5ª Temporada
The Walking Dead 5ª Temporada: Greg Nicotero fala sobre a morte mais recente e retornos inesperados
[ATENÇÃO!! ESTE CONTEÚDO CONTÉM SPOILERS DO EPISÓDIO S05E09 – “WHAT HAPPENED AND WHAT’S GOING ON“!]
Ninguém pode acusar The Walking Dead de segurar personagens por muito tempo. Foi há dois meses que os fãs deram adeus à Beth Greene (Emily Kinney) no último episódio da metade de temporada. Na estreia da última noite, eles tiveram que fazer a mesma coisa para Tyreese (Chad L. Coleman), que se entrou na série em sua terceira temporada e deixa sua irmã, Sasha (Sonequa Martin-Green).
Foi um momento forte, potencialmente divisor, e o Variety pediu ao produtor executivo e diretor do episódio Greg Nicotero que comentasse a decisão de perder Tyreese a essa altura, como foram os bastidores para Coleman, podendo trabalhar com artistas convidados muito especiais e o que há pela frente para os sobreviventes após essas perdas brutais consecutivas.
Por que Tyreese e por que agora?
Greg Nicotero: Tyreese teve uma história fantástica, ele passou por uma jornada incrível. Desde o começo da quarta temporada nós percebemos que o Tyreese estava em conflito. Ele está na cerca conversando com sua namorada e diz, “Viu, eu não gosto mais de matar (zumbis) na cerca.” Ele sai e o helicóptero cai pelo teto da Big Spot e ele volta e diz, “Eu não gosto de mata-los aqui também.” Ele claramente tem problemas. Então sua namorada é morta e o corpo dela é queimado, e duas garotinhas morrem. Aí a razão para que Tyreese resistisse tanto era pela bebê Judith. Agora que ele se reuniu com Rick… Acho que é um mundo no qual ele tem dificuldade para aceitar que quer viver dessa forma.
Parece haver grande perigo em ser a voz da moralidade ou da dúvida nesta série.
Greg Nicotero: Tyreese presenciou uma garotinha assassinando a irmã – o mundo não é um lugar confortável para ele. Ele tenta confortar o Noah sobre o prospecto de sua família estar viva, mas no final esse mundo é brutal. Tyreese não quer matar pessoas com suas mãos. Ele fica segurando uma esperança de que a humanidade vai prevalecer. Infelizmente, o mundo não é necessariamente feito para todos.
O ataque do zumbi parece aleatório, mas você acha que poderia ter acontecido com qualquer um? Ou foi porque ele não estava tão alerta quanto alguém como Michonne?
Greg Nicotero: Bem, quando ele está olhando a foto na parede, isso o lembra dessa coisa da inocência perdida com a qual ele luta tanto. Ele ficou olhando para as fotos provavelmente um pouco demais, talvez desejando um mundo da forma como era antes. Ao fazer isso, ele não estava focado no que estava acontecendo bem na frente dele no mundo real. Ele estava perdido naquilo que o mundo foi um dia. Ele piscou.
E não se pode fazer isso.
Greg Nicotero: Não no nosso mundo.
Quando você descobriu que iria dirigir um episódio com a morte de um membro regular do elenco?
Greg Nicotero: Descobri cerca de um mês e meio antes de iniciar as filmagens. Eu talvez iria me afastar um pouco para dirigir um piloto para o Ridley Scott, e eu me lembro de dizer ao Scott (Gimple), “Vai ser apertado, mas vou tentar fazer.” E ele me disse, “Eu gostaria muito que você fizesse porque vamos nos despedir de um personagem principal.” Tive uma relação muito boa com o Chad, eu dirigi uma das suas primeiras cenas de impacto na série. Ter essa oportunidade de dirigir atores quando eles chegam à série e depois tirá-los dela, é importante. O Chad disse a mesma coisa para mim e que o Jeff DeMunn (Dale) disse e que Michael Rooker (Merle) disse, “É horrível sair, mas se eu preciso ir fico feliz que seja você fazendo isso.”
