Terceira Temporada: Glen Mazzara promete grandes acontecimentos para o final

O site ‘Best Horror Movies’ comentou hoje a entrevista concedida ontem por Glen Mazzara ao ‘Scenestr’ (e gente, no BHM eles escreveram ‘Glenn’ lá pelo meio do texto, erro de principiante, né? Não vamos confundir os Glen[n]s!), destacando o fato de que pela primeira vez o showrunner deixa vazar alguns detalhes sobre o que está por vir para o final dessa temporada. Como nós, walkers de plantão já sabemos muito bem, realmente é bem raro conseguir mínimos spoilers vindos de qualquer um dos envolvidos na série. Mas essa semana parece que estamos com sorte, pois o ‘The Hollywood Reporter’ também conseguiu arrancar algumas revelações do elenco.

Glen deixou escapar ao ‘Scenestr’, por exemplo, que muito provavelmente os personagens Carl, Beth, Maggie e Carol estarão vivos por enquanto – mas só por enquanto! Na verdade ele dá a entender que nesse momento não haverá nenhuma outra morte que cause grande impacto ao grupo principal, pelo fato de todos eles já estarem lidando com grandes dramas atualmente. Confira a entrevista na íntegra:

A Ascensão do ‘Showrunner’

Sob a direção do showrunner Glen Mazzara, The Walking Dead se tornou a série dramática de tv a cabo mais assistida da história.

Enquanto a terceira temporada se encaminha para seu final, eu (Rohan Williams, do ‘Scenestr’) conversei com o indicado ao ‘Writer’s Guild of America Award’ para falar da lógica da morte, a ascensão do showrunner (e a queda de Dan Harmon), e como gerenciar um hospital o preparou para comandar o maior fenômeno da televisão.

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ATENÇÃO: Se você não estiver em dia com a terceira temporada e com a HQ, haverá spoilers à frente.

Ei, Glen. Você nos entregou outro grande episódio [‘I Ain’t A Judas’] esta semana. Você deve ter ficado feliz com a forma como ele saiu, certo?

Sim, eu fiquei! Você sabe, nós passamos muito tempo construindo o episódio, onde Andrea finalmente se conecta com o resto do grupo, e eu acho que o público tinha muitas expectativas sobre como isso seria. Mas dado o que cada personagem está lidando, eu achei que o episódio fez muito sentido. Eu fiquei feliz com a maneira que se construiu.

Você mencionou a Andrea, e há muita especulação por aí sobre o papel dela na série. Você toma conhecimento de conversas na internet; lê comentários ou fóruns?

Eu leio! Eu leio! Estou muito interessado em saber como o material chegou no público. Eu acho que é histérico que as pessoas debatam estas coisas do jeito que eles fazem, é muito divertido ler isso. Muitas pessoas têm reações muito fortes, tanto positiva como negativamente, a cada episódio.

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Isso não afeta a forma como escrevemos o programa. A série é totalmente filmada e editada ‘dentro da lata’ (independente das opiniões do público) até agora. Estamos adiantados na história, e a equipe de criação para a quarta temporada já preparou os scripts. Então [a reação do público] não afeta a maneira como contamos a história, mas é sempre divertido ver como as coisas são recebidas.

Você recebeu uma grande reação quando matou Axel semana passada. Como estudo de caso, você pode nos esclarecer o processo que levou à morte de Axel? Por que alguém teve que morrer nesse episódio, naquele momento, e por que teve que ser Axel?

Excelente pergunta. Primeiro de tudo, vamos pensar sobre o cronograma. Glenn e Maggie são sequestrados e, mais tarde naquele dia, Michonne chega e diz: ‘você precisa salvar seus amigos’. Então Rick e mais alguns chegam à noite, e ao longo da noite, eles atiram em Woodbury, e libertam Daryl nas primeiras horas da manhã. Então, você tem cerca de três episódios ao longo de dois dias. Então o ataque do Governador é como um dia e meio depois, certo? Então ele ataca rapidamente. Pessoas assistindo estão dizendo, ‘oh, parece que é uma semana mais tarde”. Não. Havia passado cerca de 15 horas, quando ele foi para o ataque.

