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The Walking Dead S07E03: Norman Reedus explica a grande escolha de Daryl

“Daryl.” Se alguém tinha alguma dúvida a respeito da força de Daryl Dixon (Norman Reedus), ela foi apagada com uma única palavra. Tudo o que Daryl tinha que fazer era jurar lealdade, dizendo “Negan”, assim evitando mais tortura e tornando-se mais um soldado no exército de Negan, juntamente com todos os mimos e beneficios inerentes ao “cargo”. Porém, na hora H, Daryl recusou, citando seu próprio nome, antes de ser levado de volta à sua cela. Foi uma grande declaração, em um episódio importante para Daryl.

A Entertainment Weekly conversou com Reedus para sabermos mais, desde esta escolha crítica até a cena de nudez. Também perguntamos ao ator a respeito da situação emocional do seu personagem, especialmente após ver aquela foto macabra, e o relacionamento de Daryl com seu torturador, Dwight.

ENTERTAINMENT WEEKLY: Da primeira vez em que vimos Daryl, ele está nu em sua cela. Estava frio lá?

NORMAN REEDUS: Sim, estava frio, não vou mentir. Mas estava mais sujo do que qualquer outra coisa. Foi estranho sentar naquele chão com a bunda de fora. Eu estava nu, foi nojento.

EW: Você comentou que estava sujo, e que eles gostam de fazer vocês parecerem sujos no show, mas eu não tenho certeza se já o vimos tão sujo quanto neste episódio. Eles ficam o tempo todo encardindo vocês?

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Norman Reedus: Addison, nosso maquiador, estava jogando maquiagem em mim o tempo todo. Sim, também acho que foi uma das senas mais encardidas que já fiz no show, se não a mais encardida. Eu fico feliz por estar sem aquelas calças e aquele blusão – a roupa de presidiário que me deram. Ela causava coceiras e era horrível. Nojento.

EW: Vemos Daryl ser torturado por aquela música irritante que ele tem que ouvir. Eles tocavam aquilo para todos no set? Você sabia que música iriam tocar?

Norman Reedus: Não, eu não havia assistido ao episódio. Não sei que canção usaram. Eu sei que originalmente era para ser uma música infantil, mas não a ouvi. Achei que seria complicado conseguir os direitos autorais de uma música para uma cena de tortura.

EW: O episódio inteiro é uma grande batalha de vontades, e verdadeiramente sobre a justaposição entre Daryl e Dwight. E há aquela troca, logo no início, quando Daryl diz “eu não vou me ajoelhar”, e Dwight responde “sim, eu também disse isso.” E você replica, “é, eu sei.” Dwight quer que Daryl justifique a sua própria decisão de se ajoelhar, mas Daryl vê em Dwight a imagem exata daquilo em que ele não quer se tornar?

Norman Reedus: Eu acho que você está certo. Há um pouco dessa coisa de “Mundo Bizarro” ocorrendo entre eles neste episódio. Lembre-se, ele o conheceu antes e acreditou que ele pudesse ser um bom homem, e ele na verdade era um escravo de Negan, faz tudo o que ele diz. Eu acho que Dwight, olhando para trás, gostaria de poder começar de novo, e eu acho que há algo bom em Dwight que Daryl consegue ver, mas isso está muito distante agora. Eu acho que, neste momento, Daryl quer apenas matá-lo.

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EW: Mas há aquela cena no final, quando Daryl diz “eu entendo por que você fez isso. Por que aceitou. Você estava pensando em alguém. É por isso que eu não posso.” Então ele entende por que Dwight se desviou do caminho, certo?

Norman Reedus: Claro, é algo nobre de se fazer, mas é pelo mesmo motivo que Daryl não faz o que Dwight acabou fazendo.

EW: Eu amo estas duas grandes cenas entre Daryl e Negan, pois, a primeira vez após ele ser capturado ao tentar fugir, Daryl está desafiador e sequer pisca quando Negan ameaça bater nele com Lucille bem no rosto. A segunda cena é um pouco diferente, você vê hesitação quando Negan começa a balançar o bastão, e acreditamos que Daryl irá desabar, antes de dizer “Daryl” e não “Negan”. Em algum momento ele se sentiu tentado a aceitar o acordo? O que está passando por sua cabeça?

