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Review The Walking Dead S09E02 – “The Bridge”: O futuro começou

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Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do segundo episódio, S09E02 – “The Bridge”, da nona temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!

Depois de uma introdução inovadora na semana passada com A New Beginning, a série de zumbis mais conhecida em todo o mundo retornou com o seu segundo episódio, The Bridge. Com um enredo repleto de núcleos e fatos concorrentes, a trama foi agradável para quem assistia e remontou aspectos da segunda temporada da série. Tudo indica que a crítica internacional estava sendo coerente quando, ao assistir os três primeiros episódios, julgou a nona temporada como uma retomada à qualidade que tinha em seus primeiros anos.

Um dos pontos mais positivos já comentado na semana passada foi a ação dos personagens principais juntos. O público vinha de anos de série em que os protagonistas, que desde a temporada inicial sobrevivem juntos, simplesmente não interagiam em ponto algum da trama. Aparentemente tivemos uma mudança drástica nesse aspecto, vendo num mesmo episódio Rick, Carol e Daryl ao mesmo tempo que Maggie e Michonne, deixando reforçado o que já foi suscitado na semana antecessora de que os protagonistas em sua essência necessitam uns dos outros para manter coesão de enredo.

Outra continuidade que pode ser um dos marcos dessa nova fase da série é o fato de não estarmos internalizados completamente em uma comunidade. Desde o episódio passado podemos ver os heróis nas ruas – e na floresta – novamente. Por mais que as comunidades ainda estejam ali, Rick e seus parceiros estão construíndo um mundo muito além dos muros que protegem suas casas em Alexandria, Hilltop, Reino, Santuário, Oceanside e Toledo – o que é Toledo, afinal?

Daryl e Justin entram em atrito.

Em aspectos diretos, a trama se subdividiu e tivemos a construção da ponte trinta e cinco dias depois de A New Beginning. Nas obras, os Salvadores auxiliam com o maior número de pessoas, cumprindo a determinação de Maggie para que ela pudesse contribuir com a alimentação do Santuário.

Enquanto Carol e Ezekiel possuem uma cena romântica – e que talvez seja indicativo de um dos primeiros casais que vá funcionar organicamente na série desde sua concepção – Henry vai ao trabalho, não sem antes deixar um beijo no rosto da mãe. Na ponte, o garoto ajuda com a hidratação dos trabalhadores e é nesse momento que Justin tenta crescer pra cima do menino. O fato gera atrito entre o Salvador e Daryl que no fim são separados por Rick.

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A ponte não foi um título escolhido apenas para significar o artefato físico, mas também para demonstrar o elo de ligação entre dois homens que não conseguem mais se manter próximos após decisões tomadas. Rick e Daryl estão em obras em sua amizade e Carol executa a dura tarefa de ser a ponte entre os dois.

O grupo precisa combater uma horda.

Um dos pontos altos desse episódio com toda a certeza foi o momento em que um dos explosivos que desviaria uma horda não funciona (mais tarde descobrimos que é por omissão de Justin) e os mortos partem em direção aos trabalhadores na ponte. É nesse momento que Aaron tem seu braço esmagado por toras de madeira e é salvo por Daryl, no último segundo, que o leva para Enid – a nova médica auxiliar – que acaba por amputar o membro do pai de Gracie.

O 35º dia de construção é finalizado com todos reunidos no acampamento, aparentemente cansados e ao mesmo tempo felizes pelo que estão fazendo. Rick tem uma conversa com Justin e o expulsa do local, pedindo para que não retorne. Ao longe vemos o líder observar Carol aceitando o pedido de casamento de Ezekiel e rindo. O xerife está feliz na forma como as coisas tem dado certo e as pessoas tem finalmente conseguido encontrar o que precisam uns nos outros, como Carl desejava.

Uma das cenas que não pode ser simplesmente descartada é a do acasalamento das rãs. Depois de tanto tempo descobrimos que Gabriel é um padre não católico-romano, o que não o obriga ao celibato. Anne não perde tempo e os dois acabam se envolvendo em uma fogosa cena. Ao mesmo tempo que a audiência ficava perplexa, o humor ácido nas entrelinhas era notado. Os dois se desvencilham e a antiga chefe do lixão vai cumprir seu horário de vigia, quando o helicóptero reaparece – por quê, Deus?

As pessoas finalmente parecem estar dando um passo além da sobrevivência.

Em Hilltop, Michonne – a cavaleira solitária – vai ao encontro de Maggie para lhe informar que o etanol prometido pelos Salvadores não chegou até ela visto que por algum motivo inexplicado, os Salvadores que cruzam as estradas acabam desaparecendo subitamente sem deixar rastros. A integrante dos Grimes tenta convencer Rhee que os moradores do Santuário estão tentando cumprir sua parte no acordo e que precisam de alimentos, mas Maggie é irredutível.

