Série

Analisando The Walking Dead: Rick reencontrou o equilíbrio?

Em meados de outubro do ano passado, após a exibição do aterrador episódio de estreia da sétima temporada, postei aqui no Walking Dead Brasil o texto “O terror e a destruição de Rick Grimes em The Walking Dead”. Fazia menção sobre o fato de que pela primeira vez víamos um Rick destruído sem saber como reagir ao ataque de um inimigo.

O tempo passou e como previsto o personagem central da trama demorou alguns episódios para juntar suas migalhas do chão e se reconstruir. Ocorre que poucos notaram que ele se reconstruiu de uma nova forma.

O último episódio do sétimo ano da série demonstrou uma nova face de Rick Grimes. Desde o começo o protagonista sempre teve interesse superior na sobrevivência de Carl. O filho sempre foi o centro e o motivo de toda a sua luta e de suas ações. Rick sempre preservou Carl o mantendo longe de grandes combates e evitando que o filho estivesse na linha de frente contra os inimigos.

No começo da temporada, vimos esse mesmo Rick, após a morte de Glenn e Abraham. Negan destruiu o personagem emocionalmente usando Carl como ponto de quebra. Determinou que Rick cortasse o braço do filho com um machado. Numa alusão a Abraão e Isaque – do livro de Gênesis na Bíblia Sagrada e na Torá -, Rick foi impedido pelo vilão quando estava prestes a cumprir o que lhe fora incumbido.

Contudo, no final dessa mesma temporada, pela primeira vez vimos algo mudar em Rick. Toda a conversa com Michonne sobre não importar quem morra ou sobreviva, e que sempre será necessário um deles (do grupo) vivo para seguir a luta pelo novo mundo, no último episódio teve efeito sobre o modo de agir do líder de Alexandria.

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Quando Carl foi ameaçado por Negan, Rick não retrocedeu nenhum segundo. Mesmo sabendo que manter-se em posição de rebeldia contra os Salvadores causaria a provável morte do filho, Grimes não parou de afirmar que lutaria até o fim e que mataria cada um dos seus inimigos.

O comportamento do protagonista reitera um dos pontos subliminares, mas essenciais que essa temporada construiu: The Walking Dead não é mais sobre sobrevier, agora é sobre formatar um novo mundo. Rick ainda, por óbvio, ama Carl incondicionalmente, mas a missão de lutar pelo futuro do mundo – e não mais o seu – é muito maior do que a incumbência de proteção ao filho.

Provavelmente, a partir de agora, veremos Rick não retroceder mais. Não haverá mais muita ponderação sobre quem se pode ou não perder e o quão devastador isso será. Faz parte da construção do novo mundo. Chega de apenas viver um dia após o outro, agora o grupo quer fazer melhor do que fez até então. Quer lutar agora para que no futuro possa haver descanso e sossego.

Então, Rick não encontrou o equilíbrio e nem, tampouco, está caminhando para isso. De modo geral, o xerife está construindo um desequilíbrio velado onde a própria imprudência será cerne da concretização de seu objetivo. Ou seja, agora, Rick agirá sem pensar no quão arriscado ou não seus atos são para quem ele ama. Ele apenas mirará o objetivo no horizonte e irá à busca disso. Tudo o que importa é que algum dos seus (ele, Michonne, Carl, Carol, Daryl, Padre Gabriel, etc.) chegue ao objetivo, mesmo que os demais tenham que morrer para isso. Rick vive agora uma fase Maquiavel, já que o fim justifica os meios – mesmo que os meios sejam sua própria morte.

E então? Você acredita realmente na reestruturação de Rick? Havia percebido que essa temporada mudou o rumo da série? Como ele reagiria se a morte de Carl houvesse se concretizado? Comente abaixo.

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The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a oitava temporada em Outubro de 2017 na AMC e na FOX Brasil. O trailer da temporada, bem como a data oficial de lançamento, será divulgada durante a Comic Con de San Diego em Julho.

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Carlos Knewitz

Gaúcho, nascido na primeira metade dos anos 90 e com memória fotográfica. Estudante de Direito e extremamente viciado em escrever. Aficionado pelos quadrinhos de Robert Kirkman, fã de The Walking Dead e Fear the Walking Dead. Apaixonado por Carol Peletier e Alicia Clark e, sucessivamente, por suas intérpretes.

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