O hit de zumbis da AMC tropeçou no debate de aborto recentemente, provocando fúria na blogosfera. Foi tudo em nome da “licença criativa artística”, falou o produtor executivo para Kate Aurthur. Colocando no Google “The Walking Dead” e “aborto” renderá centenas de resultados da semana passada – Sites que vão de Jesebel para ACLU veem escrevendo sobre um trecho do episódio de 20 de novembro. E eles estão bem zangados com isso.
No curso do bem sucedido drama zumbi pós apocalíptico, Lori (Sarah Wayne Callies) – Um dos sobreviventes – Teve sexo com dois homens, um o qual é seu marido. Ela descobre que está grávida e por eles estarem no inferno zumbi, decide por um fim na gravidez. No recente episodio da 2º temporada em questão, ela toma um bocado de tabletes etiquetados “ pílulas do dia seguinte”. Mas como muitos personagens da TV antes dela que enfrentaram essa decisão, ela muda de idéia e vomita-os. (Ela pode formar um clube com Andrea de Bervely Hills, 90210, Miranda de Sex and the City, a namorada de Ryan Theresa no The O.C, e muitos outros.)
O que deixou a internet chateada é a desinformação que o show espalha ao mostrar Lori tomando um bocado de “pílulas do dia seguinte” quando ela está grávida a semana com a intenção de interromper a gravidez. The Walking Dead está contribuindo para a confusão entre a emergência da contracepção como plano B ( o qual de fato é uma pílula do dia seguinte, e previne o óvulo da mulher de ser fertilizado) e RU-486 (o qual é administrado por médicos e causa o aborto).
“Eles não deveriam ter pessoas para checar os fatos para esse tipo de coisa?” Perguntou o blog ACLU.
“Sério, roteiristas de walking dead: Vocês sabem como funciona uma contracepção de emergência, ou vocês acharam que nós não sabíamos? Postou Flavorwire.
E o comentário do SEO do Slate’s XX factor foi : “ Os personagens de the walking dead erroneamente acham que “pílulas do dia seguinte” causam aborto. E os roteiristas?”
Todas boas pergunta. Alguém perguntou à AMC? Ou aos roteiristas? De acordo com Marnie Black, a vice presidente sênior de rede publicitária, a rede não recebeu nenhum questionamento de nenhum jornalista.
Aqui está o que Glen Mazzara, produtor executivo e apresentador de The Walking Dead, tem a dizer sobre isso ( o publicitário do programa me mandou isso por e-mail)
“ Os produtores e roteiristas de The Walking Dead são completamente cientes de que pílulas do dia seguinte não induziriam um aborto. Nós exercitamos nossa licença artística criativa para explorar uma linha de história com um dos nossos personagens, e não para fazer uma declaração política pró vida ou pró escolha. Nós sinceramente esperamos que as pessoas não estão se voltando para o mundo ficcional de The Walking Dead por informação médica precisa”.
A afirmação de Mazzara pode ser insatisfatória para aqueles entre nós que pensam que qualquer coisa dentro da cultura, se ficcional ou não, é política, e para outros dentre nós que sabem que muitas pessoas tiram conclusões sobre informações medicinais da televisão.
O que é certo é que aborto – que ainda é legal – continua, talvez mais do que qualquer outra, a ser uma questão pesada na cultura popular. O debate se esgota insanamente em Amanhecer: Parte 1, o mais recente filme da série Twilight, onde os personagens que querem que Bella aborte usam a palavra “fetos” e os que não querem falam “ele” e “o bebê”. E espectadores pró escolha de The Walking Dead talvez tenham suspeitas quanto a uma entrevista com o escritor/executivo e produtor/quadrinhista Robert Kirkman teve com o Entertainment Weekly, onde ele disse “Se existe algum argumento para o aborto eu acho que é a ideia de trazer uma criança a um mundo infestado de zumbis é definitivamente algo que ao menos justifica uma discussão”. (Esse é o único argumento para o aborto – e para uma mera discussão?)
O que também é controverso é que essa discussão coincide com a linha de história onde o anfitrião de Lori – numa fazenda idílica parecendo intocada pelo apocalipse zumbi – foi descoberto mantendo um grupo de “andarilhos” vivos num celeiro local. Quando perguntado porque, um dos personagens responde “Eles são pessoas”. Os heróis do programa, no entanto, acusados de “assassinar” tais pessoas, tem uma definição bem mais limitada de o que é a vida. “Isso não são pessoas” responde Glen (Steven Yeun). A hora é especialmente perturbadora, quando Lori e seus marido debatem se devem trazer uma criança a esse mundo distorcido. Enquanto as palavras “feto” e “embrião” não são proclamadas, os “andarilhos” talvez estejam aqui para a criança não nascida de Lori.
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Fonte: The Daily Beast
Tradução: Felippe Otaviano / Staff WalkingDeadBr
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