Quando você tem um elenco grande como o de The Walking Dead, é natural que um personagem às vezes fique estático e sem muita ação. Glenn tem estado parado recentemente, mas tudo muda com o último episódio.
Enquanto estão numa busca por partes de uma cerca elétrica, tudo começa a ruir quando Aiden acidentalmente atira em uma granada e explode. E tudo vai de mal a pior quando Nicholas foge não uma, mas duas vezes, deixando Aiden morrer e depois abandonando Glenn e Noah em uma porta giratória rodeada por zumbis, para tentar salvar sua pele. Glenn então teve que sentar e assistir o terror de ver o rosto de seu amigo ser arrancado e consumido por zumbis sem poder ajudar, e a apenas alguns centímetros de distância. Foi uma situação poderosa que mostrou que o personagem de Yeun está pronto para ser líder e presenciou um tragédia pessoal bem de perto pela primeira vez.
O ator Steven Yeun falou ao Entertainment Weekly para dar seu parecer sobre as filmagens do grande episódio e o que ele representou para Glenn Rhee.
Estou curioso para saber como esse episódio foi apresentado a você. Você apenas leu o roteiro normalmente, ou você recebeu um aviso do showrunner Scott Gimple sobre o material pesado que estava por vir?
Steven Yeun: Não sei se foi necessariamente pelo conteúdo pesado, acho que ele nos ligou para avisar sobre a partida de Tyler da série. Isso é muita coisa para se digerir – ele é ótimo e saber que ele iria embora foi um baque. Como sempre é. Mas ele ligou e disse, “Ei, essas são as coisas que vão acontecer, mas vai afetar todo mundo.” É interessante quando algo assim acontece na série porque sempre desencadeia algumas reações. Então fiquei empolgado.
O que aconteceu com a relação entre Glenn e Aiden desde o episódio de duas semanas atrás? Porque vocês estavam brigados antes, mas no início desse eles parecem ter achado um lugar comum entre suas ideias.
Steven Yeun: Acho que eles estavam visando a mesma coisa. Estavam querendo um respeito mútuo de certa forma. Com Glenn, ele via em Aiden e Nicholas, e em Alexandria num geral, um pouco de si no início do apocalipse. Ver a mudança que aconteceu em Glenn do começo de tudo – antes mesmo de salvar Rick do tanque – até agora, deixa claro o que provavelmente ele tenha passado. Ele olha para essas pessoas e pensa, “é, era assim que eu costumava ser.” E olhando especificamente para Aiden e Nicholas ele pensa, “Era assim que eu poderia ter ficado se tudo fosse diferente. Se eu tivesse proteção como eles eu seria alguém mal preparado e assustado.” E acho que ele percebe isso em Aiden. Então depois do murro ficou claro tanto para Glenn quanto para Aiden que Aiden e os seus precisavam de ajuda. Então eles terem saído em missão juntos não foi algo como fazer as pazes, foi mais somar forças para algo que todos queriam que é vida e segurança nessa comunidade.
Vocês entraram no depósito. É escuro, cheio de zumbis e uma explosão bagunça tudo. Como foi filmar essa cena?
Steven Yeun: Foi muito divertida, estava bem escuro mesmo. Muitas máquinas de fumaça estavam trabalhando ali. [Risos] Algumas coisas que fazemos são bem bagunçadas. Eu lembro de estar deitado no chão para gravar a cena pós-explosão. Um dos nossos primeiros assistentes de câmera ficava jogando amendoins de isopor em mim para me cobrir de amendoim antes da cena, e os outros ficavam se arrastando, gemendo e tossindo, meio que se preparando no chão até que ouvíssemos “ação”. É muito bom poder ter um espaço tão realístico para trabalhar e também ter pessoas muito comprometidas. Parece que tudo que estamos fazendo é real, então é bem divertido.
Teve a cena com Daniel Bonjour, que interpreta Aiden, em que você tenta salvá-lo, mas os zumbis estão se aproximando e Nicholas foge. Filmar uma cena de morte como essa – mesmo para um cara que só esteve na série por dois episódios – é diferente? Se sim, como?
Steven Yeun: Eu não diria que é necessariamente diferente. Acho que o impacto da audiência é maior quando se tem um personagem que está na série a mais tempo. Mas para nós não é que não haja peso, é que você apenas aprecia o bom trabalho que o ator fez até aquele ponto da série em tão pouco tempo. E achei que o Daniel fez um excelente trabalho com aquele papel de otário. Senti que ele me ajudou a deixar o murro da outra semana mais satisfatório. Então quando você vê a morte dele é bom ver a confissão e o momento de redenção em sua história.
Conte sobre como foram os ensaios para a cena da porta giratória. Que conceito bacana deixar Glenn e Noah e Nicholas presos em lados opostos da porta – uma excelente nova maneira de ficar preso em um lugar fechado e transparente.
