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Tom Payne fala sobre a introdução do misterioso Jesus no episódio 10 – “The Next World”

Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS dos quadrinhos originais e do décimo episódio, S06E10 – The Next World, da sexta temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido ou lido, não continue. Você foi avisado!

Nós ainda temos que esperar um pouco antes da introdução de um dos maiores vilões dos quadrinhos de The Walking Dead, Negan. Mas um personagem igualmente intrigante dos quadrinhos fez sua tão esperada estreia no último domingo. Jesus (também conhecidos como Paul Rovia, NÃO Monroe) lutou com Rick e Daryl por um caminhão cheio de alimentos e suprimentos. Astuto e claramente hábil em artes marciais (e na arte do engano), Jesus finalmente foi capturado por Rick e Daryl. Ou não?

A Entertainment Weekly conversou com o homem que interpreta Jesus, Tom Payne, e ele revelou que muito do que vimos neste último episódio pode ter, de fato, sido uma encenação. Há certamente muito mais do personagem a ser revelado. Payne nos conta sobre trazer o favorito dos quadrinhos a vida, seus primeiros dias no set de filmagens, algumas dificuldades com os requisitos da barba do papel, e ter que encarar Andrew Lincoln e Danai Gurira nus no final.

EW: Então aqui temos tudo que estávamos esperando sem fôlego, Paul Monroe aparecer, mas em vez disso apareceu Paul Rovia – um sobrenome diferente do seu personagem dos quadrinhos.

TOM PAYNE: Sim, eu acho que esta questão será levantada por todos os fãs, e eu acho que foi provavelmente apenas para esclarecer qualquer confusão entre Deanna e a família Monroe de Alexandria.

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Eu estava lá no set de filmagens observando parte do seu primeiro episódio. Como você se sentiu quando você apareceu pela primeira vez? Você está se juntando a série mais bem cotada da televisão e interpretando este personagem icônico dos quadrinhos. Sem pressão, certo?

Tom Payne: É muita pressão. Que dia você estava lá? Qual foi a cena que nós gravamos?

Aquela em que você está trocando o pneu do caminhão, e Norman e Andrew aparecem e eles o jogam no chão.

Tom Payne: Este foi um dia incrivelmente quente, como é normalmente em Atlanta, e eu estava usando meu casaco de couro grande e meu chapéu, e trocando o pneu. Depois tive uma pequena sequencia de luta, então tive que treinar muito para isso. Obviamente, estou super ciente de que é uma parte muito importante do personagem, então eu treinei o tanto quanto eu podia para fazer o melhor que pudesse com isso. Nós gravamos isso cinco, seis, sete vezes, e cada vez ficava mais difícil, e Andrew realmente me derrubou.

Eu vi isso. Tinha um tapete em que você deveria cair, e eu me lembro do diretor dizer antes disso, “Cuidado, meninos”, porque esses caras, eles querem fazer tudo o mais real possível.

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Tom Payne: Sim, ele disse isso. Se tem uma coisa que eu realmente percebi sobre a série é que todo mundo suja as mãos e realmente entram no personagem, e quando você está dando tudo de si, às vezes pequenos erros acontecem, mas estou totalmente bem com isso. É uma série de tudo-ou-nada. Eu entendi isso desde o início.

E você também entrou com tudo. Eu vi você jogar Reedus no caminhão de novo e de novo. Quero dizer, realmente balançando-o naquela coisa. Você gostou disso, não é?

Tom Payne: [Risos] Sim. Sim eu gostei. Foi muito divertido, mas foi muito difícil a esse respeito também. Você sabe, você é esse cara novo chegando na série, e você está batendo nos dois personagens mais populares. Isso é muito assustador, na verdade, porque como uma pessoa que entra na série, você fica pensando “Ei, você é um personagem imensamente popular. Eu vou entrar e fazer você parecer um pouco bobo”, que é o que eu faço no episódio – apenas correndo e fazendo-os parecer um pouco tolos, o que é bastante divertido, você sabe.

Eu realmente gosto do fato do personagem entrar e mudar a energia do show. Eu acho que esse episódio teve uma energia muito diferente, principalmente desde os acontecimentos dos dois últimos episódios em Alexandria. Há um salto no tempo, e então um novo capítulo. O próximo mundo está aparecendo na série, e é legal ser a pessoa a introduzi-lo.

Jesus é muito brincalhão, mais ainda do que nos quadrinhos, eu diria. O que o showrunner Scott Gimple disse a você em termos de como ele queria que você o interpretasse?

