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Andrew Lincoln fala sobre o episódio de estreia da 6ª temporada de The Walking Dead

ATENÇÃO: Esta matéria contém spoilers do primeiro episódio da sexta temporada de The Walking Dead, S06E01 – “First Time Again” (Primeira Vez de Novo). Leia por sua conta e risco. Você foi avisado.

Rick Grimes não está de brincadeira. Andrew Lincoln, por outro lado, é uma pessoa muito agradável. Enquanto Grimes provavelmente não teria muito a dizer sobre aquela vez que tacou uma arma na cara de Carter, aquela vez que ele esfaqueou Carter na nuca (justificada, uma morte de misericórdia e também uma necessária para manter os zumbis longe), ou qualquer coisa que ele fez envolvendo alguém, Lincoln está mais do que feliz em discutir sobre isso.

Com isso em mente, a Entertainment Weekly conversou com a estrela de The Walking Dead para saber o que ele achou da estreia da sexta temporada. Como foi receber e depois se despedir de Ethan Embry, que interpretou Carter? Por que Lincoln socou uma parede antes de filmar uma cena? O que significa aquelas divergências de Rick com Morgan e Daryl? Respostas dessas perguntas e mais, assim como uma visão do que esperar em seguida.

ENTERTAINMENT WEEKLY: Então, cara, você matou Ethan Embry. O que foi isso?

ANDREW LINCOLN: Eu sei, Ethan era o cara mais doce, muito talentoso e incrível, foi bem-vindo a série e depois tive que matá-lo. Ele disse “Não, isso é ótimo! Eu assisti com meu filho, cara! Fico orgulhoso se der morto por você! E ainda fui mordido, tive toda a experiência zumbi.” Teve um dia nas gravações que eu estava pensando “O que estou fazendo?” Era seu primeiro dia. Nós o matamos no primeiro, como gostamos de fazer. Ele tinha um grande buraco em seu pescoço e acho que estava fumando um daqueles cigarros eletrônicos, e eu pensei que a fumaça sairia pela sua nuca. Acho que ele estava no Skype ou FaceTime com alguém, e ele fez todos os zumbis dançarem “Thriller” atrás dele. Ele me olhava e falava “Você está brincando? Olhe para isso!” Ele era um completo turista mandando vários links de volta para seu filho.

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Ele é um ator brilhante. É aquela coisa que sempre digo quando mato alguém: “Realmente temos que matar esse cara?” Porque ele é incrível, e também deu voz a uma rebelião que estava acontecendo em Alexandria, e ele fez isso tão bem, fundamentado. Eu consegui ver o fato que ele é um cara trabalhador, mas alguém que não estava disposto a ceder ao maníaco do Rick.

Eu assisti você se preparar para a grande cena onde está psicopata, mas ouvi dizer que você socou e fez um buraco na parede antes de puxar a arma para Carter quando ele tentava organizar um golpe?

Andrew Lincoln: Não percebi que a grande equipe de design tinha colocado uma parede de mentira. Não vou fingir que tenho super poderes e que posso socar paredes. Eu estava me preparando para virar psicótico para a cena e eu achei que podia socar a parede algumas vezes. Eles estavam arrumando a cena e Greg Nicotero estava dirigindo. Ele falou “Andy, Andy” e eu soquei a parede e meu punho saiu do outro lado dela. Eu disse “Me desculpa, isso estava sendo filmado?”, e eles falaram “Foi direto na cena”. Eu me senti como um idiota, acho que eles tiveram que remendar a parede para a cena, mas fiquei um pouco empolgado demais e fui levado pelo momento.

Conte-me como é trabalhar com essa escala e tamanho de 300 zumbis. Sei que já trabalhou com muitos zumbis antes, assim como o episódio piloto no centro de Atlanta, mas esse episódio foi absurdo.

Andrew Lincoln: Acho que esse era o objetivo de Scott. Ele queria chegar dando socos nessa temporada.

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Literalmente nesse caso, parece.

Andrew Lincoln: [Risadas] Eu peguei uma nota literal do meu diretor. “Só continue socando coisas, Andy!” eu acho que somos descaradamente uma série de zumbi nessa temporada, e certamente você verá que é implacável até o episódio 9. A precipitação desses 30 segundos é como um tiro de flecha, e essa é o essencial da história. Você vê as consequências desses 30 segundos ao longo dos próximos sete episódios. A intenção sempre foi fazer o maior, mais grandioso. Sabe como é: Nós definimos a barra, e temos que saltar sobre ela sempre. Isso dá a impressão de maximizar. Dedos cruzados para que o trabalho que todos estão colocando se mostre, porque acho que essa é a história mais corajosa e ambiciosa que já fizemos por um bom tempo. Só espero que ela funcione.

Mas sim, a coisa dos 300 zumbis. Tudo que direi é que tive 5 carrapatos nos primeiros três dias de filmagens. Isso foi o quão épico foi pra mim. Estava carregando essas lenhas para cima e para baixo. E aí Norman chegou atrasado um dia e ele foi se arrumar. Ele tirou sua roupa na rua e o vestiram porque ele estava muito atrasado. Ele subiu em sua moto e teve uma das cenas mais legais desse episódio! Essa é a história da minha vida com Norman Reedus na série: Eu estouro um intestino, sou consumido por larvas e carrapatos e suor, perco peso, fico doente. Norman aparece igual a um cisne, fica muito tempo arrumando cabelo e maquiagem, sobe em sua moto e salva o dia! Isso aconteceu mais de uma vez nessa temporada, só para vocês saberem.

Tão legal quanto pode ser, né?

