[ATENÇÃO!! ESTE CONTEÚDO CONTÉM SPOILERS DO EPISÓDIO S05E13 – “FORGET“!]
O episódio do último domingo de The Walking Dead foi um episódio importante para Daryl Dixon. O “outsider” da Zona Segura de Alexandria aceitou tanto um convite para jantar como um trabalho na comunidade, para se juntar a Aaron como recruta. Mas seu movimento mais importante e simbólico pode ter sido se recusar a aceitar as armas que Carol roubou, no caso de eles precisarem usá-las contra seus anfitriões aparentemente hospitaleiros.
A Entertainment Weekly conversou com o ator que interpreta Daryl, Norman Reedus, para saber tudo sobre isso e muito mais, incluindo a perda de Buttons, o cavalo.
EW: Antes de falarmos sobre Daryl, sua evolução nesse episódio e sobre ele talvez estar suavizando sua postura um pouco nessa sociedade e seu papel nela, porque ele tem sido tão pouco receptivo com essas novas pessoas? É por causa do Terminus e de Woodbury, ou é só parte do jeito natural de Daryl, se sentir desconfortável e não confiar em estranhos?
NORMAN REEDUS: Ele é muito conservador e não acho que ele confie nas pessoas muito facilmente. Existe outro aspecto: Eu não acho que o Daryl teria gostado de viver em uma habitação suburbana mesmo antes do apocalipse zumbi. Daryl é o tipo de cara que gosta de estar na estrada. Ele gosta de continuar em movimento. Não acho que seja assim nessa cidade, que ele esteja sentindo isso – principalmente não no início. Tudo parece fácil demais. Eu sei que uma grande parte do grupo quer encontrar refúgio e um lugar em que possam ficar por mais tempo, mas não acho que Daryl queira se acomodar em algum lugar.
Ele não participa desse coquetel que Deanna está fazendo, mas ele concorda em ir jantar com Aaron e Eric. Porque ele aceita esse convite?
Norman Reedus: Espaguete é espaguete, se é que você me entende. [Risos] Eu acho que ele confia no Aaron. Há algo nele que faz Daryl confiar nele, mas eu também acho que Daryl não tem nenhum outro lugar para ir. Todos estão fazendo isso, estão animados com a festa e estão interessados em ver quem são essas pessoas. Eu não acho que Daryl sinta que ele pertence a esse lugar e isso é uma parte dos motivos que o fazem se sentir hesitante sobre a cidade inteira. Ele sente que não faz parte do grupo deles e basicamente já passou por tudo isso com sua família, por assim dizer. Ele sempre teve um sentimento de inferioridade e acho que agirá assim.
O quão divertido foi comer todo aquele espaguete?
Norman Reedus: Eu comi muito espaguete naquele dia. [Risos] Essa é uma das coisas legais nessa série – sempre que eu como, eu sujo o rosto todo. Mas era um espaguete muito bom. Preciso admitir. Eles fizeram um bom trabalho.
Então Daryl aceita o trabalho de substituir Eric como recrutador. Esse é, tipo, o trabalho perfeito para ele, não é, no qual ele pode se aproximar do grupo e fazer algo pela comunidade, enquanto está totalmente sozinho, fazendo rastreamentos e coisas assim?
Norman Reedus: Sim, quero dizer, Daryl pertence ao bosque. É o tipo de animal que ele é. É muito parecido com o que Joe disse: A coisa mais triste do mundo é ver um intruso pensar que ele faz parte do grupo, e Daryl é definitivamente um intruso. Então é o trabalho perfeito para ele.
O quão grande é o momento em que ele não aceita a arma de Carol no final do episódio? Quão simbólico foi isso?
Norman Reedus: Foi muito simbólico. Por mais hesitante que Daryl esteja, ele ainda quer tentar. Ele é o tipo de cara que sempre tem uma família e que, quando ele se dá bem com essa família, ela é tirada dele. Tudo está meio que fora do alcance do Daryl, mas ele ainda é esperançoso. Ele ainda tenta alcançar. Ele é o tipo de cara que aprende as lições mais de uma vez, e eu acho que a lição de família, de comunidade e de amizade é algo que ele não está captando. Mas, cara, é o fim do mundo – então talvez seja assim. Não vamos armar contra eles ainda.
