O retorno de Morgan Jones – desde seu habilidoso “despacho” dos Lobos até o resgate de Daryl e de Aaron e a reunião de cair o queixo com Rick em Alexandria – foi definitivamente um dos destaques da season finale da quinta temporada de The Walking Dead.
Lennie James, que trabalhou em “Jericho” e é o intérprete de Morgan em The Walking Dead, conversou com a Yahoo TV sobre porque esse Morgan Zen foi procurar o Rick, como os produtores vêm tentando trazer o personagem de volta ao grupo durante a série inteira, como Morgan e Rick precisam ter uma conversa para colocar tudo em dia na sexta temporada e falou sobre seu interesse em passar mais tempo na série.
Você deve ter ficado aliviado em não precisar mais fazer esse jogo sigiloso.
Lennie James: [Risos] É bom não fazer isso, embora ainda fosse um segredo até a finale e todas as conversas subsequentes [No Talking Dead], mas estou feliz por não precisar mentir para as pessoas de quem eu gosto. Obviamente, algumas pessoas, as pessoas que moram dentro da minha casa, estavam cientes do fato de que eu não estava lá e de onde eu estava, mas, para quase todos os outros, eu tinha que ser desonesto e levemente sem escrúpulos. Estou feliz por tudo isso ter acabado e por poder dizer que sim, estou lá.
Esse Morgan que nós encontramos na finale é muito, muito diferente daquele com quem passamos um tempo significativo em “Clear”, na terceira temporada. O que você pode nos contar sobre a jornada de Morgan entre “Clear” e “Conquer”?
Lennie James: Eu posso dizer que houve um incidente significativo na vida de Morgan, assim como houve entre a series premiere e “Clear”, no sentido de como ele perdeu sua esposa e como ele perdeu seu filho. Algo aconteceu com Morgan desde “Clear”. Houve alguém que teve um efeito profundo nele, e o que nós vimos foram os resultados desse efeito, e o que isso fez com Morgan, o caminho que ele está tentando seguir e os motivos de ele ter ido em busca de Rick.
Parece óbvio que ele teve tempo para uma séria introspecção, e talvez tenha encontrado a única escola de artes marciais que ainda funciona no mundo pós-apocalíptico, porque ele definitivamente tem algumas habilidades que nós não conhecíamos antes.
Lennie James: [Risos] Sim, ele adquiriu algumas habilidades e houve uma mudança na arma de sua preferência. Essa mudança na arma tem bastante a ver com a mudança de Morgan, na sua aparência e no senso dele em relação a si mesmo. Houve um grande efeito nele, e eu acho que, na sexta temporada, deve haver a história dessa transição em Morgan, de um jeito ou de outro.
Nós vimos ele mais cedo na quinta temporada, brevemente na premiere, e depois na midseason finale, chegando à igreja do Padre Gabriel. Há esse momento em que ele está parado na frente da igreja, olhando ao redor, tirando coisas do bolso, e ele começa a rir. Por que?
Lennie James: É uma parte da mudança pela qual ele passou, é uma “medida”, eu acho, para ele, o quão longe essa mudança poderia ir. Eu acho que ele ri porque, no mundo em que ele está, rezar é absurdo. Eu acho que seu pensamento naquele momento singular é que – pois ele fecha os olhos e, em seguida, abre os olhos, e tudo está da mesma forma – e então ele está ciente de que há muito dessa nova estrada para percorrer.
Na igreja, ele encontra o mapa que o conduz em direção a Rick. O que você achou quando descobriu sobre esse detalhe do plot?
Lennie James: Eu acho que passamos por isso, mas eu não queria que fosse um momento tipo, “Oh, então simplesmente acontece de ele encontrar um mapa que aponta a direção certa. Que sortudo.” Eu acho que havia outros indicadores… Ele encontrou o caminho até a igreja, chegou longe assim, então ele já estava no caminho certo. Ele provavelmente poderia ter encontrado o caminho em seguida. Talvez tivesse que passar pelo Terminus para chegar lá, mas ele acabaria indo nessa direção. Eu gostei, porque, mesmo que ele encontre o mapa, quando o mapa passa entre Abraham e Rick, no ponto em que isso acontece, você não pensa, “Ah, e o Morgan vai achar esse mapa.” Quando acontece, ainda há um elemento de surpresa.
Em que momento Scott Gimple deixou você saber desse plano para o Morgan, de que ele iria voltar à história nesse ponto?
Lennie James: Foi algo contínuo, que aconteceu no curso da série inteira, realmente. Antes de eu voltar em “Clear”, houve duas ou três tentativas de me trazer de volta, mas, devido a outros compromissos no trabalho, não pôde acontecer, e o mesmo tipo de coisa aconteceu com a minha participação na quinta temporada, e poderia acontecer possivelmente na sexta. Tem sido uma conversa anual que nós temos, e foi algo contínuo desde o início da série, com toda a honestidade.
