The Walking Dead: Dead City

Atores entregam medos e lágrimas no set de The Walking Dead: Dead City

A Entertainment Weekly teve a oportunidade de acompanhar um dia de gravações de The Walking Dead: Dead City, em New York, e relatou curiosidades e uma cena que vamos conferir na primeira temporada da série focada em Maggie Rhee (Lauren Cohan) e Negan Smith (Jeffrey Dean Morgan).

É manhã ensolarada de outubro, no deslizamento 5 do terminal da balsa Hoboken de New Jersey, e a equipe de The Walking Dead: Dead City está combatendo uma horda de invasores, mais assustadores que qualquer zumbi. Dois membros desatentos do departamento de câmeras, comendo burritos no café da manhã, saltam da cadeira aos berros quando um invasor do outro lado corre em suas posições. “Puta Merda…” um deles grita, com pedaços de ovos e salsa voando da boca.

E depois… gargalhadas. Estes não são os primeiros membros da equipe a se assustarem com ratos de rua, e provavelmente não serão os últimos. “Sabe, nós trabalhamos em uma série de zumbis” diz um deles. Mas algo mais assustador está acontecendo a 7 metros no ar. As estrelas da série, Jeffrey Dean Morgan e Lauren Cohan estão preparando para executar uma manobra que fará a dupla atravessar uma viga estreita de uma plataforma.

Enquanto os atores de Maggie e Negan estão seguros presos em cordas que garantem sua segurança, isso não faz com que a jornada seja menos tensa quando eles olham para baixo, no que seria uma queda de cara com o concreto e, claro, centenas de zumbis famintos.

Jeffrey é o primeiro a fazer a travessia, e ele quer ter certeza de que o movimento será capturado de qualquer ângulo para a posteridade. “Faça Barry me filmar atravessando a viga”, se referindo ao operador da câmera, “Ninguém vai acreditar que fiz isso!”.

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Com as câmeras gravando, Jeffrey atravessa a viga em uma velocidade altíssima, rindo nervosamente quando completa a travessia em poucos segundos. “Porr*, quase caí”. Com seu passo de Usain Bolt, o ator comenta que quanto menos tempo ficar na viga, melhor. “Vai mais devagar quando eu começo a surtar”, ele explica para Gandja Monteiro, diretora do episódio.

Surtar também descreve o estado de Lauren Cohan. “Não consigo, não consigo, não consigo”, repete a atriz. Mas enquanto Lauren parece ter um problema com altura, ela tem um problema maior ainda em não ter o trabalho feito. E depois de ter interpretado a filha de um fazendeiro transformada em uma durona por mais de uma década, ela sabe um pouco sobre como ter coragem.

Cohan poderia optar por sua dublê de confiança para realizar a tarefa, que em alguns ângulos certos ninguém jamais suspeitaria. Mas a travessia se tornou uma questão de orgulho, e depois de levar um tempo para se acalmar e concentrar, Cohan pula sobre o corrimão na viga, com a câmera captando cada segundo da ação, “É isso aí” grita ela após chegar na plataforma, abraçando seu parceiro de cena.

Olhando para a plataforma depois, Cohan a vê como um momento de reflexão. “Literalmente, meus pés não se mexiam” ela comenta recordando sobre ter paralisado no lugar. “Comecei a chorar e a hiperventilar”. Então o que mudou e fez ela superar aquela viga? “Eu só pensei que se você deixar algo lhe derrubar – sem trocadilhos – outras coisas que você não consegue fazer vão lhe colocar medo.”

A perigosa travessia é também simbólica em relação a corda bamba com pequena margem de erro que Cohan, Jeffrey e toda a equipe da franquia de The Walking Dead está se equilibrando com essas novas estratégias de spin-off. Conseguirá a AMC recapturar a magia da série principal dividindo-a em diversos spin-offs com diferentes estrelas em diferentes cidades? Não olhe para baixo, pois estamos perto de descobrir.

