5ª Temporada
Melissa McBride fala sobre a evolução de Carol em “Consumed”
ATENÇÃO!! ESTE CONTEÚDO CONTÉM SPOILERS DO EPISÓDIO S05E06 – “CONSUMED“!
O que aconteceu com Carol depois de Rick ter chutado ela para fora da prisão? Nós finalmente temos a resposta para essa pergunta no episódio ‘Consumed’ (Consumido). Infelizmente, ficamos com uma nova pergunta: O que acontecerá com Carol, agora que ela foi levada pelos policiais assustadores da Oficial Dawn Lerner para o Hospital Grady Memorial? O episódio também destacou um estudo de personagem profundo para Carol e Daryl, bem como um retorno aos horrores urbanos do centro de Atlanta, que não víamos desde a 1ª temporada. O Entertainment Weekly conversou com a atriz Melissa McBride para ter uma ideia geral de todas as coisas que aconteceram com Carol… incluindo, sim, a cena da cama com Daryl.
ENTERTAINMENT WEEKLY: Então, vamos começar com a pergunta mais urgente: O que você acha daquela obra de arte na parede?
MELISSA McBRIDE: [Risos] Parece que um cão pegou aquilo e limpou sua bunda! Concordo com Daryl! Nada de errado com isso – o cão está se expressando.
Sim, o cão foi o artista, eu acho. Ok, nós vimos partes de flashback e partes do que aconteceu com Carol neste episódio, depois que ela foi chutada para fora da prisão por Rick. Foi bom preencher as lacunas em relação a algumas das coisas que aconteceram ali?
Melissa McBride: Sim, foi bom voltar para ilustrar o que está acontecendo em sua mente – com a memória de tudo o que ela teve que fazer, como isso a afetou, quem ela é agora e a forma como ela vê a si mesma no mundo. Foi maravilhoso ver como ela lutou e sofreu com tudo o que teve que fazer.
Meu flashback favorito – e tive a sorte de estar no set no dia em que foi filmado – foi a cena que aparece logo depois que você deixa Rick. Você está ali, sentada no carro e um zumbi começa a bater o braço na janela. Você grita “Vá embora!” como se não pudesse ser chateada com esse tipo de incômodo naquele momento. O que Carol está sentindo ali?
Melissa McBride: Acho que isso é simbólico e representa o incômodo geral que este mundo é – e tudo o que ela tem feito está de, alguma maneira, indo contra ela mesma. Este episódio explora muito quais são essas linhas tênues. O que posso fazer com a força que tenho e as fragilidades que ainda existem? E o que sou capaz de fazer para ajudar? Ela tem pontos de vista muito significativos sobre de onde ela veio e para onde ela foi. Ela está tentando tudo o que pode e ainda se sente meio abatida. Então, há esse conflito de saber e sentir o que precisa ser feito, mas, ao mesmo tempo, há o medo de ser derrubada. E é para ajudar o povo dela, e há tanta coisa em sua mente, até onde eu sei.
Vemos isso quando ela está na janela falando sobre como era muito passiva na sua vida anterior e meio que esperava algo acontecer. E, então, ela aprende a ser mais pró-ativa. Este mundo forçou-a a ser mais pró-ativa. Você pode ter um papel passivo ou um papel pró-ativo… Mas, a verdade é que, se você correr, o bicho pega e, se ficar, o bicho come. O que você está esperando e pelo que está lutando? Estes desafios do mundo real e desafios mentais ainda existem. Eles sempre estarão nesse mundo. Gosto particularmente do desequilíbrio da van. Encarei isso como um desequilíbrio muito simbólico da oscilação dos estados mentais desses personagens.
Grande parte deste episódio foi o que você está falando e o fato de Carol compreender como ela evoluiu e o que ela se tornou. E nós vemos que ela muda muito, mesmo nos acontecimentos atuais do episódio. Em um momento, ela quer atirar em Noah por ter roubado suas armas, mas, posteriormente, ela insiste em salvá-lo. Por que ela mudou de ideia?
Melissa McBride: Há essa tendência do tema julgamento com o que eu disse sobre tomar uma posição passiva ou muito pró-ativa. De qualquer maneira, você vai julgar a si mesmo ou alguém vai te julgar por isso. Mas, quais são as consequências? Será que isso importa neste momento? E é com isso que ela está lutando contra. E ela diz em um determinado ponto, “Eu não sei se vou para o inferno, mas adiarei isso tanto quanto puder.” Ela quer ajudar essas pessoas a sobreviver e ela tem uma ideia de como isso deve ser feito. E se ela está projetando o julgamento em si mesma, ela pode lutar com isso pessoalmente, mas como se encaixar neste grupo? Não dá para apenas ficar em pé e esperar. Eu sei o que fiz. Eu sei do que sou capaz. Eu sei que faria qualquer coisa para salvar essas pessoas. Mas, Daryl está olhando para ela de maneira meio suspeita, ou ela acha que sim. E Tyreese não quer que algumas coisas que aconteceram sejam mencionadas. Então, é como ela sentisse que está no meio de um cabo-de-guerra… isso é uma palavra?
Agora é.
