Atenção! Este conteúdo contém SPOILERS do sexto episódio, S01E06 – “Coming Home”, da primeira temporada de The Walking Dead: Daryl Dixon. Caso ainda não tenha assistido, não continue. Você foi avisado!
Depois do excelente quinto episódio com um final extremamente empolgante, a expectativa era de que o episódio final seguisse a qualidade e terminasse de maneira positiva. E assim aconteceu. A direção e o roteiro entregam um episódio cinematográfico, com começo, meio e fim muito bem estruturados e definindo os rumos que a trama vai seguir na 2ª temporada.
O episódio começa com uma cena misteriosa, com corpos de soldados americanos mortos durante a Segunda Guerra Mundial. Essa cena inicialmente parece estar deslocada do resto do episódio, mas quando chega o final, tudo faz sentido e expõe o vínculo que o Daryl já tinha com a França, e com a missão que acompanhamos durante esta temporada, esse vínculo fica ainda mais intenso.
A sequência da arena com a luta do protagonista e as variantes com certeza é um dos melhores momentos dessa temporada, com uma direção excepcional. O momento em que Daryl finaliza a variante utilizando a bandeira francesa é linda visualmente, além da trilha sonora e a câmera lenta que deixam a cena ainda melhor. A ideia de trazer o Quinn e amarrar os dois personagens para lutarem juntos contra 4 variantes mostra que o criador da série não economizou na criatividade. Toda a sequência dispensa comentários de tão bem executada e bem coreografada que é.
Talvez um dos poucos defeitos que tenho para apontar desse episódio são os antagonistas, que são praticamente deixados de lado. A Genet, que vinha sendo uma antagonista numa crescente, aqui simplesmente você esquece que ela está na trama. A facilidade que Daryl, Laurent e Isabelle só expõem a fraqueza do roteiro na abordagem da personagem, já que ela possui um exército muito bem armado que nunca deixaria com que eles escapassem. Apesar desse ponto ser mal executado, o episódio consegue manter a qualidade já que o foco dele estava na conclusão da missão de levar Laurent para o Ninho e fazer Daryl voltar para casa.
Esse episódio talvez seja o mais forte no que tange a abordagem da relação dos 3 personagens principais, os colocando como família o tempo inteiro. Primeiramente, é nítida a evolução do garoto como personagem, estando disposto a matar seu pai (mesmo sendo um walker) para salvar a sua “mãe”. Para quem nunca havia matado um walker, essa cena é forte emocionalmente falando.
Outra cena que serve desenvolvimento é no Ninho, no momento em que Daryl está ajudando no curativo de Isabelle, o que faz uma clara rima visual com o primeiro episódio da série quando o protagonista chega ao Convento. A abordagem de todo esse episódio é sobre vínculos e família, e essas pequenas cenas engrandecem ainda mais o que foi essa jornada para Daryl.
Como dito anteriormente, o foco principal desse episódio é sobre família. A cena que o Codron finalmente alcança Daryl para conseguir a sua vingança e desistindo quando olha a forma que os personagens se protegem é bastante simbólica. Quando Laurent aponta para ele e diz que Deus ama ele, o personagem apresenta uma virada de chave e desiste de se vingar, já que não levaria a lugar nenhum. Novamente o episódio traz uma rima narrativa com o que foi posto no primeiro episódio sobre Laurent possuir algo de sobrenatural.
Finalmente chegamos no tão aguardado Ninho, e que fotografia perfeita além de momentos satisfatórios. O local é lindo visualmente e só evidencia o quanto essa série tem trabalhado de forma impressionante os aspectos técnicos. Inicialmente até achei que seria mais uma comunidade genérica, mas com os 5 minutos subsequentes mudei rapidamente de opinião. Os moradores do local são carismáticos e passam a vibe de família e de preocupação uns com os outros.
É nítida a transformação de Daryl e como ele se apegou com Laurent e Isabelle, que o coloca em dúvida sobre voltar para casa. A sequência final amarra com a cena inicial, mostrando que um dos soldados mortos era o avô de Daryl. Com certeza foi um dos momentos mais emocionantes de The Walking Dead, Daryl visitando o túmulo de seu avô e se emocionando quebra aquele estereótipo de que o personagem é durão. Esse momento também serve para evidenciar as conexões que o personagem possui com a França e o colocar em conflito sobre voltar para os Estados Unidos. Essa sequência fez Norman Reedus entregar uma atuação muito forte que me emocionou fortemente.
Para fechar com chave de ouro, Laurent aparece justamente no momento que o Daryl está indo embora, o que me leva a questionar se aquilo é real ou apenas uma alucinação. Faria muito sentido o personagem estar delirando, como se fosse sua consciência dizendo que ele precisa ficar para proteger a família que ele fez. Isso não significa abandonar sua família nos Estados Unidos, já que Carol havia dito no rádio que todos estavam bem, o que nos leva a pensar que Daryl não precisa voltar com urgência.
Como foi mostrado no episódio anterior, Daryl havia avisado para Carol que voltaria em uma semana e isso claramente não ocorreu, fazendo com que ela sozinha vá atrás de seu amigo. Quando Carol vê a moto de Daryl sendo usada, percebe que algo de errado aconteceu e finalmente consegue pistas sobre o seu paradeiro, o que a coloca em rota de colisão com o mesmo grupo que levou Daryl para França.
Com 6 episódios sólidos e uma gigantesca carga emocional, o saldo final de The Walking Dead: Daryl Dixon da AMC é extremamente positivo, que traz um refresco para a franquia. Daryl sai dessa série de uma forma completamente diferente da que entrou, apresentando mais camadas e confirmando os motivos pelos quais ele é o mais popular de The Walking Dead. Com tantas inovações sendo postas aqui, mal posso esperar pela segunda temporada.
E por aí, o que você achou de “Coming Home”, o sexto e último episódio da 1ª temporada de The Walking Dead: Daryl Dixon? Deixe sua opinião e pensamentos nos comentários abaixo!
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