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Tom Payne: Eles querem que este personagem seja mais leve, mas não muito leve. Ele é uma pessoa muito séria, na verdade. Ele pode estar falando de algo muito sério, mas há também um lado mais leve a ele. Tudo é com um tipo de olhar de canto, mas também não muito. Tentei encontrar o tom certo, também porque a série é ligeiramente exaltada às vezes, mas também muito séria, e isso foi, para mim, um pouco difícil de ter certeza que eu atingi o equilíbrio certo.

Mais a frente, há, obviamente, mais coisas que acontecem no enredo, mas este episódio foi muito por conta própria, porque você não descobre muito sobre mim, na verdade. Os outros personagens também não, e o público também não. Eu sou apenas um cara que aparece e traz um pouco de caos e, em seguida, no final, está fora das algemas e, de repente, no quarto de Rick.

Sim, podemos ir direto para aí, se quiser. Quero dizer, só uma dica útil para você, Tom: Quando duas pessoas estão nuas e na cama juntos, provavelmente não é o melhor momento para puxar uma conversa.

Tom Payne: [Risos] Bem, acho que, você sabe, ele é bastante simples. Essa é a coisa que eu achei interessante. Eu assisti ao episódio algumas vezes sozinho, e eu gosto do jeito que ele está quase desempenhando um papel no episódio também. Ele está dando um pouco de si mesmo, que ele luta artes marciais, mas não muito. E ele não está agindo como uma pessoa perigosa. Você realmente não viu o que ele é capaz de fazer. Eu assisti o episódio com a minha namorada, e ela disse: “Você ficou nocauteado por um longo tempo”, quando eles estão me levando para Alexandria. Mas, mesmo quando estávamos filmando, eu disse a Scott, “Eu não acho que ele esteja desmaiado. Eu acho que ele está fingindo o tempo todo”, e seu plano era voltar para onde eles vieram e verificar tudo. Eu acho que o tempo todo ele está fingindo estar nocauteado, porque ele sabe que eles o acorrentaram, e ele se soltará, e então ele vai espiar tudo e conferir tudo o que ele pode de onde eles vivem.

Ele é um cara muito inteligente, e esta não foi a primeira vez que ele conheceu pessoas na estrada, e ele lida com pessoas diferentes de formas diferentes, e Daryl e Rick são apenas mais um par de pessoas que ele está lidando. Ele os analisou. Falei com Scott sobre isso, como se ele estivesse os espiando antes de conhecê-los fisicamente. Ele anda espiando por um tempo, eu acho, e então ele descobriu como se aproximar deles.

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Essa foi a minha grande dúvida enquanto assistia: Qual é o interesse de Jesus aqui? É o caminhão, ou é descobrir tudo sobre esses caras?

Tom Payne: Ele estava apenas roubando o caminhão no começo, mas então quando eles o alcançaram, ele vê que há um pouco mais sobre eles, porque quando eu estava assistindo novamente ontem, eu fiquei tipo, “Uau, eles são super persistentes. Eles realmente correram atrás dele.” Você sabe, eles encontraram a máquina de doces na estrada, e, em seguida, eles decidiram continuar correndo atrás de mim. Eu estava tipo, “Uau, tudo bem”. Então, eu acho que o personagem também está tipo, “Eles me encontraram, eu dirigi uma distância razoável, eu vou checar esses caras”. E então ele entra no caminhão, e, nesse ponto, ele pensa “Eu quero ver da onde esses caras vêm. Eles disseram que não têm um acampamento, e eles estão levando esse enorme caminhão de suprimentos de volta para onde eles vieram, e eles me perseguiram para garantir que recebam esses itens. Eles não são apenas dois caras lá. Há um monte de caras, há um monte de pessoas que estão tendo esse acesso aos suprimentos.” Então, ele tomou a decisão que descobrirá de onde eles vieram, e é isso que ele faz. Então, a partir desse momento que eles o alcançam na estrada, ele pensa “Eu irei definitivamente descobrir de onde esses caras são.”

É interessante porque você tinha dito anteriormente que nós realmente não sabemos muito sobre esse cara de primeira, mas tinha essa frase que eu o ouvi dizer umas 50 vezes quando estava no set, você diz “Eu acho que você sabe que eu não sou um cara mau.” Mas, novamente, roubando um enorme caminhão de alimentos quando os suprimentos são tão escassos e as pessoas podiam estar morrendo de fome certamente poderia ser interpretado como ações de um cara mau, certo?

