Uma das marcas registradas de The Walking Dead sempre será as belas amizades, e não podemos deixar de citar uma das principais, se não, a principal. Podemos afirmar que o primeiro encontro de Daryl (Norman Reedus) e Rick (Andrew Lincoln) na série, no episódio 3 da primeira temporada (“Tell It to the Frogs“), foi marcado por tensão e hostilidade.
Eles foram apresentados um ao outro na cena emblemática do Shane precisando segurar o caçula dos Dixon, enquanto o xerife desacostumado com as impulsividades, do até então desconhecido, aponta a arma para o mesmo. Algo que vem a se repetir no episódio seguinte, debochado pelo próprio Daryl.
Embora eles tenham conquistado muitos nessas pequenas interações iniciais, apenas começamos a ver, de fato, essa amizade a crescer na metade da segunda temporada, ganhando foco na terceira. Durante essa transição da metade da segunda temporada para a terceira, podemos ver Rick adotando Daryl como seu braço direito, após confrontar seu antigo melhor amigo.
Sendo do conhecimento de muitos, nosso arqueiro não era uma pessoa fácil de se lidar, muito menos se permitia construir novos laços, negando estar criando vínculos com o grupo de Atlanta. Entretanto, essa imagem distante e carrancuda quebrou-se ao longo da série, conforme aproximava-se ainda mais dos outros e, como sabemos, Rick e Carol eram suas maiores ligações até aquele momento.
Como o esperado, Rick foi o primeiro a mostrar sentimentos fraternais pelo motoqueiro quando este, abalado com o reencontro com seu irmão de sangue, decidiu juntar-se a ele para ficar de fora da prisão. Afinal, Merle foi uma grande dor de cabeça para o grupo meses antes, não precisavam de mais problemas, ainda mais dentro do novo lar conquistado.
É possível visualizar um olhar perdido na face do xerife no episódio 9 da terceira temporada (“The Suicide King“), já Daryl não ficou tão passível às expressões, pois mostrou-se muito hesitante antes de dar seu veredito.
A essa altura do campeonato, Daryl não se deixava mais levar tanto assim por sua vontade de isolamento, algo que ele aprendeu a gostar, devido a uma criação difícil. Mas acima de tudo, Merle significava muito para ele, afinal, cresceram juntos e era o sangue dele, existiam sentimentos não tão compreensíveis, porém eles estavam ali.
Bom, agora, depois de um breve resumo, podemos chegar ao ponto que queríamos: Rick realmente foi essencial para o crescimento de Daryl na série? Eu posso afirmar com muita certeza que sim. E ao fazer isso, não estou excluindo outras portas que se abriram, como a Carol, Beth e primeiramente, Sophia. No entanto, Rick foi primordial, sempre notou, desde a primeira temporada, o potencial em um “menino” impulsivo – algo mencionado pela própria Carol no episódio 6 da quinta temporada (“Consumed“).
Embora os personagens estejam notando a mudança do Dixon a essa altura, para nós, telespectadores, só fica explícito após a morte da primeira pessoa da qual ele se dispôs a cuidar e proteger, mesmo que não tenha sido sua verdadeira vontade, pelo menos não inicialmente. Desde a morte do Merle, essa é a segunda vez que vemos o arqueiro entregue a realidade do mundo que vivem.
A partir daqui, Daryl retrocedeu alguns passos, mostrando-se novamente uma pessoa arisca, não se permitindo fazer parte da nova comunidade, Alexandria. Até mesmo temos os momentos cômicos dele se recusando a tomar banho, porque na sua visão desconfiada estar aceitando água e cama quente que lhe era oferecido era estar cedendo a algo que, para ele, ainda era perigoso.
Mas ninguém é de ferro, correto? Correto! Muito menos o nosso arqueiro é. Ele ainda carregava consigo traços de uma personalidade fechada, quando passou a demonstrar mais do que sentia a tudo e a todos, mas é claro, somente após o indivíduo ganhar sua confiança. Desse modo adotou Alexandria como sua família também.
Um novo Daryl seria muito exagerado de afirmar, porém, é fato que na sétima temporada nós estamos vendo alguém sem mais medo de sentir e demonstrar. Chega a dar angústia visualizar tantas vezes alguém que sempre se mostrou tão forte, quebrado, de cabeça baixa e, muitas vezes, com lágrimas nos olhos. Até porque em certa altura cansa perder as pessoas e a maior prova dessa exaustão é quando Rick morre para os personagens da série.
Ali o grupo todo se quebra, embora tenham conseguido se estabilizar, distâncias foram estabelecidas, principalmente do Daryl com todos. Cedeu ao seu instinto mais reprimido: ficar isolado na floresta. Mas ele não ficou ali por acaso, seu objetivo tem nome e sobrenome, Rick Grimes, mais um irmão que ele perdeu. Entretanto, desta vez é diferente. O xerife foi o irmão que ele nunca teve de verdade, um companheiro para quem poderia contar tudo, a qualquer momento, quando precisasse. E o perder assim, bem à frente dos seus olhos, sem poder fazer algo para impedir, lhe trouxe sentimentos de impotência.
Surpreendentemente, ele não se fechou por completo. Mais uma vez se provando emocionalmente evoluído, como foi mostrado em um dos episódios extras (“Find Me“) da décima temporada. Afinal, não era mais esperado da parte de ninguém que ele fosse se envolver romanticamente.
Nesse tópico entra um questionamento complicado, pois podemos ter o vislumbre de um Daryl emocionalmente dependente também, que não aceita não encontrar um corpo. Ele está mergulhado em uma caçada sem fim, disposto a morar por anos na mata, se não fosse por alguém o arrancando de lá quase que a força. Faz parte da sua personalidade carregar todo o peso sozinho de algo que não tem culpa.
E com isso eu pergunto, Daryl Dixon evoluiu para você? Ou ele apenas se apegou a imagem representada por Rick Grimes em The Walking Dead?
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Por: Ethan Reichert
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