Entrevista

THE WALKING DEAD 10 ANOS: Entrevista exclusiva com Ann Mahoney (Olivia)

To access the interview with Ann Mahoney in english, click here.

The Walking Dead completa 10 anos de história na TV no dia 31 de outubro de 2020. Em comemoração a essa marca histórica, entrevistamos vários atores que participaram da série ao longo dos anos. Essas entrevistas, que começaram a ser divulgadas no início de setembro e vão até o final de outubro, estão sendo lançadas diariamente. Elas se encerrarão com uma grande surpresa preparada exclusivamente para os fãs, com grande carinho.

Nossa convidada de hoje é Ann Mahoney, que interpretou Olivia durante as temporadas 5, 6 e 7. A atriz nos contou sobre como ela conseguiu o papel na série, sobre como ela desenvolveu a personalidade de Olivia, sobre ter trabalhado com Jeffrey Dean Morgan, sobre a cena em que Olivia da um tapa em Negan e muito mais!

Sem mais delongas, confira nossa entrevista exclusiva com Ann Mahoney:

É uma honra conversar com você em um momento tão importante para The Walking Dead. Não é qualquer série que consegue chegar à marca de 10 anos. Comece contando para nós como foi fazer parte deste projeto. Como ele surgiu e como foi seu processo de audição? Você conhecia a série antes de conseguir o papel?

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Ann Mahoney: Eu conhecia os quadrinhos, não o programa. Eu tinha dois filhos pequenos quando fiz o teste: um mal tinha 2 anos e o outro 7 – então eu não estava assistindo muita TV que não fosse animação infantil. Meu agente me chamou para fazer um teste. Como você sabe, o TWD não fornece roteiros reais para audições, então eu tinha um roteiro que eles escreveram para a audição. Eles também não dizem o nome do seu personagem. Então, gravei a audição e enviei por meio do meu agente. Eu consegui o papel com aquela fita. 🙂

Nos quadrinhos de The Walking Dead, Olivia acaba durando um pouco mais, onde acaba sendo morta pelos Sussurradores. Você chegou a ler/pesquisar sobre a personagem nos quadrinhos para ter uma noção de como interpretá-la ou preferiu apenas seguir os roteiros? Que tipo de inspirações você teve pra criar a personalidade de Olivia?

Ann Mahoney: Eu tinha os gibis, então voltei e olhei para eles assim que soube QUEM eu realmente estaria retratando. Mas eu não descobri quem estava interpretando até chegar ao set. Então, pude pesquisar OLIVIA e ter uma ideia de sua história. Eu tirei tudo do gibi que pude, eles a chamaram de fofoqueira e confiável nos gibis. O resto se desenvolveu enquanto eu fazia o dever de casa do meu personagem. Eu mantenho um caderno de deveres de casa para cada personagem que interpreto, com seus antecedentes, história familiar, etc. Então, sua personalidade se desenvolveu a partir dessas duas fontes e da consulta com o showrunner (na época) Scott Gimple e o produtor Greg Nicotero.

Você pode citar uma semelhança e uma diferença entre você e Olivia?

Ann Mahoney: Em comum: Olivia e eu somos muito confiáveis e honestas.

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Diferença: tenho muito mais confiança em mim mesma do que Olivia, e sou uma Mamãe Ursa de ponta a ponta – lutarei se alguém me ameaçar… logo na PRIMEIRA vez.

Olivia é uma personagem muito gentil e genuinamente boa, que viveu em condições de completa segurança durante muito tempo dentro dos muros de Alexandria. Quando o grupo de Rick chegou à cidade, você diria que Olivia os via como uma ameaça ou como algo bom? Por quê?

Ann Mahoney: Acho que ela teve algum receio no início. No apocalipse você aprende a não confiar em ninguém. Mas Olivia tinha muita ESPERANÇA de que seriam boas pessoas. Porque Alexandria era um bom lugar e precisávamos de mais gente boa.

Durante a invasão dos Wolves em Alexandria, Olivia enfrenta, pela primeira vez, uma grande ameaça real ao seu mundo. Apesar de muito assustada, ela se mostra determinada a se proteger. Você diria que este foi o momento em que Olivia percebeu que a vida no apocalipse era mais do que os governantes de Alexandria deixavam transparecer para os moradores da cidade? Como você acha que Olivia se sentia sobre a vida adotada pelos alexandrinos?

