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CARYL | Um debate sobre a relação de Carol e Daryl

Hoje quebrarei um ritual dissertativo. Escreverei esse texto em primeira pessoa, como reflexo de uma opinião própria e não obrigatoriamente representativa da equipe Walking Dead Brasil.

Partindo para o conteúdo textual, que como provavelmente você já deve ter percebido do que se trata, falarei sobre amor, romance e momentos graciosos. Sim, o texto trata-se de The Walking Dead e especificamente de uma união nomenclada como “Caryl” (Carol + Daryl) pelos fãs.

Não é novidade que desde a primeira temporada existe um laço crescente entre Daryl Dixon e Carol Peletier. A relação começa a ser explorada com a morte daquele que foi o maior vilão que Carol já enfrentou: Ed Peletier. Daryl por algum motivo desconhecido se comove com o histórico de Carol, muito provavelmente visto a semelhança das trajetórias. Abusados, violentados, rebaixados, menosprezados, todos esses são adjetivos que fizeram parte da vida dos dois antes do apocalipse.

Já na segunda temporada temos os momentos mais determinantes para o laço de amizade continuar a desenvolver-se: desaparecimento e morte de Sophia. Daryl vira um obsessivo rastreador quando percebe o quanto Sophia significa para Carol. Em meio à procura, ainda possui tempo para tentar manter a chama de esperança da Senhora Peletier, com toda a história/lenda da Rosa Cherokee. Em pequenos atos, Daryl em todo tempo parece o mais disposto a manter Carol forte. Com a iminente morte de Sophia e a confirmação do fato, quando Carol corre desesperada de encontro à filha putrificada, são os braços de Daryl que a detém e que lhe dão o primeiro abraço de consolo. Ainda nessa temporada, após ser salva por Andrea do ataque à fazenda, Carol é resgatada pelo motoqueiro Dixon.

Na terceira temporada, após ter a vida (novamente) salva por T-Dog (e muito obrigado T-Dog por ter mantido viva uma das maiores personagens da atualidade), Carol desaparece. O grupo está totalmente abalado com todos os acontecimentos: a morte de Lori e o nascimento de Judith, a perda de T-Dog que era eficiente na luta e o sumiço e até então suposta morte de Carol. Ninguém, repito, ninguém a procurou, pois todos duvidavam (com grandes motivos, digamos) do fator sobrevivência dela. Porém, Daryl resolveu chorar suas mágoas pela amiga em um local só seu. Nesse momento vemos o reencontro, uma das minhas cenas preferidas da trágica terceira temporada.

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Tudo ia bem à temporada passada, mesmo com a ausência da liderança de Mr. Grimes, os sobreviventes organizaram um conselho (Carol, Daryl, Sasha, Hershel e Glenn), tinham comida garantida através da horta e criação de animais, até que a gripe (alguém sabe explicar o que foi aquilo?) assolou os mais variados cárceres da prisão. Carol, então, colocou medo no mais experiente dos bombeiros devido às habilidades demonstradas com a pirotecnia. Com a descoberta de Rick quanto aos acontecimentos que envolvia muito mais que apenas uma proteção do grupo (foi o argumento de Carol), ela deixou de fazer parte do time da prisão para viver uma vida solitária. Contudo, quando Daryl ficou ciente do acontecido, irou-se contra Rick. Tenho a total certeza que o motivo de Daryl querer levar a história à Tyreese era apenas um: resolver a situação para a amiga e logo depois ir à busca dela para trazê-la para a, até então, segurança da prisão. Seu plano foi frustrado pelo vilão de um olho só, vulgo Governador.

Venhamos para a atual temporada. Uma das cenas que mais me comoveram em toda a série foi o reencontro entre Daryl e Carol após os momentos Rambo da personagem. Aquele abraço quis dizer muita coisa. Foi agradecimento, foi um “Eu sabia que você conseguiria!”, foi o alivio por se verem e todo o mais. Depois do primeiro episódio, tivemos diversos diálogos entre os dois e, um episódio adicional focado só na relação deles (tudo bem que a cena da van foi terrivelmente mal feita gente, mas vamos superar isso). Quando a temporada voltou, pouco vi de Carol até então. Percebi que Rick está completamente confiante nela, está a elevando a uma posição de liderança junto com ele. Acredito que agora ele percebeu que o que Carol fez na prisão não foi o certo, mas o necessário. Percebeu que nela há um pouco dele. Explico aqui que percebi isso apenas pela cena do walkie talkie, onde só se pode ouvir a voz de Carol. Rick a deixa inteiramente no comando do grupo, pois sabe que Carol fará o necessário para manter os outros vivos. Já falei em outro texto, os produtores queriam que nós víssemos que Carol é de confiança e que ela está no comando quando Rick falta. Mas, voltando para Caryl, a cena do último episódio, para mim, firmou o rumo da história dos dois.

