ATENÇÃO! O post a seguir contém spoilers do episódio S07E10 – New Best Friends, da sétima temporada de The Walking Dead. Não continue se você ainda não assistiu. VOCÊ FOI AVISADO!!
The Walking Dead introduziu outro grupo em “New Best Friends”, liderado pela aparentemente poderosa Jadis. Nós ainda não sabemos muito sobre este grupo, como eles conseguiram acumular tantas pessoas e sobreviver em um lixão, ou o que exatamente significa seu bordão “nós pegamos, não nos incomodamos”. Mas nós conseguimos ver um excelente jogo de gato-e-rato entre Jadis e Rick enquanto ele tentava construir sua milícia contra Negan.
A Variety conversou com a atriz Pollyanna McIntosh, que interpreta Jadis, sobre sua nova personagem e sobre se juntar ao elenco de uma das séries mais assistidas da televisão.
Este grupo é tão ameaçador, mas eles não são necessariamente vilões como os Salvadores. O que você acha que os difere?
Pollyanna McIntosh: Acho que todo mundo tem que ser ameaçador neste ponto. É um mundo perigoso. Estamos mantendo o pé atrás, e eu, como atriz na série, tenho que manter mais pés atrás ainda sobre onde isso nos levará. Eu definitivamente não me vejo, como Jadis, como uma vilã. Eu sou uma sobrevivente e uma líder, e eu tomei conta do grupo. E eu acho que ela fez um bom trabalho quando você percebe a magnitude de tudo.
Seu foco principal é apenas juntar os itens que seu grupo necessita? Ela não parece tão interessada na moralidade.
Pollyanna McIntosh: Sim, você pode ver que o armamento que todos têm é feito de placas de estrada transformados em facas. Minha faca é um pedaço velho de ferro de uma placa que foi achatado. Você precisa ver essas coisas viscerais para reconhecer de onde viemos e como fazemos as coisas. Moralidade nestes tempos é uma coisa difícil de segurar. Isso é o que torna a série tão emocionante. O público vê Rick e seu grupo como os personagens bons, mas eles também enfrentam todos os tipos de questões de moralidade. O arco de Carol é incrível. Eu acho que podemos ver essas coisas como empurrar Rick no poço com Winslow. Tudo acabou bem. Por que alguém deveria ficar chateado com isso? (Risos.) Rick certamente não nos decepciona e é o homem que esperamos que ele seja.
Por que Jadis continua o testando mesmo quando ela já o viu devolver tudo do barco?
Pollyanna McIntosh: Gabriel disse que Rick pode fazer qualquer coisa. Ele o transformou em Jesus. Jadis é uma boa leitora de pessoas. Então consigo ver em seu rosto o que ele passou, que está falando a verdade e que ele é sincero. Isso me dá uma ideia de que ele pode estar certo. Mas você não pode confiar em suas palavras. Então, atirando Rick naquele buraco com Winslow significa que eu posso ver que tipo de lutador Rick é. Vejo sua tenacidade. Vejo que seu grupo pula em direção aos tubos para ajudá-lo. Eu mesma sinalizo com as mãos para eles virem em direção aos tubos para que possam ver o que está acontecendo, e eu também pude testar como eles são úteis e o quanto eles se importam. Isso diz muito sobre o seu sucesso como um líder, como seu grupo responde quando ele está em perigo. Eu descubro tudo o que preciso saber. O personagem de Rick impressiona com como ele sai do poço. Ele não perde tempo com “Por que você me jogou naquele buraco?” Ele só começa a negociar, e eu gosto disso sobre ele. Eu não podia simplesmente aceitar a palavra de Gabriel, não importavam quais fossem meus primeiros instintos. Os instintos de Jadis estavam corretos, mas você não pode correr riscos neste mundo.
Ela vê Rick como um igual ou como alguém que é uma força ainda maior?
Pollyanna McIntosh: Eu não acho que Jadis pense em alguém como uma força maior. Acho que seria perigoso para ela fazer isso. Ela tem que se manter no topo das coisas. Essa é uma de suas ferramentas de sobrevivência, essa incrível confiança. Mas eu definitivamente o vejo como alguém que eu possa ter algo em comum, tanto com o que ele pode fazer, quanto como ele tem um senso de humor sobre isso. Essa bela cena de barganha que tivemos juntos realmente cimentou essa brincadeira deles dois. Acho que Jadis realmente gosta de lidar com isso. E Rick é alguém que se impõe e sabe quando parar. Eu acho que Jadis está animada para seguir com esses caras.