E ele também percebe para onde as coisas estão indo com o grupo e nota – como no último episódio, em que Rick estava pensando, “Nós vamos tomar esse lugar.” – não é sequer um momento muito intenso para Daryl. É apenas, “É, claro que vamos tomar esse lugar, mas não vamos começar a atirar agora.” É como quando ele foi buscar Emily [Kinney, a Beth]. Tyreese não entendia muito bem, então pra quê dar a um cara um arma carregada quando as balas estão voando por aí? É tipo a mesma coisa. Não vamos nos antecipar. Vamos observar e esperar algum tempo.
Me conte como foi gravar com Buttons, o cavalo. Você estava prestes a capturar Buttons, mas aí os zumbis chegaram e deu tudo errado.
Norman Reedus: Isso foi interessante porque, com o Buttons – a minha última fala para o Aaron antes que ele teve que atirar no cavalo deveria ser mais do tipo “Vamos, cara, você estava fazendo uma coisa boa. Você estava tentando ajudar.” Era mais como um tapinha nas costas, você estava tentando ajudar. E eu meio que mudei no dia para algo como “Viu o que acontece quando você tenta ajudar? Viu o que acontece quando tira algo da natureza, algo que está sobrevivendo, um animal selvagem, e o coloca numa jaula, você tira a vida dele – literalmente.”
É mais ou menos a mesma coisa que Daryl está sentindo – tipo, se você pegar esses animais selvagens e colocá-los numa jaula, eles vão mudar, e não será para melhor. Então eu modifiquei isso um pouco para refletir os sentimentos de Daryl em relação a Alexandria. E eu disse de uma maneira em que falei por cima do ombro e não olhei para ele. Eu simplesmente fui embora e disse isso, para deixá-lo pensando sobre aquilo – tipo, quem você acha que é para esse cavalo precisar de você? E todas as intenções dele eram boas, mas o cavalo não precisava que Aaron o salvasse. Estava bem. Era um animal grande e bonito e estava vivo, e tentaram prendê-lo. Tentaram aprisioná-lo em uma jaula e mataram-no. Então fiz dessa maneira e Scott permitiu que eu fizesse assim, e saiu muito bem. Essa certamente era a intenção lá.
Eu definitivamente senti o paralelo com o que você estava passando em termos de domar o cavalo e domar Daryl ao mesmo tempo. É interessante saber que isso veio da sua visão. Falando em improvisações e em mudanças, quero perguntar a você sobre aquela cena da semana passada, na qual Carol veio até a varanda e foi embora depois de ouvir você dizer que ela estava ridícula. Greg Nicotero me disse que foi totalmente improvisada por você. De onde isso saiu?
Norman Reedus: Carol é minha garota. Eu gosto de brincar com ela o tanto quanto for possível. Simplesmente saiu assim. Na verdade, ela gritou, sem ter sido gravada, “Obrigada!”, e foi muito engraçado, também. Melissa e eu temos uma boa química – essas coisas acontecem o tempo todo. Nós sempre colocamos alguma coisinha que seja nossa, e as vezes funciona e às vezes, não. Todos caíram na risada depois que eu disse isso e Greg teve o bom senso de manter. É o tipo de coisa que uma criancinha teria dito. Quando está no jardim de infância e gosta de uma garota e bate no braço dela primeiro, sabe? E não é que exista qualquer romance! Eu só estou dizendo que nós somos um grupo muito próximo.
Você precisa ser cuidadoso quando fala sobre isso em relação a Daryl e Carol, cara.
Norman Reedus: Daryl e todo mundo agora. Meu Deus!
Como foi gravar no ambiente de Alexandria? Eu lembro quando todos estavam gravando na prisão, na terceira temporada, e reclamavam sobre como as coisas eram fáceis para as pessoas de Woodbury, enquanto vocês todos estavam em uma prisão sombria e abafada. Agora vocês estão em Alexandria, que é uma comunidade bonita, mas que é uma comunidade de verdade. Existem pessoas realmente morando nessas casas e caminhões de entrega aparecem enquanto todos estão gravando – isso é meio bizarro.
Norman Reedus: É muito estranho, eu tenho que admitir. Nós gravamos uma cena em que Tovah veio até a porta e eu me lembro da campainha e de ter pensado, “Como assim? Uma campainha?” Não é muito parecido com a gente no momento. Quero dizer, Daryl estava eviscerando um gambá e jogando suas estranhas na varada. [Risos] É como eu me senti pessoalmente ao chegar lá e gravar. É bom ter uma mudança numa série, é interessante ver todos esses personagens passarem pela mudança e serem colocados num ambiente diferente, então, enquanto a série continua, eu acho ótimo. Quanto a Daryl como personagem, ele não está se sentindo assim, para ser honesto com você. Pelo menos, não por enquanto.
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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: Lalah / Staff Walking Dead Brasil
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