Steven Yeun: Eles construiram uma porta giratória de verdade, então você percebe que não há nada que eles não construam. Eles construíram uma fisicamente e instalaram no local de um prédio de verdade. Nossos caras dos cenários são incríveis. Nós montamos isso e ensaiamos alguns dias antes – tentando ver como ficaria mais real e lógico de acontecer e como faríamos para nos livrar daquilo. Funcionou muito bem para mostrar o que aconteceria, mas também para mostrar a diferença entre duas pessoas. É algo que fala em múltiplas plataformas e níveis diferentes.
Isso termina com a morte brutal de Noah depois que Nicholas os abandona. Noah diz para Glenn não soltá-lo, mas os zumbis o pegam. E Glenn tem que ficar apenas sentado a alguns passos de distância vendo o rosto de Noah ser arrancado na sua frente. Como ator, como você se preparou para aquilo?
Steven Yeun: É uma coisa estranha para se preparar. Tyler foi sensacional na hora, se conectando comigo o tempo todo. Para mim, eu estava repetindo um mantra em minha cabeça. Eu fiquei imaginando o que estaria para acontecer na minha mente de verdade. Todo mundo sempre estava ali para ajudar e fazer desse lugar um lugar mais livre para se viver. E o Tyler foi excelente. Tudo aconteceu de uma maneira bem orgânica.
Essa cena em particular foi um pico emocionalmente negativo para seu personagem, mas imagino que tenha sido empolgante para você como ator.
Steven Yeun: Sabe, foi uma cena carregada. Você olha também para o que Noah representava para Glenn – ele é o outro lado da moeda do que estava falando sobre Aiden e Nicholas. Ele tem potencial, ele vê potencial em Noah, ele vê um traços de si em Noah. Ao olhar para Noah ele vê uma versão do que Glenn poderia ter se tornado. O fator decisivo foi o fato de Glenn ter aceitado essa realidade e decidido que ele queria continuar a sobreviver nela. Foi isso que levou Glenn até esse ponto, e ele vê que Noah também pode chegar lá – que eles podem todos viver e continuar suas vidas.
E ele tem que ver isso ir embora, se desperdiçar, no momento em que Noah diz para Glenn “não solte” já é tarde demais. Eles o pegam. E acho que para Noah o “Não solte” ecoa um sentimento de manter-se preso à esperança ou possibilidade de continuar a sobreviver em um lugar seguro. Continue. Ele vê um pouco de si nisso, e pensa, ei, existe toda uma vida por trás dessa tragédia toda e todas essas mortes. Você pode continuar a viver nesse mundo como um ser humano. Acho que isso foi severamente afetado quando ele o perde. Mas ao mesmo tempo em que ele vê uma pessoa ser violentamente despedaçado na sua frente ele pensa em milhares de coisas.
Tipo?
Steven Yeun: Acho que Glenn nunca perdeu ninguém. Ele perdeu pessoas que significavam muito para ele, mas ele nunca esteve fisicamente presente para perder alguém sem poder ajudar. Na morte de Dale ele foi apenas um tipo de testemunha no fim de tudo, ele não estava lá na hora do acontecido. Rick, ele salvou. Todos que ele tentou salvar foram salvos com sucesso, mas essa foi a primeira vez que ele tinha alguém dependendo dele e falhou completamente. Então isso foi algo terrível para ele. Então você meio que tenta ficar no lugar de Glenn. Eles sempre testemunharam coisas violentas, mas ver alguém próximo que você conhece e se importa ser despedaçado de uma maneira grotesca é diferente. Glenn tem que lidar com tudo isso e com outras coisas milhares de coisas que devem passar pela cabeça dele.
Como foi dizer adeus para Tyler James Williams?
Steven Yeun: Ele trouxe nada menos do que uma magia incrível. Eu assisti aquela cena junto dele e muitas pessoas assistiram nos sets. Até mesmo o grito dele foi bom – estava cheio de outros sentimentos além do “Estou sendo comido”. Você assiste a cena e fica “Meu Deus!”. Você consegue ver todas as emoções que saem dele naquela hora. Um momento de resiliência que vira um grito, uma aceitação de seu destino, mas ao mesmo tempo um medo intenso. Para nossa série, a direção de elenco faz um trabalho incrível na seleção dos atores. Para ele ter deixado sua grande marca na série é um grande testamento, mas também uma tristeza imensa para nós. Nós queríamos ter o maior número de bons atores possível na série porque é muito divertido.
Vimos tudo isso muito bem no último episódio, que as pessoas de Alexandria não sabem que estão fazendo e não sabem liderar.
Steven Yeun: Acho que essa é a razão pela qual, no fim das contas, Deanna os trouxe para lá. Ela é esperta demais para perceber, assim como Aaron, que eles precisam disso. Como eles planejam expandir, eles precisam da gente – eles precisam de ousadia. Eles sabem que muitas pessoas dali não são capazes de viver em um mundo tão sombrio. O que é divertido de ver é como cada personagem aparece e se desenvolve sua própria maneira de liderar, ou aceitando cargos ou aceitando seus destinos. Algumas pessoas têm momentos mais difíceis ao chegarem em lugares normais e outras pessoas se encaixam imediatamente logo de início. É legal ver essa determinação de como as pessoas se encaixariam nesse mundo. Eles definitivamente são sobreviventes.
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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: @OAvilaSouza / Staff Walking Dead Brasil
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