ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do décimo terceiro episódio da sexta temporada de The Walking Dead, S06E13 – “The Same Boat” (O Mesmo Barco). Leia por sua conta e risco. Você foi avisado.
Continuando exatamente de onde “Not Tomorrow Yet” terminou, “The Same Boat” nos mostrou a jornada de Carol e Maggie, que foram capturadas no final do episódio de semana passada. Desenvolvendo ambas as personagens principais, realçando a personalidade forte de Maggie e expondo um pouco mais a mudança pela qual Carol está passando desde os acontecimentos de “No Way Out”, devo dizer que foi um episódio interessante, mas de todos os episódios até agora da segunda metade da sexta temporada, “The Same Boat” foi o único que não me deixou em constante estado de pânico, apesar de ter sido um episódio completamente claustrofóbico.
Vemos no início do episódio como Maggie e Carol são capturadas, e naquela cena, já deu pra perceber que alguma coisa não estava certa com a Carol; ela erra o tiro propositalmente, apenas ferindo um dos Salvadores que conseguiu escapar e, na sequência, insiste em irem embora e deixarem o cara lá, mas a Maggie firma o pé e afirma que elas precisam acabar com aquilo, resultando na captura das duas pelas outras três mulheres. Confesso que nessa hora, não sei de quem ficava com raiva: da Maggie por não ter ouvido a Carol em primeiro lugar, ou da Carol, por não ter matado o cara.
Ao chegarem a um dos locais de encontro dos Salvadores, Carol começa a hiperventilar, parecendo um ataque de pânico. Em um primeiro momento, pensei que a Carol estava fingindo, como todo aquele ato de chorar, se agarrar ao terço, etc., mas conforme o episódio evoluiu, perdi minha convicção e fiquei na dúvida. Tinha certeza de que Carol estava tramando alguma coisa, tentando ganhar a simpatia de suas sequestradoras ou pelo menos fazer com que elas sentissem pena dela (o que aconteceu) e a subestimasse para então ataca-las. Não foi bem o que aconteceu, mas é claro que se não fosse todo o ato (ou não) da Carol, elas não teriam deixado ela sozinha, o que impossibilitaria a fuga das nossas duas divas.
Foi interessante encontrar as similaridades das personagens nos diálogos das captoras com Carol e Maggie, como a Paula falando sobre suas quatro filhas, sobre como ela precisou matar para sobreviver, situação similar a da Carol, e também a tal da Michelle com a Maggie, falando sobre como ela ia chamar seu bebê de Frankie, que era o nome do seu pai.
A Maggie foi simplesmente maravilhosa! Eu gosto muito quando ela ganha mais destaque nos episódios, principalmente sabendo o papel que ela vai desempenhar no futuro, isso partindo do princípio que vão continuar seguindo a linha da HQ. Essa força que ela tá demonstrando vai ser muito importante na sua liderança, e ver como ela está focada e fazendo o que é necessário sem pensar duas vezes foi fantástico.
Adorei como durante o episódio a questão da ambiguidade da situação foi levantada novamente, questionando se o grupo de Rick é realmente bom: para os Salvadores, eles são os caras ruins, que invadiram a casa deles e mataram todo mundo a sangue frio enquanto dormiam, sem qualquer chance de defesa. Pois parando para pensar, é tudo uma questão de perspectiva, o que nos remete ao nome do episódio: não estariam todos no mesmo barco? Foi como Andy disse para o Rick em “Not Tomorrow Yet”: “Os Salvadores são assustadores, mas você não fica devendo nada a eles.” Pois é, não fica mesmo.
Ficou óbvio nos últimos episódios o quanto a Carol tá lutando com o peso das mortes que causou, mas principalmente, como ela foi afetada pela ideologia de Morgan. Não me leve a mal, eu entendo, matar pessoas e não se sentir culpado, ou sequer debater a questão, é algo difícil. Por mais que seja necessário e muitas das vezes seja a única opção, isso mexe com a pessoa, então super entendo a decisão do Morgan e talvez, eventualmente, da Carol, mas perceba, o Morgan não quis matar e ficou pra trás. A Carol não. Ela sabia o que eles foram fazer ali, porque tinham que matar aquelas pessoas, hesitar num momento tão crucial podia ter resultado não apenas na morte dela, mas também da Maggie, como naquele momento em que ela está com a Paula na mira e diz que é melhor ela ir embora, mas é atacada e quase mordida por um dos zumbis que consegue se desprender. No final, quando ela percebe que não tem jeito, acaba matando as duas mulheres, mas dá pra ver no rosto dela como aquilo não tá ok pra ela; mesma coisa quando ela tranca os caras na sala de abate. Tudo fica mais nítido quando o Rick mata Primo, a expressão dela é de verdadeiro horror.
Eu amo a Carol, é uma das minhas personagens favoritas, e eu sempre adoro quando ela é o centro do episódio, mas essa mudança pela qual a estão fazendo passar não está me agradando. Okay, ela não quer mais matar a esmo, tá sentindo arrependimento, até aí tudo bem, mas dai a transformá-la em alguém frágil que vacila na hora de agir, colocando a si e a alguém do grupo em perigo, ainda mais depois de tudo pelo que a Carol passou desde que a conhecemos, como ela foi de mulher frágil para uma das mais sinistras do grupo apenas para torna-la fraca novamente, não tem nada a ver. Espero estar errada, de verdade. Não precisamos de mais um Morgan na vida. Pausa pra interação fofa da Carol e do Daryl no final do episódio: será amizade ou Caryl ainda vive?
Toda vez que dizem “somos todos Negan” sinto arrepios! Como aquele cara que foi capturado pelo grupo diz no final, e também na cena em ou quando Carol tenta sondar sobre quem é Negan e as duas mulheres dizem que eles “todos são Negan”. Seria essa uma tática para confundir as pessoas que possam tentar eliminar Negan? Pois se todos são Negan, como identificar o líder? Seria uma forma de protegê-lo? Só nos resta especular. No mais, eu prefiro a forma como estão lidando com a situação com os Salvadores na série, os acontecimentos estão desencadeando de uma forma mais reacional e objetiva do que na HQ.
Assim termina mais um episódio. E você, o que achou? Eu curti, mas confesso que não foi dos meus prediletos… Não deixa de comentar com a gente!
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