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The Walking Dead S06E09: Scott M. Gimple fala sobre as mortes do episódio

ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do nono episódio da sexta temporada de The Walking Dead, S06E09 – “No Way Out” (Sem Saída). Leia por sua conta e risco. Você foi avisado.

Boas notícias! As pessoas de Alexandria lutaram contra os zumbis! Mas isso foi só após toda a família Anderson ser devorada e um dos principais personagens sofrer um ferimento crítico com risco de vida e perda de visão. Como já tínhamos visto no final da metade da temporada, o jovem Sam já tinha começado a surtar, imediatamente chamando atenção dos zumbis para ele. Isso causou uma reação em cadeia que terminou com Jessie sendo comida, Ron tentando atirar em Rick, Michonne esfaqueando Ron, e depois Ron atirando sem querer no rosto de Carl.

Denise salvou a vida de Carl, mas não seu olho direito. Então, você sabe, essa foi a notícia ruim. A Entertainment Weekly conversou com o showrunner Scott M. Gimple para saber o que ele achou sobre esse episódio, e ele revelou o maior mistério de todos – o nome do integrante capturado dos Lobos.

ENTERTAINMENT WEEKLY: Houve algum tipo de cenário quando você selecionou Alexandra Breckenridge para interpretar Jessie que sua personagem fosse sobreviver depois desse momento?

SCOTT M. GIMPLE: Gostaria de dizer que tudo é possível, mas não. A história é a história, e a seguimos mais ou menos como nos quadrinhos. Dito isso, se um meteoro caísse na Terra, grandes mudanças aconteceriam em nossa sociedade, nunca se sabe. Posso dizer que Alexandra é uma atriz muito talentosa e trabalhar com ela é ótimo, às vezes eu esperava que um meteoro caísse porque ela é muito fantástica. Mas sim, a intenção desde o começo era contar a história dos quadrinhos. Acho que se houve algum tipo de variação é porque mais cedo ou mais tarde ela virá à ação.

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Você está dizendo que o ato de Rick ter cortado sua mão para livrar Carl talvez acontecesse em um momento diferente?

Scott M. Gimple: Acho que sim, e você sabe, às vezes as coisas se misturam. Falo isso de um jeito extremamente teórico. O plano era contar a história dos quadrinhos, e só de conversar contigo agora percebi que seria interessante se essa cena fosse invertida, Jessie cortando o braço de Rick ao invés de Rick cortando o dela.

Isso igualaria a história dos quadrinhos com Rick finalmente perdendo sua mão.

Scott M. Gimple: Exatamente! Seria um tipo de homenagem bem agressiva. E talvez ela tivesse usando um tapa-olho também. Isso seria ótimo.

Meio que já sabendo que seu destino estava selado quando ela foi selecionada para o elenco porque ela tem esse momento gigante dos quadrinhos, quando e como você contou a má notícia para ela?

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Scott M. Gimple: Posso dizer que tem muitos personagens que sei sobre a morte há muito tempo, e sempre estou tentando encontrar o melhor momento para contar e deixar espaço para caso as coisas mudem na série, especialmente o timing. Mantive um contato bem próximo com Alexandra sobre isso, mas eu não quero entrar em detalhes.

Fale sobre a cena logo antes de Rick cortar a mão dela onde ele tem esses flashbacks de todos os momentos felizes de Jessie, vocês não fazem muito isso, certamente não é algo que estamos acostumados a ver na série.

Scott M. Gimple: Sim, estou feliz que você mencionou isso. Foi um momento bem impressionista, certamente inspirado por um tipo de estilo de filmagem dos anos 70 que eu e o diretor Greg Nicotero conversamos sobre. Foi um momento muito intenso, foi tão emocionante, difícil e horrível em todos os aspectos de coisas terríveis infligidas a outra pessoa por alguém que realmente não quer fazer aquilo. E senti que aqueles flashes intensificaram ainda mais o que estava acontecendo.

Fez a audiência se lembrar de que eles são seres humanos por baixo daquela pilha e do contexto de sua relação – houve certa urgência no que Rick fez. Queríamos contrastar de um jeito emocionante e terrível para que suas emoções se elevassem. Nós gostamos de empregar momentos impressionantes e jeitos experimentais de filmagem.

Amo isso porque é apenas outra maneira de dar à audiência uma nova experiência. Não queremos dar só uma polegada, nem deixar de lado a oportunidade para melhorar a experiência para o público, e para isso precisamos de experimentações. Isso significa correr riscos, e sempre vamos fazer isso para a audiência, e vou dizer que estamos em uma rede onde o DNA dela é dar ao publico uma experiência cinematográfica, e isso que tentamos fazer, temos muita sorte que pousamos onde estamos.

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Obviamente nos quadrinhos é Douglas Monroe que acidentalmente atira em Carl enquanto tenta lutar contra zumbis. Vocês vieram preparando o terreno para que Ron atirasse em Carl enquanto tentava atirar em Rick. Por que não foi Deanna – a versão para televisão de Douglas – que fez isso? E em que ponto você teve essa ideia?