Ann Mahoney: Acho que Olivia teve um pré-apocalipse na vida real, então ela teve uma IDEIA de que o mundo não era um lugar perfeito. Mas a invasão dos lobos foi definitivamente horrível. Ela nunca tinha visto humanos, em massa, serem tão brutais e indiscriminados ao matar. Acho que Olivia representa muito da maneira como a MAIORIA de nós responderia inicialmente neste tipo de situação. Ela estava com medo, mas percebeu que não queria MORRER – e se ela iria VIVER, ela precisava ser corajosa e se proteger. Acho que Olivia estava contente com a vida alexandrina. Acho que ela era o tipo de pessoa que achava beleza nas coisas simples. Um copo de café. Um quadradinho de chocolate. Uma piada com um amigo.

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Como/quando você descobriu que Olivia iria morrer? Nós meio que começamos a suspeitar disso quando ela começou a cuidar da bebê Judith. Todo mundo que tomava conta de Judith morre, você notou isso?

Ann Mahoney: Foi cerca de 6 semanas antes de eu filmar meu episódio final. Scott Gimple me ligou em casa em um domingo. Eu soube instantaneamente. Eu notei que todos que cuidaram de Judith receberam uma sentença de morte. (risos) Scott sabia que a morte de Olivia seria chocante e triste – e ele sabia que mostraria a verdadeira desumanidade dos Salvadores. Isso foi importante.

Carol e Olivia desenvolvem uma certa amizade conforme o grupo de Rick se adapta à Alexandria. O que fez Olivia confiar em Carol? E como foi trabalhar com Melissa McBride no desenvolvimento das personagens?

Ann Mahoney: Acho que Olivia vê outra mulher sozinha abrindo caminho em Carol. E ela vê algum trauma nela. Ela também vê alguém com quem quer ser MAIS PARECIDA. Olivia, eu acho, queria ser tão corajosa quanto Carol era. Melissa foi tão acolhedora comigo, e eu sou muito grata por ter a chance de trabalhar com ela com frequência. Ela é um ser humano muito especial.

Quando Negan vai até Alexandria esperar por Rick na casa dele, Olivia fica extremamente abalada com a presença e com a postura desrespeitosa e abusiva dele. Mesmo assim, Olivia foi forte o suficiente e ainda deu um tapa na cara do vilão. O que ela mais temia naquele momento? E Que lembranças você tem das gravações dessa cena E de trabalhar com Jeffrey Dean Morgan?

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Ann Mahoney: Acho que é o que a maioria das mulheres que não são muito magras pensa quando um homem ousa sugerir que ela seria “abençoada por ter relações sexuais com ele”. Como você ousa? Como se atreve a pensar que não tenho opções, só porque não sou uma mulher tamanho M? Olivia tem opções, acredite em mim. Pessoas em Alexandria, incluindo HOMENS, gostavam dela. Acho que o tapa vem de um lugar de profundo desgosto e consternação – como se dissesse: “Quem diabos você pensa que é?” E “Eu nunca me rebaixaria para fazer sexo com um monstro como você.” Eu acho que ela PERDEU todo o medo devido a essa raiva no momento, e então ela rapidamente percebe o que fez… e teme que possa colher algumas consequências horríveis.

Filmar aquela cena foi uma explosão. JDM é um príncipe e realmente era como o Ricardo III daquela série – no sentido de que ele tinha um número extraordinário de falas para aprender em um curto espaço de tempo. Ele era encantador e engraçado e divertido quando as câmeras estavam desligadas, e assustador, charmoso e poderoso quando elas estavam ligadas. Eu adoraria trabalhar com ele novamente em qualquer coisa. Adorei cada minuto.

Olhando para o seu tempo na série, qual foi o episódio mais divertido de gravar? E qual o mais desafiador? Por quê?

Ann Mahoney: Eu me diverti mais gravando o episódio do tapa em Negan. Em segundo lugar está a invasão dos LOBOS. PORQUE eu adoro momentos de transformação na vida REAL – assim como na vida do personagem. Momentos em que alguém é empurrado para um lugar onde tem que mudar… e nunca mais pode voltar.

Você lembra como foi o seu primeiro dia no set? E o seu último? Adoraríamos saber detalhes sobre a recepção do elenco e também sobre sua despedida!

