6ª Temporada
Talking Dead Brasil #45 – Robert Kirkman, Jason Alexander e Tovah Feldshuh
Há muito o que falar a respeito deste episódio. Os walkers invadiram Alexandria e a situação está crítica. Ron e Carl tiveram mais um desentendimento, Carol foi nocauteada por Morgan, Morgan foi nocauteado pelo Lobo. O Lobo sequestrou a Dra. Denise. Deanna saiu de cena gloriosamente. Sam escolheu o pior momento da história do apocalipse para perguntar algo à sua mãe.
Os convidados da noite foram o produtor executivo e criador de The Walking Dead, Robert Kirkman; Jason Alexander, de “Seinfeld” e “The Grinder” e Tovah Feldshuh, a Deanna de The Walking Dead.
CHRIS HARDWICK: Antes de mais nada, é muito bom ver que você está bem, não afetada pelo vírus zumbi, e você está linda! Qual foi a sua reação quando você leu o script para o episódio desta noite?
TOVAH FELDSHUH: Eu acho que, como para qualquer ator, o coração desaba. Especialmente por este ser um dos melhores trabalhos na TV. Você não quer deixar para trás a sensação que se tem quando está filmando esta série. É um set adorável. Eu tenho certeza de que há outros sets adoráveis, mas aqui você tem Andrew Lincoln, Scott Gimple, e estes dois são como ases na sua manga!
CH: Deanna teve uma jornada tão imensa em tão pouco tempo.
TF: Muito pouco tempo!
CH: Muito pouco tempo! Eu não acho que tenha sido o suficiente!
ROBERT KIRKMAN: Digamos que foi o suficiente. (risos)
CH: Cara, isso foi esquisito!!!! Mas Deanna, até mesmo em sua última cena, continuava com sua péssima pontaria (risos) – ela continuava atirando no pescoço e nas orelhas e, bem no final ela parece ter encontrado aquela chama interior e começa a descarregar a arma na cabeça dos zumbis, e acerta todos! Por que Deanna usou essas balas nos walkers e não para se matar?
TF: Por um bem maior. Para a melhoria da comunidade, e também para ecoar uma espécie de contraponto com o Morgan. Morgan, que nunca matará ninguém e então matadores matarão outros seres humanos… Essa pessoa é uma política, ela acredita em democracia, liberdade de expressão, no processo da lei, e acaba como um samurai, o que é interessante. E em termos da pontaria, ela estava em um aprendizado lento no episódio anterior – ela pega aquela meia garrafa e tenta acertar o peito do walker, até que alguém lhe fala sobre a cabeça!!! (Risos)
CH: Os alexandrinos são tão despreparados e protegidos assim! (Risos) Eles não sabiam!
TF: Nós não somos idiotas, nós somos inocentes.
JASON ALEXANDER: Você sabe aquele último momento, foi aquele clássico momento em que a mãe judia grita! (Risos) Ela está sem balas, então o que ela faz? Ela grita! VÁ DORMIIIIIIIIIIR!!!! (Risos)
CH: Deanna morreu bravamente, e as pessoas amavam-na. Do primeiro momento, quando Abraham perguntou “Quem é Deanna?” até quando conhecemos você, e conhecemos toda a família, nós gostamos de você e realmente queríamos que você pudesse adotar esta nova ordem mundial rapidamente…
TF: Ou mais rápido… quero dizer, eu não esperava ser mordida, mas ao menos eu fui derrotada saindo de cena em grande estilo.
CH: É verdade. Kirkman, de quem é agora o legado de Deanna?
RK: Bem, eu acho que boa parte da temporada foi a respeito dos alexandrinos, e do quanto eles ainda tem o que aprender com Rick, o que eles deveriam aprender com Rick. Mas acho que muito do legado de Deanna é tudo aquilo que ela ensinou a Rick – você vê Rick ao longo de tantas temporadas, perdendo sua humanidade, e chegando a este ponto em que ele está agora… Para ele Deanna foi importante para trazer-lhe de volta para algum tipo de humanidade, mostrar a ele o quanto ele é melhor do que aquilo que ele se tornou, até certo ponto.
CH: Sim, há muito de um relacionamento simbiótico entre Alexandria e o grupo, ensinando a aqueles como adquirir habilidades de sobrevivência, e eles mostrando que uma vida neste mundo ainda é possível.