Andrew Lincoln: Sim, com uma mão! Houve muita discussão sobre isso, Greg Nicotero falava “Coloque as duas mãos na moto”. E ele “Eu não posso dirigir desse jeito”. Tão descolado. E eu disse “Há 40 mil walkers atrás de você! O que você está fazendo?” e ele “Tentando pilotar minha moto direito”.

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Falando sobre não estar na mesma página, vamos falar sobre a dinâmica de Rick e Morgan, porque esses caras não estão vendo olho por olho filosoficamente. Eles não conseguem concordar se enterram Pete, ou se ajudam Carter quando os zumbis estão vindo atrás dele. Quanto o bom passado deles irá ajudá-los em termos de trabalharem juntos?

Andrew Lincoln: Acho que isso é um bom ponto, Morgan é a voz da audiência: Onde está Rick? Onde o grupo se encontra nesse ponto, particularmente depois de matar Pete na última temporada? Acho que há benevolência, há história, há respeito, mas eles não se conhecem. Esses dois homens são pessoas formidáveis em seus próprios jeitos, e é isso que eu amo sobre interpretar aquelas cenas com Lennie e continuar a interpretar cenas com ele. Ele é como granito, tem uma ideologia que está em oposição direta, aparentemente, com Rick. É uma voz que você ainda não ouviu, é como uma continuação de Carter. Carter é a primeira voz da dissidência e oposição, e Morgan vai pra cima dele “Ei, ei, mais devagar”. Acho que você verá uma continuação daquela discussão. Só muita boa vontade pode fazer isso continuar sem nenhuma fratura. Há tanta coisa que vai durar, eu acho. Ter Lennie de volta é muito incrível porque ele é um ator ótimo, mas também tem essa relação de Rick e Morgan novamente – isso meio que coloca rédeas nele e dá acesso a uma parte de si que ele não compartilha. Sabe aquela confissão sobre Carter no degrau onde ele entrega o bebê para Morgan? Não sei a quem mais ele teria dito isso além de Morgan, e isso é um dos maiores presentes por ter Morgan de volta.

Houve um pouco de desentendimento entre Daryl e Rick, quando ele quer parar de recrutar pessoas e Daryl não concorda com isso. E isso se repete algumas vezes no episódio. É bem raro ver algo onde esses dois caras não se encontram na mesma página.

Andrew Lincoln: Sim, nós amamos aquela cena. Interpretamos isso como uma traição. Eu descobri por Morgan o que tinha acontecido. Ele não me contou diretamente, então não estava no roteiro, isso foi algo que eu e Norman só fizemos. Eu disse “Por que não fazemos isso como uma traição? Uma traição fraterna.” Caso contrário, seria só uma exposição, como isso, isso, isso. Definiu a cena como algo bem mais complicado e brilhante. Acho que é uma discussão que continuará também. Assim como vários primeiros episódios que Scott dirige, mas particularmente esse, ele está jogando temas e ideias e arcos de história que continuarão ao longo de todos os episódios dessa temporada. Certamente essa discussão é uma com muito empurra e puxa entre esses caras que continuará a causar atrito.

Então, essa moça, Jessie. Ela é atraente, você vai e atira no rosto de seu marido, e agora teve que pegar um pouco pesado com seu filho. Provavelmente isso não é o melhor jeito de conquistar o coração de uma dama.

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Andrew Lincoln: Ele não está facilitando esse primeiro encontro, concordo contigo. Matar o pai e pegar pesado com o filho – sim, há um par de obstáculos que ele precisa pular. Eu amo Rick, amo interpretar Rick, porque ele não dá a mínima, cara. Ele estava salvando a vida da criança. O que amo sobre a cena com Jessie é que Rick não contou sobre o contexto dele tocando, isso é honroso e legal sobre esse cara. Ele é uma daquelas pessoas que faz uma boa ação, talvez não da melhor maneira possível, mas não conta pra ninguém sobre isso. Isso que é profundamente legal. Gostaria de ser tão legal assim na vida real.

Mas acho que isso também é seu calcanhar de Aquiles. Se ele sente que alguém está fazendo algo que vai arriscar sua vida, a vida de todos, talvez até a vida de Jessie, ou que cause dor a alguém que ele se importa, ele não vai poupar ninguém. Mesmo ensinando Carter e a gangue como matar zumbis, ele ensina como uma escola de golpes duros. Ele está dizendo que ou você corre com a gente ou morre. Você verá no próximo episódio que há um exemplo bem literal da ideologia de Rick: se você não consegue acompanhar, não conseguirá sobreviver com a gente.

O que mais você pode nos contar sobre o que está no horizonte?

Andrew Lincoln: Os próximos dois episódios são insanos. Sempre digo isso, o episódio 1 é como uma flecha sendo trazida para traz, e nos próximos 30 segundos a flecha será atirada. Os episódios 2 e 3 serão pura ação, é insano. Os próximos oito episódios serão bem grandiosos, cinéticos, mas também a escala dele. Todo episódio é como se fosse o último da temporada, eles são bem diferentes. O episódio 4 é incrível, é como um filme independente no meio de The Walking Dead, isso é doido. E aí os episódios 5, 6, 7 e 8 continuam a crescer e crescer. Você verá a série se abrir, nós olhamos para o interior por tanto tempo, é como se todos levantassem seus olhos para o horizonte nessa temporada, e isso abre um mundo totalmente novo, é incrível.

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Fonte: Entertainment Weekly

Laís Barcellos

Bióloga, viciada em games, livros, ciência, gore e nonsense. Fã de zumbis desde que me entendo como gente.

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