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Ann Mahoney: Meu primeiro dia no set foi muito acolhedor. Steve Yeun me fez sentar ao lado dele à mesa com todos os personagens principais. Às vezes, o refeitório no set pode parecer uma lanchonete do ensino médio… os garotos legais sentam aqui, os nerds sentam aqui, os perdedores sentam-se aqui… Não era assim no TWD. Muito acolhedor. Scott Gimple e Greg Nicotero me garantiram total confiança em minhas habilidades. O mestre de adereços John Sanders foi tão gentil comigo… me levando para checar meus olhos e fazer novos óculos para mim (já que eles acabaram usando meus próprios óculos pessoais para o programa). Andy Lincoln fez questão de vir até mim, onde eu estava trabalhando em meu caderno de lição de casa, e me fazer perguntas. Parecia que estava sendo recebida como um novo jogador em um time… coisa grande.

Meu último – foi triste, mas maravilhoso. Eu estava filmando no SUN RECORDS (interpretando Gladys Presley) simultaneamente naquele verão, e então estava indo e voltando entre Memphis (SUN RECORDS) e Senoia (TWD) e então não houve tempo real após meu último episódio para qualquer tipo de celebração. MAS, Michael Satrazemis estava dirigindo – e ele é um ás – estar no set com ele é muito fácil e ele de alguma forma mantém tal intensidade enquanto ainda faz parecer que estamos todos nos divertindo. Andy Lincoln não foi chamado naquele dia, mas veio se despedir de mim. Foi tão estelar da parte dele. Ele me disse que eu realmente causei um impacto.

Se Olivia tivesse sobrevivido por mais tempo na série, com quais personagens você gostaria que ela tivesse interagido? Existe algum ator/atriz específico com quem você gostaria de ter trabalhado mais durante seu período em The Walking Dead?

Ann Mahoney: Eu teria adorado trabalhar mais com o padre Gabriel (Seth Gilliam) – eu simplesmente gosto muito dele. E Alanna – ela era um verdadeiro e genuíno espírito brilhante – e muito engraçada. E Khary (Rei Ezekiel) e Cooper… e também minha amiga Kerry Cahill (Diane). Mas eu adoraria trabalhar mais com JDM e Melissa também. E Norman. E Andy – eu adoraria trabalhar com qualquer um deles novamente.

Falando em apocalipse zumbi… O que Ann Mahoney teria em seu kit de sobrevivência? Escolha 5 itens indispensáveis! Você seria mais o tipo que estaria em uma comunidade ou sobrevivente solitário?

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Ann Mahoney: Sobrevivente da comunidade. Tenho filhos – e os protegeria a todo custo. Acho que teria um jeito de fazer fogo. Comprimidos para purificar a água. Uma arma. MUITA E MUITA munição. E SEMENTES. 😉

Sabemos que a pandemia adiou muitos projetos, e nós, fãs de The Walking Dead, estamos sofrendo porque a season finale da série foi afetada. Como a pandemia te afetou? Algum projeto que estava em andamento teve que ser adiado? E como você tem se cuidado?

Ann Mahoney: Tenho feito o meu melhor. Está difícil. Eu sou muito grata por meus filhos incríveis. Eles são a luz do sol em minha vida. E meus pais e meus amigos extraordinários… Tenho tanta sorte nesse sentido. Estou ansiosa para voltar ao trabalho. Sou mais feliz no set.

Para encerrar: aqui no Brasil sempre mandamos muito amor a todos que estão envolvidos em The Walking Dead. Os fãs brasileiros são muito apaixonados! Esse carinho chega de alguma maneira até você através de convenções ou redes sociais? Deixe um recado para os fãs do nosso país!

Ann Mahoney: Chega SIM! Gostaria de poder ir aí e conhecer todos vocês!!! Muito obrigado!

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REDES SOCIAIS DA ANN:

– Twitter: @ANNIEMOHO
– Instagram: @ANNIEMOHO
– Facebook: @annmahoney76
– Site oficial: www.ann-mahoney.com

AGRADECIMENTOS:

– Entrevista: Rafael Façanha & Dhebora Fonseca & Margo Goldwyn
– Tradução: Victoria Rodrigues & Ávila Souza
– Arte da capa: FORMES

ENTREVISTA ANTERIOR:

THE WALKING DEAD 10 ANOS: Entrevista exclusiva com Xander Berkeley (Gregory)

Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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