Atenção! Este conteúdo possui SPOILER da série e dos quadrinhos, caso você não tenha assistido toda a série e/ou não tenha lido os quadrinhos pare de ler imediatamente. Você foi avisado!
Uma série que carrega a morte em seu nome e que trata de sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico não pouparia a sua audiência de se despedir de seus personagens. Desde o episódio piloto da série, já fomos apresentados a 158 (cento e cinquenta e oito) mortes de figurantes a personagens principais. Desses mais de um cento e meio, grande parte são sobreviventes que possuíam importante função dentro dos grupos e eram repletos de tramas para apresentar para a audiência.
A ausência dessas tramas muitas vezes acaba empobrecendo a história e deixando-a bem mais frágil que deveria ser, até porque muitas das mortes – principalmente dos personagens centrais – são notadamente formas de se livrar de sobreviventes com os quais os roteiristas não sabem o que fazer, ou que não conseguem se infiltrar em meio as brechas deixadas pelo enredo central para contar sua própria história. Pensando nisso, separamos cinco personagens que fazem falta na série no atual estágio.
O polêmico personagem conseguiu em duas temporadas alavancar uma personalidade que foi odiada por muitos e amada por outros. Shane era irredutível quando o assunto era se manter vivo e, em consequência, manter quem ele amava em segurança. O episódio com Ottis é exemplo disso. Shane sabia que sua utilidade para os demais era bastante superior se comparada ao empregado de Hershel na fazenda. Se ele não chegasse vivo, os medicamentos que Carl necessitava talvez jamais seriam levados até o local onde ele estava lutando pela vida e poderia morrer prematuramente na história.
A morte de Shane é importante para o desenvolvimento do entrave entre Lori, Rick e Carl tanto na série quanto nos quadrinhos. Entretanto, a personalidade do personagem faz bastante falta no momento em que perdemos os dois protagonistas centrais da série recentemente.
É interessante notar, justamente, que Shane morreu estando em um estado de postura semelhante ao que Rick adotou mais para frente ao longo do desenrolar da trama. Ou seja, talvez se não fosse tão precipitado, Walsh estaria vivo hoje em dia colocando ordem em Alexandria e no restante do mundo, sem poupar inimigos ou aqueles que ameaçassem a sobrevivência dele e de seus pupilos.
Como eu sonhava com o dia em que Andrea vestiria seu poncho e seu chapéu de cowboy e cavalgaria pelas estradas que ligam Alexandria a Hilltop para demonstrar sua liderança ao lado de Rick, seu marido. A história que os quadrinhos mantinham para a personagem parecia totalmente mais interessante daquela que ela foi conduzida e lhe levou ao seu fim.
Não importa quantas listas eu tenha que fazer, mas quando falarmos de decepções com mortes, Andrea sempre será lembrada. Decepção não por sua intérprete e nem por seu enredo conflituoso, porque se os roteiristas conseguiram corrigir a história de muitos personagens, não seria Andrea que não teria salvação a partir do quarto ano da série.
O pior de tudo é que deram esperanças na redenção com episódios como I Ain’t a Judas e Prey (décimo primeiro e décimo quarto episódios da terceira temporada) e pareceram tentar convencer a audiência de que a personagem se viraria contra o antagonista central, o que de fato aconteceu. Mas ali, em poucos passos de se juntar ao grupo da prisão, ela foi arrastada pelo Governador ao seu desfecho.
Para quem não conhece Andrea nos quadrinhos, pode achar que é exagero dos fãs toda a lamentação pela morte da personagem – que para os estranhos, chegam a julgá-la até mesmo como traidora e impertinente. Mas para aqueles que possuem conhecimento de quem ela poderia ter sido (e me desculpem aos fãs de Richonne, mas a história entre Rick e Andrea é muito melhor estruturada nos quadrinhos) sabem a riqueza que se perdeu com sua partida.
A saída de Andrea causou uma desconexão entre os roteiros – o que muitas vezes faz com que os próprios escritores se percam em suas histórias e a tornem incoerente em alguns momentos -, isso porque sua trama foi subdividida entre várias personagens como Michonne, Carol, Sasha e Maggie. Michonne, por exemplo, por ter que arcar com a lacuna deixada pela irmã de Amy, acabou cedendo fragmentos importantes de seu enredo à Carol. Ou seja, o impacto da ausência da personagem se perpetua até os dias atuais.
Sasha é uma personagem muito menosprezada por grande parcela dos fãs, mas se analisarmos em foco sua personalidade, veremos que foi grandiosa. Com um caráter repleto de menções à Andrea, ela era brutal e disposta a manter a vida de todos os seus aliados à salvo. A sobrevivente possuía uma personalidade tão notável que acabou apagando Tyreese, seu irmão, na série e se tornando bem mais relevante para o seguimento da história.
