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Episódios de The Walking Dead focados em personagens específicos: problema ou mal necessário?

Chegou o momento de discorrermos sobre um dos argumentos mais utilizados pelos fãs para embasar suas reclamações quanto aos últimos episódios focados em personagens específicos. Na atual temporada tivemos a utilização de tal ferramenta em quatro oportunidades, quais sejam: “O Poço” (S07E02 – The Well), focado em Carol e Morgan e a descoberta do Reino; “A Cela” (S07E03 – The Cell), direcionado a Daryl e sua experiência traumática na Fábrica dos Salvadores; “Jure” (S07E06 – Swear), que traz de volta Tara e Heath (depois de quase uma temporada desaparecidos) e a descoberta de Oceanside e por fim, “Inimigos e Calamidades” (S07E11 – Hostiles and Calamities), que nos leva novamente ao Salvadores e narra a história de Eugene Porter.

Sempre defendi (assim, em primeira pessoa do singular) a ideia de que episódios focados em um personagem ou núcleos específicos eram totalmente benéficos para o enredo total da história e que cada capítulo explicativo nos traz um porquê dos fatos ocorrerem. E de fato, minha opinião não mudou. Acredito que por mais que as expectativas e ansiedade pelo próximo domingo sejam grandes, episódios mornos e calmos são totalmente necessários, devendo o fã entender que a história se dá pela temporada em completo e não por episódio em episódio.

Contudo, “Diga sim” (S07E12 – Say Yes), exibido no penúltimo domingo, 05, fez-me compreender um pouco melhor a reclamação de muitos. Veja bem, o episódio teve um foco central seguindo a trajetória de dois personagens específicos: Rick e Michonne. Entretanto, além do enredo principal que tomou quase que a totalidade da exibição semanal, houve pequenas intervenções de Rosita, Tara (e a maravilhosa Judith), Gabriel e Sasha em histórias próprias, mas secundárias. Desse modo, houve enriquecimento da trama, não a deixando monótona ou cansativa. Introduziu narrativa para ser explicitada nas próximas semanas sem perder a essência de a que veio ser esse episódio.

Outro grande exemplo é o episódio exibido no último domingo, 12, “Enterre-me aqui” (S07E13 – Bury Me Here), que traz como personagem central Morgan Jones, mas divide enredo entre o Reino e Carol. O episódio por mais que tenha seguido um único núcleo conseguiu ser intenso na medida certa e cativar o público de forma positiva. Por mais que toda a história deste capítulo estivesse apontando para Jones, tivemos desenvolvimento de trama de Carol (que finalmente conseguiu equilibrar o modo fria e doce, diferente de Morgan que ou é oito ou oitenta) e por consequência a confirmação do Reino na guerra contra Negan e os Salvadores.

Tudo bem que em temporadas anteriores já tivemos episódios inteiros dedicados a um personagem ou a um pequeno fragmento do grupo, mas o grande porém é que jamais antes havia sido tantos em um curto espaço de tempo. Essa temporada está sendo campeã nesta vertente, o que acabou gerando certo furor nos fãs da série.

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Não acho que se devam extinguir episódios com essa formulação, mas acredito que em especial nessa temporada houve certo exagero. Se em metade desses quatro tivéssemos tido pequenas inserções de histórias paralelas, como foi em “Diga Sim” e “Enterre-me aqui”, os quarenta minutos de episódio seriam muito mais chamativos e cativariam muito mais o grande público. Nós queremos saber da vida de personagens isolados, mas também não conseguimos esconder a frustração que temos quando estamos com grandes expectativas e somos obrigados a aguardar mais algumas semanas para a conclusão de uma história. Verdade que talvez se esses episódios isolados fossem recolocados em outros momentos, teriam dado certo.

Então, acabamos por chegar a uma grande gangorra, de um lado a necessidade que se há de termos tais episódios, de outro, o problema que esses trazem para o desenrolar da história. Está certo que há muita gente propagando o ódio gratuito e que parece assistir a série apenas para ter motivos de criticar. Do mesmo modo, pessoas que reclamam de tudo o que ocorre, mas continuam ali, domingo a domingo assistindo. Mas, talvez seja o momento de a AMC e toda a equipe de The Walking Dead repensar alguns aspectos, antes que haja um grande repúdio por parte do público. Não que a série tenha perdido sua qualidade, mas a forma como está sendo explorada pode gerar um desgaste e que se não corrigido quão logo possível, pode ser irreversível.

Já vimos outras séries se desgastarem ao longo da história, e talvez chegou o momento da equipe de The Walking Dead compreender que parte dos fãs – e não aqueles que se intitulam fãs – aponta problemas justamente por amar demais o mundo de Kirkman e não querer que acabe decaindo e sendo destruído por um posicionamento intolerante.

Concluo, então, esclarecendo mais uma vez: haverá necessidade sim de vez ou outra serem reproduzidas histórias individuais de alguns personagens para fortalecer o enredo, mas há necessidade de equilíbrio correto entre as histórias para que não se corra o risco de frustrar totalmente os fãs verdadeiros. Não queremos que The Walking Dead pare em seu ápice, queremos vida longa a nossa série favorita e talvez se ouvissem um pouquinho as críticas construtivas, conseguissem manter sua maestria.

Dessa forma, peço que você também se posicione abaixo nos comentários, descrevendo suas percepções e opiniões (sendo de concordância ou contrária) quanto à forma como os episódios supracitados têm sido explanados.

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The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, vai ao ar nas noites de domingo no AMC Internacional, às 22h, e no FOX Action (canal do pacote premium FOX+) e FOX Brasil, às 22h30. Confira todas as notícias sobre a sétima temporada.

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Carlos Knewitz

Gaúcho, nascido na primeira metade dos anos 90 e com memória fotográfica. Estudante de Direito e extremamente viciado em escrever. Aficionado pelos quadrinhos de Robert Kirkman, fã de The Walking Dead e Fear the Walking Dead. Apaixonado por Carol Peletier e Alicia Clark e, sucessivamente, por suas intérpretes.

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