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THE WALKING DEAD 10 ANOS: Entrevista exclusiva com John Carroll Lynch (Eastman)
The Walking Dead completa 10 anos em outubro e, para comemorar, entrevistamos alguns atores. Confira nosso papo com John Carroll Lynch.
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The Walking Dead completa 10 anos de história na TV no dia 31 de outubro de 2020. Em comemoração a essa marca histórica, entrevistamos vários atores que participaram da série ao longo dos anos. Essas entrevistas, que começaram a ser divulgadas no início de setembro e vão até o final de outubro, estão sendo lançadas diariamente. Elas se encerrarão com uma grande surpresa preparada exclusivamente para os fãs, com grande carinho.
Nosso convidado de hoje é John Carroll Lynch, que interpretou Eastman durante a sexta temporada. O ator nos contou sobre como ele conseguiu esse papel na série, sobre como foi trabalhar com Lennie James (Morgan), sobre qual o poder das lições do Aikido, sobre qual personagem ele gostaria de voltar a interpretar em American Horror Story e muito mais!
Sem mais delongas, confira nossa entrevista exclusiva com John Carroll Lynch:
É uma honra conversar com você em um momento tão importante para The Walking Dead. Não é qualquer série que consegue chegar à marca de 10 anos. Comece contando para nós como foi fazer parte deste projeto. Como ele surgiu e como foi seu processo de audição? Você conhecia a série antes de conseguir o papel?
John Carroll Lynch: Ouvi falar de Eastman como a maior parte, senão todo o meu trabalho chega pra mim, por meio do meu agente. Mas aconteceu que eu estava trabalhando com Nick Offerman na época em que eles estavam escalando o elenco e acho que ouvi sobre o personagem e o episódio dele. Estávamos em Atlanta trabalhando em “The Founder”. Pelo que me lembro, ele mencionou isso como algo que estava decidindo se iria ou não prosseguir e decidiu não o fazer.
Um dia ou mais depois, meu agente me ligou e disse que havia interesse em fazer esta parte e eu li o material e estava muito animado para prosseguir com o papel.
Eastman e Morgan se encontraram em um momento em que Morgan estava consumido por culpa, medo e descrença depois de perder Jenny e Duane. Da mesma forma, antes do fim do mundo, Eastman já esteve no mesmo lugar, quando um de seus pacientes de psiquiatria forense fugiu da prisão e matou toda a sua família. Você acredita que, de alguma forma, Eastman viu uma parte dele mesmo em Morgan, e por isso quis tanto ajuda-lo? Como você analisa as ações do seu personagem?
John Carroll Lynch: Acho que Eastman definitivamente se viu em Morgan. E ele também viu um ser humano que ele poderia ajudar. Não apenas por sua vocação como psicólogo, mas também como devoto do Aikido. Com toda certeza havia um tipo de parentesco.
Por várias vezes, Eastman demonstra ser uma pessoa que acredita que onde há vida, há possibilidade de evolução. No entanto, para uma pessoa quebrada como Morgan se encontrava naquele momento, seria muito difícil se deixar ser resgatado e cuidado. Você acha que a confiança que Eastman passava através de sua maneira de lidar com sua história de vida foi o que fez com que Morgan confiasse nele?
John Carroll Lynch: A clareza moral e o senso de esperança de Eastman são atraentes para mim, assim como para Morgan. Ele abriu a porta para uma possibilidade de redenção. Era disso que ele precisava e o que estava compartilhando com Morgan.
Depois de se vingar do assassino de sua família e descobrir que o fim do mundo havia chegado, Eastman manteve o Aikido como sua filosofia de vida – uma forma de viver sem ter de matar, valorizando toda e qualquer vida – e encontrou sua paz. Você acha que a solidão do apocalipse fez com que Eastman internalizasse ainda mais as lições do Aikido? Você pode nos contar como foi o seu treinamento para aprender Aikido?
John Carroll Lynch: Certamente o personagem estava sozinho. É por isso que Tabitha, a cabra, era tão importante para ele. A disciplina do Aikido fazia parte de sua necessidade de redenção. Forneceu-lhe estrutura e serenidade.
Mas não deve ter sido fácil ficar sozinho como ele estava. Acho que todos nós percebemos isso na pandemia do COVID. O que o isolamento de longo prazo pode fazer a cada um de nós. Você precisa de mais do que um conjunto de crenças. Você precisa de uma disciplina e um código para sobreviver.
Tudo sobre a programação do episódio foi uma receita de sucesso. Eu tinha dez dias antes das filmagens para começar o treinamento. Eu tive um parceiro em Lenny que havia praticado com Bo Staff (bastão) por vários anos. Tive um excelente professor. E todas as lutas foram marcadas no final das filmagens. Foi uma bênção.
Seu personagem trouxe um ar muito inspirador e humano para a vida no apocalipse. Na sua opinião, qual foi o ensinamento mais valioso que a passagem de Eastman pela série deixou para os fãs?
John Carroll Lynch: Para mim, espero. O programa é uma ótima meditação sobre a vida e encontrar significado sabendo que você vai morrer. Eu amo isso na série. Eastman descobriu como ter esperança e viver no apocalipse. Isso é algo relevante.
Conte-nos como foi trabalhar com Lennie James. Você já o conhecia de outros trabalhos? Você tem alguma lembrança divertida com ele durante seu momento na série?