Tom Payne: Poderia ser. Você está certo. Está no ar. Ele é um personagem misterioso neste momento e, principalmente neste episódio, e eu acho que é bom para o público tentar decifrar isso também. Seus motivos podem não ser necessariamente imediatamente aparentes.

Que é um episódio estranho para você entrar num certo sentido, porque você falou disso um pouco mais cedo quando você disse que levou um tempo para descobrir o tom exato, porque este episódio de The Walking Dead, em questão de tonalidade, é o contrário de qualquer episódio da série. Então você entra, filma isso, e pensa: “Ok, eu tenho uma noção do que é essa série,” mas isso não é realmente sobre o que esta série é geralmente. Assim, como foi após esse episódio? Houve ainda um período de adaptação?

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Tom Payne: Sim. Honestamente, foi muito difícil. Isso fez o trabalho mais difícil, porque em primeiro lugar, normalmente quando você faz o trabalho de ator, pelo menos alguém sabe quem é você, enquanto que aqui ninguém me conhece, e eu estou conhecendo todo mundo pela primeira vez. E você está certo: É uma energia completamente diferente. É muito fácil vir para a série e cair em certo ritmo e tom e pensar, “Bem, isso é o que é.” Mas você está certo: não foi assim no episódio também, então seria errado fazer isso. Então, eu realmente só tinha que ir pelo instinto e pelo que tinham me dito sobre o personagem. Eu estava tentando preencher as lacunas grande parte do tempo. E como eu disse, mesmo assim, eu não acho que ele está sendo ele mesmo neste episódio.

Falando em dificuldades, vamos conversar sobre a última cena com você, Michonne e Rick onde eles pulam da cama. Como foi filmar a cena com eles, basicamente, em seus ternos de nascença na sua frente?

Tom Payne: Bem, isso foi outra coisa muito difícil, porque sim, quero dizer, eu preciso começar a trabalhar com essas pessoas, e, em seguida, eles estão pulando da cama na minha frente e o diretor falava, “Você deve olhar para Andrew da cabeça aos pés, e falar ‘Oh meu Deus’ e, em seguida, dar um pequeno sorriso, depois dizer a sua fala. “Eu estava tipo… você está brincando comigo agora?” [Risos]

Oh Deus, sim, isso foi interessante. Esses dias sempre têm certa atmosfera, porque, obviamente, todo mundo tem que ser respeitoso, mas então eu sou o único que tem que entrar e olhar eles diretamente no rosto, e falar meu script. Obviamente, Andy e Danai estão em posições vulneráveis nesse ponto, mas depois Danai pega uma espada e a aponta para mim. Então, eu estava realmente preocupado que ela fosse me bater com a espada. E é TV a cabo, você não pode mostrar certas coisas. Então é realmente muito técnico, e há um monte de revestimentos, assim podem se certificar de que a cena pode ser transmitida.

Eu estou lhe dizendo, havia tantas situações na série que eu ficava tipo, “Uau, eu cai nisso, e isso será um grande passeio”, e foi. A coisa toda foi um passeio realmente selvagem.

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E quanto a sua barba? Você teve que começar com uma barba falsa e depois deixar crescer uma real?

Tom Payne: Você sabe, isso não é uma situação ideal, mas fiz os testes e uma semana mais tarde eu já estava no set. Não há nenhuma maneira que eu possa crescer uma barba de Jesus em uma semana. Portanto, não é uma situação ideal. Eu tenho quatro peças de barba diferentes no meu rosto – duas na minha bochecha, uma no queixo e uma por cima do meu bigode, e eles estão sempre entrando e retocando entre as tomadas. Você nunca realmente sente como se fosse seu rosto, e o calor Atlanta é muito úmido, quente e desconfortável.

Além disso, eu tive que usar apliques de cabelo porque o cabelo do personagem é longo. Portanto, não é o ideal, e você não pode deixar crescer a barba, ao mesmo tempo, porque você não dá pra deixar com tudo isso em cima. Então, eu tinha um bigode que eu tinha que colocar para coincidir com a barba, mas não, eu só poderia começar a crescer a barba após a série, que é o que tenho agora. Então, sim, para o que filmamos, teve que ser, infelizmente, falsa. Mas temos os caras dos efeitos especiais fazendo isso para nós, e eles fizeram um grande trabalho, eu acho.

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Fonte: Entertainment Weekly

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Marina Griffin

Tradutora do Walking Dead Brasil. Viciada em games, quadrinhos, twitter, seriados e cabeças explodindo! Tudo que envolve sangue e conflitos sociais chama minha atenção.

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