Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do quarto episódio, S06E04 – Here’s Not Here, da sexta temporada de The Walking Dead. Caso ainda não tenha assistido ou lido, não continue. Você foi avisado!
A série continuou a brincar com o tempo no episódio do último domingo, que, graças a estrutura “antes” vs. “agora”, preencheu a história de Morgan (Lennie James).
O episódio se iniciou logo onde o aclamado pela crítica “Clear” acabou, com Morgan mentalmente instável antes de se reencontrar com Rick (Andrew Lincoln) no season finale da quinta temporada.
Durante os flashbacks os espectadores descobriram que Morgan acidentalmente põe fogo na sua casa e é forçado à cair na estrada onde ele continua a encontrar segurança em um círculo de estacas de madeira construído por ele. Além do mais, ele continua a escrever palavras tipo “limpar” e “aqui não é aqui” por todo lugar usando sangue de zumbi.
Por fim, Morgan se depara com uma cabine pitoresca com direito a painéis solares e uma cabra amarrada. É ali que ele conhece Eastman (Jonh Carroll Lynch), que fica com Morgan apesar dele continuar repetindo “me mate!” aos gritos. Eastman descobre que Morgan viu sua esposa e filhos serem mortos e descobre que sua função atual era a de “limpar” – os vivos e os mortos que aparecessem. (Morgan também explica que os “atos inúteis”, como salvar as pessoas, são assim, inúteis, porque todos vão morrer de qualquer forma, etc.)
Eastman, por sua vez, era um psiquiatra forense que reabilitava presidiários e, no pós-apocalipse, treina uma arte marcial conhecida como Aikido. O gentil estranho – que tenta desesperadamente produzir seu próprio queijo e que Morgan mencionou mais cedo na temporada – passa seu novo modelo de vida para Morgan. Depois que Morgan – lutando contra o transtorno de estresse pós-traumático – se torna capaz de abrir a reabilitação, ele abre o livro que Eastman o deu chamado “Arte da Paz” onde sua crença de não matar é explicada: “Aikido significa não matar. Embora todas as crenças tenham um mandamento contra tirar vidas, a maioria deles justifica matar por uma razão ou outra. No Aikido, contudo, nós tentamos evitar completamente a matança, mesmo da pessoa mais má.”
É então que Morgan e Eastman – que fez uma lança para seu novo amigo – começam a treinar e trabalhar juntos. Ao fim de tudo, Eastman acaba sendo mordido por um zumbi quando a dupla sai para uma busca. Mas não é qualquer zumbi: Morgan matou um pai e um filho antes de cruzar o caminho de Eastman e acaba que se reencontra com o filho zumbi.
Sabendo que Eastman está morrendo, eles retornam para a cabana onde o Eastman explica que ele usou a cela em sua cabine para matar o presidiário responsável pela morte de sua esposa, filha e filho depois que saiu da prisão – quebrando a única lei do Aikido. Quando Eastman morre, Morgan enterra seu corpo e sai de lá – passando pela placa do Terminus e o colocando no caminho para se reconectar com Rick.
No dia presente, os espectadores viram que Morgan está recontando sua transformação para um membro dos Lobos que ele está mantendo em cativeiro no porão, na esperança de repassar o ensinamento e reabilitá-lo da forma que Eastman fez com ele. Só que isso não funcionou e o Lobo – que revela que foi mordido por um zumbi – diz que ele matará Morgan e qualquer outra pessoa se escapar. Morgan opta por trancá-lo – algo que Eastman nunca fez quando Morgan era perigoso e ficava na cela. Ao final do episódio, uma voz grita para abrir os portões de Alexandria.
Aqui, o produtor executivo Greg Nicotero fala sobre a história de Morgan, sua transformação e quando o mistério de Glenn (Steven Yeun) será resolvido.
A sexta temporada fala de transformação. O que o surpreendeu na transformação da sanidade de Morgan quando você leu o roteiro?
Greg Nicotero: Morgan, sabendo que estava completamente fora de si, estava totalmente preparado para morrer. O fato que ele foi reabilitado forçadamente e foi bem sucedido, achei maravilhoso. Sempre foi planejado dessa forma: no meio do season première você vê Morgan e Rick sentados nos degraus e Rick entrega Judith para Morgan segurar. Existe uma fala específica nesse episódio onde Morgan se pergunta se alguma vez ele vai voltar a segurar um bebê. Então naquele momento do primeiro episódio é um ciclo se encerrando para Morgan. É um ótimo estudo de personagem ver essa transformação e vê-lo tentando passar a filosofia adiante.
