. Enquanto isso, o destaque vai para os Sussurradores e Daryl e Connie – sem esquecer do Cão, o astro maior.

Mas, como citado na semana passada, nós como audiência precisamos lembrar que todos os núcleos são necessários para a construção do todo. E com certeza toda a encenação entre os residentes de Alexandria no que concerne o amor e suas particularidades, bem como o ir ou não para a feira, se atrelarão ao aterrorizante enredo de Alpha.

Michonne está cedendo

Michonne muda de ideia durante o episódio.

Desculpem-me, mas Michonne desde o desaparecimento de Rick se tornou maçante. A insistência em declarar que o que importa é que Alexandria sobreviva, ao passo que vê velhos amigos do Reino sofrerem com a deterioração do local chega a ser mesquinho.

De fato não é plausível arriscar a vida das pessoas que contam com sua liderança para salvar a vida de outros. Mas em nenhum momento a mulher parece se inclinar a um aspecto de empatia. Às vezes parece que os seis anos que se passaram foram suficientes para apagar totalmente da mente de Michonne que Carol arriscou a própria vida para salvar todos quando estavam nas mãos de canibais.  Ainda, se o Reino está em ruínas, muito se dá ao tanto que eles foram cooperantes com os planos de Rick.

Ademais, toda a história construída com o antigo líder dos Salvadores também foi pífia. Negan parece estar vivo simplesmente por causa de quem o interpreta e não pela sua necessidade na trama. O personagem está perdido, sendo reduzido a um leve alívio cômico vez ou outra, tendo poucos segundos de tela e limitado a poucas falas. Sua relação com Judith desencadeou em Michonne a oportunidade de que uma nova votação fosse feita para decidir sobre a feira, mas com enredo tão frágil que soou irrelevante.

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E agora, um parágrafo polêmico – baseado numa simples ojeriza à atriz após sua passagem no país e os seus atos subsequentes ou tendo total sentido. Danai Gurira parece estar completamente indisposta ao interpretar Michonne. Suas cenas dramáticas pareceram questionáveis e o momento em que ela se depara com Judith a espiando repercutiu como em um besteirol americano. A cena e a interpretação foram dignas de teatro escolar em aula de artes ou literatura.

Rosita e o dramalhão mexicano

Rosita e três homens.

Preciso ter cautela em tocar nesse assunto. Embora totalmente desanimador, o arco que parece ter sido inspirado em alguma novela mexicana com Thalía, é totalmente útil e inspirado nos impressos de Robert Kirkman. Ainda que tenha sido transformado em uma adaptação que inclui e dá motivações a Gabriel, parece totalmente desnecessário pensar que quatro personagens estão vinculados na trama.

Foi extremamente gentil e demonstrou muito o caráter oposto de Eugene no passar dos anos (com certeza faz parte de desvinculá-lo com sua imagem junto aos Salvadores no oitavo ano) a forma como ele instrui o Padre a dar continuidade no relacionamento, mesmo confessando seu amor por ela. Destarte, dói no cientista, mas no fim ele quer que tudo dê certo para todos eles.

Embora saturada, a trama dos personagens está sendo construída para provavelmente trazer fidelidade e verossimilhança aos eventos que constituem o futuro. Para o próximo passo de algum desses, uma ligação emocional precisava ser traçada. Ficou óbvio que dali, já podemos estar preparados para dar adeus a pelo menos um. A trama segue os quadrinhos nesse aspecto ou irá inovar?

Trama que apagou todo o restante

Alpha é uma líder sem escrúpulos.

Os Sussurradores chegaram da forma mais sublime possível. Nesse episódio tudo o que lhes envolvia foi surpreendente. Desde os momentos em que Alpha parava para conversar com a filha, e automaticamente seus inferiores as cercavam e andavam em círculo para protegê-la, até o próprio acampamento. Ficou óbvio o quão animalescos e selvagens eles são. As pessoas comendo carne crua diretamente do chão. A desossa de animais. Além do mais, o quão numeroso é o grupo de Alpha. Muito distante dos dez que Lydia chegou a mencionar.

Cenas aterrorizantes como a da decapitação e o esfaqueamento de seu namorado mostraram mais um pouco da sua frieza. E novamente fomos levados a entender que ela sempre teve uma mente adoecida. Quando narrando para Beta sobre o dia em que ela viu a filha sufocar até quase morrer com um saco plástico, Alpha demonstra o quanto lhe dá prazer a agonia e o sofrimento alheio.

Toda a sua trama traz à voga novamente o questionamento se ela seria uma ameaça para as comunidades se não fosse provocada. Será que ela não estaria satisfeita se Henry, Daryl e Connie não os tivessem seguido?  Inclusive, falando nos dois últimos, a interação entre ambos os personagens é agradável. Além disso, o plano de Daryl ao final do episódio para salvar Henry e subsidiariamente Lydia, foi bastante inteligente. Basta saber como eles farão para apagar seus rastros e para não levar Alpha de volta aos portões de Hilltop.

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Nossa opinião

Embora com subtrama frágil, o episódio conseguiu se manter sobre o enredo desenvolvido para os Sussurradores. Nas últimas semanas, inclusive, tem parecido que eles são os protagonistas da história, já que os heróis anteriormente conhecidos estão envolvidos em temáticas lentas e distantes das que tinham outrora.

A atuação de Samantha e Cassady é brutal. Ambas chegam com voracidade e fome de mostrar o seu melhor no que tange a interpretação do roteiro. The Walking Dead ainda é uma das maiores séries e, isso a torna uma janela para os atores.

Daryl se firma cada vez mais como personagem central. Se por anos sua falta de enredo próprio eram um problema, parece que o espaço aberto pelas ausências de personagens importantes lhe deram oportunidade. Ainda, não tem parecido forçoso o seu protagonismo. Mesmo que não seja um líder, Daryl tem conseguido se posicionar e agir como figura necessária.

Ainda precisamos entender Negan na história. Isto é, até o momento, parece estar desligado totalmente de seu segmento nos quadrinhos e estar perdido na trama. Afinal, tem se tornado semanalmente irrelevante e sua ida até o Santuário pareceu totalmente inócua. A fuga não lhe adicionou muito e nem gerou enredos de questionamentos. Prova disso é que ninguém se importou muito com seu desaparecimento.

Dessa forma, Guardians demonstra que The Walking Dead continua a crescer e se afastar do vexatório oitavo ano. Mas, ao mesmo tempo parece estar se apoiando em um arco de antagonistas que não será muito extenso. Será que conseguirão que os personagens se desenvolvam ao ponto de se tornarem independentes de vilões para serem concisos?

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E você, sentiu o mesmo por Guardians? Conte para nós seus sentimentos e pensamentos quanto a trama do décimo segundo episódio da nona temporada. Aproveite e classifique o episódio em nossa enquete:

Carlos Knewitz

Gaúcho, nascido na primeira metade dos anos 90 e com memória fotográfica. Estudante de Direito e extremamente viciado em escrever. Aficionado pelos quadrinhos de Robert Kirkman, fã de The Walking Dead e Fear the Walking Dead. Apaixonado por Carol Peletier e Alicia Clark e, sucessivamente, por suas intérpretes.

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