Quando o Governador aparece, ele não está lá para invadir a prisão ou iniciar um grande ataque, ele só quer enviar uma mensagem para essas pessoas. E como ele está fazendo isso, ele vai parecer ineficaz se não resultar em uma morte. Você sabe, nós queremos ter uma batalha grande, mas ele não está invadindo, então ele só vai atirar em alguém, e isso vai resultar em uma morte. Caso contrário, ele pareceria completamente impotente.

Agora a questão é, a morte de quem? Para ser muito honesto, eu não queria matar qualquer um dos personagens principais. Nós, obviamente, não queríamos matar Rick. Carol estava no topo da lista, mas eu não queria matar Carol, porque nós temos uma história que está vindo para ela. Nós pensamos na possibilidade de matar Beth. Eu acho que a atriz não sabe disso. Você sabe, eu amo Emily Kinney. Mas eu senti que teria um impacto muito grande sobre o grupo. Iria simplesmente devastar o pobre Hershel. Isso levaria a um caminho que eu não queria para o resto da temporada. E nós já estávamos lidando com os sentimentos de Maggie sobre a agressão sexual causada pelo Governador, então não queríamos complicar isso com um luto por sua irmã.

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Nós conversamos sobre a morte de Carl nesse episódio! Nós realmente conversamos… Infelizmente, você sabe, pelo processo de eliminação, chegamos a Axel. Veja, eu gosto da performance de Lew Temple para Axel muito, muito mesmo, e nós estávamos apenas começando a descobrir esse personagem e desenvolvê-lo de uma maneira que nós amamos. E nós, provavelmente, poderíamos ter tido mais histórias com ele. Mas o Governador era o personagem principal nesse momento. Precisávamos ter certeza que ele não era ineficaz. Porque, caso contrário, ele não é um cara mau que poderia ser um perigo ao nosso grupo. Então isso foi muito importante.

Você sente algum arrependimento, no sentido de perder aquelas histórias que você poderia ter tido com Axel? Você tem que pesar o valor dessas histórias versus o valor de construir o Governador?

Você tem! Você tem. E há outras coisas que vêm de uma necessidade de a história servir de uma certa maneira ao Governador ou a Rick. Esses são os personagens principais. Você tem que atender os personagens principais. Mas eu tenho que pensar sobre essas escolhas. Se o show em algum momento cair em um ritmo em que os personagens estão sendo salvos só porque gostamos desses personagens, então ele vai parecer artificial. Não vai ser fascinante e emocionante e imprevisível a cada semana. Você tem que fazer essas escolhas difíceis.

Uma das coisas que eu amo sobre a representação do Governador na série é que ele surge mais cavalheiro do que o seu correspondente dos quadrinhos. É mais fácil acreditar que esse cara poderia enganar e liderar as pessoas. Isso foi algo que David Morrissey trouxe para o papel, ou foi uma decisão deliberada de sua parte?

Essa foi uma decisão da minha parte. Eu realmente não queria que o Governador fosse um arquivilão. Eu queria ver uma pessoa se desenvolver até se tornar esse personagem. Meu lema para o Governador foi que ele é um homem narcisista o suficiente para acreditar que este apocalipse é sobre ele. Que tudo isso está empurrando-o para o palco mundial, e que mil anos a partir de agora, quando a humanidade sobreviver e as crianças estiverem estudando livros de História, o seu nome vai se destacar como Augusto César ou Carlos Magno ou alguma outra grande figura histórica que manteve as luzes acesas durante uma idade escura. Eu achei que isso seria muito interessante.

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Então eu falei com o David sobre isso, e David estava interessado em interpretar esse personagem. Ele não quer interpretar um arquivilão. E se você olhar para o que [Walking Dead criador Robert] Kirkman fez, Kirkman na verdade apresentou o personagem como um vilão nos quadrinhos, e depois voltou na história através dos romances (A Ascensão do Governador e O Caminho para Woodbury), depois que o personagem tinha sido morto na HQ, e preencheu sua história anterior aos quadrinhos para mostrar como ele se desenvolveu. Assim, mesmo Kirkman sentiu que este processo era interessante, então ele o contou depois da história do Governador na HQ ter sido finalizada. Então este é um personagem interessante. Eu acho que todos nós nos perguntamos como o Governador pode cometer tais atrocidades, e eu tinha uma perspectiva muito forte sobre isso acontecendo.