TF: Vida, ordem, paz, cultura, a possibilidade de uma civilização.
CH: Sim! Jason, qual foi sua reação quando viu a mordida em deanna?
JA: Foi uma mistura de sensações, porque eu conheço Tovah.
TF: E Jason já me mordeu pessoalmente! (Risos)
JA: Também! (Risos)
CH: E você acordará no final do show e gritará “oh não, Tovah foi mordida!”
JA: Então, enquanto amigos, eu fiquei chateado porque eu sei o quanto ela ama este show. E também pensei no tamanho da perda que foi para ela. Ela ama o show, ama o elenco, ama o papel, e isso terminou. Enquanto personagem, foi o fim. Enquanto personagem obviamente. A personagem poderia ter se adequado para sobreviver neste novo mundo, mas isso não seria um arco tão impossível e interessante, e eu não tinha certeza de que ela teria muito tempo. Todos sabem, o tempo está sempre sendo contado em The Walking Dead e eu acho que Deanna não teria tempo hábil para tamanha mudança.
CH: E ela sofreu tanto emocionalmente, teve tantas perdas em um curto espaço de tempo, com Reg, os muros, e todos… e qual foi a sua reação ao vê-la segurando-se no berço?
JA: Eu já estou ressabiado com este show. Se você me diz que algo é assim, eu acredito. E eu já estava apavorado gritando “Não, ela vai comer o bebê!” E que fala poderosa neste momento, você vai saber melhor do que eu… quando Deanna diz “Ainda sou eu!” Que descrição incrível para aquela linha tênue…
CH: “Eu deveria mencionar, na vida real eu também comi bebês.” (Risos)
JA: Eu realmente achei que ela levaria Judith consigo, eu realmente achei! E… ah, eu não vou dizer isso… Ah! Resolveria mais um problema, além daqueles outros dois problemas que estão saindo pela porta com eles. (referindo-se a Sam e Ron)
CH: Sim, sim, é difícil ver… lidar com um bebê neste mundo, e mesmo quando eles colocam aquelas “roupas de carne”, vê-los colocar o bebê debaixo daquilo…
JA: Olhe, eu tenho dois filhos, um deles está aqui hoje e é já crescido. As crianças de hoje seriam as primeiras vítimas do apocalipse, porque não há falar baixo, não, sussurros… é só gritaria. Eles seriam os primeiros a morrer!
CH: Judith fez um melhor trabalho do que Sam quando todos estavam saindo da casa! O bebê está calando a boca de Sam! Por que Michonne foi tão afetada pelas palavras de Deanna? Elas tem aquele momento fantástico no final.
RK: Sabe, aquela frase em latim – ou seja lá o que fosse – “esta dor será útil”, eu não sei latim (risos), este é um chamado imenso para a história prévia de Michone, quando ela perdeu o seu filho. Ela vinha carregando um bocado de dor, passou por muitas perdas e isso poderia ser útil para ela, simplesmente por que ela se tornou essa guerreira, ou porque ela sabe que ela nunca tirou um segundo para pensar no que ela precisa, o que a faria feliz, o que era importante para ela sobreviver. E eu acho que neste momento com Deanna ela finalmente se dá por conta de que ela realmente vai sobreviver neste mundo e que ela precisa pensar um pouco em si.
CH: E por que foi importante para Deanna conectar com Michonne?
TF: Na curva de aprendizado da Deanna, ela na verdade se deu por conta de que você precisa de objetivos, tanto quanto de cérebro, para sobreviver a esta situação horrenda que é estar cercada de inimigos, sejam walkers ou o que quer que seja, até mesmo os verdadeiros mortos-vivos que são os humanos, e que se tornaram bestas sob estas circunstâncias. Então o legado vai para a samurai, vai para a Michonne, uma das maiores matadoras e uma das maiores pensadoras. É interessante, porque a minha protegida durante toda a temporada foi Maggie. E agora Maggie tem toda a sua história, estando grávida, e Glenn, e etc. E os planos que eu faço acabam nas mãos de Michonne. Ela é a pessoa, Quando eu pergunto o que ela quer, pergunto o que ela quer pelo bem maior e não apenas para si. Quais são os seus propósitos maiores, se você irá servir adequadamente, irá seguir a sua vida de maneira a significar algo sob estas circunstâncias?