Scott M. Gimple: Bem cedo, ia amar dizer “Nossa, cara, que ideia genial que a gente teve!” mas há uma cena nos quadrinhos onde Ron chega em Carl. Não de um jeito físico, somente o ameaçando, mas a dinâmica foi tão legal nos quadrinhos, e foi uma que quisemos explorar e preencher bem mais. E Enid fez grande parte disso também. Nós pegamos muita inspiração dos quadrinhos, de se afastar dos quadrinhos, voltar para ele e se afastar novamente. Sim, é um estilo meio M.C. Escher de se adaptar o material de origem.

Perguntei para você sobre a possibilidade de Carl perder o olho há um bom tempo atrás e você foi previsivelmente cauteloso, mas houve alguma conversa. Você realmente quis tirar o olho de Carl, em termos de logísticas de lidar com o que está por vir? Porque não é somente alguém levando um tiro no ombro que logo cura e não é grande coisa, que você pode cobrir com uma jaqueta e não vemos mais. Você atirou em alguém no rosto, e isso afetará permanentemente sua logística daqui para frente.

Scott M. Gimple: O que aconteceu com Carl vai transformar demais seu personagem. Por anos nos quadrinhos, de várias maneiras, a base é o Carl e como ele se sente e como ele se apresenta até mesmo na linha histórica que estamos agora nos quadrinhos. Não quero dar spoilers, mas isso conduziu a uma relação que tem um enorme impacto na história dos quadrinhos.

Você sabe, Andrew Lincoln procurou Greg e eu separadamente e depois juntos e perguntou se ele poderia começar a ter cicatrizes. Cicatrizes custam tempo, e essa série é uma que precisamos de todo segundo possível, mas Andy estava certo. Esses personagens vão começar a ter cicatrizes, e o tempo que gastamos colocando elas em seu rosto todas as manhãs vale a pena porque é isso que seu personagem é, a mesma coisa vale para Carl.

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E quero dizer em público como Chandler Riggs é ótimo com tudo isso. Digo isso porque é meio chato ter um de seus olhos tampado o tempo todo. Claro que é menos chato do que perder o olho de verdade, mas o jeito que Chandler vem fazendo isso e lidando com isso é incrível. Temos muita sorte de tê-lo.

Ouvi dizer que você não deixou que ele cortasse o cabelo sabendo que isso estava vindo para ajuda-lo a lidar com essa situação.

Scott M. Gimple: Bom, isso pode ou não ser verdade.

Olhe, Scott, estou de saco cheio de chamar o líder dos Lobos de “líder dos Lobos” porque eu não sei do que chamá-lo. Agora que ele está morto, aquele cara tinha ou não um nome?

Scott M. Gimple: Para falar a verdade, inventei alguns nomes para ele. Há uma grande história pregressa que escrevi para ele.

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Ok, conte-me tudo agora.

Scott M. Gimple: É uma história bem ambientada que talvez tenhamos alguma chance de contar algum dia, nunca se sabe. Posso dizer que o nome dele foi Owen por um tempo, o que foi bom porque desse jeito ele poderia soletrar seu nome em sua testa. Com certeza investi tempo para criar sua história pregressa, mas não em seu nome porque nunca precisei.

Bem, Owen é melhor que nada, então vamos chamá-lo assim. Mudando de assunto, sei que você quer que eu pare de odiar o Padre Gabriel agora porque ele se impôs para proteger Judith e depois entrou na briga com os zumbis, mas aparentemente eu não perdoo tanto quanto os personagens da série porque eu ainda meio que o odeio.

Scott M. Gimple: Cara, eu não quero mandar nos seus sentimentos, obviamente não sou seu chefe. Pessoalmente, as coisas escandalosas que Gabriel fez foram culpa de fraqueza e autodepreciação, mas isso não o da o direito de ter feito as coisas que fez, não mesmo. Mas ele está aqui, está aprendendo, e agora respeita bastante Rick, e está tentando se tornar uma pessoa mais parecida com Rick. Se isso faz ele se tornar mais agradável ou não, é absolutamente decisão do público. Mas ele está aqui, tentando, e não somente dobrando sua tenda e morrendo. Ele está tentando achar alguma redenção, assim como todos nós, não é mesmo?

Fale por você. O que você pode dizer que está por vir?

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Scott M. Gimple: Posso dizer que a melhor frase do episódio 609 para o 610 é: agora é algo totalmente diferente. É como se segurar no seu sofá porque há um contraste tão grande do que todos já viram – primeiramente no tom, mas os sentimentos que as pessoas tem no episódio 10 são profundamente diferente do que no 9. Também digo que um tempo vai ter passado entre os dois episódios.

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Fonte: Entertainment Weekly

Laís Barcellos

Bióloga, viciada em games, livros, ciência, gore e nonsense. Fã de zumbis desde que me entendo como gente.

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