Norman Reedus: Inicialmente, naquela cena, dentro da cela, Daryl pensa que ele merece isso. Tipo, não importa o que aconteça, ele merece, mas ele não pode dizer que é Negan pois isso o faria abrir mào de toda a esperança que Glenn tinha. Glenn era otimista. Ele era seu amigo. Ele fez tanto, e foi o último traço de humanidade que restava, manter isso pelo seu amigo. Era tão importante para Glenn como é para Daryl, entende? Foi a última coisa que ele deixou.

EW: Há alguma parte de Daryl que apenas deseja que Negan acabe com tudo? Especialmente quando ele vem com o bastão e Daryl não reage. Ele está pronto para morrer?

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Norman Reedus: Não, Daryl é um lutador. Ele vai até o fim, mas ao dizer em voz alta o seu nome ao invés do de Negan — aquela é a última centelha dele mesmo, que ele tem para si e por seus amigos. Eu suponho que ele pensa que vai ser morto ali mesmo por dizer que não é Negan. Ele está pedindo mais tortura, mas ele fará isso por amor ao seu amigo. Ele não pode dizer que ele é Negan. Ele jamais o fará. Ele lutará, mas assuntos do coração para Daryl são difíceis. Eles significam mais. Bater em seu rosto com o bastão, prendê-lo, dar-lhe ração para comer, que seja. Ele pode lidar com isso, mas quando se trata de sentimentos, isso se torna difícil, e ele está aprendendo. São estas coisas que lhe dão fé e esperança, e ele não pode abrir mão disso, pois este foi o legado deixado pelo amigo.

EW: E aquela cena em que Dwight coloca a fotografia na cela de Daryl e ele desaba? Como você se preparou para aquele momento e se entregou à cena?

Norman Reedus: Eu acho que parte de mim está sempre no limite todos os dias, para ser honesto, mas você sempre volta. Você sente. Você se encolhe em posição fetal e simplesmente está lá. Eu acho que antigamente no show eu ouviria uma canção e entraria no clima. Depois de tanto tempo, é como se houvesse um interruptor. Você o aciona e entra naquele estado. Não é difícil. O que é difícil é parar e voltar do que para iniciar, às vezes. Não há truque ou algo assim. Você inicia à 1 da tarde e termina às 6. Bem assim.

EW: Parece ser um dia terrível.

Norman Reedus: É. Não estou brincando. Não é divertido, mas eu não sou aquele tipo de ator que pode simplesmente sair da cena, pegar uma coca-cola e ir bater papo, simplesmente. Eu não sou a Meryl Streep, entende? Eu preciso sofrer até o fim e então ir embora. Não consigo simplesmente fazer tudo automaticamente. Eu preciso dar um olá à equipe, é um set confortável, todos confiam um nos outros aqui, e eles permitem que você faça isso desta maneira. Eles não ficam batendo papo e contando piadas na cela. É um set bastante sério, e todos querem que o show saia o melhor possível. Então eles permitem que você se envolva desta maneira, quase como um grupo de apoio. Eles respeitam os atores no set, e eu não acho que seria tão fácil com outra equipe.

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EW: Eu sei que vocês estão terminando as filmagens da temporada. Claro, não perguntaremos nada a respeito do que estão filmando, mas como é ver a luz, depois de tudo, no final deste túnel tão sombrio?

Norman Reedus: Foi uma temporada muito emotiva para todos, muito diferente. Semana passada vimos algumas coisas divertidas, mas que também são sérias, e a temporada é absolutamente sombria e eu sinceramente espero que realmente haja luz no fim do túnel. Você precisa estar no chão para poder se reerguer, e eu acho que é esse o tema desta temporada.

The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, vai ao ar nas madrugadas de domingo para segunda-feira no AMC Internacional, às 00h, e no FOX Action (canal do pacote premium FOX+) e FOX Brasil, às 00h30. Confira todas as notícias sobre a sétima temporada.

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Fonte: Entertainment Weekly

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Sabrina Picolli

Perdida nesse mundo cheio de walkers, geeks, seres fantásticos, pessoas incríveis... e adorando!

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