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Em 20 de novembro de 2022, The Walking Dead foi concluída em seu capítulo de número 177. O plano de encerrar a série veio como uma surpresa para o homem que comanda a franquia, o diretor de conteúdo Scott M. Gimple. “Foi a AMC”, Gimple diz. “Foi pesado quando aconteceu. Eu não estava esperando, e contava com outros planos para o futuro.”

Mas as ordens da AMC eram muito mais do que apenas encerrar a série quebradora de recordes. Em vez disso, eles queriam mais! Mesmo que já houvesse spin-offs, como Fear the Walking Dead e TWD: World Beyond, e a série antológica Tales of The Walking Dead, eles viram uma chance de expandir a franquia colocando os principais personagens em um trio de novas séries.

Andrew Lincoln e Danai Gurira foram convencidos de retornar em uma série para Rick e Michonne. Norman Reedus foi enviado para a França para The Walking Dead: Daryl Dixon. Mas o primeiro teste verdadeiro da estratégia da AMC virá quando The Walking Dead: Dead City estrear com seis episódios, a partir do dia 18 de junho.

Dead City levará Maggie e Negan das florestas da Virginia para as principais (e infestadas de zumbis) ruas de New York, em uma missão de libertar o filho sequestrado de Maggie, Hershel (agora interpretado por Logan Kim). E se isso será um ajuste para os espectadores verem os personagens em diferentes ambientes e em outra série, também será para os atores.

“Todos os dias eu estava procurando por rostos familiares”, conta Jeffrey. “Porque é o mesmo mundo, né. E estar nesse mundo e não ter o Norman ou os mesmos caras da câmera – é desafiador.”

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Mas os novos ambientes, nova equipe e novos colegas também revigoraram a dupla – que também são produtores executivos de Dead City – depois de anos enfrentando larvas e carrapatos na Georgia. “Eu tive aquela sensação de animação quando você vai a novos lugares, com novas pessoas”, diz Cohan. “E mesmo que haja familiaridade entre os personagens, tudo se torna uma coisa nova. Parece um trabalho novo.”

O trabalho dessa vez – nas telas, pelo menos – é salvar o filho de Maggie, que foi levado para Manhattan. Para Maggie, salvá-lo significa pedir ajuda ao homem que matou seu marido brutalmente. E ela consegue essa ajuda de uma forma meio que “isso por aquilo”.

Parece que Negan se meteu em um problemão – CHOCANTE! – e Maggie pode ajudá-lo a escapar… se ele ajudar ela a achar Hershel. “Ela meio que chantageia ele por ajuda”, ri Jeffrey. “Ela sabe que ele é um homem procurado, então ela meio que ‘Olha, eu posso te ajudar a escapar. Eles estão na sua cola e nós podemos fugir daqui. Você me ajuda a recuperar Hershel e eu não te entrego.’”

Enquanto o episódio final deles em The Walking Dead serviu meio que como uma trégua entre a dupla – com Negan finalmente pedindo perdão pelo que fez com Glenn (Steven Yeun), e Maggie o convidando para entrar na sua comunidade, Dead City surge para mostrar que alguns ferimentos nunca curam totalmente. “Se você perdesse alguém amado do jeito que Maggie perdeu, ou ser a causa da perda como é o Negan, eu acho que isso é algo que é carregado pelo resto da vida.”, aponta o showrunner Eli Jorné. “Eu não acho que isso é algo a ser superado.”

“Como você se comporta quando é forçado a caminhar em direção a boca do dragão que matou sua família?” pergunta Cohan. “Não passa nem perto do perdão, mas funciona como a inevitável situação do luto, levando em consideração que esses personagens passaram por esses traumas e não conseguem processar tudo.”

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A falta de processamento talvez ajude a explicar porquê nem Maggie ou Negan estão indo bem desde a última vez que os vimos. Dead City se passa dois anos depois do fim de The Walking Dead, e Cohan diz que sua personagem “está passos atrás em muitas formas quando a vermos. Porque você espera superar algo e continuar a vida, e eu não acho que se consiga seguir em frente sem encarar as coisas.”

