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[SPOILERS] The Walking Dead 170 – Discussão
Post destinado aos comentários da centésima septuagésima edição (The Walking Dead 170) dos quadrinhos de The Walking Dead. Aqui, SPOILERS SÃO LIBERADOS, então se você ainda não leu, ou não está em dia com os mesmos (e não quer saber o que vai acontecer), pare de ler imediatamente. Você foi avisado.
Anteriormente: Depois de confrontar Eugene sobre seu rádio, Rick envia uma delegação liderada por Michonne para conhecer a comunidade de Stephanie. Mas eles não são os únicos partindo, já que Carl se junta a Maggie no contingente de Hilltop, e Negan faz a limpa no porco e nos feijões da dispensa antes de ser exilado. Mas a real ameaça continua em Alexandria, com Dwight questionando abertamente a liderança de Rick.
“Você não pode evitar pensar como as coisas seriam diferentes se aqueles que você perdeu ainda estivessem aqui… mas você não pode se demorar nisso. Você não pode…”
(Rick, The Walking Dead 170)
Estamos começando um novo arco, então essa edição de número 170 dos quadrinhos de The Walking Dead mostra qual e o pano de fundo central deste novo momento da jornada apocalíptica: relações humanas. Já é fato consumado os zumbis não serem a principal ameaça deste holocausto zumbi, e sim os seres humanos e as interações entre eles em um holocausto zumbi. Aqui vemos Rick confortando um rapaz enlutado pela morte da mãe, um Dwight rancoroso com Rick e consigo próprio, um Jesus apaixonado, uma Maggie pensativa e um Negan de rosto lacrimejado em frente a um túmulo de um bastão de beisebol. Vemos também um dos personagens que mais evoluiu até aqui na história ganhar um protagonismo maior nesse arco: Eugene.
Eugene que passou por tanta coisa, que no início era um personagem odioso por sua covardia e mentiras mirabolantes, aos poucos foi mostrando que não bastam só músculos, habilidade com armas e coragem para sobreviver. Inteligência é fundamental não só para a sobrevivência pessoal, como para uma posteridade de uma vida em sociedade. Aos poucos ele começou a produzir balas, arquitetar a guerra contra os Salvadores, estudar o comportamento de hordas de zumbis e ajudar a jogar literalmente um oceano de zumbis para dentro do oceano. Eugene que antes era jogado de lado e nutria uma paixão obsessiva pela finada Rosita, agora demonstra um olhar de fúria quando Siddiq revela que ela era apaixonada por ele, o que subentende-se que os dois tiveram um caso. Esta sem dúvida foi a grande revelação desta edição, pois mostra que Eugene evoluiu de um tanto, que se Rosita supostamente o traiu com Siddiq, mostra que ambos não tinham respeito para com o Eugene. O remorso de Siddiq mostra que Eugene tem uma importância para aquela comunidade maior do que ele. Será que se fosse Eugene quem tivesse de vigia naquela noite haveria aquele ataque zumbi que colocou em risco a vida desses personagens? E precisou do ótimo roteiro de Kirkman para mostrar que Siddiq é substituível. Se um zumbi o tivesse mordido naquela noite, ninguém sentiria falta do personagem. Já Eugene seria uma perda irreparável para aquela comunidade.
Esta edição foi uma preparação para como serão as relações entre os personagens e suas futuras motivações para os próximos passos da historia. Kirkman usou uma tática pouco usual em suas edições de The Walking Dead que mostrar cada situação envolvendo vários personagens em uma única página. O arco central, que é a viagem a Ohio, foi desenvolvida em mais páginas. E foi justamente nesse arco que Kirkman brincou com o fato cada vez mais óbvio de que zumbis não são mais uma ameaça. Eles podem atacar acampamentos tal como aconteceu nessa edição? Claro que podem! Mas só atacaram porque Siddiq foi descuidado. No caso, a brincadeira que o autor fez conosco foi mostrar o grupo de Michonne e Eugene entrando em uma cidade, jogar a ideia de que as cidades estariam vazias de mortos-vivos, colocar um silêncio em cada quadro mostrando um clima de tensão, mostrar um semblante de suspense e um “oh, meu Deus” saindo da boca de Michonne. Eu, você e todos nós leitores já imaginávamos uma horda de zumbis na próxima página. Na hora eu pensei: “mais uma horda? Já vimos isso trocentas vezes nessa HQ. O que mais falta surpreender? Hordas de zumbis armados com motosserra?”. Aí que está a brincadeira. Virando a página, a surpresa de Michonne foi que a cidade estava vazia.
Enfim, foi uma edição morna em quase todos os aspectos. O grande destaque foi o climão de novela das 8 principalmente em seu final. Só que, como se trata de um apocalipse zumbi, a novela tem que ser apimentada com mortos-vivos. O roteiro da HQ sempre foi excelente desde sua edição número 1. Ataques de zumbis nunca são gratuitos. Aqui sabemos que ninguém iria morrer naquele acampamento. O ataque só serviu para Eugene salvar a vida de Siddiq, e foi isso que forçou Siddiq a fazer a revelação bombástica. Pelo olhar de fúria de Eugene, o que você acha que vai acontecer?
Pontos altos da trama:
– Destaque para a bela arte de página dupla no momento em que o grupo chega na cidade.
– O legal deste mundo de The Walking Dead é que, mesmo depois de tudo que esses personagens enfrentaram e desbravaram, eles ainda sentem medo do desconhecido. Logo nos primeiros quadros eles entram em uma “zona não segura”. Tal como na Idade Média feudal, o medo dos “bárbaros” ainda assombra essas pessoas. No caso, os “bárbaros do mundo pós apocalíptico” seriam tanto zumbis quanto déspotas esclarecidos, canibais, sádicos e grupos vestindo pele de zumbis. O que mais a história tem a oferecer para os novos bárbaros?
– Aquela moça oriental, de calcinha, atirando com arco e flecha é uma imagem que mostra tanto uma sensualidade digna de ensaio para revistas masculinas como também é mais girl power do que o quadro “Liberdade Guiando o Povo” da Revolução Francesa.
A edição 171 será lançada no dia 6 de setembro de 2017 nos Estados Unidos, mas sem data no Brasil. Fiquem ligados aqui no Walking Dead Brasil para ficar por dentro de tudo!
Este espaço está aberto para você e sua ideia sobre o que acontecerá no próximo volume da história. Você também pode utilizar os comentários abaixo para deixar sua opinião e teorias sobre as próximas edições.
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