Como estava o humor do Chad durante as filmagens?
Greg Nicotero: Ele adorou o roteiro e estava muito feliz com o desenvolvimento do personagem e com o que aconteceu na série para ele. Não foi triste ou deprimente – não houve raiva. Ele estava animado pelo desafio de atuar nesses momentos emocionais fantásticos em que Tyreese pode se defender e com as razões pelas quais ele fez o que fez.
Você também trabalhou com alguns rostos conhecidos do passado, quando Tyreese tem alucinações com vários personagens que se foram: Beth, Bob, Martin, Lizzie, Mika e o Governador.
Greg Nicotero: Ter a chance de trazer de volta David Morrisey, Brighton Sharbino (Lizzie) e Kyla Kenedy (Mika) – é divertido vê-los novamente. Já fizemos isso com Sarah Wayne Callies e Jon Bernthal. É meio como se você morre na nossa série, você não está morto de verdade. David se divertiu muito, nem me lembro de tê-lo visto tão animado antes. É muita coisa pra se fazer com o elenco e a equipe que temos junto de nós. Todos querem voltar se houver oportunidade.
Isso me lembrou das ligações que Rick recebeu em “Hounded”, mas dessa vez foi ainda mais pesado ver todo mundo em carne e osso. Como vocês conseguiram – todos os artistas estavam lá ao mesmo tempo?
Greg Nicotero: Sim, todos estavam lá. Não queríamos que desse a impressão de serem fantasmas, queríamos ter a certeza de que todos interagissem com Tyreese. Em alguns momentos focamos das meninas para Emily (Kinney) ou o Governador passava na frente. Mas essas eram visões febris do sonho (de Tyreese). Podíamos fazer qualquer coisa, não havia regras a seguir.
A morte de Tyreese parece ainda mais trágica porque ele decide lutar no final.
Greg Nicotero: Ele luta e eu acho que isso cria uma ótima história. Você sente mesmo que ele vai tomar uma decisão de sobreviver e que ele deve mesmo fazer isso. Eu vi o episódio na noite passada e foi muito triste quando terminou. Estou muito orgulhoso pelo episódio, mesmo tendo muitas pessoas gritando comigo na segunda-feira: “Como você pode fazer isso!?”
Isso vem logo em seguida à perda de Beth. O que essas perdas consecutivas significam no seguir da história?
Greg Nicotero: Não matamos personagens somente por matar, isso tudo se encaixa em como a história vai rolar. As mortes de Tyreese e de Beth acontecendo assim consecutivamente, o que é importante nisso é que afeta fortemente o grupo. Você vai ver o resultado disso ao longo dos próximos episódios – a perda dessas pessoas. O que vamos fazer? Como eles vão sobreviver? O apuro deles ressoa por causa das mortes desses personagens.
Ainda não vimos a reação real de Maggie pela perda de Beth e mal vimos Sasha nesse episódio. Vamos vê-las lidando com a morte de seus familiares em episódios futuros?
Greg Nicotero: Sim. Uma das coisas mais difíceis de quando fizemos a terceira temporada foi que Merle morreu no episódio 15, e no episódio 16 sequer há menção de sua morte.
Porque existe um caos completo.
Greg Nicotero: Sim. Lembro do Norman Reedus dizendo, “Não terei a chance de lamentar a morte dele por um episódio?” Por isso, sim, nós com certeza reconhecemos isso.
Tyreese também não menciona Sasha no episódio, houve alguma discussão sobre isso?
Greg Nicotero: O importante é como a morte dele vai afetá-la e seu estado mental nos episódio seguintes. Há um momento lindo no final do roteiro quando todos estão colocando sua pá de terra no túmulo e vemos Daryl segurando a pá para Sasha – o semblante no rosto dela, dá para ver que algo morreu nela.
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Fonte: Variety
Tradução: @Felipe Tolentino / Staff Walking Dead Brasil