John Carroll Lynch: Eu não havia trabalhado com Lenny. E fazer isso foi uma alegria. Ele é um parceiro de atuação maravilhoso. Ele está presente e sempre disponível. Eu amei.
Nós nos divertimos muito uma noite quando ele veio com o diretor e comemoramos meu aniversário durante a preparação. Ficamos no mesmo local da fazenda durante as filmagens, que foi em Gay, na Geórgia.
Acreditar que “toda vida é preciosa” fez com que Morgan encontrasse muitos problemas durante sua jornada tanto em The Walking Dead como em Fear the Walking Dead. Pessoalmente, você acredita que esse pensamento em um mundo apocalíptico seja algo válido?
John Carroll Lynch: Adoro que Morgan continue a encontrar um equilíbrio nesse ethos. Mas, vamos encarar, era mais fácil para Eastman. Morando em sua casa isolada. Morgan tem que colocar essa disciplina à prova. E faz. Eu amo assistir Lenny. Que bênção ele é.
Você lembra como foi o seu primeiro dia no set? E o seu último? Adoraríamos saber detalhes sobre a recepção do elenco e também sobre sua despedida!
John Carroll Lynch: O episódio foi filmado no final da primeira metade de 8. Era para ter sido o quarto, mas Scott Gimple queria dar tempo ao episódio e também dar à maioria do elenco uma pausa mais longa, já que apenas Lenny estava envolvido do elenco regular.
Andrew Lincoln e Steven Yeun vieram ao set no meu primeiro dia e me deram as boas-vindas ao programa. Eu NUNCA tinha visto aquilo acontecer assim. Eles partiram de férias naquele dia, mas fizeram questão de me dar as boas-vindas. Com classe.
Se Eastman tivesse sobrevivido por mais tempo na série, com quais personagens você gostaria que ele tivesse interagido? Existe algum ator/atriz específico com quem você gostaria de ter trabalhado em The Walking Dead?
John Carroll Lynch: É um elenco incrível. Muito desconhecido. Não subestimado. Eu AMARIA trabalhar com Melissa McBride e Danai Gurrira. Mas, na verdade, todo o elenco e a equipe foram muito próximos e trabalharam muito. Teria sido um prazer trabalhar com qualquer um deles.
Você esteve em várias outras séries e filmes, interpretando muitos tipos de personagens. Se você pudesse escolher um deles para ser um sobrevivente – vilão ou mocinho – em The Walking Dead, qual seria e por quê?
John Carroll Lynch: A maioria dos personagens que eu interpretei não sobreviveria ao apocalipse zumbi.
De acordo com as recentes imagens de Morgan na 6ª temporada de Fear the Walking Dead, percebemos que ele está passando por muitas dificuldades devido aos últimos acontecimentos. Seria o momento ideal para uma aparição de Eastman para o aconselhar de alguma maneira. E seria incrível ter você de volta ao universo The Walking Dead! Seria algo que você teria interesse de fazer? Se estivesse em suas mãos essa decisão, como você gostaria que fosse um flashback entre Morgan e Eastman?
John Carroll Lynch: Eu ficaria feliz em voltar. É uma grande alegria dizer “Toda a vida é preciosa.” Nunca é o suficiente de se ouvir.
Falando em apocalipse zumbi… O que John Carroll Lynch teria em seu kit de sobrevivência? Escolha 5 itens indispensáveis! Você seria mais o tipo que estaria em uma comunidade ou sobrevivente solitário?
John Carroll Lynch: Eu corria em direção aos zumbis gritando “COMA-ME! COMA-ME!”
American Horror Story tem uma base de fãs enorme no Brasil, e todos os seus trabalhos na série foram icônicos. Você provavelmente tem um preferido, entre Twisty, John Wayne Gacy e Mr. Jingles. Qual seria? Por quê? E, sabendo que American Horror Story já está renovada até a 13ª temporada, podemos ter esperança de vê-lo reprisando algum desses papeis ou dando vida a um novo personagem?
John Carroll Lynch: Mr. Jingles foi o personagem mais complicado de interpretar. Eu amei sua redenção. Mas Twisty é icônico.
Sabemos que a pandemia adiou muitos projetos, e nós, fãs de The Walking Dead, estamos sofrendo porque a season finale da série foi afetada. Como a pandemia te afetou? Algum projeto que estava em andamento teve que ser adiado? E como você tem se cuidado?
John Carroll Lynch: Sim, estou em Vancouver no “Big Sky” da ABC agora. Fomos adiados até recentemente. Feliz por estar de volta ao trabalho.
Para encerrar: aqui no Brasil sempre mandamos muito amor a todos que estão envolvidos em The Walking Dead. Os fãs brasileiros são muito apaixonados! Esse carinho chega de alguma maneira até você através de convenções ou redes sociais? Deixe um recado para os fãs do nosso país!
John Carroll Lynch: Eu adoraria descer e conhecer todos. Por muitas razões. Afinal, é o Brasil. Também significaria que o COVID acabou. É tão divertido conhecer pessoas apaixonadas por The Walking Dead.
REDES SOCIAIS DO JOHN:
– Twitter: @MrJCLynch
– Instagram: @MrJCLynch
AGRADECIMENTOS:
– Entrevista: Rafael Façanha & Dhebora Fonseca
– Tradução: Victoria Rodrigues & Ávila Souza
– Arte da capa: FORMES
ENTREVISTA ANTERIOR:
– THE WALKING DEAD 10 ANOS: Entrevista exclusiva com Denise Crosby (Mary)