Nessa temática de Hilltop, pudemos ver que Maggie tem um longo caminho de perdão para trilhar. Em vários momentos percebemos que a ponte de ligação entre ela e os demais está rompida. Jesus e Michonne são dois operários que tentam reconstruir essa conexão, mas ela por muito fecha os olhos.

É quando ela ouve a história de Earl e o porquê dele ter tentado a matar que as coisas caminham para algo diferente. Ao descobrir que o ferreiro é alcoólatra, Maggie lembra dos problemas de seu pai, Hershel, e começa a compreender que as vezes as pessoas agem mal não necessariamente porque desejam, mas por influências alheias ao seu interior. Assim, ela cede aos pedidos de Michonne, colocando Earl em liberdade condicional para que possa trabalhar no conserto do arado, enquanto pede para que Jesus separe todo o excedente de alimentos para entregar aos Salvadores.

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Michonne tenta trabalhar em Maggie durante todo o episódio.

Mais uma vez vemos Michonne tentando estabelecer algo muito maior do que as relações interpessoais. Ela está firme na ideia de que as comunidades precisam firmar um estatuto que estabeleça limítrofes para todos com direitos e deveres bem traçados. O pensamento de Michonne parece ser costurado com o de Jesus que após ouvi-la, parece mudar de opinião quanto a Maggie e seu modo de agir (aliás, nesse episódio conseguimos entender que quanto a conversa de Maggie com ele, Rosita e Daryl no fim da oitava temporada, Jesus não concordou com as propostas de se posicionarem contrários as determinações de Rick).

É em Hilltop também que descobrimos que Maggie mantém contato por cartas com Georgie e que a líder da comunidade desconhecida a auxilia em estabelecer um local fortificado e desenvolvido. A Chave já nem está mais sob os cuidados de Rhee, na verdade – vemos ele mais cedo nas mãos de Rick. Contudo, essa indicação pode nos dar uma resposta quanto ao destino de Lauren Cohan na trama futura. Jesus pergunta para Maggie se ela nunca pensou em ir morar na comunidade de Georgie e abandonar Hilltop, que recebe como resposta uma negativa, mas, quem sabe as circunstâncias que seguirão nos próximos episódios não façam a viúva mudar de ideia?

Por fim, temos a conclusão da cena que abriu o episódio e que representa uma conversa entre Rick e Negan em sua cela. Rick vai até ele contar-lhe o que está construindo e tudo o que vem acontecendo com a sua nova forma de liderar o mundo. Negan, no entanto, deixa bem claro que o que o xerife está fazendo é construir um monumento aos mortos e não um futuro, já que tudo o que daria razão para ele projetar algo, já morreu.

A cena final demonstra Justin indo embora do acampamento, quando algo dentro de arbustos chamam sua atenção. Justin se aproxima empunhando sua faca, mas ao chegar mais perto fala “Ah! É você? Eu quase te matei” seguido de uma pancada. Os Salvadores estão sendo exterminados no caminho por alguém ainda não revelado.

Michonne luta pela instituição de um estatuto das comunidades.

A forma como Kang vem fazendo essa temporada já demonstra superioridade gigantesca sobre as temporadas anteriores. Todos os nós desatados de A New Beginning foram resolvidos nesse segundo episódio, que por sua vez desatou nós para o terceiro. Diferentemente dos anos antecessores, que introduziam algo no primeiro episódio que só se resolveria ao fim do décimo sexto, Kang vem dando um passo de cada vez, preferindo trabalhar em pequenas tramas, mas que são ricas e capazes de desenvolver personagens em uma medida bem mais avançada do que o formato anterior.

Uma das grandes críticas ao que antecedeu esse nono ano é que The Walking Dead não conseguia trabalhar diversos fatos em concomitância em um único episódio, o que Kang demonstrou ser diferente ao seu comando. Em um único episódio trabalhamos o desenvolvimento de Daryl, Rick, Carol, Michonne, Maggie e Jesus, ao mesmo tempo que vimos Aaron perdendo seu braço, o andamento do plano de Rick e o confronto com Negan. Tudo muito bem executado.

Enfim, julgo esse episódio como ótimo em sua essência e bom em seus efeitos técnicos. O nono ano está acertando no que vem construindo e Angela Kang parece saber exatamente para onde está indo. Óbvio que não sabemos qual é o final de Kang para tudo isso, mas nesse momento de renovação devemos fechar os olhos por alguns segundos e acreditar que a nova showrunner está no controle de tudo. Os olhos fechados nos facilitam em duas coisas: sermos surpreendidos com algo grandioso no final ou, evitar que vejamos o perigo iminente.

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E você? O que achou do episódio? O que acha sobre os pontos suscitados nessa crítica? Deixe um comentário abaixo demonstrando sua opinião. Será um prazer ler o que você tem pensando desse nono ano da série. Aproveite e vote na nossa enquete:

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