7ª Temporada
Comparação SÉRIE vs HQ: The Walking Dead S07E01 – “The Day Will Come When You Won’t Be”
Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS dos quadrinhos originais e do primeiro episódio, S07E01 – “The Day Will Come When You Won’t Be”, da sétima temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido ou lido, não continue. Você foi avisado!
Por mais que em alguns momentos se distancie bastante do material original, The Walking Dead nunca desaponta quando pretende adaptar algum momento icônico dos quadrinhos. Desde a quarta temporada, quando Scott Gimple assumiu o comando como showrunner do show, a série vem literalmente usando as HQs criadas por Robert Kirkman como principal storyboard para o resultado final na televisão.
No ano passado, por exemplo, a série apresentou, no mínimo, cinco momentos quase idênticos àqueles vistos nas páginas: A “fuga” de Spencer (Austin Nichols) pendurado pela torre (06X07), o grupo se cobrindo em entranhas (06X08), a família Anderson sendo devorada (06×09), Carl (Chandler Riggs) levando o tiro no olho (06×09), praticamente toda a ida até Hilltop (06×11) e a entrada de Negan (Jeffrey Dean Morgan) (06×16). Com o cliffhanger da season finale, muitos esperavam que o episódio de estreia da sétima temporada trouxesse ao máximo os principais elementos dos quadrinhos que tornaram aquele evento tão icônico. E foi bem o que aconteceu.
Escrito por Scott Gimple e dirigido por Greg Nicotero, “The Day Will Come When You Won’t Be” moveu a história e ainda acrescentou tantas referências ao material base que é impossível não ficar maravilhado quando prestado atenção aos detalhes. Abaixo, confira os principais destaques que fizeram a adaptação tão memorável:
01. A MORTE
Por mais que tenha aparecido apenas após 15 minutos de exibição do episódio, o resultado do Uni-Duni-Tê não deixou de ser cruel, chocante e muito triste.
A primeira vítima, como muitas teorias apontavam, acabou sendo Abraham (Michael Cudlitz). Com seu destino original dos quadrinhos sendo passado a Denise (Merrit Wever) na temporada passada, a saída do sargento na série foi absurdamente mais impactante. “Wow! Ele pegou isso como um campeão” – a fala tirada diretamente das páginas da edição #100 parece ter sido criada especialmente para ele. Em contraste, há praticamente uma temporada e meia, Rosita (Christian Serratos) repetiu algo parecido, enquanto ambos se dirigiam a Washington com o resto do grupo.
A intervenção de Daryl (Norman Reedus), assim como o próprio personagem, não existe no material base. Como artimanha de roteiro, o personagem serviu apenas como ponto de ignição para a mais forte (e absurdamente trágica) perda do episódio: Glenn Rhee (Steven Yeun).
Em uma reprodução fiel quadro-a-quadro da edição que choca o público até hoje, a série não poupou detalhes no gore, realismo e dramaticidade da cena, pegando desde Glenn tentando chamar por Maggie (Lauren Cohan) até os miolos espalhados pelo chão. Tudo em uma quantidade absurda de detalhes.
A clássica frase “Lucille está com sede! Ela é um bastão vampiro!” também fez parte do pacote de piadinhas infames do antagonista, que apenas deixou de fora o “Ta-ta” final.
02. A PROMESSA DE RICK
Antes de começar o tópico, é necessário abrir um destaque e lembrar que Andrew Lincoln e Jeffrey Dean Morgan foram um show a parte durante esse episódio. A química de vilão e [anti]herói entre os dois atores foi tão bem executada que ainda vai gerar muitas polêmicas caso o Emmy Awards ignore novamente o drama no próximo ano.
A promessa que abre o capítulo é praticamente uma reprodução fiel daquilo visto em preto e branco. “Eu vou te matar. Não vai ser hoje, nem amanhã, mas eu vou te matar” – as falas de Rick a Negan servem como o pontapé inicial a toda a tortura psicológica que o líder sofre pelo mandachuva dos Salvadores.
Enquanto nos quadrinhos tudo é muito rápido (Negan bate em Rick e vai embora), na série de TV as coisas saem do controle: além de colocar a vida do Grimes em perigo apenas para buscar um machado em meio a uma horda de walkers, o personagem ainda é humilhado tendo que jurar que pertence e trabalha para o dono de Lucille. Em resumo, Rick é deixado em pedaços.
03. A MÃO DE UM GRIMES
Negan nunca forçou Rick a cortar a mão de Carl nos quadrinhos. Entretanto, para aumentar a tensão e passar a verdadeira mensagem do personagem na série, este momento completamente insano teve um percentual de referência.
Há muito tempo atrás, mais precisamente logo no início do arco d’O Governador, ainda na edição 28, o maníaco de Woodbury deu suas boas vindas a Rick cortando a própria mão do líder com um facão. Tendo em vista que grande parte do material envolvendo a prisão e o primeiro grande vilão foram quase dispensados na época em que o comando do show estava sob a perspectiva de Glen Mazzara, este grande momento acabou ficando de fora.
Nota: Mesmo sendo um desejo recorrente de Andrew Lincoln para Rick, Robert Kirkman insiste em afirmar que não pretende adaptar isso para a série, já que dificultaria a produção em muitos aspectos.
No final das contas tudo não passou de um jogo de Negan para fazer com que Rick mudasse seus planos e passasse a correspondê-lo. Todos os Grimes ainda estão com suas duas mãos… Pelo menos por enquanto.
04. NEGAN É QUEM MANDA AGORA
Depois de deixar Rick destruído e todo mundo suando frio com medo de perder algum outro membro do grupo, Negan pareceu se sentir ainda mais a vontade. Agora é ele quem está no comando.
Adaptando alguns elementos, mais uma vez a versão em carne e osso trouxe outro discurso que surgiu diretamente na versão impressa. Mesmo com um Negan menos “boca suja”, o momento de tensão e insegurança não deixou de ser maravilhoso.
05. MOMENTO DE LUTO
O grande evento nos quadrinhos acontece da forma mais rápida possível. Em pouco menos de 50 páginas (é uma edição maior que a convencional) acontece a introdução do vilão, Glenn tem a cabeça estourada, Rick é humilhado e Negan vai embora prometendo voltar em duas semanas para Alexandria. Após todo o sofrimento, as coisas saem do controle por um instante e Maggie desconta sua tristeza e ódio sobre Rick, chegando até mesmo a socá-lo no rosto repetidamente.
Entretanto, a série vai além dos quadrinhos e prefere focar no psicológico destes personagens. Em uma direção filosoficamente majestosa de Nicotero (acompanhada também por uma trilha marcante de Bear McCreary), a saída de campo dos Salvadores vira o pano de fundo para que todos os personagens que restaram possam ter seu momento de luto, em um jogo emocional de enquadramentos e uso básico de slow-motion.
No fim das contas, a decisão, assim como nos quadrinhos, também parte do princípio de levar o(s) corpo(s) da(s) vítima(s) até Hilltop.
Fica em aberto então, o que acontecerá com o grupo daqui pra frente?! O mundo é maior e muito mais perigoso do que todos ali pensavam, e as consequências desta nova ordem já foram impostas logo no episódio de estreia. E quanto a você? Quais são as suas expectativas para o decorrer desta nova fase de The Walking Dead? Notou mais alguma referência dos quadrinhos? Divida nos comentários abaixo.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, vai ao ar aos domingos no AMC Internacional, às 23h, e no FOX Action (canal do pacote premium FOX+) e FOX Brasil, às 23h30. Confira todas as notícias sobre a sétima temporada.
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Imagens por: The Walking Dead™