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The Walking Dead completa 10 anos de história na TV no dia 31 de outubro de 2020. Em comemoração a essa marca histórica, entrevistamos vários atores que participaram da série ao longo dos anos. Essas entrevistas, que começaram a ser divulgadas no início de setembro e vão até o final de outubro, estão sendo lançadas diariamente. Elas se encerrarão com uma grande surpresa preparada exclusivamente para os fãs, com grande carinho.
Nosso convidado de hoje é Jeff Kober, que interpretou Joe durante a 4ª temporada. O ator nos contou sobre como ele criou a personalidade de Joe, sobre ter trabalhado com Andrew Lincoln (Rick Grimes), sobre suas aulas de meditação e muito mais!
Sem mais delongas, confira nossa entrevista exclusiva com Jeff Kober:
É uma honra conversar com você em um momento tão importante para The Walking Dead. Não é qualquer série que consegue chegar à marca de 10 anos. Comece contando para nós como foi fazer parte deste projeto. Como ele surgiu e como foi seu processo de audição? Você conhecia a série antes de conseguir o papel?
Jeff Kober: A audição foi uma daquelas que foi realmente divertida de fazer. Meu agente me enviou as versões e eu soube imediatamente que poderia fazer algo com o material. Eu tinha assistido a primeira temporada do programa, então fiquei ocupado em outro lugar, então tive que me atualizar.
Não sabemos nada sobre o passado de Joe. Quando você o interpretou, criou alguma estória sobre o que já havia acontecido com ele ou isso não a afetava na hora de atuar? Os roteiristas te contaram algo sobre ele para ajudar de alguma maneira? Você se inspirou em algo/alguém para interpreta-lo?
Jeff Kober: Os escritores não disseram nada. Eu só tinha que descobrir que ele veio de algum lugar. E ter algum tipo de trabalho muito prático, porque as ‘regras’ que ele criou para seu grupo eram muito práticas. Decidi que ele era mecânico de automóveis. A inspiração veio do roteiro e do mundo da série. Você tem que se perguntar: se este fosse o fim do mundo como o conhecemos, o que você estaria disposto a fazer para sobreviver?
Uma das cenas mais intensas de The Walking Dead é a da morte do seu personagem. Joe foi mordido por Rick Grimes no pescoço. Como foi o processo para essa cena? Você teve que passar algum tipo de maquiagem especial? Como foi trabalhar com Andrew Lincoln?
Jeff Kober: Aquela cena foi a última que filmei. Filmamos a noite toda, terminando pouco antes do nascer do sol. Estava muito frio. A cena era intensa. E claramente importante para o enredo do personagem de Andrew. Trabalhamos bem juntos. Ele enchia a boca com frango cru e sangue falso, e eles estariam ajustando mais uma luz. Estávamos parados ali com nossos braços em volta um do outro. Eu teria que falar por ele, lembrar às pessoas que ele estava sofrendo. Só posso imaginar que foi nauseante segurar tudo isso na boca tantas vezes.
Em seguida, eles viraram as câmeras em minha direção e eu tinha um pescoço falso com tubos prontos para jorrar sangue.
Andrew Lincoln é um dos atores mais talentosos com quem já trabalhei. Ele era gentil com todos, sempre se comprometia 110% com o que estávamos fazendo, sendo apenas um dos caras. Mas tão presente e tão divertido de se atuar. Ele é realmente muito especial.
O Joe foi um antagonista breve na série e que mesmo assim foi marcante. Interpretar um “vilão” em uma série de televisão tão vista quanto The Walking Dead tem algum tipo de peso? Como você se sentiu com relação a isso?
Jeff Kober: Não foi realmente complicado. Uma cena de cada vez, tudo que Joe fazia, tinha sentido, dada sua visão do mundo e as coisas que estavam acontecendo ao seu redor. E a série não é uma ‘grande série’ quando você está trabalhando nela. É apenas uma história que você está ajudando a contar, um personagem que você está incorporando e que interage com esses outros personagens.
Além da série principal, você também participou dos websódios “The Walking Dead: Red Machete”. Como foi voltar a interpretar o Joe, mesmo que por pouco tempo, anos depois? Você pode falar um pouco sobre como foi o processo de gravação dos websódios?
Jeff Kober: O webisode foi muito rápido. Uma tarde, para minha parte nele. Parecia um sapato velho. Muito confortável de se colocar.
Olhando para o seu tempo na série, qual foi o episódio mais divertido de gravar? E qual o mais desafiador? Por quê?