A forma visceral com que Sasha agia em cena a tornava uma forte sobrevivente e a fazia aparecer em cena por conta própria, sem utilizar outros personagens como escoro de enredo.
É claro, sua morte era totalmente retirada dos quadrinhos, assumindo o arco de Holly que é bastante necessário para o seguimento da história. Mas, não é difícil imaginar que se ela estivesse viva hoje, brilharia com facilidade em meio as várias lacunas deixadas por personagens principais (como Rick e Carl) que deixaram a trama. Arrisco até afrimar que Hilltop teria uma líder tão engajada quanto Maggie na atual fase. E fora que, se havia um pensamento unânime entre todos quanto a morte de Carl e Rick nos anos seguintes, matar uma personagem com incrível potencial no sétimo ano era mesmo necessário? Por que não utilizaram o arco de Holly em personagens menos interessantes na época (e que continuam no mesmo nível até os dias de hoje)?
Poderíamos deixar apenas a imagem e seguir para o próximo item da lista, pois é quase autoexplicativo o fato de Carl figurar entre os personagens que mais fazem falta na atual fase da história.
Até hoje é inexplicável que tenham o matado para adaptar sua história em personagens que nem mesmo eram queridos pela audiência ainda. Carl, assim como Andrea, possui uma infinidade de tramas próprias e uma profundidade enorme que simplesmente foram ignoradas pela série.
Tudo bem que o ator já estava extrapolando a linha temporal da história e que a maioria de seus arcos nos quadrinhos se dão justamente por causa da imaturidade contida num Carl pré-adolescente, mas se tantos outros personagens tiveram suas tramas adaptadas e subdivididas, não poderiam fazer o mesmo com o jovem? Sabendo da saída de Rick no nono ano (que pelo arco do Lixão, parece ter sido planejada desde o sétimo ano) não poderiam mantê-lo na série e se aproveitar dos saltos temporais para ajustar sua idade?
Calma! Eu sei que existem personagens totalmente mais relevantes que Jesus na série que poderiam ter seu posto dentro dessa seleção, mas eu prometo que irei explicar o motivo de ele estar aqui.
A morte do personagem é a mais recente, tendo morrido ao final do último episódio exibido (Evolution, oitavo da nona temporada). O exato motivo de Jesus ser considerado uma das maiores perdas para a série se dá não exatamente em sua morte, mas em sua concepção. Isso porque – nos quadrinhos – Paul é gigantesco, sendo um dos sobreviventes mais fortes tanto em questões de caráter como naquilo que diz respeito à combate (principalmente corpo à corpo).
Na série, no entanto, o desempenho de Jesus foi decepcionante. Praticamente não vimos nada do personagem. Sabemos que ele era de Hilltop e estabelecia contato entre as comunidades, que era bom em golpes marciais e só. Foi resumido a um capacho das lideranças, que obedecia o que lhe era determinado, tendo uma personalidade vazia e omissa ao mesmo tempo que até mesmo suas melhores cenas de ação dos quadrinhos foram ignoradas (a icônica cena dele rebatendo com as mãos uma granada jogada pelos Salvadores no interior de Alexandria, por exemplo).
O efeito Jesus não é propriamente exclusivo dele, e justamente por isso ele está aqui, como representação de tantos outros personagens amados pelos fãs (Glenn, Abraham, Aaron, Ezekiel, Beth, etc.) que foram mortos desde sua concepção na série, sendo apagados pelo fato de convergência de roteiro ao protagonista Rick Grimes. A presença de Rick e a necessidade de que tudo apontasse para ele acabou suprimindo diversos personagens e os resumindo a pequenas cenas como personagens de apoio. Ezekiel e Aaron, que seguem vivos, são exemplo disso. Até hoje não tivemos muito de ambos. Glenn, embora fosse um dos centrais desde a primeira temporada, foi resumido ao típico asiático paz e amor – o que acaba gerando um grande desserviço num mundo que luta contra os estereótipos impostos pela sociedade -, tendo a maioria de seus arcos dos quadrinhos apagados, para no fim ser jogado em sua morte comum sem ter uma passagem muito marcante.
Enfim, as vezes eu acho que poderiam fazer uma temporada em spinoff de The Walking Dead que nos trouxesse uma realidade alternativa onde todos os personagens que morreram estivessem vivos no atual ponto da história e aqueles que se mantém em vida, estivessem mortos. Tudo isso apenas para que a audiência tivesse o gostinho de matar a saudade de seus queridos sobreviventes e verem como as coisas estariam se eles estivessem no comando da série.
E você? Acha que faltou outro personagem nessa lista? Comente abaixo.
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