The Walking Dead: Dead City
CRÍTICA | The Walking Dead: Dead City S01E03 – “People Are a Resource”: O tabuleiro foi organizado
People Are a Resource foi o terceiro episódio de The Walking Dead: Dead City. Veja a nossa crítica ao episódio e discuta conosco.
Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do terceiro episódio, S01E03 – “People Are a Resource” (Pessoas são um Recurso), da primeira temporada de The Walking Dead: Dead City. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Depois de um primeiro episódio frenético e um segundo episódio que deu uma pisada no freio para desenvolver os personagens, o terceiro episódio segue a mesma linha de seu antecessor para estabelecer rumos, chegando ao ponto de os diálogos não serem meramente explicativos, mas possuírem um teor mais profundo e inserindo novos elementos no relacionamento de Negan (Jeffrey Dean Morgan) e Maggie (Lauren Cohan). Isso é importante e muito positivo para a franquia, visto que antes do lançamento da série havia um receio de que a relação deles continuasse igual a da última temporada de The Walking Dead e acabasse se tornando cansativa.
O episódio se inicia com flashbacks de Negan e Ginny e que se estendem por todo o capítulo, sendo de grande valia para o desenvolvimento da relação deles e dando um motivo ao Negan pelo o que lutar. É interessante o recurso que a série usa para fortalecer a relação deles, o dinossauro de pelúcia, um elemento muito simbólico para a personagem. A forma de comunicação entre eles pelo assobio também é um atalho criativo do roteiro, já que Ginny não fala devido ao trauma que sofreu quando perdeu o seu pai. É praticamente certo que esse recurso que aqui foi introduzido deve ser utilizado novamente, já que Ginny provavelmente enfrentará alguma situação perigosa em Manhattan e precisará da ajuda de Negan.
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Diferentes perspectivas
O roteiro do episódio, escrito por Keith Staskiewicz, dá uma importância e um tempo de desenvolvimento maior para o grupo do Tomasso e da Amaia, mostrando e explicando alguns de seus momentos na ilha, principalmente os traumas de Tomasso ao fugir do Croata pelo esgoto. Mesmo não tendo muito tempo de tela, é perceptível que o grupo está criando vínculos com os protagonistas e pelo que estávamos acostumados com a série principal, pode ser que alguns dos membros do grupo possam vir a morrer nos próximos episódios. Isso se torna mais possível de acontecer quando os personagens colocarem o plano de ataque ao estádio em execução.
Falando em estádio, outro grande destaque vai para o Croata, o antagonista da série. Neste episódio a direção finalmente traz mais camadas para o personagem aqui, algo que eu já tinha reclamado no episódio anterior dele só ser mostrado nos finais e carecer de tempo de tela. Sua insanidade e seu sadismo são pontos altos aqui, e é perceptível claramente como a visão de mundo do Negan influenciou o personagem, que está tentando construir uma espécie de Santuário em que qualquer sobrevivente pode integrar. Isso embute a questão da proteção das pessoas e faz jus ao nome do episódio “pessoas são um recurso”. Após um longo tempo preso em Alexandria, a percepção de Negan sobre o mundo e as pessoas mudou, e um conflito ideológico entre os dois personagens será sensacional quando ocorrer um encontro dos dois.
O teste que o Croata faz com Armstrong me lembrou muito ao espetáculo doentio que era feito lá em Woodbury, que era o entretenimento do grupo. Aqui, a série faz claramente uma referência aos espetáculos sádicos que o Governador promovia lá na 3ª temporada da série principal. Apesar de estar introduzindo novos elementos, a cada episódio os roteiristas apostam em referências para nos lembrar que The Walking Dead sempre estará viva. Após vencer o confronto contra o walker, Armstrong finalmente conta que o motivo de estar ali é para matar Negan. Assim, o Croata agora descobre que ele está em Manhattan e vai fazer de tudo para ter a sua vingança.
Abordagens maduras em The Walking Dead: Dead City
Felizmente, a direção de Kevin Dowling se mostra muito eficiente e diferente de tudo que já foi mostrado na franquia até agora, com diálogos menos expositivos e aposta mais no drama dos personagens para levar a história adiante. A maneira como os dois co-protagonistas são escritos no episódio é interessante, ainda mais no diálogo que os dois compartilham suas últimas experiências traumáticas. O fato de Maggie ter discutido com Hershel momentos antes dele ser sequestrado fazem a personagem sentir uma culpa que até então não sabíamos e coloca um elemento a mais à disposição dela para salvar o seu filho. Em contrapartida, Negan finalmente conta que deu uma lição nos responsáveis que agrediram a sua esposa, e este é o motivo dele estar sendo procurado pelos Marshals – por ter cometido esse crime.
O grande destaque do episódio fica para o confronto entre Negan e Luther, que vinha sendo construído desde o início do episódio e se encerra aqui mesmo. Luther descobre que Negan está sendo procurado e prefere expulsá-lo para defender o seu grupo. Em contrapartida, Negan mostra querer resolver a situação de forma pacífica, mas mostra que quando necessário, ele solta seu monstro interior sem piedade para se livrar da situação. O velho Negan precisa voltar em situações de risco, mas é nítido que o personagem está em progressão e seu desenvolvimento construído antes de Dead City não foi jogado fora.
Em relação aos aspectos técnicos, já se tornou redundante falar que Dead City está dando um show nas ambientações e nos efeitos especiais. É perceptível que a produção vem se esforçando para criar algum tipo de identidade visual própria, com takes abertos da cidade destruída e tomada pela natureza. A ideia de aproveitar a estética de New York para ser o plano de fundo desta história é muito bem vinda e inovadora.
Dito isso, o terceiro episódio de Dead City cria novos elementos para a trama e arruma o tabuleiro para os três episódios finais que prometem ser explosivos. A relação de Negan e Maggie ganha novos elementos a cada episódio, que estão dando uma amenizada na situação conflituosa entre ambos. Muitos recursos apresentados até agora estão aumentando a escala do Universo de The Walking Dead, tanto em ambientações quanto em diálogos profundos, que não foram muito explorados nas últimas temporadas da série principal. Sinto que ainda muitas inovações ainda serão introduzidas nesse spin off e mal posso aguardar pelos próximos episódios.
E por aí, o que você achou de “People Are a Resource”, o terceiro episódio da 1ª temporada de The Walking Dead: Dead City? Deixe sua opinião e pensamentos nos comentários abaixo!