Jeff Kober: O mais divertido foi quando passei tempo conversando com Daryl, contando a ele minha filosofia de vida. Andando pelos trilhos da ferrovia com Norman Reedus, que era tão divertido de filmar quanto Andy.
Você lembra como foi o seu primeiro dia no set? E o seu último? Adoraríamos saber detalhes sobre a recepção do elenco e também sobre sua despedida!
Jeff Kober: No primeiro dia, eu estava em uma cena. Tive uma conversa adorável com Greg Nicotero antes, tentando convencê-lo de que eles deveriam manter meu personagem por perto. Conheci a roteirista, Nichole Beattie, a produtora, Gale Anne Hurd. Todo mundo foi muito acolhedor. Quando terminei, eles foram muito gentis. Fui bem tratado do início ao fim. É realmente um dos elencos e equipe mais unidos com quem já trabalhei.
Quando você estava na série, teve oportunidade de ver outros setores do Universo The Walking Dead? Como funciona a direção, efeitos especiais, etc. Se você pudesse, gostaria de dirigir algum episódio futuramente?
Jeff Kober: Dirigir dá muito trabalho. Eu prefiro escrever.
Agora falando sobre o final de The Walking Dead, eu não sei se você continuou assistindo a série após a sua saída ou se acompanhou alguns momentos, mas adoraria saber de você: Como você acha que poderia ser o final ideal da série?
Jeff Kober: Todo mundo morre. Parece o resultado inevitável de um vírus que mata de forma indiscriminada.
Você pode falar um pouco sobre o seu projeto mais recente? Big Dogs. Infelizmente a série ainda não estreou no Brasil, mas já estamos ansiosos para ver você novamente em tela! O que podemos esperar dela e do seu personagem Capt. DiBiasi?
Jeff Kober: Big Dogs é baseado em um conjunto de livros de Adam Dunn que descreve um universo alternativo no qual os bancos não foram resgatados na crise financeira e grande parte de Nova York está cercada e sem lei, e outras seções são mal controladas pela polícia. Eu sou um dos policiais que ainda permanecem, e trabalho principalmente com o personagem de Brett Cullen, tentando descobrir o que diabos está acontecendo que não temos conhecimento, e o que devemos fazer sobre isso. Tony Glazer e Summer Crockett Moore o produziram, Tony o escreveu e dirigiu dois dos oito episódios. Eles são velhos e queridos amigos e infinitamente talentosos. Foi muito divertido.
Além de ator, você também é professor de meditação. Você pode falar um pouco sobre como funciona esse seu trabalho e como você consegue concilia-lo com as gravações?
Jeff Kober: A meditação funciona encontrando o lugar interior onde não estamos tanto à mercê do estresse em nossas vidas. É essencial para mim ter prática, especialmente como ator, onde você é rejeitado a maior parte do tempo. A meditação ajuda você a não levar isso para o lado pessoal. E isso coloca você em contato com o lugar interior de onde flui toda a boa criatividade.
Ensinar meditação também é uma grande ajuda para mim, porque se estou contando a alguém sobre isso o tempo todo, estou me lembrando o tempo todo também. E preciso de lembretes, constantemente, de que a vida é muito mais do que dinheiro, reconhecimento ou um emprego.
Sabemos que a pandemia adiou muitos projetos, e nós, fãs de The Walking Dead, estamos sofrendo porque a season finale da série foi afetada. Como a pandemia te afetou? Algum projeto que estava em andamento teve que ser adiado? E como você tem se cuidado?
Jeff Kober: Tenho trabalhado em um programa chamado General Hospital. Paramos de trabalhar por alguns meses, mas já estamos de volta há quase dois meses agora, todos sendo testados quase todos os dias. Quando não estou no trabalho, geralmente estou em casa. Estou escrevendo um livro, e também sou fotógrafo, então sempre há algo para eu fazer e que posso fazer sem ser exposto ao COVID19.
Para encerrar: aqui no Brasil sempre mandamos muito amor a todos que estão envolvidos em The Walking Dead. Os fãs brasileiros são muito apaixonados! Esse carinho chega de alguma maneira até você através de convenções ou redes sociais? Deixe um recado para os fãs do nosso país!
Jeff Kober: Não tinha ideia de que havia fãs tão dedicados no Brasil. Obrigado pelo carinho. Paz e amor.
– Twitter: @jeffkober
– Instagram: @jeffkobermeditation
– Facebook: @Jeff Kober Meditation/Vedic Meditation
– Site Oficial: www.jeff-kober.com
– Entrevista: Rafael Façanha & Estefany Souza
– Tradução: Victoria Rodrigues & Ludmilla Peixoto
– Arte da capa: FORMES
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