Se você é fã dos quadrinhos de The Walking Dead deve estar por dentro da bombástica notícia que se difundiu no inicio dessa semana. Infelizmente para muitos e felizmente para outros, Robert Kirkman anunciou o encerramento do seu projeto iniciado em 2003 em cartas vazadas que compõe a edição 193, que será lançada hoje, dia 03 de Julho de 2019. Sendo assim, todas as capas de edições futuras e sinopses compõe um material criado unicamente para esconder a surpresa para os fãs. Kirkman quis desprevenir os leitores.
O arco dos quadrinhos que desenvolveu o Império já demonstrava o desgaste de Kirkman em criar novas histórias. De longe, uma das piores inserções do material impresso. Sem ritmo, sem emoções e com uma métrica bastante divergente do que era comum. Personagens sem muita profundidade e uma trama que não parecia convergir para um final. E, no desfecho, a história apenas serviu para a queda de Rick Grimes.
O final planejado que Kirkman sempre encheu a boca para anunciar era que, desde que desenhou a primeira edição planejava um fechamento onde o jovem Carl era o protagonista e o líder. Entretanto, nos iludimos na ideia que veríamos isso em desenvolvimento e, enfim, não teremos nada disso. Apenas veremos um salto temporal e acompanharemos um singelo fim. E de longe, fica difícil de acreditar que no ano de 2003 era essa a história que Kirkman pensava em contar ao final de seu projeto.
A série de TV tem travado uma luta entre se alinhar ou não com os quadrinhos desde o seu inicio. Com muitas discrepâncias, mas sempre mantendo um foco de enredo e núcleo central de narrativa muito semelhantes ao que vemos nos impressos, será que o fim dos quadrinhos obrigatoriamente implica no fim da série de TV? O quão longe The Walking Dead pode ir como série quando o seu principal material base está finalizando sua história? Separamos aqui algumas possibilidades.
Se levarmos em conta que The Walking Dead nunca foi uma série que gostou de seguir uma trama sucinta e direta como nos quadrinhos e sempre achou meios de prolongar por pelo menos os dezesseis episódios de uma temporada suas histórias, podemos dizer que ainda conseguiríamos chegar em um 12º ano. A temporada de número 9 se encerrou após Alpha ameaçar Daryl com uma enorme horda, deixando como aviso a cabeça de vários sobreviventes nas estacas e com as comunidades novamente reunidas, dado a força de um inverno rigoroso.
Nesse aspecto, sabendo que os produtores da série gostam de criar histórias próprias para ela paralelas as inspirações dos quadrinhos – Os Lobos, por exemplo – poderíamos ter um inicio de décima temporada que se dedicaria a criar prolongamento no arco dos Sussurradores, que se estenderiam até o final desse novo ano. Numa décima primeira temporada, The Walking Dead exploraria os efeitos do oceano de mortos que Beta, por vingança à uma provável morte de Alpha, incitaria contra as comunidades. E num último ano, quando completa doze anos no ar, se proporiam os produtores apenas a finalizar a história de forma calma, trazendo desfecho para seus personagens sem grandes arcos, para que os sobreviventes estejam mais em foco do que a própria trama em si.
Se o material base irá se encerrar, melhor findar a série antes que a trama se perca totalmente. Muito embora tenhamos um novo spinoff vindo por aí e há a expectativa a cerca dos filmes que contarão o desfecho da história de Rick, The Walking Dead pode apressar seu enredo nesse décimo ano para concluir a saga com os Sussurradores, onde veríamos Daryl e Carol – os últimos sobreviventes originais – encerrando a trama.
Se nos quadrinhos a história terminará com Carl e Sophia, a série tem potencial para findar com Daryl e Carol. Digamos que teremos quinze episódios de desespero e sofrimento para que no último vejamos um salto temporal de quinze ou vinte anos e acompanhemos os dois amigos com idade avançada contemplando o quão longe os esforços feitos por eles levou a humanidade. Imagina todo o choro que os dois causarão na audiência ao relembrarem tudo o que passaram e como se tornaram os últimos sobreviventes desde o começo de tudo.
Uma das piores coisas para um roteirista, ou qualquer pessoa que cria histórias, é ter que se prender totalmente a algo que já existe. São muitos problemas que estão por trás disso, sendo o principal deles as expectativas que os consumidores do material base desenvolvem sobre o novo conteúdo. E isso sempre foi o que afetou The Walking Dead como série. Os fãs dos quadrinhos nunca foram muito abertos a mudanças.
Ocorre que, curiosamente, quando a série tinha tudo para falhar, afastando seu protagonista dos quadrinhos, conseguiu se reinventar e entregou uma ótima história. The Walking Dead sem Rick e Carl se transformou em algo imprevisível e nós nunca sabíamos quem poderia morrer a partir dali.
Ou seja, talvez o que mais desgastou The Walking Dead como série ao longo dos anos foi o fato de ter um público que andava passos na frente, sempre sabendo quais eram os próximos acontecimentos e as prováveis mortes. Tudo se tornou tão previsível e palpável que a audiência não tinha mais paciência para acompanhar algo que já era imaginável.
Agora, sem Rick, Carl e sem nem mesmo quadrinhos (já que provavelmente o arco do Império será adaptado nos filmes de Rick) para se embasar, basta que The Walking Dead conclua a história dos Sussurradores para estar livre e para que os roteiristas estejam desacorrentados para imaginar novas aventuras, imprevisíveis e surpreendentes. Isso significa que enquanto os escritores da história estiverem aptos para criar algo novo na trama, The Walking Dead permanecerá em cena. É como se tudo o que vimos fosse um material histórico do passado dos personagens centrais para que os roteiristas iniciassem uma nova série contando sobre o presente e o futuro desses.
Enfim, o alvoroço causado pelos fãs ao perceberem que os quadrinhos estavam se encerrando foi tamanho que o canal AMC se obrigou a vir a público informar:
Esta extraordinária história em quadrinhos criou um mundo que já vive em múltiplas formas, e nos corações e mentes de milhões de fãs ao redor do mundo, e continuará por muitos anos.
Ou seja, muito embora os quadrinhos sejam o principal material base para a série, ele deu vida a algo infindável, onde o canal vê múltiplas possibilidades de desenvolver histórias e tramas diversas.
E você? O que acha sobre o fim dos quadrinhos e no quanto isso implica na série de TV? Qual sua opinião: The Walking Dead deve acabar o quanto antes ou precisa aproveitar a oportunidade de liberdade criativa e se recriar? Deixe um comentário abaixo.
Saiba tudo sobre a participação de Robert Kirkman, o criador de The Walking Dead, na…
Saiba tudo sobre a participação de Norman Reedus, o Daryl de The Walking Dead, na…
O ator Norman Reedus fará sua estreia na CCXP deste ano em um painel sobre…
Paris Filmes confirma participação na CCXP24 com conteúdo inédito de "Bailarina", do universo de John…
A letrista vencedora de dois prêmios HQMIX também é a autora do pôster e da…
Concurso acontece no último dia da CCXP24 (08/12) e o grande vencedor levará para casa…
Esse site utiliza cookies. Essas ferramentas nos ajudam a oferecer uma melhor experiência de navegação no site. Ao clicar no botão "ACEITAR" ou continuar a visualizar nosso site, você concorda com o uso de cookies em nosso site.
LER MAIS