CH: E a história de Michonne já foi tão longe desde quando a vimos pela primeira vez, de uma pessoa solitária a parte deste grupo.
• Tradicionalmente, no final do segundo bloco do programa, o quadro In Memorian homenageia os mortos durante o episódio.
– Os walkers “cheguei!” que entraram primeiro em Alexandria
– Walkers atrás de Maggie
– Walkers da invasão de domicílio
– Walkers prontos para serem vestidos
– Deanna
“Nosso grupo já sabia como sobreviver… mas você os ensinou a viver.
Acabe com eles, Deanna!”
“O relacionamento de Deanna e Rick é incrivelmente respeitoso. Dois seres humanos diferentes, mas grandes líderes à sua maneira, e eu acho que ela reconhece isso em ambos muito rapidamente. Há um momento, eu acho que quando eu digo que ela deve lidera-los que Deanna diz não, você deve. Eu acho que em quaisquer outras circunstâncias, Rick adoraria ser apenas o general sob a liderança dela. Ele reconhece que ela é bastante inteligente, adaptável, tenaz e autêntica. Então, quando ela vem lutar junto dele e acaba ferida é de partir o coração de Rick.” – Andrew Lincoln.
CH: Você acha que Deanna gostaria de ter ouvido o aviso de Rick antes? Você acha que alguma parte dela sente-se desta maneira?
TF: Retrospectivamente falando, sim. Mas a verdade é que o povo de Alexandria não era idiota, ele era inocente. Eles não tinham a experiência de vida que os levaria à conclusão de que eles necessitariam de armas. Lembra quando eu apareci pela primeira vez, não havia ninguém na torre de vigia. Foi loucura? Estavam todos ensandecidos? Nós tínhamos essa sincronicidade, os walkers jamais apareceram na nossa vida por 24 meses. Vinte e quatro meses lendo livros, tendo pais, avós, crianças, babás, escolas, tudo de maneira ordeira, e tudo acabou indo para os ares. Acabei fazendo uma imensa transição e eu fico realmente triste por que acabaram me pegando.
CH: Nós também! Nós temos uma foto sua no set, pagando flexões juntamente com Andy. O que aconteceu ali?
TF: Todas as vezes que tínhamos que fazer uma tomada e precisávamos nos concentrar, fazíamos flexões. Quer que eu faça algumas agora?
CH: Se você quiser… claro!!! (Risos)
TF: Certo!!!
• Tovah Feldshuh dá uma demonstração de flexões, tais como ela e Lincoln faziam antes de cada cena, sob aplausos de todos.
CH: O que significa o fato de termos aberto e encerrado o show com Sam?
RK: Eu acho que Sam realmente, mais do que qualquer outro personagem, representa a inocência das pessoas de Alexandria. Eu acho interessante mostrar seu local seguro, brincando com seus brinquedos, terminando o seu almoço, enquanto no outro lado da janela o inferno está acontecendo, e encerrar com ele sendo engolido ao longo do episódio, cada vez mais profundamente nesta loucura, e o colocando lá bem no final simplesmente mostra o quanto os alexandrinos estão sendo empurrados ao seu limite. E também é interessante notar que eu não acho que ele estava realmente seguro naquela primeira cena. Ele estava tão a perigo naquela cena quanto na última.
CH: A tônica de Alexandria foi a ilusão de segurança. A ilusão de que estamos protegidos e que… ele é, na verdade, o personagem com quem mais me identifico! (Risos) Aquele sou eu, trancado no quarto fazendo desenhos!
JA: Você não pode estar seguro se você está no seu quarto ouvindo Tiny Tim cantando “Tiptoe Through”! Aquele era o único disco que o garoto tinha acesso? Era isso? (Risos) Não sobrou nenhum álbum dos Beatles durante o apocalipse? Sinatra? Tinha que ser o Tiny Tim? E cantando Tiptoe Through? O pirralho merecia morrer!!! (Risos)
CH: Eu não sei se ele não irá, porque, finalmente quando eles estão saindo da casa ele começa a chamar pela mãe! Sabe, nem mesmo Sam seria capaz disso, ele saberia que é o pior momento para fazer aquilo! O que você pensou quando viu aquilo?