Em minha análise, Caryl já existe desde a morte de Ed. Caryl é muito mais que uma paixão, é uma forte amizade, é um cuidado, é uma necessidade de se terem por perto para se apoiarem. Para mim, não há necessidade de haver romance ali, pois o bonito dessa relação é essa dependência que um tem com o outro. Em minha singela opinião, jamais veremos Daryl e Carol trocando beijos. Eles não são um casal e jamais serão. Comprova-se isso pelo fato de que – novamente, para mim – seria extremamente ridículo depois de cinco temporadas um ao lado do outro, com toda a liberdade que tiveram resolverem no momento se apaixonarem um pelo outro. Se tivesse de ser, já teria sido.

O conforto que Carol dá a Daryl e o beijo na testa demonstra a real intenção: “Somos amigos, você pode sempre contar comigo. Eu sempre estarei aqui por você e você por mim.”. Não há espaço para romance, Carol e Daryl já possuem um laço muito mais profundo do que um simples namorico de adolescentes. Acho até que essa “dependência” que um tem do outro para estar bem pode vir a ser um dos próximos enredos de um dos personagens. Como Carol reagiria à morte de Daryl, ou, como Daryl reagiria à morte de Carol? Eles perderiam totalmente o único dos apoios.

Reservo esse espaço para minhas teorias [com spoilers da HQ que poderão refletir na série]:

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– Acredito que com a vinda de Alexandria, há grandes chances de perdermos um dos dois. Não por ser meu personagem preferido, mas acho que não perderemos Carol num longo prazo. Acredito sim na morte de Daryl – não estou falando de quinta temporada. Por que Daryl? Simplesmente pelo fato de que sua morte irá desestabilizar Carol e também Rick. Se existe Caryl, evidentemente existe Rickyl (ou Darick se preferirem). A morte de Daryl seria um peso enorme para os dois, e traria uma trama que evidencio na minha próxima teoria.

– Carol e Rick, com a perda de Daryl irão se aproximar mais. É visível que os produtores largaram o personagem de Andrea (HQ) quase que inteiramente nas costas de Carol. Quem, assim como eu, acompanha a HQ sabe do relacionamento de Andrea e Rick que segue até a atualidade. Se Daryl morresse e causasse um vazio nos dois personagens, provavelmente eles estariam mais apegados e arrisco dizer que Carol seria para Rick o que Andrea é na HQ. O relacionamento entre Andrea e Rick na HQ, antes de Alexandria, sempre foi conturbado. Sempre discordavam e batiam de frente. Então, Carol e Rick também tiveram os estranhamentos na série. Apesar dos estranhamentos, Andrea e Rick pensam de forma semelhante e agem de forma quase idênticas, assim como Carol tem demonstrado nos últimos tempos ter se transformado a uma imagem de Rick num modo feminino.

Enfim, eu apenas espero que a história de Daryl e Carol não se perca tão facilmente. Acho que seria um grande erro termos um relacionamento amoroso entre os dois. Porém, volto a dizer, é uma opinião completamente minha e não se baseia em spoiler ou qualquer outro meio de informação. Os produtores e redatores poderão contrariar toda a minha opinião nos próximos episódios. Trago esse texto para que vocês também exponham suas opiniões, discutam (civilizadamente, por obséquio) e teorizem quanto ao destino amoroso ou não de Daryl e Carol.

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Carlos Knewitz

Gaúcho, nascido na primeira metade dos anos 90 e com memória fotográfica. Estudante de Direito e extremamente viciado em escrever. Aficionado pelos quadrinhos de Robert Kirkman, fã de The Walking Dead e Fear the Walking Dead. Apaixonado por Carol Peletier e Alicia Clark e, sucessivamente, por suas intérpretes.

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