ATENÇÃO! O post a seguir contém spoilers extremos sobre a quinta temporada de The Walking Dead. Caso não tenha assistido, não prossiga. Você foi avisado!
A imparcialidade na escrita sobre o mundo de The Walking Dead é algo necessário, formando assim, um campo de visão mais amplo sobre toda a obra, em suas mais diversas mídias. Aviso desde já que esta é uma opinião pessoal, e não expressará a opinião da equipe do Walking Dead Brasil.
Desde a primeira temporada, The Walking Dead nunca havia conseguido me deixar tão apaixonado quanto durante o decorrer do quarto ano. Após os desastres que vieram com a segunda parte do terceiro, estava agindo cautelosamente em relação ao que esperar com a saída de Glen Mazzara. No entanto, Scott Gimple me surpreendeu.
Conforme algumas informações sobre as gravações do quinto ano iam saindo, a ansiedade crescia. Em julho, com o trailer oficial da quinta temporada apresentado no painel da série na Comic Con de San Diego, me senti a pessoa mais sortuda do mundo. Era um presente, desde as cenas de Terminus, até a pequena prévia do que viria a ser o “famoso arco do hospital”.
E outubro chegou! Não posso negar que “No Sanctuary” é uma obra prima, e que, ao meu ver, pode se encaixar bem ao lado de grandes nomes (Days Gone Bye, Better Angels). E não nego quando digo que as expectativas iniciais foram bem sucedidas, e achei toda a trama dos Canibais muito bem trabalhada. Desenvolver um arco em apenas três episódios fora algo de se aplaudir.
E foi aí que chegou aquele arco original da série. Se eu poderia escolher uma única palavra para definir o arco do Hospital Grady Memorial? Decepcionante. Minhas expectativas em relação a história de Beth Greene (Emily Kinney) eram altas, arrisco dizer, até mesmo maiores do que ao Terminus em si.
E com um profundo aperto no coração, exclamo que os quatro últimos episódios que vimos em 2014 não lembram a minha série favorita, e muito menos condizem com o trabalho excepcionalmente rico apresentado por Scott Gimple.
E “Crossed” chega a ser confuso. Enquanto Rick (Andrew Lincoln) e alguns outros membros do grupo presentes na igreja iam para Atlanta em busca de Beth e Carol, Abraham (Michael Cudlitz) alimentava o incansável plot ajoelhado. Enquanto o hospital não acelerava em nada à trama – a não ser para o desenvolvimento de Beth -, Daryl e Tyreese (Chad Coleman) pensavam no plano da tão polêmica “troca de reféns”. Algumas cabeças de armas depois, o roteiro apelou, tratando Sasha (Sonequa Martin-Green) com tanta estupidez, que prefiro esquecer aquela questão – confiando em policial, somente pelo nome remeter ao ex-namorado, Bob (Lawrence Gilliard Jr). E como fã apaixonado, deixo explícito que The Walking Dead me desapontou.
A tentativa de responder tudo em última hora não foi correspondido com o roteiro de Angela Kang (dona de episódios fenomenais, como “Secrets” e “Still”), e ainda sinto pela desonra com a qual Emily Kinney e sua personagem foram tratadas. O silêncio vindo por parte dos produtores em relação aos eventos trágicos também me incomoda, tal como a falta de cuidado com os furos apresentados durante o menor episódio da quinta temporada: Maggie finalmente se importou com a irmã depois de lembrar dela duas vezes desde a queda da prisão? Após cair de um viaduto dentro de uma van, ser atropelada, e ficar em estado de quase-morte, Carol saiu caminhando? Não, vejo isso como algo inaceitável.
A falta de cuidado com uma trama original para a série de TV é inadmissível. As especulações sobre o sistema do hospital me deixaram inquieto, e no final as expectativas não condisseram com o que esperava. Agradeço a Andrew Lincoln, Norman Reedus, Emily Kinney, Christine Woods e Lauren Cohan em particular, por suas performances dignas de qualquer prêmio, e por terem salvado o oitavo episódio da quinta temporada de algo pior.
Com muito orgulho, digo que a segunda parte da temporada me fez esquecer aquilo que havia acontecido ainda na 5A. Scott Gimple encontrou o caminho certo novamente, e toda a trama da Zona Segura foi memorável.
O nono episódio, dedicado a morte de Tyreese, está entre os meus 10 favoritos facilmente. Seja pela direção espetacular dada por Greg Nicotero, ou pelo roteiro majestoso de Gimple, ver a morte pela visão de um personagem foi algo novo em The Walking Dead, e o modo como isso foi trabalhado me deixou enternecido, de uma maneira incomparável.
Entretanto, nenhum outro episódio na temporada me deixou tão marcado quanto “Them”. Desde quesitos técnicos, roteiro, até atuações, o décimo episódio foi majestoso em todos os sentidos. Ver o sofrimento emitido a cada cena envolvente com os personagens ainda me deixa atônito, e Rick Grimes realmente ganhou o pódio de melhor personagem da história com seu discurso “We are The Walking Dead”.
A cena da tempestade é um show a parte, onde vemos, explicitamente, o grupo inteiro reunido batalhando por um único propósito: a sobrevivência. Honestamente, ainda sinto calafrios ao lembrar da chegada de Aaron (Ross Marquand), e de toda a sequência que culmina com o toque da caixinha de música. Fenomenal.
Por sua vez, um dos mais chocantes momentos da segunda parte do quinto ano ocorreu mais precisamente no episódio 14, “Spend”. A visão de Glenn chorando, enquanto via Noah ser estraçalhado e devorado na sua frente, foi de partir o coração. Aplausos para a atuação de Steven Yeun, tal como a química com Tyler James Williams para o grande momento.
E então, outubro se aproxima, e a ansiedade está alta, tal como minhas totais expectativas para a nova temporada. Se eu ainda amo The Walking Dead? Afirmo positivamente. Com toda a minha sinceridade, espero uma temporada nos níveis da primeira e da quarta, cujo as mesmas me deixaram apreensivo do início ao fim, orgulhoso e sem mínimo receio, repleto de roteiros inteligentes e célebres.
Relembrando, esta foi inteiramente uma opinião de cunho pessoal, e aceito qualquer posicionamento contrário, desde que apresente argumentos válidos e uma exposição respeitável nos comentários.
The Walking Dead, a história de drama mais assistida da TV a cabo, irá retornar com a sexta temporada em Outubro de 2015 na AMC e na FOX Brasil. O trailer da temporada, bem como a data oficial de lançamento, será divulgada durante a Comic Con de San Diego em Julho.
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