Quanto ao antigo algoz de Maggie, Jorné diz que “Quando vermos Negan, ele estará em estado de decadência. Não acho que ele encontrará seu final feliz sem encarar isso.” O que significa que a sua esposa Annie (Medina Senghore), vista grávida do filho de Negan pela última vez, se mantém incerta. O que certamente não é um bom presságio. Como Jeffrey aponta: “Ele não está com a sua família, então alguma merd* aconteceu.”

Os problemas de Negan também atraíram a atenção de homens da lei em seu caminho. Gaius Charles interpreta Perlie Armstrong, um marechal da federação das cidades-estado da Virginia, conhecida como Nova Babilônia. “Ele é um homem em missão, e ele tem um código forte com isso”, diz Jorné. “Se nós concordamos com esse código ou não, é algo a ser visto”. O ator que interpreta Perlie complementou falando: “Eu tento dar uma chance às pessoas, mas se eles não aproveitam, eu uso a lei”.

Como Maggie e Negan, Armstrong tem seus próprios traumas e fantasmas que o visitam de tempos em tempos. “Um dos motivos que eu me apoio nessa coisa de mentalidade de lei e ordem é porque isso me auxilia em problemas mal resolvidos”, explica Charles.

Do lado oposto da lei e da ordem está outra ameaça, conhecido como O Croata. Interpretado por Željko Ivanek, o Croata é um problema não bem-vindo do passado de Negan. “Ele era um subalterno do Negan no passado”, revela Jeffrey, “Mas ele levou a maldade a lugares que nem Negan fez no seu auge.”

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O que leva a questão: “Tem alguém que não vem atrás de Negan nessa série?”, ri Jeffrey. “Negan deu à luz este monstro do Croata, e ele tem Armstrong no seu cangote, e além disso precisa lidar com Maggie, que é quem provavelmente quer matar ele 93% do tempo. Então, sabe, ele está em uma situação complicada no começo da série.”

É claro, tudo isso usará o pano de fundo da selva de concreto de Manhattan, que dará à nova série (filmada tanto em New York quanto em New Jersey) um olhar muito diferente da série principal. “Manhattan é o marco zero do vírus”, explica Cohan, “O governo explodiu todas as pontes e acessos da ilha. Pessoas foram deixadas lá para morrer, então os que foram largados lá e estão vivos se encontram em estado de amargura e ressentimento.”

E por dentro do amargo e bravo novo mundo estarão Maggie e Negan. “Existe várias facções dentro da cidade”, conta Cohan, “E vivem de formas diferentes, além de precisarem se armar e fazer as coisas funcionarem.”

Mas a maior pergunta em relação a tudo isso é… quanto tempo a estadia deles na “Big Apple” durará? Mesmo com a atual greve dos roteiristas, e com a segunda temporada de Dead City ainda não confirmada, a série está em pré-produção para uma continuação na loucura de Manhattan. Mas não é só o futuro de Dead City em cheque, tem toda a franquia a ser considerada. Um começo não agradável pode interromper planos de outros spin-offs. No entanto, atores, equipe e produção estão todos focados neste novo arco de The Walking Dead 2.0 – e agirão como uma ponte, ou melhor, uma viga – para o melhor acontecer.

Cohan e Jeffrey estão ansiosos que os fãs atravessem isso juntos com eles. A 1ª temporada de The Walking Dead: Dead City terá 6 episódios e vai estrear em 18 de Junho nos EUA. A série segue sem previsão de lançamento no Brasil.

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E você, fã? Qual seu nível de ansiedade para Dead City? Também tem curiosidades sobre os bastidores? Deixe nos comentários!

Basilio Freitas

Fã de The Walking Dead desde os 11 anos de idade. Hoje tenho 21. Leitor assíduo de livros de história, apaixonado pelo Grêmio e viciado em filmes de terror.

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