Quando se trata de contar o passado dos personagens – não tanto Axel, mas os que se destacaram mais – você se sente como se tivesse que seguir o modelo estabelecido pelos quadrinhos, de certa forma? Mesmo se você chegar de diferentes maneiras, é importante você chegar aos mesmos lugares? Ou é um show diferente?

Acho que o programa tem sido um show completamente diferente. Agora, o que acontece com ele na quarta temporada, já que eu deixei o programa, é com a equipe de criação que está no lugar. Mas eu acredito que você tem que ter liberdade com o material, porque parte da natureza dessa HQ é ser realmente imprevisível. Você quer jogar com as expectativas do público, e às vezes entregá-los a história de uma forma surpreendente. Às vezes, você não quer entregá-los, você quer segurar, o que leva a alguma frustração para muitos dos leitores dos quadrinhos. Mas, você sabe, há cerca de cem mil pessoas que lêem esse livro em quadrinhos, e há onze milhões de pessoas assistindo à série. Então acho que muitas das decisões que fizemos encontraram um público mais amplo. Para ser fiel ao espírito dos quadrinhos, você tem que ser infiel ao enredo dos quadrinhos. Essa tem sido a minha abordagem, sim.

Como foi sua relação de trabalho com Robert Kirkman? Você está a par do que está por vir nos quadrinhos; ele tem muito a dizer sobre o que está por vir na série?

Bem, Robert é um dos produtores executivos do programa. Ele está na sala dos roteiristas. Então, todo o material que desenvolvemos foi com a sua bênção. Ele tem sido um participante plenamente criativo, então ele está totalmente envolvido no desenvolvimento deste material. Quanto ao livro em quadrinhos, não, ele mantém separado. Nós não discutimos isso. Uma vez, ele deixou escorregar um spoiler sobre uma morte importante na edição 100, e todos os escritores ficaram meio que chateados. “Não nos diga! Nós queremos que seja uma surpresa!” Eles não querem saber disso. A história em quadrinhos é muito, muito diferente do show, e ele escreve sozinho. Nós não temos nenhuma participação nisso.

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Você foi o showrunner das duas últimas temporadas, e parece que o perfil do showrunner na televisão nunca foi tão importante. Obviamente Frank Darabont trouxe um perfil elevado na primeira temporada, você também pode pensar numa série como ‘Community’ e a indignação dos fãs após a partida de Dan Harmon. Você acha que uma maior visibilidade do showrunner é uma algo positivo?

Eu acho que sim! Você sabe, o showrunner fornece a visão para o show. Eu acho que o showrunner merece! Eles estão conduzindo a visão criativa da série. Então, mesmo que seja um meio de colaboração, o showrunner é o equivalente ao diretor de um longa-metragem. Essa é a pessoa que pastoreia o trabalho através de todo o processo. Showrunners se dedicam às séries. Estamos envolvidos em todos os aspectos da série, tanto de criação e produção. Nós somos responsáveis por orçamentos, cronogramas, guarda-roupa, elenco… não há nenhum aspecto da série em que eu não estou envolvido, que não abordo de uma posição de autoridade. Você está aprovando estilos de cabelo, você está aprovando guarda-roupa, você está aprovando adereços, você está aprovando isso e aquilo. Os diretores são os que estão em rotação através do sistema. Então eu acho que é justo.

Eu acho que se você considerar uma série como ‘Community’, essa foi certamente uma série que foi a voz de Dan Harmon. É uma série comprovadamente diferente sem ele. Isso é o que somos pagos como showrunners, adicionar nossas vozes ao show. Darabont teve uma voz particular, eu tenho uma outra. E os fãs vêem isso! Os fãs reconhecem isso. Isso é o reconhecimento da dedicação de uma porção de homens e mulheres que colocam seus corações e almas nessas obras.