JA: Eu percebi que ele ficou lá chamando a mãe, e ninguém, nem mesmo o irmão, deu aquele olhar de “cala a boca”, e ele está bem do lado! Qualquer irmão mais velho faria aquela cara de “eu sabia que não deveríamos trazê-lo!” (Risos) Nada! Nada! Cara, eu amo crianças, tenho dois filhos, eu amo Gabe e Bryant. Esse garoto precisa morrer! (Risos) Eu mesmo o mataria! (Risos)
• Foi mostrada antes do intervalo novamente a cena pós-créditos que foi ao ar após o episódio, onde alguns membros do grupo dos Salvadores fazem sua primeira aparição e o nome de Negan é citado pela primeira vez.
“Basicamente Morgan não quer a briga. Ele não quer entrar em luta corporal com Carol, e Carol usa isso contra ele. Há toda a nossa história, a coreografia, e aquele movimento final, quando ele a acerta. Ele o faz por que é necessário e com raiva, e uma vez que o faz, automaticamente se arrepende. E. Instantaneamente, ele acaba sendo punido.” – Lennie James
CH: Por que Carol está tão transtornada quando ela confronta Morgan?
RK: Eu acho que Carol é 100% ciente do fato de que ela irá matar Morgan, e eu acho que isso a apavora. Eu acho que ela está praticamente implorando a ele para que não a obrigue a fazer isso que ela não quer fazer, mas que ela faria de qualquer maneira. Ela está em um ponto da vida em que ela reconhece o quão longe ela é capaz de ir e isso a assusta um pouco.
CH: A abordagem dela foi bastante interessante: “eu não quero ter que matar você, mas eu vou mata-lo e eu vou matar o lobo, e assim ninguém mais vai precisar morrer”.
RK: Faz todo o sentido para mim.
CH: Faz total sentido. Jason, quando você viu a briga de Morgan e Carol, você imaginava quem fosse vencer?
JA: Eu não achava que a briga seria concluída. Mas duas coisas me fascinaram: a primeira é Carol foi confrontada por algo que lhe trouxe menos do que uma certeza absoluta de que ela está perfeitamente apta a fazer todas as coisas que ela faz. Naquele momento ela estava confrontando outro aspecto dela mesma. Vendo a si mesma sob um outro prisma, um cara que também é corajoso, que faz o que precisa ser feito e que escolheu um outro caminho, do qual ela não tem certeza neste momento. Eu acho que isso foi fascinante. Mas se eu tivesse de fazer uma aposta a longo prazo, colocaria minhas fichas todas em Carol. Morgan irá apenas defender-se, enquanto Carol irá partir para a ofensiva. Mas eu acho que ele não irá fazer muito mais do que mostrar o quanto tudo isso foi prejudicial a ela mesma.
CH: Eu não sei. Morgan está começando a… eu tenho certeza que as pessoas estão olhando e pensando “Qual é, cara?” Ele a nocauteia. Aí vem o Dave Grohl Jr. e o nocauteia (RISOS), e ele foge com Denise… Fui só eu que achou ele parecido com o Dave Grohl na época do Nirvana? (Risos) Bem, você também teve seu momento de luta com os walkers? Como foi isso? Foi difícil, divertido, trabalhoso?
TF: Bem, antes de mais nada, eu normalmente gosto de dispensar os dublês – Tovah Cruise (risos). Então nós ensaiamos muito as cenas de ação e eu tive um excelente professor. Nós fomos para um rancho de tiro e eu atirei com todas as armas, desde uma .22 de mulherzinha até uma AK-47. A curva de aprendizado foi muito interessante. Eu estava nessa boutique de armas, e havia estandes com pessoas atirando. Ao meu lado havia um casal de namorados que tinham marcado um encontro ali. Eles não foram ao cinema, eles foram a um rancho de tiro… (Risos) Aquilo foi interessante!
CH: Aquelas foram as preliminares!
TF: Sim! Então, como foi estar diante de um walker? A minha maior preocupação era estar segura de que Rick sobreviveu. Então eu adorei que, bem, temos Andy Lincoln, com todas as suas habilidades, e você tem essa senhora de idade correndo atrás dele e atirando, tentando se assegurar de que ele esteja a salvo! Eu não sei se deu para ver, mas eu cheguei a colocar o revolver abaixo do queixo de um walker, antes de colocar abaixo do meu queixo, e foi quando eu acabei caindo no chão e sendo mordida.
CH: Eu seria do Team Tovah, pois você provou conseguir fazer mais flexões do que qualquer um nessa sala!