Melissa McBride: Então ela está explorando tudo isso, e amo que este episódio lhe permita explorar isso com Daryl, que tem seus próprios pontos de vista. Quando vemos o livro que foi retirado do abrigo; amo isso porque ainda somos quem somos. Essas coisas neste mundo e o que nós tivemos que fazer apenas ilustra uma vez mais quem éramos antes, e ainda mantemos esses elementos não importa o quanto de nós é consumido por aquilo que tivemos de fazer. Lá no fundo, ainda somos quem éramos, e quem somos, e quem sempre seremos. Adoro o tema e o título do episódio – ‘Consumed’. Eu amo o que ele simboliza, e até mesmo a música sonhadora de Bear McCreary foi linda. E não acho que vi um episódio em que um tema fosse assim tão enfatizado.
Notei isso também.
Melissa McBride: E também coisas como o calor que vem das chamas e ofusca nossa perspectiva, e esse tipo de coisas. É como o confinamento das pessoas sobre a ponte na qual andamos e nós vemos que elas estão confinadas em seus sacos de dormir e tendas – em um espaço estreito. E estas pessoas estavam apenas tentando sobreviver. O que aconteceu, eu não sei. E havia tanta restrição, e acho que isso é um outro elemento do que está acontecendo – estamos confinados a nós mesmos de uma certa forma, apenas tentando descobrir tudo isso. É um tema que será retratado, provavelmente, até o dia em que esta série acabar. Você tem que se agarrar aquela parte de você que sobrevive e está sendo consumida e, ainda assim, a partir das cinzas, ver algo diferente surgir.
Eu definitivamente senti isso nessa temporada. Obviamente, sempre esteve lá; mas, antes, muito do que acontecia estava relacionado a pura sobrevivência física. Agora é a sobrevivência da alma que está em jogo e como sobreviver a quem eu costumava ser, neste novo mundo. Eu definitivamente notei que isso acelerou o enredo nesta temporada.
Melissa McBride: Sim, e isso tem a ver com o fato de sobreviver com outras pessoas. Carol reconhece qual é o conflito. Você tem que estar por perto. Você tem que estar com as pessoas. Qual é a razão disso tudo, se você não está com elas? Por quem você está lutando?
Esta é a primeira vez que estamos de volta ao centro de Atlanta, desde a 1ª temporada. Como foi sair do estúdio e sair das matas?
Melissa McBride: Foi muito bom entrar em uma nova locação. Você sabe… alguns dos fãs tem algumas cenas inéditas do que estávamos fazendo, porque é muito difícil manter tudo em segredo estando no meio de uma grande cidade com arranha-céus e todo mundo olhando para baixo. Mas, foi divertido. Além disso, todo aquele território é uma ameaça porque eles queriam ficar afastados de uma cidade invadida por walkers, e aqui estamos nós voltando para Atlanta, e isso foi uma infeliz e nova ameaça quando seguimos aquele carro. E você vê como é triste olhar para fora da janela e ver toda a decadência. Ela diz: “Como chegamos aqui?” Essa é a imagem geral. Toda esta próspera cidade é apenas um terreno baldio com morte por todos os lados.
Quando eu estava no set, quando vocês estavam filmando a cena na casa temporária, Norman me disse o seguinte: “Há um certo elemento yin-yang neles [Daryl e Carol], que varia a cada 5 minutos. Mais ou menos como eu e Melissa, para ser honesto. Quer dizer, eu amo Melissa, é divertido trabalhar com ela. E ao mesmo tempo, nós gritamos um com o outro – quer dizer, assim que a câmera parar de filmar, vamos começar a gritar um com o outro, e então voltamos ao normal em dois segundos.” Você concorda com essa avaliação?
Melissa McBride: Eu concordo com isso! No entanto, isso não acontece muito frequentemente. Nós nos divertimos mais do que gritamos um com o outro. Na verdade, não acho que eu já tenha gritado com ele. Não há gritos.
Como é filmar com Norman?
Melissa McBride: É bom, e Norman faz a sua coisa. Eu gosto de sentar assistindo Norman fazer a sua coisa. E é divertido de ser meio perdido. Nós dois percebemos quando você está nessa zona – quando ele é feito, nós dois sabemos que senti muito bem. Nós poderíamos dizer que estávamos realmente na zona junto. E isso acontece muito com ele.
Você sabe… todos os shippers de Carol e Daryl piraram quando vocês começaram a se deitar na cama juntos, mesmo que tenha sido tão inocente. Você sabia que as pessoas iriam surtar quando isso aconteceu, certo?
Melissa McBride: Sim, e vi os shippers de Daryl e Carol fazendo sugestões sobre em que direção esse pequeno teaser tomaria quando foi exibido. Alguns comentários esperançosos, mas receio que eles tenham se decepcionado.
Você entende todas as pessoas que querem ver isso acontecer e que ficam tão empolgadas em relação a esse relacionamento?
Melissa McBride: Sim, eu entendo o ponto de vista dos fãs. Eu compreendo. Mas há uma certa parte do fandom que lê um monte de fan fiction, e isso é fan fiction. Eu li uma fan fiction, e era muito amável e doce. Não era material obsceno. Mas, já ouvi sobre isso. É divertido, no entanto. Mas, há tantas possibilidades – tantas coisas que poderiam acontecer. Eles vão entrar em pane uns com os outros, e isso pode ser um pouco desagradável e meio que me deixa triste. Eles podem se desentender. É só um programa de TV. Não há necessidade de discutir nada disso. Especialmente porque nada aconteceu.
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Fonte: Entertainment Weekly
Tradução: Mydiã Freitas / Staff Walking Dead Brasil