Isso torna as coisas ainda mais incríveis, já que se adequa tão perfeitamente com onde você está na série agora.
Lennie James: Acho que isso se deve ao brilhantismo da sala dos roteiristas, a Scott [Gimple] e à Gale [Anne Hurd] e a todos que estão envolvidos, realmente. Eu acho que parece perfeito por que eles fazem parecer perfeito. Tem pouco ou nada a ver comigo. É literalmente porque eles fazem planos e estabelecem os objetivos de acordo com as circunstâncias. Como se eles pensassem, “Bem, nós trabalharemos com Lennie durante essa quantidade de tempo, então faremos isso, isso e isso na quinta temporada, e faremos a outra parte do que queríamos fazer na sexta.”
No entanto, o impacto que Morgan tem na série certamente tem muito a ver com você. Você ficou surpreso que o personagem tenha se tornado um dos favoritos dos fãs?
Lennie James: Sim, absolutamente. Se você realmente observar, eu participei de três episódios que são dignos de atenção, em algum sentido. Os dois no início da quinta temporada e na midseason finale da quinta temporada são pedacinhos, mas nos episódios verdadeiros, ao longo das cinco temporadas, eu participei de três episódios. Para os fãs terem-no reconhecido e prestarem atenção nele da maneira que fazem é… a sorte da circunstância e o brilhantismo da narrativa, na verdade. Tenho que dizer que cada vez que estive na série… Eles têm algo de qualidade para trazer em cada situação. Na primeira vez, estamos eu e Andy Lincoln trancados numa sala. Em “Clear”, estamos eu e Andy Lincoln trancados numa sala. Então, eles começam a me apresentar para o resto das pessoas em “Conquer”. Acho que isso se deve à boa narrativa, e ao personagem dos quadrinhos. Ele é um cara muito interessante de interpretar, e eu tenho sorte o suficiente para interpretá-lo.
Os momentos finais de “Conquer” são uma justaposição de como estava o estado mental de Morgan na última vez que Rick o viu, e agora Morgan vê Rick atirando noutro homem. O que está passando pela mente de Morgan quando ele vê isso?
Lennie James: Essa é a única parte que Morgan vê dessa fantástica cena final, e Rick – a performance fantástica de Andy naquela última cena – e o discurso que ele dá, a verdade que está por trás dele e o estado perturbado em que ele está, além do fato de que ele obviamente fez escolhas difíceis, de que ele está tentando ajudar as pessoas e ensiná-las sobre essa realidade e a realidade do grupo… O Morgan não faz parte de nenhum momento dessa cena, apenas quando Rick puxa o gatilho e atira na cabeça do Pete. Tudo o que ele vê é o homem que ele procurou por todo esse tempo atirar na cabeça de um homem, de um homem que está sendo segurado por outro, enquanto um grupo de pessoas ficam paradas, observam e não fazem nada. A primeira reação do Morgan é de choque, espanto e preocupação por esse cara com quem ele se importa e que, obviamente, não está na mesma posição que estava quando eles se viram pela última vez.
Você disse no Talking Dead que está definitivamente de volta por, pelo menos, um episódio na sexta temporada, então podemos concluir que esse episódio incluirá uma conversa entre Morgan e Rick em que eles coloquem tudo em dia?
Lennie James: Sim. Eu acho que podemos dizer isso com segurança, que Morgan e Rick conversarão. Quanto tempo essa conversa durará, eu não sei.
Você está aberto para ser um personagem regular na série, ou para ficar por mais tempo do que um episódio na próxima temporada?
Lennie James: Eu realmente gostaria de ver o que aconteceria com o Morgan, se ele deveria ficar por perto do grupo por um período de tempo mais extenso… que efeito eles teriam nele, e que efeito ele teria no grupo. Esse é o cara que, por bem ou por mal, passou mais anos sozinho. Ele pode muito bem achar que encontrou um sistema de crença que vai ajudá-lo nesse mundo, mas pode estar errado. Além disso, pode ser difícil sustentar um sistema de crença quando você entra em contato com o sistema de crença de outras pessoas; elas podem não aceitar o seu, e você pode não aceitar o delas. Eu acho que há muitos cenários interessantes que poderiam surgir entre Morgan e Daryl, entre Morgan e Carol, entre Morgan e Michonne, entre Morgan e Carl, entre Morgan e Rick, e com Morgan em Alexandria. Acho que todos seriam cenários interessantes de interpretar.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a sexta temporada no dia 11 de Outubro de 2015 na AMC e no dia 12 de Outubro de 2015 na FOX Brasil. Confira o trailer oficial da temporada e fique por dentro de todas as notícias.
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