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The Walking Dead Deluxe 20 – Cutting Room Floor: Roteiro e Comentários
Confira curiosidades do roteiro original e comentários de Robert Kirkman sobre a 20ª edição da HQ lançados na The Walking Dead Deluxe 20.
A The Walking Dead Deluxe 20 foi lançada em 4 de Agosto de 2021 nos EUA. Com a decisão de publicar novamente todas as edições dos quadrinhos de The Walking Dead, dessa vez em cores e chamados de “Deluxe”, foi anunciado que os roteiros originais escritos a mão por Robert Kirkman seriam liberados junto.
Além desses roteiros, o próprio Kirkman estará comentando os principais tópicos e o porquê dessas decisões, criando o conteúdo extra chamado de “Cutting Room Floor“.
O texto de chamada da edição 20 conta: A chegada de Michonne perturbou o equilíbrio dentro da recém-descoberta comunidade carcerária. Embora a vida dentro de suas paredes esteja se tornando mais suportável, ainda está longe de ser segura.
Além da Cutting Room Floor, um dos outros conteúdos extras e super especiais que tem na The Walking Dead Deluxe é o “Letter Hacks“, onde o Kirkman e sua equipe respondem aos questionamentos dos fãs.
Abaixo você confere o Cutting Room Floor da The Walking Dead 20.
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COMENTÁRIOS DO ROTEIRO – THE WALKING DEAD DELUXE 20
Ok… de cara, vou reconhecer que esta é a edição em que Otis usa a palavra com N. Não é algo que eu tenha usado muito no meu trabalho. Definitivamente, ela aparece mais nas primeiras temporadas do programa de TV do que no quadrinho. Mas está aqui. Quando li a edição, me senti desconfortável ao ler isso… mas acho que esse desconforto é importante.
Sei que há um esforço em alguns círculos para banir a palavra da ficção e tenho que admitir que sou contra isso. Precisamos lembrar como essa palavra era usada se quisermos ter alguma esperança de avançar. Não sou ingênuo o suficiente para acreditar que verei um mundo pós-racismo, mas tenho que ter esperança de que seja pelo menos possível. As pessoas precisam lembrar pessoas como Otis, quem eram, como viviam, quão casual era o racismo delas, logo abaixo da superfície. Você poderia conhecer alguém como Otis por muito tempo e nunca perceber o racismo ali. Aposto que muitas pessoas lendo isso conhecem pessoas como Otis. Enfim… as pessoas são péssimas, vamos seguir em frente.
Mudando de assunto para falar sobre o quadrinho, de vez em quando eu pensava: ‘Não teve muita ação de zumbis por um tempo’ ou ‘A gente realmente deveria mostrar alguns zumbis para as pessoas lembrarem que isto é um quadrinho de zumbis’ e foi assim que acabamos com cenas como a sequência de abertura desta edição. Foi algo que claramente expandi após o enredo estar pronto. Foi assim que, logo de cara, passamos da página 3 para a página 5.
Andrea tem um discurso bem longo sobre ser costureira na prisão e fazer roupas com macacões e lençóis, etc. Eu sempre quis que este quadrinho progredisse lentamente para um lugar tipo Mad Max, onde as pessoas fizessem suas próprias roupas e as coisas ficassem visualmente mais estranhas à medida que avançasse. Esta conversa era para ser o início disso. Andrea iria fazer roupas caseiras estranhas para todos. Então, percebi que a população tinha diminuído de muitos para poucos e que, realisticamente, eles nunca ficariam sem roupas. Não é como se roupas estragassem. Quer dizer… eu tenho pelo menos uma camisa que tem quase 30 anos… ainda está boa. Então, eles basicamente continuaram usando roupas normais… na maior parte.
Parabéns ao Charlie pela sequência legal e sombria na prisão, muitas sombras, enquadramentos de painéis realmente legais. Ele é realmente um mestre em luz e sombra, então é legal ver suas habilidades em exibição aqui.
Bom trabalho para o jovem Kirkman pela transição de Allen sendo mordido (uma sentença de morte) e Dale dizendo: ‘Este deve ser o nosso dia de sorte’. Isso é um final bastante legal para uma edição que não recorre ao típico cliffhanger forçado.
“Ele está parado bem atrás de mim, não está?” que foi riscado, seria uma daquelas cenas clichês que tenho certeza de que já fiz em outros quadrinhos antes e desde então, onde alguém está dizendo algo ruim sobre um personagem e então eles estão parados atrás deles e ouviram tudo. Acredito que eu iria fazer isso com o Axel nesta edição, para mostrar que as pessoas ainda não confiam nele. Acho que mudei para a cena em que Axel fala com Hershel em vez disso.
OBSERVAÇÕES DAS PÁGINAS
Página 1: “Glenn matando zumbis” foi rapidamente mudado para “Enxurrada de zumbis na frente da prisão.” Parece um pouco como “Zumbis na frente de roupas”, mas isso é só a coisa escrita no topo, serpenteando para baixo. Geralmente, eu risco ou marco onde isso está acontecendo desenhando uma linha para dividir as palavras, mas acho que eu estava com um pouco de pressa.
Página 4: Esse “GO” solto é tão misterioso para mim quanto é para você! O que ele está fazendo ali?!
Página 6: Aquelas jaquetas e shorts eram 50000 importantes.
Página 7: Essa cena foi simplesmente cortada. Não era necessário Rick falar com Tyreese nesse ponto.
Páginas 8-9: Essa cena existe mais ou menos apenas para justificar a capa dramática que já tinha sido desenhada? Talvez. Então, ia ter mais nessa cena envolvendo o Carl? Mal segui esse enredo.
Página 14: Essa cena foi movida para a página 9.
Página 22: “Enxurrada – é um gerador.” Heh.
OKAY… então, o que diabos, a mordida na perna do Allen foi planejada mesmo nesse enredo? Eu só escrevi isso no roteiro por capricho? Para ser honesto… não lembro completamente. Não estou relendo essas colunas de cartas antigas que às vezes estamos reimprimindo, e é possível que eu fale sobre isso lá. Mas olhando para as capas das edições seguintes, tenho quase certeza de que não foi planejada. Acho que tive esse grande vazio no enredo que você vê ali embaixo e pensei, ‘Um gerador não é um cliffhanger grande o suficiente… vamos acrescentar algo’ e fiz Allen ser mordido. Tempos divertidos.
Ah, e por último, “Use Gregg”. De vez em quando, eu pensava em nomes que não tinha usado muito e fazia uma nota para usar mais tarde. Acho que nunca cheguei a usar Gregg (com dois Gs) no quadrinho. Não conto Gregory.
Eu poderia mentir e dizer que era eu fazendo uma nota para usar Greg Nicotero e a KNB para efeitos de maquiagem, caso uma série de TV fosse feita, mas esse golpe de gênio já estava no pacote quando Frank Darabont entrou a bordo.