• ENQUETE: O que o Lobo irá fazer com Denise?
Matá-la – 40%
Mantê-la – 55%
Deixá-la ir – 5%
JA: Eu acho que por enquanto – por enquanto – mantê-la.
CH: E 55% dos fãs também acham que eles irão mantê-la. E qual a diferença que existe entre os Lobos e os Salvadores?
RK: São dois grupos completamente diferentes. Os Salvadores não tem W e os lobos tem (risos), e eles também são ameaças, entende? Ameaças igualmente, mas de maneiras diferentes. Nós descobriremos muito mais sobre os Salvadores, o grupo de Negan, em breve.
• Durante o quadro Inside the Dead ficamos conhecendo algumas curiosidades sobre o episódio:
– A atual arma de escolha de Carol é esta faca, diferente das demais por possuir um soco inglês integrado. No entanto, Melissa McBride considera a sua capacidade de adaptação como sendo sua arma mais mortal.
– Um dos walkers da invasão foi um walker empalado. Estes walkers empalados são uma homenagem a uma das mortes clássicas do filme de terror A Profecia.
– Esta foi a primeira experiência de Seth Gilliam trabalhando com um número tão grande de walkers. “Foi como uma gigantesca Black Friday, exceto por todos serem um walker”.
CH: Durante o intervalo, o ator Major Dodson enviou um tweet convidando-me para tomar um café com cookies da próxima vez que ele estivesse em Los Angeles, mas que Jason Alexander não estaria convidado! (risos) Agora você realmente quer mata-lo! (Risos)
• ENQUETE: Carl deveria ter dedurado Ron?
SIM – 79%
NÃO – 21%
JA: Eu acho que nesse mundo a gente precisa as vezes ficar esperto. Eu acho que eu chegaria para Rick e diria, de boa: está tudo bem com Ron, mas vamos fazer o seguinte, não dê uma arma a ele! (Risos) Eu não acho que ele tenha que dedurá-lo, e sim a aprender a lidar com estas coisas. Eu aprecio a sua integridade e lealdade. Eu acho loucura colocar uma arma na mão de Ron, porém.
CH: E isso aconteceu tantas vezes nesta temporada. Deram uma arma a Nicholas e deu problema, deram arma ao lobo e deu problema… eu não sei. E 79% das pessoas acham que Carl deveria ter dedurado o garoto!
RK: Eu não aprovo. Eu acho que este foi Carl sendo extremamente maduro, resolvendo as coisas sozinho. Ele não quer colocar Ron em encrenca, ele acredita que ainda há algo bom nele. Ele está espelhando o que Glenn fez com Nicholas, além de mostrar o quão longe Carl foi enquanto personagem, e está preparado para tomar esse tipo de decisão.
CH: Eu também acho bom que Carl ainda sinta empatia, que ele veja as coisas e compreenda – como quando ele diz “seu pai foi um babaca, e foi por isso que meu pai o matou, eu lamento”, ele entende o quanto Ron tem passado por momentos ruins. Carl já está bem mais adiante neste processo.
RK: Ele também tem demonstrado bastante força, ele não o teme, sente que pode lidar com isso e está mostrando o quanto ele pode ser forte.
CH: Falando em filhos no apocalipse, o quanto Deanna acha que Spencer irá ficar bem?
TF: Eu acho que ela não tem confiança nisso. Se você visitar os filhos de mulheres muito famosas e muito ocupadas, você verá que eles são pais amorosos, mas também ausentes. Então ambos dos meus filhos são um pouco danificados por isso. Aiden não tinha um bom julgamento das coisas e Spencer foi desonesto. Ele fez aquele discurso todo na despensa e depois roubou comida para si em um dos episódios anteriores, e aquilo acabou com ela. Então ele finalmente faz algo heroico indo através daquela corda, mas, assim como sua mãe, ele não consegue ir adiante porque não está treinado para isso. Então eu acho que estou muito preocupada com ele.
RK: Não sei o quanto isso pode tranquilizar, mas eu acho que para ter tentado aquela travessia Spencer teve muita coragem.
TF: Ele tem coragem, mas ele acabou não conseguindo. Ele estava equivocado com a sua moralidade, o que me deixou chateada. Eu já interpretei uma primeira ministra em minha carreira, e conheci os filhos da primeira ministra e tenho que dizer que eles não eram o que eu esperava. E isso por terem uma mãe ausente.