Foi engraçado quando ela disse o primeiro não. Foi um simples não, mas seu rosto dizia “De jeito nenhum, por que eu faria isso?”
Pollyanna McIntosh: Havia uma certa ironia no jeito que ela o respondeu no início, o que é divertido. A forma como ele responde mostra que ele não tem um ego tão grande para ela lidar. Há definitivamente uma brincadeira com Jadis quando ela consegue o que quer. Ela gosta desse jogo de gato e rato.
Também foi engraçado quando ela se recusou a apertar a mão ensanguentada de Rick.
Pollyanna McIntosh: Ela está tipo: “Eu não sujo as mãos. Isso é um pouco nojento.” E eu sei a ironia disto. Eu causei isso. É outra brincadeira, outro lembrete de quem eu sou e o respeito que é devido. Isso foi muito divertido. Nós tivemos um bom tempo juntos. No final da cena, Andy (Lincoln) ficou tipo “Isso foi divertido.” Foi a minha primeira cena nesta grande série. Ele está fazendo isso há sete anos, então ver o quanto ele se diverte é inspirador.
Você era fã da série antes de se juntar ao elenco?
Pollyanna McIntosh: Eu não assistia muito. Eu assisti mais para a audição, e então pensei: “Eu quero assistir mais mesmo se eu não conseguir o emprego.” Depois de começar, eu assisti todas as temporadas. Eu sou uma grande fã agora. Eu amei neste episódio ver Carol e Daryl se revendo, ver os personagens se reerguendo. Como um membro da audiência, eu fiquei tão animada vendo Rick virando a esquina depois de fecharmos o negócio, pois não vi a cena sendo filmada. Fiquei tipo, “Sim, conseguimos. Nós iremos lutar.”
O que significa para você ser parte disso agora?
Pollyanna McIntosh: Eu me sinto como a atriz mais sortuda do mundo. Tenho tanto respeito pelos criadores da série, pela equipe e o elenco. Eles são tão carinhosos. Eles são tão acolhedores. Estão ficam tão empolgados em vir trabalhar todos os dias. São pessoas realmente boas. Eu sei que faço parte de uma série tão humanista. Mesmo com todo o sangue e entranhas, há tanta humanidade. É uma série destemida, e eu adoro isso.
Como você se preparou para seu papel? Vários personagens são da história em quadrinhos, mas você não teve esse ponto de referência.
Pollyanna McIntosh: É uma maneira totalmente nova de trabalhar para mim. Eu não sabia exatamente quem minha personagem era. Normalmente, eu posso começar a partir disso. Você cria sua própria história ou te dão o histórico do personagem. Nesse caso, eu conheço parte da história – obviamente não sou capaz de falar sobre isso – mas não tanto quanto eu conhecia antes, e não sei muito do resultado. É um desafio. Coloco minha fé nela e foco no momento. Eu tive alguns antecedentes do showrunner Scott M. Gimple sobre sua história. Pode parecer estranho, mas também me conectei muito facilmente com essa personagem. Ela é realmente clara sobre o que ela quer. Ela gosta do jogo. Foi muito fácil me conectar. E o fato de que ela poderia ter sido interpretada como um homem ou uma mulher me disse muito também. Nós não estaríamos lidando com as expectativas tradicionais de uma mulher.
O que isso significa para você?
Pollyanna McIntosh: Ainda vivemos numa sociedade muito patriarcal. Há trabalho a ser feito nessa frente. Só o fato de você ouvir que o papel pode ser interpretado por um homem ou uma mulher é tão progressista. Esse pensamento fora da caixa significa muito para mim. Quero ver mais. Eu tenho lido mais scripts com o pensamento: “E esse personagem masculino? Eu não poderia interpretá-lo?” Sempre há mais papéis masculinos que femininos. Ainda é uma área em que a escrita e direção são feitos por homens, então eu acho que é muito mente aberta dizer que seu sexo não define você como um líder ou sexualizá-lo. Isso realmente construiu minha confiança.
Esta série também é uma das mais diversas na TV.
Pollyanna McIntosh: Acho que essa é uma das coisas maravilhosas de The Walking Dead. O mundo mudou completamente e desmoronou. Diferentes raças, sexos diferentes, diferentes sexualidades, diferentes classes estão se unindo. Não é que eu esteja desejando o apocalipse zumbi, mas eu adoraria ver esse tipo de igualitarismo.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, vai ao ar nas noites de domingo no AMC Internacional, às 23h, e no FOX Action (canal do pacote premium FOX+) e FOX Brasil, às 23h30. Confira todas as notícias sobre a sétima temporada.
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Fonte: Variety
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