Você mencionou orçamentos. Você foi o gerente de logística do Departamento de Emergência do Centro Médico da Universidade de Nova York, um longo tempo atrás, e você concluiu um projeto de reforma de um milhão de dólares usando 450 mil. Como essa habilidade de gerenciar um orçamento o preparou para essa carreira?

Você sabe, é engraçado. Você é a primeira pessoa a me perguntar sobre esse projeto em particular, e são muitas das mesmas habilidades sociais que eu uso como um showrunner. Minha abordagem – e isso parece simples – é que o trabalho é feito por pessoas que realmente fazem o trabalho. OK? Assim, por exemplo, não se trata necessariamente de falar com os superiores em uma organização. Você tem que começar no primeiro nível.

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Quando estamos filmando uma cena, e há dúvidas sobre quem vai carregar qual arma, o cara dos adereços me chama e diz, ‘Bem, o script diz isso, mas eu acho que eles não iriam levar essa arma “. E porque ele é o especialista que está na prática, eu aceito o que ele me diz, e vou mudar o script. Porque isso vai torná-lo mais preciso, e esse cara sabe do que está falando. Você entende o que eu estou dizendo?

Sim.

Então, quando eu estava fazendo o projeto no hospital, eu fui ao redor falar com os carpinteiros, os carregadores, os pintores, as pessoas que realmente fazem o trabalho e não obtém nenhum reconhecimento por isso. E você trabalha junto com essas pessoas. Quando eu estou comandando um show, eu conheço as pessoas que estão trabalhando no show. Claro, eu estou em uma posição de autoridade, mas você também quer contar com o elenco e a equipe e as pessoas que estão tão perto da produção quanto possível e confiar neles. Deixar que se comuniquem com você, e ouvir os seus problemas.

Esse tipo de estilo de gestão, eu acho, tem sido muito bem sucedida para mim. Trata-se de ouvir as pessoas que estão mais próximas da produção e os problemas, e deixá-los sentir valorizados e oferecer soluções. Eu não sou o tipo de pessoa que é um chefe de cima para baixo, que só faz proclamações do alto. Isso não é eficaz. Esse não é meu estilo de gestão de forma alguma.

Eu acho que nós provavelmente só temos tempo para mais uma pergunta. De certa forma, as séries de televisão com vários autores é como improvisação, no sentido de que você tem que dizer “sim” para o que o último cara deixou. Você tem que dar prosseguimento a isso. Você pretende fechar suas histórias no final desta temporada, ou você tem algumas notícias bombásticas planejadas para cair no próximo cara?

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Bem, o próximo cara, Scott Gimple, esteve envolvido por um tempo. E Robert Kirkman, Gale Anne Hurd e Greg Nicotero, a equipe de criação, foram todos produtores da terceira temporada. Então não há material lá que seja surpreendente para eles. Eles estavam envolvidos no desenvolvimento desse material. Dito isto, ouça… o final da temporada vai ser uma bomba, como você diz. Nós não seríamos The Walking Dead se não instigássemos a narrativa a cada semana.

Então, essas pessoas têm seu trabalho preparado para eles, sabe? Esperamos que esta temporada permaneça em alta e no final do meu trabalho eles estarão em uma posição de ter uma quarta temporada de sucesso. Vamos ver o que acontece.

Nós mal podemos esperar para assistir o resto da temporada. Obrigado por seu tempo hoje.

Eu agradeço. Muito obrigado.

E agora, será que podemos ficar tranquilos porque Mazzara mostrou razões para poupar os personagens principais nesse momento, ou devemos nos preocupar, já que ele também disse que não se pode poupar personagens apenas porque gostamos dele? Quem aí aposta em uma grande morte para o fim desta temporada? Deixem suas opiniões nos comentários!

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Fonte: Scenestr
Tradução: Nat Price / Staff Walking Dead Brasil

Rafael Façanha

Zumbi Chefe no The Walking Dead BR. Treinador Pokémon, viciado em Magic, conectado 24 horas por dia e até já fui reconhecido como Wikipédia-Viva de The Walking Dead. Meu mundo é dividido em assistir muitas séries e filmes.

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