Qual o próximo passo para Morgan em sua transformação pessoal agora que ele percebeu o quanto ele precisa de outras pessoas em sua vida?
Greg Nicotero: Ele tem uma relação bem intrigante com as pessoas com quem convive e com as pessoas de Alexandria. Ele sabe que ele tem que ir com calma porque ele está brincando com fogo ao dar, potencialmente, abrigo a esse fugitivo e tentar escondê-lo das pessoas que se oporiam a isso. Ele se colocou numa situação complicada, mas ele está comprometido com isso. Não acho que Rick ou qualquer outra pessoa de Alexandria aceitariam de boa o fato de manter viva uma das pessoas que literalmente destruíram suas casas. A maneira desse mundo é essa. Amo o fato de Deanna (Tovah Feldshuh) estar de apoio em qualquer que seja a decisão que Rick precisar tomar para manter a comunidade viável. Foi para isso que o trouxeram.
O que Eastman quis dizer quando ele falou a Morgan que, “aqui não é aqui”?
Greg Nicotero: Ele está tentando fazer Morgan entender que você precisa seguir com a vida. Uma das partes de toda a história de Morgan é vê-lo seguir em frente da morte de sua esposa e filho, Dwayne.
Eastman revela que apesar de ter aprendido Aikido ele ainda matou Crighton – o presidiário responsável pela morte de sua família. Morgan acredita que há uma exceção à regra, apesar do que está escrito no livro?
Greg Nicotero: Não acho que Morgan acredite que exista uma exceção. Na minha opinião, isso revela um pouco de defeito no caráter de Eastman. Porque Morgan descobre isso apenas depois do processo de reabilitação. Eastman encontrou Crighton e foi vingado, ele o torturou até ele morrer. Isso é exatamente o oposto do que ele prega. Quando Eastman acaba sendo mordido, ele encontra sua própria redenção ao admitir a Morgan o que tinha acontecido. Se ele não tivesse conhecido Morgan e nunca tivesse se redimido, ele teria morrido com a alma torturada. Eastman se beneficiou com a presença de Morgan da mesma forma que Morgan se beneficiou com a presença de Eastman.
Dado o ataque dos Lobos na comunidade, quão duro Morgan terá que dar para continuar seu modo de vida sem mortes?
Greg Nicotero: Morgan é um personagem muito tenaz em relação ao que ele acredita. Se ele conseguiu sobreviver esse tanto se mantendo ao seu mantra haverá um conflito considerável com outros que o confrontem diretamente. E por outros eu quero dizer basicamente todo mundo. Não existem muitas pessoas que viram seus amados sendo massacrados bem a frente que dirão, “Nós deveríamos dar uma segunda chance a esses caras”. Morgan está comprometido a sua doutrina que ele abraçou porque ela salvou sua vida – tanto que ele lutará para defender esse modo de vida com afinco em um tipo de Daryl que prega que a “vida é preciosa” (risos).
Como vai ser o próximo encontro entre Morgan e Carol, uma vez que eles estão em duas perspectivas completamente diferentes?
Greg Nicotero: Seu disfarce foi para o alto quando os Lobos atacaram Alexandria. Ela está por aí agora e vai haver um certo conflito em termos de qual vai ser o novo papel de Carol nesse mundo. A verdade é que Carol não gosta de matar. Isso é algo que foi bem estabelecido em termos do que podemos esperar de nossos personagens. Mas não acho que alguém que sobreviva nesse mundo goste de matar. Com Carol, isso é algo que vai afetá-la com certeza.
Aquela era a voz de Rick pedindo para abrir os portões de Alexandria ao final do episódio?
Greg Nicotero: Não quero falar porque vai ser o início do próximo episódio.
O showrunner Scott M. Gimple falou que nós descobriremos sobre o destino de Glenn ainda na primeira metade dessa temporada. O que você pode falar sobre como vai ser isso, uma vez que não o vimos nesse episódio?
Greg Nicotero: É uma jornada e tudo isso é para dar a audiência uma ótima história e uma ótima montanha-russa para se divertir. As pessoas ficam felizes, tristes e com raiva. O fato de termos instigado emoções nas pessoas é um tributo a Steven Yeun, nossos roteiristas e equipe. Isso mostra o quanto as pessoas se importam e o quanto é investido, mesmo se ficarem com raiva.
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Fonte: Hollywood Reporter
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