CH: Você pode confirmar se era realmente Eugene pedindo por ajuda no walkie talkie no final do episodio 6?
RK: Sim. Foi um dos momentos em que o show sincronizou as suas linhas do tempo ao contar a história que acontecia em outros lugares.
CH: Foi uma maneira divertida de contarem a história nesta temporada, tudo convergindo para um mesmo momento.
• Um fã da plateia foi chamado ao palco para fazer uma pergunta aos convidados. A pergunta foi dirigida a Robert Kirkman: Se vestir trajes sujos com sangue de walker faz com que os sobreviventes fiquem invisíveis, por que eles não fazem isso o tempo todo?
RK: Há vários motivos para isso. Uma delas é muito prática, o contato direto com aquele material pode causar doenças ou qualquer tipo de bobagem ligada aos zumbis, então você não quer ficar com aquilo o tempo todo. Segundo, não é durável. Você teria que estar sempre passando mais tripa de zumbi porque aquilo vai secar, vai perder o cheiro. Não é uma maneira prática de andar por aí.
CH: Eu discordo. Eu acho que é preguiça do produtor! (Risos)
• E o presente para a fã que fez a pergunta foi um lençol sujo com tripas de zumbi e um prato de cookies.
CH: Mais cedo no episodio nós vimos um sneak peek mencionando Negan. Eu não conseguia imaginar quem vocês colocariam como este personagem na TV, por causa da maneira como ele fala na HQ. E quem poderia incorporar este personagem tão sedutor e ao mesmo tempo o pior personagem que vimos até hoje? A escolha de Jeffrey Dean Morgan foi genial!!! O que você pode nos contar a respeito de Negan?
RK: Negan foi apresentado na HQ de número 100.
CH: Horrivelmente.
RK: É, um pouquinho. Mas foi uma grande apresentação. Para mim a edição 100 de uma HQ é um excelente ponto para se dar um salto. Tipo, você já leu 100 edições e está pronto para desistir. Mas Negan foi este ponto de catálise, mostrando que ainda há alguma coisa acontecendo em The Walking Dead, ainda há coisas a serem descobertas, muita coisa por acontecer, e o fato de que nós estamos chegando àquele ponto no show, sabemos que esta catálise está para acontecer em algum momento do futuro. Não posso dizer em que episódio, mas fundamentalmente irá mudar tudo o que está acontecendo de uma maneira muito interessante, drástica e assustadora.
CH: Ele é um ator extraordinário, e se restar alguma dúvida assista a Watchmen! Ele é fenomenal!
RK: Magic City também!
CH: Magic City também! Eu espero tê-lo aqui no sofá em algum momento!
• O programa encerra com uma mensagem de Scott M. Gimple aos fãs, falando a respeito do mid-season finale:
Os bons amigos do Talking Dead pediram por um sneak peek, mas, revisando todo o trabalho, nós nos demos por conta de que qualquer coisa que pegássemos acabaria revelando demais, e então nós apresentaremos a vocês o mais cinematográfico dos sneak peeks, este bilhete!
Então estaremos dando para vocês o mais estranho dos presentes de Dia dos Namorados: caos, terror, corações partidos, mais terror, e, amigos, este episódio 9 é um dos mais grandiosos que já criamos. Greg e o maravilhoso elenco e equipe fizeram algo mágico e mal podemos esperar para mostrar para vocês em 14 de fevereiro. Certifiquem-se de que suas TVs estejam funcionando e que suas poltronas tenham cintos de segurança. Enquanto algumas pessoas presenteiam com doces e flores, ursinhos de pelúcia, nós estaremos dando a vocês The Walking Dead em sua mid-season première.
RK: Um monte de gente morre! (risos)
CH: E você ama isso!
RK: Não, eu não gosto!
CH: Você adorava quando era na HQ.
RK: É tão difícil.
TF: Eu odeio! Eu odeio!
RK: É horrível!
CH: Faça contato visual com ela quando estiver falando! (Risos)
TF: Com quem eu tenho que dormir para ganhar um flashback? (Risos)
CH: Sou eu! Sou eu! Eu posso falar com Robert Kirkman.
TF: Maravilhoso!!! (Risos)
• O programa termina com uma salva de palmas para Tovah Feldshuh e sua Deanna, por toda a humanidade que a personagem trouxe ao show, sendo brilhantemente interpretada.
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